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História Sarada, A História de uma Guerreira - Capítulo II - História escrita por Uzumaki-Di - Spirit Fanfics e Histórias
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História Sarada, A História de uma Guerreira - Capítulo II


Escrita por: Uzumaki-Di
e kawakisumireedit

Notas do Autor


Boa Leitura

Fanart: @wahyuu_draww (Twitter)

Capítulo 2 - Capítulo II


Fanfic / Fanfiction Sarada, A História de uma Guerreira - Capítulo II

A mensagem do Imperador havia sido clara. Retorne imediatamente, na companhia do Marechal Jigen, para o acompanhamento central do exército, a fim receber e treinar os novos recrutas que serão enviados de todos os cantos da província.


Irritado, Bolt releu mais de uma vez a mensagem de Donfaint, antes de amassar e arremessar o pergaminho no fogareiro dentro da panela de ferro fundido que Mitsuki havia acabado de acender para aquecer a tenda do general. 


—  Isso é um absurdo! Trazer garotos, homens sem qualquer experiência e até idosos para que nós os ensinemos técnicas de combate e defesa em apenas alguns dias, antes de seguirmos  para o fronte ao norte é uma missão impossível. Eles não irão sobreviver uma semana nas mãos de Jigen. 


Ele resmungou já imaginando o tipo de tratamento cruel que o marechal destinaria aos novos integrantes do exército. 


— Talvez seja por isso que o Imperador tenha escolhido justamente você, General, para acompanhar esse treinamento. Todos nós reconhecemos sua lealdade e dedicação com todos os membros do exército. 


Mitsuki ponderou com um sorriso enigmático no rosto. 


— Começe os preparativos para a nossa partida imediatamente. Temos dois dias para chegar à base central. Eu não permitirei que Jigen faça com esses novos recrutas o que ele fez comigo. 


Bolt ordenou ao albino, passando mão  na cicatriz de  seu olho direito que começara a arder. 


(…)


Naruto teria apenas  até o pôr do sol para tentar fazer de sua pupila um garoto. Mas ele sabia que  Sarada não era qualquer aprendiz.


Aquela “bonequinha de olhos escuros como o breu” era na verdade, a  mulher mais forte, destemida e determinada de todo o vilarejo. 


O coronel conseguiu com que Sarada aprendesse rapidamente a falar, andar e agir, como se fosse um menino. 


A grande  experiência da Uchiha com o kung fu e outros tipos de luta a auxiliou na mudança de gênero. 


— Você foi  muito bem, criança. Agora, lembre-se  do principal, evite contato visual! Sempre fale como se estivesse mastigando, cuspindo vez ou outra e ande com firmeza. 


Ele deu os últimos conselhos antes de entrar em sua pequena casa e pedir para que ela o aguardasse do lado de  fora. 


Exausta, toda suja e fedida, Sarada caminhou em direção à um pequeno lago onde seu mestre  cultivava peixes kinguios a fim de se lavar. 


— PARE IMEDIATAMENTE criança! Não faça isso! Meninas tomam banho e ficam cheirosas. Meninos não! 


Ela arregalou os olhos e afastou-se dando um pulo para trás. 


— Devo ficar fedida para parecer um garoto? É sério isso? 


Sarada o indagou com uma careta no rosto. 


— Durante a guerra, criança, você agradecerá por sentir esse cheiro ao invés do cheiro da morte, do cheiro de sangue. Tome vista isso aqui. 


Naruto a respondeu com certa dureza, jogando-lhe uma armadura  feita de couro e tecido grosso nas cores vermelho e dourado. 


— Mas essa é …é … 


Surpresa, segurando o traje nas mãos ela  começou a falar, mas o coronel a cortou. 


— Sim! Essa é a minha armadura do exército imperial, o meu manto sagrado. E eu estou  muito orgulhoso de repassa-lo à você Uchiha Sarada, a primeira mulher guerreira a ir para uma guerra.


