Ave Maria, gratia plena
Dominus tecum.
Benedicta tu in mulieribus
et benedictus fructus ventris tui, Jesus.
Os corvos zombavam fora da igreja enquanto o homem chegava em seu carro. A presença divina naquele local, sagrado para muitos, fazia Christopher se sentir melhor nos dias comuns, mas hoje, ele estar alí parecia um pecado. Não se sentia pertencente, sabia que Deus perdoava os pecadores, mas hoje não.
Fechou a porta do carro e adentrou a igreja vazia com a bíblia embaixo do braço. Não sentia a presença de Deus hoje, só aquela coisa ruim pendurada nas suas costas. Sabia que ele estava alí, olhando para o homem enquanto ele rezava. Há semanas, Christopher estava tendo pesadelos. Era assim que os chamava, mesmo que um pesadelo não fosse capaz de fazer alguém acordar com os lençóis cheios de porra.
Se ajoelhou em frente ao altar, juntando as mãos em formato de oração. Respirou fundo ao sentir os olhos dele queimando nas suas costas. Não queria olhar pra trás, pois sabia que ele estava sentado em um dos bancos, o encarando. O que ele fez pra merecer aquilo? A sua fé não era forte o suficiente? Deus havia mandado aquela coisa pra testar sua fé, fidelidade, devoção?
Sancta María,
Mater Dei,
ora pro nobis peccatóribus,
nunc et in hora mortis nostrae.
Amen.
— Chris. Você prefere que eu te chame assim? — Sentiu vontade de chorar ao ouvir a voz da coisa vindo de trás de si. Parecia estar longe, no fundo da igreja, pois o eco era alto. Chicoteava nas paredes e voltava para o homem. Continuava a sua reza na esperança de que aquilo fosse só mais um pesadelo, que o sangue descendo pelo seu corpo até o seu íntimo fosse só nervosismo. Não aceitava, não podia acreditar que estava tendo uma ereção agora, no lar sagrado de Deus. — Ou você gosta mais de... Anjinho? Meu anjinho sujo e pecador dos cabelos enrolados.
A voz ficava cada vez mais próxima. O eco diminuía, e isso só deixava o homem mais nervoso. Passou a orar mais rápido e mais alto, implorando pra Deus que aquilo fosse embora logo. Mas não foi. De repente, o eco havia sumido. A voz estava ao seu lado, e a risada maléfica do ser zombava dele, da sua tentativa falha de contatar Deus e de esconder o pau que já pulsava entre as suas coxas.
— Eu acho você tão sexy quando você reza. Você fica todo sério, e concentrado...
— Vá embora. Você não é bem-vindo aqui, na casa do senhor. Nem na minha vida. Eu não sei o que você quer comigo, mas não vai conseguir. — Christopher respondeu irritado. De repente, seus olhos estavam abertos, e ele não estava mais de frente pra o altar, muito menos de joelhos. Estava sentado na cadeira onde o padre costumava repousar durante as missas, e Minho estava bem na sua frente, de joelhos, na mesma posição de reza que ele estava mais cedo.
— Oh, meu querido Deus... Abençoe essa refeição gostosa, grossa, e bem dura que eu estou prestes a colocar na boca. — A criatura zombou sorrindo, mantendo contato visual com Chris. Seus olhos eram vermelho sangue, suas pupilas estavam sempre dilatadas e encarando o pobre homem de Deus.
Christopher fechou os olhos novamente. Não queria encostar nele, muito menos ficar sujo do pecado empregnado na sua pele. Sua mente estava nublada, uma bagunça de emoções, tentava ao máximo separar o tesão e o nervosismo, o nojo e o desejo que sentia de uma vez só. Mas interrompeu a oração baixinha com um gemido alto ao, de repente, a boca de Minho estava completamente envolta no seu pau.
Os movimentos de vai e vem começaram. O homem se sentia sujo, seus olhos fechados agora pesavam de tanto prazer. Minho chupava estupidamente bem. Parecia que ele estava puxando a porra presa no seu saco só com a língua, e as mãos do mais velho de repente alcançaram seu cabelo. Não conseguia mais lutar, estava rendido com as pernas abertas pra o demônio de seus sonhos mais eróticos, e os gemidos saíam como se ele não conseguisse segurar.
Os sons faziam eco na igreja, os gemidos de Chris, os murmúrios que Minho soltava quando o homem apertava o seu cabelo, e os barulhos molhados da saliva estalando no pau alheio. De repente, Christopher se percebeu nú junto com aquela coisa, e mesmo que não pudesse, deu uma boa olhada no corpo de Minho. Ainda tinha um pênis como o seu, mas seios fartos e bonitos, e um pentagrama marcado em seu peito.
Jogou a cabeça pra trás quando sentiu o orgasmo vindo, Minho movia a sua pra engolir toda a extensão do loiro e chupar com vontade. Suas mãos repousavam nas coxas dele, agora usadas de apoio pra se afastar, e o homem quase engasgou quando viu Minho deitar de bruços em cima do altar do padre. Sua bunda estava empinada para Chris, e o pecado mais uma vez estava o chamando. Podia procurar suas roupas que não lembrava de ter tirado e sair correndo dalí. Mas tinha algo, algo que não deixava ele sair de perto de Minho, uma vontade incontrolável de enterrar o pau nele até aquele pesadelo acabar.
— Vem aqui, anjinho. Me fode bem gostoso, eu deixo você botar até o fundo. Mete tudo dentro de mim.
