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História Sarada, A História de uma Guerreira - Capítulo XI - História escrita por Uzumaki-Di - Spirit Fanfics e Histórias
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História Sarada, A História de uma Guerreira - Capítulo XI


Escrita por: Uzumaki-Di
e kawakisumireedit

Notas do Autor


Mil desculpas pela demora!!
mas obrigado pela paciência, favoritos e comentários. 🫶

Espero que gostem... pois o próximo capítulo provavelmente será o último.

Capítulo 11 - Capítulo XI


Fanfic / Fanfiction Sarada, A História de uma Guerreira - Capítulo XI

Cerca de duas horas depois que o exército Huno fora lavado pelas águas da represa de Kirigakure, após a explosão das barreiras, o restante do batalhão chinês chegou ao Vale do Fim, testemunhando os milhares de corpos de soldados e cavalos inimigos já mortos pelo impacto da água ou simplesmente afogados.

Aproximadamente vinte por cento da Vila também tinha sido atingida, porém por conta do plano de evacuamento bem sucedido, nenhuma vida havia sido perdida, sofrendo apenas danos materiais, o que incluía a zona portuária do rio Xi-jiang, por onde as águas da represa escoaram rapidamente. 

O Marechal Hashirama, juntamente com o Marechal Kakashi e sua comitiva, após passarem por Kirigakure e se informarem com o líder de lá, encontraram com o pelotão de Boruto e expressaram sua gratidão e louvor pelo plano bem sucedido.

Aquela vitória sobre o temido exército Huno, marcaria de forma definitiva o final da guerra e por ordens expressas do Imperador chinês Donfaint, todos os recrutas seriam liberados da obrigatoriedade de servirem ao serviço militar.

Ainda em um leito improvisado na carroça, Boruto recebeu os cumprimentos dos Marechais dizendo, um tanto sem jeito.

— Em nome dos meus homens eu agradeço o reconhecimento dos senhores, porém o mérito não é meu, a verdadeira heroína que elaborou o plano e arriscou a própria vida para que tivesse êxito foi a Capitã Uchiha Sarada.

— Capitã?! Uma mulher com uma patente no exército isso é algo impensado! 

Hashirama afirmou num tom alto, sem acreditar no que ouvia.

— Oh, Uchiha? Essa seria a filha de Sasuke Uchiha? — Kakashi indagou surpreso. — O meu pupilo certamente deixou o heroísmo no seu sangue, mas jamais pensei que ele permitiria que a própria filha viesse para a guerra.

— A Sarada assumiu o risco por conta própria, sem a aprovação do pai, vindo lutar no lugar dele, escondida. E tendo sido treinada desde criança pelo Coronel Uzumaki, o meu pai, pode ter certeza de que ela mereceu a patente de Capitã.

Boruto explicou de forma simplista, porém cheio de orgulho ao citar seu pai e sua morena numa mesma frase.

— Ahh haha, só podia ser o Naruto mesmo! — Kakashi comentou divertido. – Isso é bem a cara dele, ensinar kung fu a uma garota.

— Eu não consigo imaginar que o marechal tenha concordado com uma mulher tomando parte nisso. Por sinal, quando conversamos com o líder da Vila, o nome de Jigen nunca foi mencionado, acredito que você tenha assumido o batalhão por conta própria, estou certo, General Uzumaki?

— Certamente, Marechal Hashirama, a autoridade que o marechal Jigen tinha diante dos soldados foi perdida há muito tempo e isso foi culmidado com a derrota definitiva dele em um combate contra a Capitã Sarada.

Hashirama arregalou brevemente os olhos e colocou a mão sob o queixo pensativo, ligando logo os pontos.

— Definitiva? Está me dizendo que Jigen pagou com a própria vida? E a Capitã é a culpada?

— Exatamente. Porém eu me responsabilizo pelo sangue dele. Sofrerei as consequências dos meus atos conforme a decisão da corte marcial, se assim for necessário. – declarou o loiro. 

— Boruto! Eu não posso-

— Mitsuki! Eu sou o seu general, a responsabilidade é minha.