Os olhos da morena se encheram de lágrimas, ela abriu a boca tentando falar algo mas nada saía de lá. Então Sarada fez o que achou melhor para aquele momento, se jogou nos braços de seu mestre e em silêncio o abraçou com força por longos minutos. 


Ao se afastar, ela sorriu amarelo com medo daquela ser a última vez em que o veria. 


— Não me olhe assim, criança. Você voltará. 


— Mestre, cuide dos meus pais na minha ausência e não  deixe Papa ir até o lugar de alistamento até eu conseguir chegar lá. 


Naruto assentiu com a cabeça observando a menina começar a se afastar. 


— E Sarada? 


Ele a chamou, vendo-a se virar, mas antes que pudesse falar alguma coisa, parecendo ler seus pensamentos, ela gritou com um sorriso no rosto. 


— Eu sei! Eu vou trazer o seu Boruto de volta. Nem que seja na porrada! Não se preocupe, Mestre! Eu prometo! 


Sarada ajeitou a armadura  do coronel no corpo e correu dali. Tinha pouco tempo para chegar ao ponto de encontro do exército e ainda precisava passar em sua casa antes. Não podia partir sem seu melhor amigo. 



Ofegante, ela  chegou na propriedade Uchiha e entrou pelos fundos, escondida. Como de costume, caminhou descalça, na pontinha dos pés até o seu quarto, entrando pela janela sem ser vista por ninguém. 


— Você não achou que eu ia ser louca de deixar você, né? Vem, vamos logo Aoda, pule aqui para dentro que eu já estou atrasada! Precisamos ser rápidos como um raio.


Sarada  falou pegando a pequena cobra roxa  e colocando-a no ombro. Porém ao  passar  uma perna para fora da janela ela ouviu seus pais juntos, trocando juras de amor e conversando intimamente  na sala da lareira. 


 Na mesma  hora o seu  coração apertou em tentação querendo fazer-lhe mudar de ideia, mas decidida, com medo que Naruto não conseguisse impedir seu pai, Sarada pulou de uma vez e saiu correndo para chegar ao local do alistamento primeiro que ele. 


(…) 


Kawaki não tinha nada a perder quando aceitou servir o exército imperial. Órfão de pai e mãe cresceu entre os soldados, acostumado aos duros castigos de Jigen e também à obedecê-lo cegamente.


Fora o escolhido do Marechal para ir até a distante Vila Perdida ajudar no recrutamento dos novos integrantes do exército. 


Moreno, alto e forte,  de olhos azul marinho frios como o oceano ártico, possuía a expressão sempre fechada e era de poucas palavras. Não costumava tratar mal os soldados, mas também não era um líder considerado querido  entre seus subordinados. 


Naquele dia em especial, Kawaki sentia-se extremamente irritado. 

Após a partida do mensageiro do Imperador,  havia sido  deixado sozinho naquele  pequeno vilarejo, para cuidar do alistamento daquele bando de caipiras sem experiência alguma em combate. Seria o responsável por guia-los até a base central, onde ocorreriam os treinamentos. 


Mal humorado ele observava um a um o bando de homens chegarem cabisbaixos e assinarem seus nomes da lista, quando seus olhos cruzaram com os roxos dela. 


Linda! Nunca tinha visto uma moça tão bonita como aquela garota de longas tranças roxas que o fitava com curiosidade. 


— Vamos Sumire!! Coragem. Vamos lá falar com ele. 


A Akimichi empurrou a amiga que sentia suas bochechas queimarem de vergonha e o coração pulsar feito doido dentro do peito.


— O..Oi…Senhor…


— Capitão Kawaki! As suas ordens, senhorita…?


Ele prontamente bateu continência, colocou-se em posição de apresentação e saudou a garota de tranças roxas que o olhava admirada. 


— Kakei…Su…Sumire Kakei. É uma honra  conhece-lo, Capitão Kawaki, mesmo que por pouco tempo…até o seu retorno, é claro. 


Ela o respondeu com um sorriso tímido e uma doçura na voz, que por um momento Kawaki imaginou a possibilidade dela ser a figura de um anjo em sua frente. 


