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História Se é Guerra que elas querem, é Guerra que elas terão! - O grande dia. - História escrita por oblivioni - Spirit Fanfics e Histórias
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História Se é Guerra que elas querem, é Guerra que elas terão! - O grande dia.


Escrita por: oblivioni

Notas do Autor


O pai demorou mas voltou! Levei duas semanas pra juntar inspiração e mais duas pra escrever, em compensação o capítulo ficou bem grande (só espero que não esteja cansativo de ler!).

Lembrem que o capítulo passado foi um extra, então esse aqui é a continuação do capítulo três, ok?

Ah, eu ainda não fiz uma revisão adequada, então se encontrarem erros me avisem por obséquio. Boa leitura!

Capítulo 5 - O grande dia.


Nami achava que aquele sábado estava agitado demais para o seu gosto. A princípio, era só o dia de sua formatura, mas a coisas se reviraram de um jeito que ela não esperava. Luffy está de volta e acompanhado disso estão todos aqueles pensamentos envolvendo uma relação com seu amigo. “Se vocês não perceberem isso sozinhos, certamente alguém fará isso por vocês”, foi a última coisa que ouviu Nojiko falar antes de sair de casa e desde então ela vem tentando entender o que sua irmã quis dizer.

— Maldita seja! — praguejou enquanto passava pela entrada da escola. Queria amaldiçoar a mais velha já que a tal frase grudou em sua cabeça.

A garota que a acompanhava estranhou a fala repentina de sua amiga. A ruiva era bem temperamental, de fato, mas não ao ponto de sair amaldiçoando os outros aleatoriamente por aí.

— O que houve? — perguntou a tal garota.

Os pensamentos de Nami a consumiam ao ponto de fazê-la perder o foco em tudo que acontecia ao seu redor, tanto que nem percebeu que havia pensado alto, por isso se assustou com a pergunta. Tratou de olhar a garota e pensar numa resposta convincente o suficiente.

Nico Robin é amiga de Nami há no mínimo dez anos. É uma morena de pele bronzeada, olhos azuis e um cabelo preto de comprimento médio em franja; beleza digna de uma atriz de cinema, pode-se dizer. Sempre fora uma garota reservada que lia a respeito dos mais diversos assuntos em seu tempo livre. Essa sua natureza estudiosa, além de sua inteligência natural, a colocou entre os melhores alunos da escola, era um verdadeiro diamante para a instituição.

— Ah, eu... — procurava palavras para justificar o feito anterior. — Eu só lembrei que a Nojiko deixou a louça pra eu lavar hoje mais cedo! — foi a melhor desculpa que conseguiu inventar.

Robin por sua vez, não pareceu nem um pouco convencida.

— Mesmo? — perguntou e fez questão de encarar muito bem os olhos da ruiva. — Eu bem que estava te achando estranha hoje. Você está realmente bem?

Outra coisa interessante sobre Robin: Ela percebe tudo. Ao mesmo tempo que é quieta, a morena é muito observadora, uma verdadeira personificação do “olho que tudo vê”. Vai ver ela foi de uma seita secreta em uma vida passada.

Nami reclamou mentalmente por isso. As capacidades de observação de sua amiga eram incríveis, porém não quando ela era o alvo. Olhava ao redor em busca de uma desculpa pertinente, o que curiosamente funcionou. Ela estava no campus de sua escola afinal de contas, o lugar que frequentou por anos cujo estava prestes a se despedir. Deixou um sorriso de canto ganhar vida em seu rosto, enquanto as memórias de seus anos escolares vinham à tona.

— Sabe, Robin, de fato não está tudo tão bem assim. — se pronunciou. — Olhe ao redor.

A morena fez exatamente como ela pediu. Olhou ao redor de todo o campus enquanto percorriam o caminho asfaltado. Ainda assim, isso não a fez entender o que sua amiga queria dizer.

— Hum, poderia ser mais clara? — perguntou Robin.

— Eu quero dizer que é a nossa última vez aqui. Já parou pra pensar em como isso é estranho?

— É verdade. — a morena também se permitiu dar um sorriso. — Acho que ainda não caiu a fixa de que estamos prestes a nos formar.

— Sim. E não só isso, a vida vai se tornar complicada daqui em diante... — Nami falou pensativa, encostando as mãos atrás das costas e entrelaçando os dedos.

— Você fala de se tornar uma adulta?

Na mosca. Robin era de fato a mestra em decifrar pessoas.