Boruto interrompeu Mitsuki antes que ele assumisse a culpa por ter matado Jigen, através daquela flechada letal.

— Pois quem deveria ter ido para a corte marcial era o próprio Jigen.  Nós apenas antecipamos a execução de um crápula. 

Kawaki se manifestou, sem medo do peso de suas palavras.

— Kawaki...não!

Boruto expressou receio que seu irmão de coração se comprometesse e também fosse julgado.

— Se os senhores forem levar o Boruto a julgamento nós também devemos ser levados juntos! — 

Mitsuki se manifestou trocando um olhar cúmplice com Kawaki que assentiu e completou:

— Exatamente! E se os fatos forem apurados de acordo com a verdade, os senhores saberão o tipo de homem que o Marechal Jigen era e que ele teve o fim que mereceu.

— Rapazes! Parem! Não se envolvam nisso! — Boruto insistiu querendo trazer razão aos seus dois companheiros mais queridos. — Por favor, senhores Marechais, desconsiderem o que eles disseram, eu assumo toda a culpa!

— Nada disso, Boruto, nós estamos juntos nessa, mano. — Kawaki rebateu firme. 

— Juntos sempre! — Mitsuki reforçou. — Já basta toda a agonia que está sentindo...com a... 

Emendou o albino, calando-se de repente, ao perceber que havia falado por demais, levando um olhar de compaixão até Boruto, ciente do turbilhão de preocupações que se passava dentro do coração do amigo. 

— Ora, ora, não se desesperem homens! 

Hashirama se pronunciou por fim, com um ar de admiração diante da lealdade dos jovens militares. 

— Não será necessária uma corte marcial, ninguém irá abrir uma acusação a respeito disso, eu mesmo garantirei que seja dessa forma. Um relatório com algumas testemunhas será o suficiente para encerrar a questão. 

— De fato,  Jigen já tinha algumas denúncias de infrações e crimes de guerra, e a confiança dele já vinha abalada dentro do alto escalão. — Kakashi comentou.

— A sua credibilidade, General Uzumaki, está acima da dele, você só não havia subido de cargo por conta de uns velhos tradicionalistas, mas agora com o ato heroico crucial que corroborou com o fim da guerra, você receberá um cargo honorário. — Hashirama concluiu.

— E falando em honras e heroísmo. Onde está a Capitã Uchiha? Desejo cumprimentá-la pessoalmente. A última vez que eu a vi, ela era ainda um bebê... aquele sortudo do Sasuke, deve ter tanto orgulho dela! 

O Hatake emendou meio emocionado, meio saudoso, ao mencionar o nome do antigo pupilo, limpando o canto do olho.

— Ora, Kakashi, não vai começar a chorar aqui. — Hashirama soltou um tapão nas costas, quase o fazendo engasgar. — O momento agora é de celebrar!

Com o peito preenchido por uma angústia quase sufocante, Boruto apenas sorriu amarelo, ao ouvir o nome de Sarada ser pronunciado, preferindo ficar em silêncio, não querendo que percebessem o quanto a falta de notícias da morena estava quase o enlouquecendo. 

(...)

Os rumores sobre o fim da guerra se espalharam como poeira no ar. O Imperador Donfaint havia feito questão de enviar mensageiros para as principais cidades, avisando sobre a vitória do povo chinês sobre os Hunos, numa das guerras consideradas mais longínquas da época.

A derrota do exército inimigo liderado pelo temido Khan foi motivo de comemorações pelos quatro cantos da província. 

E na Vila Perdida não foi diferente. As ruas de terra da cidade ganharam decoração especial, digna de um dia de festival, com faixas, lamparinas e barracas de comidas típicas. As famílias também se dedicaram a enfeitar a parte da frente de suas casas na esperança de receber de volta com alegria os entes que haviam partido para os campos de batalha e que tinham deixado saudades.

Diferente dos Uzumaki que estavam ansiosos, preparando uma grande festa na esperança de poder rever Boruto depois de tantos anos que ele havia partido, a residência do Clã Uchiha permanecia em um completo e doloroso silêncio, sendo quebrado apenas pelo chorinho de Daisuke, quando o pequenino desejava mamar. 