— O meu retorno? senhorita?


Ele indagou confuso, sem entender do que ela falava.


— Sim, o senhor está de partida para a guerra, e eu irei orar todos os dias para para que retorne de volta para esta vila em segurança! 


Sumire falou tão baixinho, quase como um sussurro.


Kawaki corou na mesma hora, sentindo seu coração errar uma batida. Nunca em sua vida alguém havia se preocupado com sua segurança, tampouco havia orado por ele. 


Aquela garota era especial, ela tinha que ser  o “seu alguém para quem voltar” que o General Bolt sempre pregava para os soldados. Ele torcia por isso, ele desejou isso naquele momento, mesmo sem entender direito o real significado do que sentia dentro do peito. 


O moreno sorriu ainda envergonhado procurando as palavras certas para responder a moça bonita de tranças roxas, quando um garoto destrambelhado correndo chamou-lhe atenção.


— Oeee! Oeeee Uchiha!!! Família Uchiha! Escreva aí meu nome! Sasu Uchiha! Eu vim me alistar! 


Kawaki encarou dos pés a cabeça o moleque mal educado que interrompeu sua adorável conversa com a senhorita Kakei. 


Pequeno, magro, armadura antiga imperial,  nas cores vermelho e dourada, com uma katana nas costas, expressões faciais delicadas, cabelos negros presos em um rabo de cavalo, e olhos escuros e desafiadores. 


— tsc… esse aí não dura nem um dia nas mãos do Jigen! Coitado! Mais parece um projeto de grilo. 


Manifestou-se o Capitão com um sorrisinho debochado, deixando Sarada irritada pela ofensa gratuita. 


— Pois eu vou provar pra você e pra esse tal de Jigen  que sou muito mais soldado que qualquer um desse exército! 


Ela retrucou engrossando o tom de voz para parecer um menino, sendo encarada diretamente no fundo dos olhos por Sumire que parecia desconfiada, mas resolveu se calar. 


— É o que vamos ver, pirralho! Torça para que o General esteja presente nos treinamentos ou você conhecerá seus ancestrais mais cedo do que imagina. Grilo falante!  


Kawaki murmurou retorcendo a boca.  


— Ouuuuu! Ouuuu Ouuuu! Peraí!!! Sarada não tem irmão! Muito menos primos! Se ela tivesse um primo gato como esse aí eu seria a primeira a saber!! Quem é você garoto? 


Exclamou de repente Chocho, fazendo com que o coração da Uchiha disparasse em pânico. Ela então encarou novamente a amiga de tranças roxas suplicando  para que esta lhe ajudasse a sair daquela enrascada. 


Incerta do que estava havendo mas percebendo o nervosismo do suposto garoto Uchiha, a Kakei tratou de ajuda-lo. 


— ChoCho! Amiga, Sasu é sim primo de Sarada! É… é filho do Tio Shisui!! Isso! É por isso que você provavelmente não se recorda dele! É  porque ele estava morando fora do vilarejo…


Ela respondeu rapidamente para alívio da Uchiha, que a agradeceu com um olhar. 


Esperto, sabendo que algo estranho estava acontecendo, o Capitão fitou Sarada com um olhar desconfiado, aguardando que ela confirmasse a informação da garota de tranças. 


— SIM! Sim!  Eu voltei a pouco tempo para este vilarejo! Mas isso não importa agora, não é mesmo, Capitão Kawaki? Temos uma guerra em curso e quero logo  me alistar no exército. 


Sarada se apressou em escrever seu nome como representante da família Uchiha, temendo que seu pai aparecesse por lá e insistisse em ir no seu lugar. 


— Humm?! Uchiha? Você disse? Você era o último que faltava chegar. Mas aqui na lista que o mensageiro me deixou estava outro nome, um tal de Sasuke? Não Sasu! 


Kawaki questionou ainda incomodado com a presença daquele moleque estranho. 


— Capitão?! Eu gostaria de lhe dar essa  pequena lembrança. Para que possa se recordar do nosso vilarejo. Fui eu que bordei as flores. 