— Exatamente. — Nami confirmou. — Eu sei que nós duas somos espertas, maduras, responsáveis, lindas e tudo mais... — esqueceu de citar que é modesta. — Porém ainda assim, é meio assustador enfrentar uma nova fase. — explicou. — Não sou tão desbravadora quanto o Luffy.

— Fala do fato de ele ter se mudado sozinho para um lugar desconhecido só para ir atrás de seus objetivos? — outro tiro certeiro.

— Nossa, Robin! Seja um pouco menos precisa, por favor! — as duas riram. — Digo, é claro que hoje eu sou capaz disso, mas na época ele tinha só dezesseis anos e ainda assim aceitou tudo numa boa.

— Realmente, foi um choque pra todos nós na época. Ninguém imaginaria que o Rei dos Idiotas seria capaz ir tão longe... e vale lembrar que eu nunca concordei com esse apelido!

— É um apelido carinhoso, oras! — Nami falou cruzando os braços. — De qualquer forma, ele foi muito corajoso.

— Ele tinha de ser corajoso mesmo, é o nosso capitão a final de contas. Um capitão precisa inspirar coragem nos seus companheiros, não é?

Robin se referia ao fato de que quando crianças, elas pertenceram ao grandioso Bando do Chapéu de Palha. Na realidade, era apenas uma brincadeirinha de piratas, onde Luffy era o capitão do grupo constituído por Nami, Robin, Zoro, Usopp, Sanji e Vivi. Já que o moreninho era o capitão, ele escolheu o seu precioso chapéu como símbolo.

Nami encarou o céu permitindo-se recordar dos bons momentos de sua infância. Lembrou-se de quando ia à praia todos os finais de semana e fazia coisas bobas com seus amigos, como procurar conchas, pegar siris ou até caçar tesouros escondidos que sequer sabiam se existiam. Por mais que fosse só uma brincadeira que se perdeu ao longo do tempo, os laços de amizade daquela “tripulação” perduram até hoje.

— O Bando do Chapéu de Palha... — disse a ruiva após ser inundada por suas lembranças. — E pensar que o idiota do Luffy era o capitão. Aquele lá é mesmo o carisma em pessoa. — riu consigo mesma enquanto pensava nas características do amigo. — Mas você tem razão, Robin! O Luffy foi o primeiro a ir atrás dos seus objetivos, então temos que dar nosso melhor! — Nami concluiu erguendo o punho em direção ao céu.

— Isso! E não se preocupe. — falou a morena. Sua amiga a olhou curiosa. — Nós estaremos juntas nessa nova fase. Pode ter certeza que você não estará sozinha, conte comigo! — concluiu inclinando a cabeça e dando o sorriso mais meigo que conseguiu.

O coração de Nami saltou de felicidade por escutar uma declaração tão simples, mas ainda assim cheia de significado.

— Robin, eu te amo!  — ela não gritou, mas falou alto o suficiente para que outras pessoas por ali estranhassem o seu ato.

Enlaçou o seu braço no pescoço da morena e a puxou para si em um abraço um tanto desajeitado, porém genuíno. Uma coisa que Nami aprendeu com o Bando do Chapéu de Palha foi o valor de uma amizade, pois não é algo que se encontra em qualquer esquina. Existem poucas pessoas no mundo que ela pode chamar de amiga e Nico Robin com certeza era uma delas.

As duas continuaram o percurso naquele abraço torto e dando boas risadas. Só perceberam que haviam chegado no pátio principal quando viram que os demais membros do “bando” as encaravam.

Caham! — Vivi forçou uma tossida. — Ora, mas que bela cena, uma pena que minhas queridas amigas não me convidaram para participar dela. — A azulada cruzou os braços fingindo ciúmes.

— Deixa de manha e vem logo. — da mesma forma, Nami fingiu rispidez. Abriu seu braço esquerdo convidando a outra para se juntar.

— Chata. — murmurou Vivi antes de ir em direção às amigas e se enfiar no abraço.

Nefertari Vivi era a outra integrante feminina do grupo e dentre todos eles, foi a última a se juntar. Possui pele branca e um longo e majestoso cabelo azul, beleza digna de uma princesa. Assim como Robin, a azulada tem um laço fortíssimo com Nami que vem sendo forjado há anos.

— Vocês conseguem entender que a formatura é hoje? Porque eu ainda não estou preparada! — falava ela apertando as duas amigas.

— Pois é, estávamos falando disso agora. — Robin concordou.

— Uhum, enquanto se abraçavam por aí sem mim. — Vivi estreitou os olhos. Levou cada mão a uma das orelhas de suas amigas e as beliscou de leve. — Estou de olho em vocês!