Ajoelhada no chão frio de pedras do Templo Uchiha, ao lado do filho que permanecia concentrado de olhos fechados, Mikoto orava com fervor pedindo para que os ancestrais protegessem Sarada de todo mal, com o coração apertado, ao pressentir a energia vital de sua neta se esvaindo cada vez que concentrava na imagem da menor. 

– Sasuke... você também está sentindo?! Não está? Por isso está aqui por horas. – a idosa finalmente voltou sua atenção para o filho, que se mexeu incomodado, ainda sem dizer uma palavra sequer e de ainda de olhos fechados. 

No momento em que souberam do fim da guerra, como se fosse um tipo de aviso sobrenatural ou presságio ruim, uma pintura do rosto de Sarada quando criança que ficava pendurada logo acima da lareira caiu direto no fogo, queimando imediatamente, assustando a todos da família que encontravam-se na sala para o desjejum.

Supersticiosa, como a maioria daquele tempo, preocupada com a filha mais velha, Sakura de tão abalada que havia ficado, só conseguiu relaxar após tomar um chá de ervas especiais, com efeito calmante, preparado pela sogra, enquanto Sasuke escolheu o conforto das orações, ao lado de Mikoto no Templo dos ancestrais, localizado no jardim da residência.

– Ela é uma Haruno Uchiha! Sei que irá sobreviver e voltar para casa. – respondeu por fim, de modo convicto. – Além de ter sido muito bem treinada pelo idiota do Naruto. 

Ele emendou saudoso, com um mínimo sorriso no rosto ao se recordar dos tempos em que Sarada fugia pela janela de casa para poder treinar kung fu com o Coronel Uzumaki, apesar dos protestos da mãe. 

– Não há dúvidas que ela sobreviverá, meu filho. Sempre confiei nisso. Meu único receio é se Sarada conseguirá encontrar o caminho de volta para casa. 

– "Quando se tem alguém especial para quem voltar... nada é impossível" e minha filha tem muita sorte nesse quesito... 

Sasuke murmurou reflexivo, um tanto misterioso, como se tivesse recebido alguma intuição sigilosa que ele não gostaria de compartilhar com a mais velha.

(...)

No acampamento dos recrutas, havia um misto de alegria e angústia. Alegria pelo fim da guerra, mas angústia pela ausência de notícias de Sarada. O fato de a capitã ainda não ter retornado após seu ato heroico de atrair os Hunos para a morte certa sob as águas, havia deixado todos apreensivos, principalmente Boruto.

Logo nas primeiras horas, o General Uzumaki havia enviado dois grupos de busca, para procurar nos dois sentidos que as águas poderiam ter obrigado Sarada a fugir, porém ambos retornaram sem sucesso ainda no meio da tarde. 

Preocupado com a filha de seu pupilo, Kakashi, assim que soube do fato, montou uma nova equipe com alguns homens de sua própria tropa, especialistas em rastreio, inclusive no período noturno, e ordenou que partissem naquele mesmo dia. 

– Era meu dever protegê-la, minha função... e eu falhei... droga!. 

Boruto murmurou sozinho, inconformado de ter sido impedido de ir junto, após despedir-se do Hatake que iria liderar pessoalmente o grupo de homens que buscaria por Sarada

– Tome, cuide dele, vai lhe fazer bem e a senhorita Uchiha iria gostar de saber que seu mascote está em boas mãos. 

Surgindo ao lado de Boruto, que tentava descansar na tenda médica, Mitsuki lhe entregou a pequena cobra roxa, que parecendo compartilhar do mesmo sentimento de aflição do loiro, se enroscou no braço dele como se quisesse lhe transmitir que também sentia e muito a falta da Uchiha. 

Sorrindo minimamente, diante do pequeno gesto do animalzinho, Boruto suspirou, lhe acariciando a cabeça e ajeitando o réptil para que este se acomodasse enrolado em cima de seu tórax. 

