O dia caia na Grécia e logo chegava a noite.
Quando o relógio bateu 00:00, todos no santuário já haviam se recolhido para seus respectivos locais.
Em um dos dormitórios dos cavaleiros, encontravam-se Deneb, Ryu, Yan e mais alguns cavaleiros. Deneb estava utilizando seu celular e Ryu estava utilizando seu celular e Ryu estava organizando alguns de seus livros em sua mala. Yan observava Deneb a todo momento, enquanto tomava coragem para ir falar com o mesmo. Decidido, Yan se levanta e vai na direção de Deneb, mas antes que falasse algo, a porta do dormitório se abre e alguns rapazes entram no local. Estes eram alguns aspirantes que acabaram de chegar no santuário. Eram um grupo de 4 rapazes. Um deles eleva a voz, enquanto fiotava Ryu, Deneb e Yan, dizendo:
- Então o que falaram era verdade. Filhos de cavaleiros de ouro estão mesmo entre nós, meros aspirantes. O que posso fazer para ajudar vocês filhinhos de papai? Eu sei quem são vocês, já fui informado. Não acham que deveiamos testar a força destes “aspirantes”, rapazes? Muito provavelmente esses idiotas não sabem nem o que é lutar. Por serem filhos de dourados vão ganhar suas armaduras, igual as santias e não disputa-las.
Olhando para um de seus livros, Ryu, calmamente, diz que o rapaz que acabara de falar estava errado, pois ele e Deneb haviam passado por treinamentos igualmente pesados. Um dos rapazes recém chegados debocha de Ryu e vai até ele, chamando sua atenção. Ao ver que o garoto chinês lhe ignorou, o rapaz golpeia a mão de Ryu, fazendo-o soltar o livro e o mesmo cair no chão. Deneb se levanta e diz para os “babacas” pararem de “encher o saco”. Outro dos rapazes vai até Deneb e diz:
- Acha que pode nos falar o que fazer só porque é filho de um dourado? Se acha superior não é?
Antes que Deneb respondesse, ambos escutam um grito e olham para Ryu, que estava imobilizando um dos rapazes enquanto lhe dizia:
- Se tivesse apenas me importunado, talvez eu não revidasse para não arrumar problemas logo nos primeiros dias aqui no santuário. Porém, voce tocou no meu livro sem minha permissão. É um item de colecionador sabia? Isso me tira do sério. – Dizia, enquanto fazia um movimento com as mãos, acertando um ponto vital do braço do outro garoto.
Ryu solta o garoto, que cai no chão gemendo de dor e dizendo que não sentia seu braço. Ryu direciona a palavra ao mesmo e diz em um tom leve:
- Não se preocupe, isso só vai durar um dia. Porém, deixe meus livros em paz por favor. Se não, te garanto que posso fazer pior.
O cara que estava ao lado de Deneb, gritou para Ryu lhe chamando de “desgraçado” e avançando contra o mesmo. Porém, Deneb segura o ombro do mesmo, o puxando para si e dando-lhe um soco no nariz, enquanto dizia:
- Querem brigar idiotas? Vou adorar dar isso a vocês. Faz um tempo que não saio no braço com alguém.
Os outros dois rapazes, que até então só observavam, avançam contra Deneb, lhe golpeando no rosto. Yan avança contra um deles, golpeando forte, mas outro lhe acerta por trás e Yan vai ao chão. Um dos caras vai até Yan para continuar a lutar contra ele, mas é impedido por um rapaz mais alto. O cara que estava indo até o filho adotivo de Shun recua, aparentemente com receio de enfrentar o rapaz que protegeu Yan. Este mesmo rapaz vai até Yan e lhe ajuda a se recompor, perguntando se estava bem. Sem olhar para o mesmo, Yan apenas acena positivamente, enquanto fitava a briga que havia se instalado no local. Após alguns segundos, alguns soldados chegam e acabam com a algazarra. Um dos soldados diz que se fosse em outros tempos, eles estariam mortos por estarem arrumando confusão entre si, mas como o mestre Aiolos era extremamente benevolente isso não iria acontecer. Após os soldados irem embora, todos vão para seus respectivos lugares e começam a se aprontar para ir dormir. Yan vai até Deneb e percebe que o mesmo estava com um ferimento próximo a boca. Yan pergunta se Deneb estava bem e diz que poderia cuidar daquele ferimento dele. Em um tom elevado, Deneb diz que estava bem e não precisava de ajuda. O aspirante a cavaleiro de Andrômeda insite e toca no ferimento de Deneb, que agra sua mão, tirando-a de seu rosto e dizendo:
- Eu já disse que to bem caramba.
Após isso, Deneb sai de sua cama e vai em direção a porta. Yan diz que só estava querendo ajudar e logo Deneb responde:
- Eu não pedi sua ajuda.
Após isso, Deneb sai do dormitório batendo a porta. Um dos rapazse pergunta onde Deneb iria naquela hora da madrugada e logo Ryu responde dizendo que aquilo era problema de Deneb, sendo melhor ninguém se meter. Yan havia ficado realmente triste com o jeito que Deneb havia lhe tratado, mas após um bom tempo, decide ir atrás do mesmo.