— Tá bom, tá bom, já entendemos, Senhorita Ciúmes. — respondeu Nami. — Mas é como dizem: O melhor fica pro final! — A ruiva apertou ainda mais o abraço fazendo questão de se esfregar carinhosamente em Vivi.

— Eu sei que eu sou a melhor!

As três riam. Brincadeiras bobas e risadas descontraídas; foram essas coisas que tornaram a experiência no ensino médio mais tolerável. Se não fosse por isso, Nami com certeza teria feito muitas cabeças rolarem, porque se uma adolescente estressada pode ser perigosa, uma Nami — adolescente e estressada — poderia ser mais perigosa ainda.

Desfizeram o abraço e direcionaram a atenção aos demais ali presentes. Estranharam o fato de Sanji estar as encarando estático com uma feição esquisita e um leve sangramento nasal. Bem, se tratando do loiro, era bem óbvio o que se passava com ele.

— O idiota aí viu a gente se abraçando e pensou um monte de baixaria, não foi? — Nami deduziu  cruzando os braços.

Sanji nada respondeu, ainda estava processando a cena que vira há pouco. Era só um abraço entre amigas mas sua mente pervertida o permitiu ter uma verdadeira visão do paraíso, ou melhor, do seu paraíso.

A garota veio andando em sua direção, a cada passo dado, o loiro ia despertando e abrindo os braços para recebe-la.

— NAMI-SAN! — gritou ele quando sua amiga finalmente havia chegado bem perto, pronto para abraça-la.

— Acorda, ô imbecil!

Para a infelicidade de Sanji, não foi um abraço que ele recebeu, mas sim um soco; um muito bem dado por sinal.

— Por você ficar pensando coisas pervertidas! — finalizou ela colocando a mão esquerda na cintura.

— NAMI-SWAN, MINHA DEUSA! COMO SOU SORTUDO DE SER SOCADO POR VOCÊ! —  dizia ele em voz alta. Por incrível que pareça, a dor da agressão que sofreu não o incomodou nem um pouco.

Usopp, por outro lado, tremeu até as bases com o tamanho impacto que seu amigo sofreu.

— Como você consegue suportar a dor disso? — perguntou o narigudo surpreso. — Esse soco foi mais forte do que os que ela dava no Luffy!

— Eu tenho de suportar. Essa é a forma como a Nami-san demonstra seu amor, e como eu sou quem ela mais ama, os socos que ela dá em mim são mais fortes! — o loiro dizia confiante.

— Não mesmo. — disse Nami antes de batê-lo de novo.

— Venha, me bata quantas vezes quiser, serei seu saco de pancadas pessoal! — o loiro fez um biquinho, como se estivesse a convidando para um beijo; seguia sem se importar muito com a dor da agressão.

— Bem, esse deve ser o significado de “o amor cura todas as feridas”...

— Muito bem colocado, Narigudo-kun. — disse Robin dando sua típica risada abafada.

— Obrigada, Sanji-kun, mas eu passo a oferta. — a ruiva respondeu friamente. Era melhor evita-lo, estavam chamando muita atenção das pessoas ao redor e não era por ela ser bonita, era mico mesmo.

Vinsmoke Sanji era uma faca de dois gumes. Por mais que tivesse lá seus pontos positivos em ser paparicada por ele — como ganhar lanches deliciosos, por exemplo; isso se você fosse uma garota bonita —, por vezes o rapaz podia ser bem irritante. Essa era uma dessas vezes.

— Já que estamos todos juntos, por que não vamos para o auditório? — propôs a morena.

— Acho uma boa ideia. — concordou Zoro.

— É claro que sim, você não tem outra opção a não ser ir com a gente. — falou Usopp.

Zoro torceu o nariz.

— O que está insinuando, idiota?! — perguntou o esverdeado irritado.

— Ele fala do fato de você ser um perdido, marimo. — Sanji respondeu. Não iria perder a oportunidade de provocar seu inimigo.

— Ora seu...

— Bem, de fato eles estão certos, Zoro. — Vivi se pronunciou antes que começasse uma carnificina entre os dois arqui-inimigos. — Sair em direção à casa vizinha e vir parar na escola não é pra qualquer um!

Todos riram.

A única coisa que ele poderia fazer agora é fechar a cara, uma hora seus amigos parariam com as piadas — isso se ele não se perdesse de novo.

— Vocês podem ir na frente, nos encontramos depois! — disse a azulada.

— Para onde você vai? — perguntou Nami.

— Tenho que me reunir com as meninas do conselho daqui alguns minutos. 