Sumire chamou gentilmente a atenção de Kawaki entregando-lhe um lenço branco com violetas bordadas. 


Sem graça com gesto da garota, o Capitão fez uma pequena reverência em agradecimento e guardou o lenço dentro do peito. 


— Obrigado, senhorita Kakei. Eu… humm eu não sei como lhe agradecer tamanha gentileza. 


Ele disse desviando o olhar para os próprios pés. 


— Apenas prometa-me que voltará vivo, Capitão Kawaki. 


Sumire sorriu docemente e observou o comboio do exército imperial deixar a Vila Perdida. 


— Vamos Sumi! Precisamos achar a Sarada e contar para ela sobre essa sua paquera com o Capitão Bonitão! 


Brincou Chocho caminhando de volta pela rua principal da aldeia. 


Sorrindo divertida a roxinha a respondeu. 


— hihihi Eu acho que ela já sabe… 


— Como ela sabe? Se não estava aqui… e?? AI MEU DEUS!!! Sasu…Sarada… Não?! Mentira?! 


Exclamou histérica ChoCho batendo com a mão na própria testa  ao perceber que o garoto Uchiha era na verdade sua melhor amiga. 


— É melhor que Sarada retorne viva dessa guerra!!! Assim quando estiver de volta a vila eu poderei matá-la por não ter me contado nada! 


(…)


A viagem até a base central do exército estava sendo  mais tranquila do que Sarada imaginava. Foram três longos  dias caminhando ao lado de um grupo de vinte homens de diversas idades.


 O capitão não era um superior rígido, mas também não facilitava nas tarefas, qualquer deslize dos soldados durante o percurso era punido com a privação de uma refeição. 


A Uchiha se esforçava ao máximo para cumprir com todas as suas tarefas, disfarçada de Sasu, e tentava ao máximo não chamar muito a atenção dos demais membros do grupo. Porém, um homem de cabelos ruivos vivia pegando em seu pé desde que deixado o vilarejo. 


— Oeee Sasu! Já acabou de lavar as panelas, moleque? 


Code perguntou sorrindo maliciosamente ao receber a confirmação do “garoto” Uchiha. 


— Sim, já lavei todas que estavam sujas. 


Sarada / Sasu o respondeu, já prevendo que o mais velho iria aprontar alguma coisa. 


— Pois trate então de lavar mais estas daqui!! Seu inútil! 


O ruivo berrou atirando algumas tigelas de metal na direção da Uchiha que rapidamente se esquivou evitando de ser atingida. 


— Não pense que esses movimentos de kung fu vão te salvar toda hora… 


Murmurou Code se afastando dali, deixando Sarada sozinha com seus pensamentos e seu melhor amigo. 


— ahhh Aoda… se eu pudesse dava um só golpe com a minha espada jian nesse abusado…Sim… claro que não farei isso, meu amigo! Não quero perder o respeito que conquistei do…


— falando sozinho de novo grilo? Assim vão achar que você é louco quando chegarmos amanhã de manhã na base.


A voz do Capitão a interrompeu, fazendo guardar a cobrinha roxa por baixo da armadura.


— Não! Não senhor, Capitão! Tava… eu tava lavando as panelas. 


Ela se levantou rapidamente, batendo continência, ao perceber a presença de Kawaki por perto. 


— Relaxa Sasu! Pode descansar, soldado. Escute, você parece um moleque esforçado por isso vou lhe dar um conselho. Amanhã, quando chegarmos no campo de treinamento fique bem longe do Marechal. Entendido?


Kawaki aconselhou antes de se retirar para dormir em sua tenda.  


— Certo! Ficar longe do Marechal. Ficar longe Marechal… Ficar longe do Marechal…. 


Sarada murmurou repetidas vezez enquanto terminava de lavar o restante das panelas. 