Caminhando pelo santuário, Deneb dizia si mesmo que a estadia naquele lugar estava sendo estranha e insuportável, mas seus pensamentos são interrompidos por um soldado, que lhe dizia para não atrever-se a sair do santuário. Deneb responde que só estava dando uma volta e logo o soldado lhe deixa em paz. Deneb avista um amontoado de árvores próximas a uma das entradas do santuário e decide ir até elas. Deneb percebe que aquilo era uma espécie de bosque que emanava uma cosmo energia amigável. Sem pensar muito, Deneb decide adentrar o local e caminhar por entre o mesmo para espairecer. Após alguns minutos, Deneb escuta o som de água corrente e logo pensa que possa ser um rio, decidindo ir até o mesmo para jogar um pouco de água no rosto.
Ao se aproximar do lago, Deneb percebe que já havia alguém lá. O aspirante a cavaleiro escutava como se alguém estivesse lutando. Ao chegar mais perto, Deneb enxerga alguns objetos semelhantes a instrumentos e percebe que havia um rapaz, socando e chutando um boneco de madeira improvisado. Ao perceber quem era, Deneb fica um tanto surpreso e diz:
- Juno?
Rapidamente, o rapaz que estava treinando se vira, revelando-se realmente ser Juno. O garoto de cabelos verdes fica surpreso ao ver Deneb e extremamente corado, ao ver que o mesmo não para de lhe encarar. Deneb desvia o olhar e diz que não queria incomodar, se distanciando aos poucos. Juno diz a Deneb que ele não estava incomodando e que ele podia ficar ali se quisesse. Deneb não diz nada, apenas para de se distanciar. Ambos ficam em silencio por um tempo, mas logo Juno pergunta para Deneb o que ele fazia ali. Deneb olha de relance para Juno e pensa em responder que aquilo não era da conta dele, mas Deneb não queria ser grosso com Juno. Aquele rapaz de aparência delicado e lindos olhos verdes poderia ficar triste e chateado. De alguma forma, Deneb sentiu-se mal só de pensar naquilo. O que era estranho, já que Deneb não se importava com o que ninguém pensava ou sentisse a respeito de seus atos. Deneb senta na beirado do rio e responde Juno:
- Só estou aliviando um o estresse.
Juno se senta ao lado de Deneb, mantendo uma certa distância, e lhe pergunta se havia acontecido alguma coisa. Deneb diz que não havia sido nada demais. Porém, Juno direciona um olhar preocupado para Deneb e diz:
- Desabafar pode ser bom. Além do mais, aparentemente somos amigos de infância. Se isso não for o suficiente, juro que pode confiar em mim. – Dizia, enquanto dava um sorriso singelo.
Deneb olhava nos olhos de Juno e não pôde evitar de sorri também ao ver Juno sorrindo. O filho do cavaleiro de virgem perceb um pouco de sangue coagulado saindo do canto da boca de Deneb e diz:
- Seu rosto está machucado. Eu posso te ajudar com isso. – Levanta e pega uma pequena maleta com remédios e curativos. – Enquanto cuido dessa ferida, você pode me contar o que houve, se quiser é claro.
Deneb pensa recusar a ajuda, mas ele queria ser tocado por aquelas mãos delicadas novamente, queria sentir o toque de Juno. Enquanto o menor cuidava de sua ferido, Deneb, sem perceber, fecha os olhos e aproxima ainda mais seu rosto da mão de Juno, que começa a acariciar o rosto de Deneb, também sem perceber. Após retomarem a postura, ambos pedem desculpas um ao outro. Depois disso, passam alguns segundos em silencio, mas logo depois Deneb começa a falar. O aspirante a cavaleiro fala para Juno sobre a recente briga, o que deixa Juno um pouco preocupado com Yan, e também sobre a sua relação não muito boa com seus pais, principalmente em relação a Hyoga. Juno escutava tudo atentamente e tentava fazer Deneb entender a maneira de Hyoga agir, dizendo que ele deveria tentar compreender toda a situação. Juno diz que tinha certeza que Hyoga poderia ser um bom pai, mas logo Deneb replica:
- El é um idiota isso sim. Um idiota que não é capaz de lembrar do aniversário do próprio filho.
Juno fica um pouco surpreso e logo depois abraça Deneb, lhe dando os parabéns. Deneb fica estático por um tempo. Para o rapaz loiro, era incrível a sensação de ter o corpo de Juno tão próximo. Um corpo um pouco menor que o seu, tão delicado e de pele macia. Deneb retribuiu o abraço e só conseguia pensar em uma coisa, não queria que aquele momento terminasse tão cedo.
Próximo a aquele lugar, Yan observava Juno e Deneb abraçados. O rapaz havia seguido o rasro do cosmo de Deneb até aquele local. Yan fitava aquela cena e seus olhos ardiam, enquanto algumas lagrimas escorriam pelo seu rosto. Yan sabia que não tinha nada com Deneb, mas estava chorando pela forma como o mesmo havia lhe tratado momentos trás e também por não esperar ver seu irmão e melhor amigo, abraçado com o garoto que ele estava interessado. O aspirante a cavaleiro de Andrômeda não pôde evitar pensar que eles estavam tendo algo entre si.
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