– Me perdoe Aoda... por não ter cuidado direito da sua mamãe! Mas eu prometo por tudo o que é mais sagrado nesse mundo, que eu vou trazer Sarada de volta ou eu não me chamo Boruto Uzumaki! 

Naquela noite, Boruto só conseguiu dormir após ter ingerido alguns sedativos potentes que Inojin havia acrescentado à dose de antibiótico que ele ainda precisava tomar. Mesmo assim, seu sono foi agitado, balbuciando o nome de Sarada constantemente, ao sonhar com ela.

Fato que contribuiu para a insônia de seu "colega de enfermaria", Kawaki, que dividia o mesmo ambiente, recebendo cuidados alternados entre Inojin e Sumire. Ainda sentindo-se culpado por ter deixado Sarada se voluntariar como isca, o moreno temia que Boruto jamais o perdoasse caso algo viesse a acontecer com a Uchiha.

—  Você gostaria de um relaxante, Capitão?

Sumire que assumira o lugar do Yamanaka, pegando o segundo turno da noite, perguntou após perceber Kawaki inquieto olhando para o teto de lona da tenda. 

Ele virou de leve a cabeça na direção dela, notando que a garota buscava algo numa grande bolsa.

—  Relaxante? Vai tentar me dopar pra eu ficar delirando igual ao General Uzumaki?! Dispenso.—  replicou desconfiado.

—  Não, você não vai ser dopado com um relaxante, a função da medicação é apenas tirar a tensão muscular, seria benéfico para o seu tipo de ferimento. —  Sumire respondeu simplista.

—  Tsc, e não foi isso que o seu "querido doutor" já me deu agora há pouco? —  Kawaki retrucou sarcástico.

—  Faz quatro horas, como você está acordado, pelo horário, já daria para tomar a próxima dose. Eu posso acrescentar um calmante, algo diferente do que o General tomou. Você precisa dormir também. —  ela explicou amável.

Kawaki deu de ombros e concordou com um aceno de cabeça, voltando a olhar para o teto.

—  Certo, já vou preparar o remédio, mas antes preciso ajudar o General.

Kawaki franziu o cenho olhando na direção de Sumire que se aproximou da cama de Boruto e tirou algo da bolsa que carregava, colocando sobre o tórax e próximo ao rosto dele.

—  O que é isso que você está fazendo? Vai sufocar a cobrinha desse jeito.  —  Kawaki questionou sem conseguir ver direito o que ela fazia.

—  Isso deve acalmá-lo, é a jaqueta que a Sarada costumava usar, peguei na barraca dela. 

Sumire iniciou sua explicação observando Boruto ainda resmungar algo inaudível. — E o Aoda também prefere dormir em ambientes quentinhos. 

—  É sério? Você acha que um pedaço de pano com o cheiro da Capitã vai funcionar pra acalmar o General? Que eu saiba isso só fuinciona com filhote de bicho. —   Kawaki comentou incrédulo.

A Kakei exalou o ar pelo nariz, decepcionada pela falta de entendimento dele e não quis revidá-lo, apenas continuou olhando para Boruto, já notando que o loiro dormia mais tranquilamente, exibindo até um pequeno sorriso. Ela se agachou para ficar próxima ao ouvido do General e sussurrou gentil. 

—  Não se preocupe, logo você vai tê-la em seus braços de novo, Boruto-kun, a Sarada vai voltar pra você!

Boruto pareceu compreender, respirando fundo e pegando no sono profundamente.

Sorrindo triunfante, Sumire ficou de pé e se virou olhando para Kawaki, que a encarou admirado, disfarçando em seguida e dizendo.

—  Deve ter sido coincidência.

Notando a dissimulação do moreno, ela ocupou-se em preparar o medicamento para ele, entregando em um pequeno copo para que bebesse. 

—  Você acredita mesmo no que falou para o General?

Kawaki indagou, curioso. 

—  Claro que acredito, eu sei que a Sarada está bem. —  Sumire respondeu virando o rosto para fitá-lo.

—  Tsc. Como você pode saber de uma coisa dessas? —  ele replicou retórico.