(…) 


Base do Exército Imperial


Jigen estava animado, de cima do pequeno palanque improvisado, ele andava de um lado para o outro examinando minuciosamente os grupos de recrutas que chegavam de todos os cantos da província. Como  um gato que olha para o rato prestes a cair na ratoeira, o Marechal estudava cada garoto que aparecia naquele campo, interessado sempre nos mais novos e habilidosos. 


Bolt, por sua vez, não demonstrava o mínimo interesse. Na verdade o General Uzumaki fazia questão de enfatizar o quanto detestava tudo aquilo, mantendo-se distante e com cara de tédio. 


— Vamos! Anime-se meu caro Bolt! Será divertido! Como uma gincana! Vamos testar as habilidades dos garotos e depois  podemos dividi-los em duas equipes para o treinamento. Time Uzumaki e Time Kara! 


Propôs Jigen com um sorriso que emanava tanta maldade, que o loiro sentiu calafrios. 


— Como quiser, Marechal. Estou aqui apenas cumprindo ordens do Imperador. 


Boruto respondeu dando de ombros e voltando seu olhar para a multidão de recrutas que se posicionava em filas na frente do palanque, porém logo seu olhar parou em um pequeno grupo de homens desajeitados conduzido pelo Capitão Kawaki. O loiro recoconheceu na hora  o brasão daquela bandeira que o capitão segurava. 


Vila Perdida. A sua vila! Eram homens de sua antiga aldeia! Sentindo seu coração disparar, porém disfarçadamente, Bolt chamou Mitsuki e pediu para que este ficasse perto do pequeno grupo e os ajudasse a passar pelos testes do Marechal. 


(…)


Maravilhada com a imensa quantidade de soldados e ao mesmo tempo nervosa, Sarada não sabia para onde olhar. 


— Se não tirar esse sorriso do rosto, eles irão perceber. A gente não tem um sorriso bonito como esse, senhorita. 


O sussurro dele fez o sangue da Uchiha congelar. 


— Co…como você soube? Você vai me denunciar? 


Sarada perguntou sem coragem de virar para o lado  e encarar o homem que a tinha desmarcado tão facilmente. 


— Sou bom em ler pessoas! Mas não se preocupe, não tenho a intenção de  denunciá-la. Não é da minha conta se você é homem ou mulher. Estou aqui apenas para ajudá-la. 


Mitsuki respondeu sorrindo enigmático e Sarada finalmente tomou  coragem para encará-lo, sentindo-se aliviada por perceber que aquele homem branco feito cera não parecia representar um perigo.


— Devo me sentir grata ao senhor? 


Ela indagou ainda  confusa pela generosidade gratuita do homem estranho.


— Ohh não, senhorita! Não a mim. Estou aqui apenas cumprindo ordens. Mas se  quiser agradecer a alguém, agradeça ao General! 


O albino apontou em direção à Boruto e Sarada sentiu seu coração acelerar, quase se esquecendo de como se faz para respirar,  quando seus olhos cruzaram com os azuis intensos dele que a encarava como se fosse um gavião. 


Céus! Aquele homem era a definição da palavra perfeito. Os cabelos loiros levemente ondulados, curtos nos lados e mais compridos na parte da  frente reluziam à luz do sol. Os traços simétricos do rosto e as sobrancelhas grossas o deixavam com um ar másculo, contrastando com os lábios carnudos e rosados que  a Uchiha instintivamente teve que desviar  o olhar sentindo suas bochechas pegarem fogo. 


— Certo! Acho melhor você não fazer mais isso também… Seria estranho perto dos demais soldados. Não costumamos corar ao olhar para o nosso superior. 


Mitsuki aconselhou novamente com um sorriso travesso no rosto, lganhando um olhar de fúria da Uchiha e um soquinho no ombro. 


— Aiii! Você bate forte, Senhorita! Eu sou seu amigo aqui! Mas se quer saber a minha opinião, vocês formariam um belo casal. 


Ele brincou, mas logo ficou sério e em silêncio ao ouvir as instruções de Jigen sobre a primeira prova  que os recrutas teriam que participar para demonstrar suas habilidades. 