Glória Patri et Fílio et Spirítui Sancto.
Sicut erat in princípio,
et nunc et semper et,
in saecula saeculórum.
Amen.
Christopher levantou-se da cadeira com dificuldade, parecia que conseguia sentir o sangue correndo pelas suas veias, ardendo de tanto tesão. Seu pau formigava pela ereção dolorosa, e caminhou na direção de Minho, a favor da sua vontade mas contra todos os seus princípios. Gemeu alto com o primeiro toque, só de empurrar a cabecinha contra a entrada do ser, pensou que gozaria alí e agora mesmo.
Quando finalmente estava inserido, seu corpo se arrepiou da cabeça aos pés. Sabia que de alguma forma estava preso, não podia sair de dentro de Minho nem se quisesse, mas não queria. O ser se empinou ainda mais quando sentiu o saco pesado nas suas coxas, queria poder levar eles também, mas não cabia. Rebolou o quadril pra provocar o mais velho, recebendo um aperto gostoso em resposta, e em seguida, os movimentos começaram.
— Isso, anjinho... Caralho, você mete tão gostoso! — Os gemidos eram uníssonos, lágrimas se formavam nos olhos do homem por finalmente aliviar um tesão que estava acumulado há semanas. Surrava o pau com força no interior do rapaz, as mãos pesadas mantinham o quadril de Minho no lugar certo, e as vezes deixavam um tapa na carne gostosa. Chris quase conseguia sentir as mãos dele passeando pelo seu corpo todo, como um carinho invisível e fantasmagórico.
— Ah! Chris... Porra, reza aqui no meu ouvido...
E como Minho pediu, Chris obedeceu. Puxou o rapaz pelo pescoço, agora fazendo os seios fartos balançarem cada vez que os corpos batiam no outro pelas estocadas fundas. E em meio aos gemidos, Chris começou a sussurrar no ouvido do ser a reza mais bonita que ele conhecia; que fazia ele se sentir mais próximo de Deus.
— Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso Nome... venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu... — Agarrou os peitos fartos de Minho enquanto metia com mais força no interior apertado e carente. A cabeça do homem tombava pra trás em desejo e prazer, enquanto seu orgasmo ficava cada vez mais próximo.
O sangue começava a pingar nas costas de Minho.
— O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido... — As lágrimas do homem rolavam pela sua pele fervente, parecia estar febril de tanto prazer e vontade de gozar. Minho não estava diferente, a cada palavra sagrada que o mais velho proferia, seu pau fisgava com força. Não conseguia contar quantas vezes se derramou em porra pensando nesse momento; no momento em que Chris nunca mais pudesse se livrar dele.
— E não deixeis cair em tentação... Mas livrai-nos do mal, amém! — E nesse exato momento, os dois chegaram ao orgasmo. Christopher jorrou porra no interior do rapaz, preenchendo o canal apertado e guloso com o líquido quente e espesso. As pernas dos dois estavam bambas, e a sensação deliciosa do pós-orgasmo se estendeu por um bom tempo. Em um gemido alto e choroso, Minho havia se derrramado sobre a bíblia sagrada na mesa, seu sêmen perolado estava cobrindo grande parte da página.
Quando Christopher notou o sangue, já era tarde demais.
Levou sua mão até o rosto, e o gosto metálico o atingiu de repente; seu nariz e queixo estavam sangrentos, o suficiente pra pintar a pele branca de Minho com um tom avermelhado e frio. Não queria sair de dentro dele, estava tão gostoso alí dentro, mas teve que se sentar pra não cair no chão quando a tontura o encontrou. Lutando para deixar seus olhos abertos, Christopher adormeceu naquela escuridão de luxúria e dormência.
In nomine Patris,
Et Filii,
Et Spiritus Sancti.
Amen.
Semanas havíam se passado, e finalmente, as coisas lentamente voltaram ao normal. Não sonhava mais com aqueles pesadelos, muito menos via Minho nos seus sonhos, mas em compensação, não lembrava de um sonho sequer que tivera nesse período. Pelo menos não havia visto mais a coisa.
Chegava a igreja novamente pela primeira vez desde o acontecido. Todos o receberam calorosamente, e Chris estava feliz de estar de volta depois desse tempo sem ir à igreja. Disse a todos que estava doente, que viajara com sua família, mas era tudo mentira. A verdade era que estava apavorado de pisar na igreja e ver Minho novamente.
Antes da missa começar, o padre pediu que se dirigisse a ele. Recebeu Chris com um sorriso e um aperto de mão, expressando o quão feliz ele estava de ver o seu fiel mais generoso comparecer a missa.
— Senhor Christopher! Estou feliz de vê-lo aqui novamente. Que bom que melhorou da sua enferma. Estávamos todos rezando por você. — O homem deu um sorriso amarelo em resposta, já que a tal doença era uma desculpa pra não vir a igreja. Mas Deus com certeza o perdoaria por isso. — Quero apresentá-lo ao novo coroinha da igreja.
Ao ter seu ombro tocado, o rapaz com a bata branca e detalhes vermelhos deixou a taça que limpava sobre a mesa e virou-se para Chris. Sorriu ao ver o rosto familiar, e curvou-se em respeito.
— Olá, senhor. É um prazer conhecê-lo.
Christopher sentiu seu corpo se arrepiar da cabeça aos pés. Podia até ser enganado por aquele sorriso inocente e o rosto jovial, mas reconhecia os olhos vermelhos dilatados de Minho em qualquer lugar.
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