Sumire terminou de guardar os utensílios médicos que havia usado, e se aproximou da cama do Capitão sentando-se num pequeno banco ao lado.

—  Eu tenho um sexto sentido para essas coisas, não sei explicar, mas nunca falhou.

Ela respondeu, notando que o moreno acompanhava cada movimento que fazia.

—  Que? —  Kawaki arqueou a sobrancelha estranhando a fala da jovem. —  Vai me dizer que é algum tipo de poder especial de curandeira?

Sumire deu um pequeno riso, cobrindo a boca com a mão.

—  Bem, acho que é apenas "coincidência" eu saber isso e ser curandeira. —  replicou jocosa.

Kawaki franziu o cenho, percebendo o uso intencional da palavra. 

—  Esse tipo de resposta não dá muita credibilidade.

—  Ah, então vou contar todas as vezes que meu sexto sentido me salvou, a primeira vez eu tinha seis anos de idade, quer ouvir?

Kawaki não respondeu, fazendo apenas uma careta.

—  Bom, vou entender isso como um sim, então. —  ela se ajeitou no banquinho e começou o seu relato.

Sob a voz suave e melodiosa da "contadora de histórias", Kawaki se pegou imaginando cada cena descrita, e, a cada novo relato, sentia sua mente e seu corpo apaziguados. Talvez fosse um segundo poder que a curandeira possuía, o seu cuidado e a sua presença pareciam ter mais ação do que as fórmulas medicinais, não demorando muito para que o moreno acabasse dominado pelo sono.

(...)

Mais uma manhã havia se passado, cheia de expectativa, esperança, dúvidas e agonia. 

A ausência de Sarada era sentida de várias formas, mas majoritariamente os sentimentos eram positivos, a fé na capacidade da Capitã e a confiança que a equipe de Kakashi era capaz de realizar até o impossível, mantinha os ânimos dos soldados e recrutas.

Apesar de sentir muito mais que os outros a ausência de Sarada, Boruto lutava para se manter otimista, mas a saudade e a incerteza sobre o paradeiro de sua bonequinha o dilaceraram por dentro a cada minuto, chegando quase a enlouquecê-lo.  

– Estou falando sério, Mitsuki! Se eles não voltarem até o final da tarde... eu mesmo vou atrás dela! – vociferou com os olhos azuis escurecidos, repletos de dor e preocupação.

– Você sabe que eu não posso permitir que faça isso Boruto. Você ainda não está cem por cento recuperado. – ponderou o albino. – Não dá para sair por aí sem nem ao menos saber por onde procurar. – Mitsuki tentou soar racional. 

– Mas quanto mais tempo demoramos para achá-la... mais as chances dela diminu... – 

Boruto deixou as palavras morrerem, sem coragem de pronunciá-las. Não se permitiria pensar tal absurdo. 

– Vamos pelo menos aguardar o retorno da equipe do Marechal... tenha fé meu amigo. Eu volto já, vou conferir os procedimentos de partida dos recrutas. 

Resignado, sem muita opção naquele momento, o loiro apenas assentiu, mesmo contrariado, ajeitando seu novo companheiro inseparável no ombro. 

– Só você me entende, Aoda... só você sabe o quanto aquela bravinha faz falta, não é? – Boruto murmurou na direção da cobra que incrivelmente parecia prestar atenção no que ele falava.

– Mas não se preocupe... Sarada vai voltar... pra mim... e pra você também. 

Sentindo-se extremamente inútil, deitado naquela cama enquanto a Uchiha ainda estava desaparecida, Boruto achava que não seria capaz de sobreviver se não a encontrassem logo. Mantendo os olhos fechados, ele fez a única coisa que poderia naquele instante, ele orou aos ancestrais para que cuidassem de sua bonequinha enquanto ele mesmo não podia fazê-lo. 

Já era perto da hora do almoço, quando um dos homens da equipe de busca retornou ao acampamento a cavalo trazendo notícias. O tenente Might Guy, conhecido por ser o mais veloz mensageiro, foi diretamente falar com Boruto trazendo consigo um pedaço de uma suposta armadura. 