— … Então senhores essa é a oportunidade para vocês demonstrarem as habilidades de luta! Ataque e defesa, valendo qualquer estilo. Ao término do tempo  desta ampulheta os últimos que restaram em  pé serão considerados os vencedores! Agora lutem! 


Mais que depressa, Sarada se colocou em uma posição de defesa do kung fu já prevendo que seria um alvo fácil dos soldados ao redor. 


Em fração de segundos ela deu um mortal para trás defendendo-se de um golpe perto de seu rosto e logo atacando em seguida com um chute certeiro desmaiando  o homem que tentou atingi-la. O mesmo aconteceu com o soldado que tentou atacá-la na sequência  e com mais meia dúzia que ousaram acertar  qualquer golpe na Uchiha. 


Impressionado, o General Uzumaki não sabia explicar o porquê seu coração disparava toda vez que seus olhos azuis  cruzavam com os negros daquele pequeno  garoto de armadura vermelha pertencente ao grupo de sua antiga vila. 


Era estranho demais para o loiro, sentir aquele tipo de emoção por outro cara! Na verdade, nem ele mesmo saberia dizer o que estava sentindo. Talvez fosse a saudades de casa, de seu antigo vilarejo! Isso! O garoto lhe fazia sentir-se em casa. 


— O moleque é bom, não General? Ótimo praticamente de kung fu. Pelo visto, você está de olho no pequeno também?! Mas já sabe que eu sempre fico com os melhores….


Jigen falou passando o braço pelos ombros de Boruto e apontando com a cabeça em direção á Sasu / Sarada. 


Não querendo demonstrar seu estranho interesse no garoto, Boruto continuou com sua cara de tédio, chegando até a boceja. 


— Faça como quiser Marechal! Pouco me importa.!


Ele retrucou, tentando parecer indiferente, mas por dentro estava se correndo de nervoso, com medo de Jigen escolher justamente o menino que havia lhe despertado tanto interesse. 


No meio do campo dos recrutas, Sarada continuava a ser destaque entre todos até  Mitsuki se  aproximar  e sussurrar em seu ouvido para que apenas ela escutasse. 


— Perca as próximas lutas, finja que foi derrotada e fique deitada no chão! Caso contrário será escolhida pelo Marechal e será o seu fim no exército. 


O albino a aconselhou fazendo Sarada  se lembrar automaticamente das palavras do Capitão Kawaki na noite anterior. 


Fique longe do Marechal” 


Sem pensar duas vezes, a Uchiha errou propositalmente um golpe deixando-se ser atingida com força no abdômen por chute que a fez cair no chão, chorando de dor. 


Inconscientemente, Boruto se remexeu inquieto, trocando o peso do corpo de perna,  diante daquela cena, sentindo uma enorme urgência  em descer dali e proteger aquele garoto desconhecido. 


Por sorte, Mitsuki foi mais rápido pegando o garoto e carregando-o nas costas, fazendo o que ele, como um general, não poderia fazer. 


— Nah! Retiro o que eu disse!! Pode ficar com aquele franguinho. 


Debochou o Marechal ao ver o albino carregar Sasu / Sarada machucada, para alívio de Boruto que não escondeu um sorrisinho triunfante. 


(…) 


Tarde da noite, daquele mesmo dia, o General Uzumaki pediu para que Mitsuki fizesse uma grande fogueira e reunisse os recrutas que foram dispensados por Jigen.


Muitos já estavam com saudades de casa e pensavam em desistir, desanimados, com a autoestima baixa por não terem sido escolhidos pelo Marechal. 


— Vocês devem imaginar que não servem para o exército imperial. Que são uns inúteis, uns fracos, só porque não foram os escolhidos pelo meu superior? O Marechal?!


Boruto começou a falar andando por trás da roda formada pelos vários homens em volta da fogueira. 


— É isso que vocês pensam de vocês mesmos, senhores? Porque eu penso diferente! Eu escolhi vocês! Eu quero treinar vocês e sabem porque?? Porque eu já fui um de vocês! Eu já sentei onde estão sentados! E sei que vocês são capazes de chegar onde eu cheguei!! Somos iguais aqui e se eu consegui chegar onde cheguei, todos vocês também podem! 