– O senhor reconhece como sendo da Capitã Uchiha? General? – indagou num tom de voz animado, o homem.

Segurando com as mãos trêmulas, fazendo um esforço gigantesco para conter a emoção, Boruto engoliu em seco, respirando fundo algumas vezes a fim de acalmar o seu coração disparado.

– Si-sim... é da Sarada. – disse ele, odiando-se de como sua voz pareceu fraquejar. – Essa é uma parte da armadura que meu pai, o Coronel Naruto Uzumaki deu para ela. – explicou Boruto, ainda segurando a peça metálica como se fosse um tesouro precioso.

– Ótimo! Ótimo! Maravilha! Isso é um bom sinal, General... significa que estamos no caminho certo. – reagiu entusiasmado Guy. 

O tenente informou que a equipe iria permanecer com as buscas num perímetro próximo de onde a peça foi localizada. Porém a informação de que a armadura de Sarada havia sido encontrada na margem leste do rio, a aproximadamente vinte quilômetros de Kirigakure, aumentou ainda mais a apreensão de Boruto que estremeceu por inteiro.

– Isso... não é bom Aoda... não é bom sinal, como esse cara falou... Vinte quilômetros é muito, muito longe... Tem algo de errado! Eu sei que tem. Droga! 

Boruto abraçou firmemente a armadura da Uchiha, sentindo-se queimando por dentro, numa revolução intensa de emoções. Queria manter-se otimista, queria manter a fé que a encontraria com vida, mas o medo e o desespero o devoravam a cada minuto que passava longe de sua morena. E as informações que recebera não foram nada animadoras. 

Denki, o último recruta a vê-la com vida tinha relatado para Shikadai que havia visto Sarada correndo montada no cavalo de Kawaki, o Daikokuten, bem mais à frente do único ponto no Vale do Fim em que ela conseguiria escapar pela lateral, sem ser atingida pelas águas. O que levou o Nara a concluir, que a Capitã provavelmente teria sido arrastada pela correnteza. 

Shikadai comentou sua hipótese apenas com Mitsuki, e deixou que este decidisse se deveria ou não começar a preparar o General Uzumaki para o pior, já que talvez a equipe de Kakashi estivesse procurando por um corpo e não resgatando uma companheira.

Entretanto, talvez por acreditar que Sarada pudesse estar viva ou talvez simplesmente por apiedar-se do estado deplorável de Boruto, que transmitia aflição apenas pelo olhar, Mitsuki optou por aguardar o retorno da equipe do Marechal, mantendo aquela hipótese de que a Capitã possivelmente teria se afogado, apenas para si. 

Porém os rumores e cochichos entre os recrutas não passavam despercebidos por Boruto toda vez que ele saía da tenda médica para verificar se o andamento dos procedimentos do retorno dos recrutas, estava sendo feitos corretamente, conforme as suas ordens. 

Por mais que se esforçasse, era impossível para Boruto ignorar os olhares de pesar que recebia de seus homens, como se quisessem demonstrar condolências. Ele sabia o quanto Sarada era querida por eles também, o quanto ela significava como líder e o quanto eles tinham ciência da importância dela para ele. 

O General passou boa parte de sua vida militar contando histórias sobre a sua "bonequinha de pele branca como a neve e olhos negros como a noite para quem ele desejava voltar e se casar". E quando Sarada surgiu como uma verdadeira guerreira no campo de treinamento e enfrentou Jigen de igual para igual, o vencendo naquele combate, ela ganhou admiração e o respeito de todos. 

Boruto suspirou cansado, ainda um pouco dolorido no abdômen, notando seus homens abaixarem a cabeça em sinal de respeito toda vez que ele se aproximava, o fazendo se sentir ainda mais agoniado com toda aquela situação. 

– Já chega Aoda! Cansei de esperar. Amanhã pela manhã partiremos, eu e você atrás da minha Sarada e ninguém nos impedirá. – disse convicto ao retornar para sua barraca e começar a arrumar uma pequena sacola com seus pertences. 