Boruto gritou com o braço erguido levantando os ânimos de todos e deixando Sarada cada vez mais admirada por ele. 


A Uchiha o encarava  com os olhos brilhando, maravilhada em como aquele loiro lhe transmitia segurança, e proteção, porém eram emoções estranhas para se sentir por alguém que mal conhecia.


— Só o que peço a vocês é que se esforcem e sigam o que me ensinaram a muitos anos atrás e eu levo como um mantra até hoje: “Lealdade! Bravura! e Verdade!” 


A Uchiha arregalou os olhos e fitou o general surpresa ao ouvir Boruto recitar os dizeres gravados na katana de seu pai. 


Como esse homem  poderia saber tal lema? Como?” 


Yo! Bolt! Bolt! Conta aquela história sobre “ter alguém para quem voltar” 


Pediu um homem parecendo ser mais bem velho. 


— Você vai gostar dessa canção! O general canta muito bem. 


— Que susto! Você precisa chegar assim do nada toda vez ? E qual o seu nome mesmo? 


Sarada falou colocando uma mão no coração fingindo se assustar ao ver o albino se aproximar. 


— Mitsuki, o meu nome! E qual o seu? 


Ela o encarou confusa antes de responder. 


— Sasu Uchiha, você já sabe. 


— Não esse … qual o seu verdadeiro nome, senhorita?! 


Ele sorriu com os olhos fechados e Sarada ponderou por alguns minutos se deveria responde-lo com o seu verdadeiro nome, porém quando ia faze-lo ela sentiu os olhos azuis  do General Uzumaki a encarando tão intensamente que sua pele parecia queimar. 


— …vamos General! Conte-nos sobre a pessoa especial! 


Um outro soldado gritou pedindo também para que Boruto cantasse. 


Sorrindo maroto, ainda com o olhar fixo em Sasu / Sarada, o General Uzumaki respondeu aos seus recrutas. 


— Ok! Ok! Senhores, já que insistem…Mas já adianto que eu canto muito mal! 


Por um longo tempo estamos só marchando

Como o gado velho que vai se arrastando

Ao som do tambor, varrendo os pés

Sentindo o chão faltar


Ué! Pensem em ter alguém pra quem voltar

O quê? Como assim General??

Foi o que eu disse

Alguém pra quem voltar

Sua pele branca como a Lua

E estrelas no olhar

Mostrar a ela meu poder

Feridas pra cuidar”



O loiro cantava animado e a Uchiha não conseguia deixar de sorrir ao observa-lo. 


— Você gostou dele! 


Provocou Mitsuki, deixando Sarada da cor de um morango. 


— e o que isso importa? O General já tem alguém para quem voltar. 


Ela murmurou desanimada ainda com o olhar fixo em Boruto que cantava animado  junto de alguns  homens perto da fogueira. 


Quando a guerra acaba e a vitória vem nos alegrar

Queremos ter alguém pra quem voltar

Desejo ter alguém pra quem voltar

Alguém pra quem voltar…”



Boruto terminou a canção como em  todas as outras vezes, com um sorriso no rosto e o coração apertado de saudades de sua “boneca dos olhos escuros como a noite e pele branquinha como neve para quem ele prometera retornar para se casar.


Um dia eu ainda te vou reencontrar bonequinha... definitivamente para para a minha aldeia eu preciso voltar. 


Ele murmurou baixinho só para ele mesmo, procurando novamente  os olhos negros daquele garoto que pareciam tão familiares e acolhedores, que Boruto poderia morar neles


Sem dar importância a esses sentimentos tão conflitantes, o General Uzumaki caminhou na direção daquele que fazia o fazia sentir-se assim.


— Se importa se eu me sentar ao seu lado? Também gosto de observar a lua cheia. 


O loiro falou assim que se aproximou de Sasu / Sarada fazendo o coração dela acelerar e seu estômago embrulhar



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