Kawaki,  havia sido dispensado de ficar na tenda médica, vez que possuía apenas certa restrição em seu braço direito por causa do ferimento na escápula correspondente, tendo a necessidade de apenas um curativo ao dia, feito por Sumire. 

O que de certa forma foi bom, pois para ele, estava sendo difícil ver o irmão de coração sofrer daquela maneira. A culpa ainda o corroía, fazendo com que mal conseguisse encarar o General nos olhos.

Os raios de sol sumiam no horizonte quando o Marechal Hashirama veio se despedir de Boruto desejando-lhe boa sorte e rogando para que não perdesse as esperanças no resgate de Sarada.

– Garoto! Não desanime... A Capitã está viva! Se tem uma coisa que eu sei sobre os Uchiha é que eles são duros na queda! – brincou o Marechal, na intenção de animar um pouco o loiro. 

– Minha Sarada vai voltar... eu sei disso... 

Boruto murmurou de volta, não tão certo assim de suas palavras, mas desejando muito para que fossem verdade. 

Para celebrar o fim da guerra e o retorno dos recrutas dispensados para os seus respectivos lares, Hashirama ofereceu aos homens um jantar de despedida juntamente com o exército oficial que o acompanhava.

Em dúvida sobre o que fazer, achando que não haveria clima para festejos, muitos recrutas recusaram-se a participar, sendo necessário a interferência do General Uzumaki para convencê-los de que mereciam o gesto de agradecimento oferecido pelo Marechal e que seria esse o desejo de Sarada, caso ela estivesse presente.

Boruto designou o Capitão Kawaki para representá-lo, não vendo necessidade dele próprio comparecer. E mesmo que fosse obrigado, o loiro não iria, nem poderia. Totalmente quebrado por dentro, ao ponto de cometer uma insanidade, Boruto preferiu ficar no silêncio e isolamento de sua tenda, preparando-se mentalmente para o que iria fazer, optando por ter apenas a companhia de Aoda. 

Sem graça, Kawaki não recusou a ordem na frente do general, mas posteriormente avisou a Mitsuki que não iria ao jantar, cabendo ao albino seguir como o representante de maior patente.

Naquela noite Boruto preferiu não tomar os sedativos potentes que Inojin havia lhe ministrado na noite anterior, acusando o médico de tê-lo deixado dopado e com o corpo mole. 

Com um plano em mente, o General Uzumaki queria ter todos os seus sentidos intactos, pois no dia seguinte estava determinado a não ficar mais confinado naquele acampamento. Daria um jeito de ir atrás da equipe de Kakashi e participar das buscas por Sarada.

Pensava em aproveitar o momento logo antes de os recrutas se despedirem pela manhã, imaginando algum modo de despistar o Yamanaka, Kawaki e Mitsuki. Talvez podendo usar Sumire para distraí-los passando-lhe alguma falsa mensagem para que ela transmitisse aos demais fazendo-os se reunirem, enquanto ele fugia do acampamento.

Boruto sabia que provavelmente Kawaki e Mitsuki acabariam indo atrás dele assim que descobrissem, mas aí já estaria feito, não teria quem o levasse de volta, sem que ele encontrasse Sarada. 

Esse era plano que colocaria em prática assim que sol nascesse. 

– Boa noite, Aoda... descanse filhote... pois amanhã vamos resgatar a sua mamãe. – disse ele ajeitando a cobrinha roxa em cima do tórax e a cobrindo com a jaqueta da Uchida, sorrindo satisfeito, porém saudoso, ao inalar o cheiro doce dela. 

"Eu vou te buscar, Sarada... por favor sobreviva! Por favor, amor espere por mim!"

Com esse pensamento em mente, Boruto conseguiu pegar no sono mais rápido, motivado a ter um bom descanso pois em breve estaria reunido à sua pequena, mesmo que todos os motivos lógicos dissessem o contrário, mesmo que parecesse quase impossível, em seu coração ainda existia esperanças, e ele se agarraria a isso com todas as forças.

Continua...



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