Ela checou o relógio de pulso dourado — que parecia ter sido caro — para confirmar se não estava atrasada para a tal reunião.

Vivi era a presidente do conselho estudantil e atuava com duas garotas de cabelo rosado: Rebecca e Shirahoshi, a vice-presidente e a tesoureira, respectivamente. Esse conselho ficou conhecido nos últimos anos como “A Trindade das Princesas”, isso pelo fato das três integrantes serem bonitas e virem de famílias ricas e influentes — a imagem exata que vem à cabeça quando se pensa em uma princesa. Era uma alcunha até divertida, por vezes até usada de forma pretenciosa por pessoas que não gostavam de alguma das três garotas.

— Já está na hora de eu ir. Até já, pessoal! — a “princesa” se despediu e retirou-se.

Os demais também se despediram. Agora que o grupo estava todo reunido, o próximo ponto seria o auditório. Todavia, a pergunta que não queria calar na cabeça de Nami era: Quando e como Luffy irá aparecer? O moreno até agora não deu nenhum sinal de vida e isso a preocupava um pouco.

“Espero que ele não faça nenhuma idiotice”, pensou ela.

 

(...)

 

A euforia pairava sobre todos os alunos do terceiro ano da New World Academy. O tão esperado dia da formatura havia chegado e estava acontecendo naquele exato momento. Para alguns, era uma mistura de tristeza, medos e incertezas, por saberem que era o fim das brincadeiras diárias com os amigos, além de estarem perdidos em relação ao que iriam fazer a partir dali. Para outros, era motivo de grande alegria, pois conseguiram passar por cima de tudo e agora seguirão em frente em busca de novos desafios.

O grupo agora se encontra sentado em uma das fileiras horizontais de cadeiras. A mais ou menos uma hora o velho Sengoku — lê-se o diretor da instituição — começou a entrega de diplomas; Nami e Zoro eram os únicos dentre os cinco que ainda não haviam recebido o bendito papel. A ruiva já não aguentava mais esperar, o calor que a bata lhe causava somado com o auditório abafado de tão lotado formavam uma combinação que não caia muito bem.

O outro, em contrapartida, estava bem tranquilo — talvez até demais. Zoro não aguentou ficar sentado por tanto tempo e acabou por adormecer ali mesmo na cadeira. Não tinha hora nem lugar ruim para o Roronoa tirar uma bela soneca e em um momento chato como aquele, dormir poderia ser uma opção bem interessante.

“Francamente”, pensou Nami ao olhar para o rapaz adormecido. Ela se perguntava como a criatura conseguiu ser aprovado durante todos esses anos dormindo em todas aulas. Era só mais uma pergunta inexplicável envolvendo o misterioso marimo; deu de ombros e deixou seu questionamento para lá, talvez fosse o melhor a se fazer.

Tratou então de observar o que o Robin fazia e viu que ela ria enquanto era paparicada por Sanji. Era melhor não intervir caso não quisesse virar o alvo do loiro.

E quem sobrou foi Usopp, que para sua surpresa, fazia algo interessante. O narigudo olhava atentamente para uma garota loira que estava a algumas fileiras de distância. Nami sabia muito bem o que estava acontecendo, não era a primeira vez que via seu amigo observando a tal moça.

— Quando você vai criar coragem de chama-la pra sair? — perguntou sem nem cerimônia.

O seu ato repentino assustou o moreno e o fez dar um leve pulo na cadeira.

— Droga, não seja tão sorrateira!

— A culpa é sua por estar desprevenido, num vacilo desses eu poderia roubar sua carteira. — disse ela. — Brincadeirinha! — falou agora num tom descontraído, antes que desse tempo de Usopp checar os bolsos.

— Afinal, o que você acha que eu deveria fazer? — perguntou ele. — Digo, você acha mesmo que eu deveria convida-la?

— Eu não acho que você deve nada, a escolha é sua no fim das contas. A única coisa que eu acho é que não é normal alguém olhar tanto assim pra uma pessoa. 

— E é tão aparente assim? — Usopp se questionou preocupado.

— Uhum. — confirmou ela. — Bem, se quiser ajuda, fale comigo! — Concluiu com uma piscadela.

— Ah, não se preocupe! Você deve saber, eu sou bem experiente com garotas. Inclusive, no verão passado...

Nami nem se deu o trabalho de continuar a escuta-lo, se bobeasse, o nariz dele bateria em seu olho. Seu amigo é um medroso e sempre mente para esconder suas inseguranças — e mentia muito, taí uma coisa que ele sabe fazer, não tem um nariz grande à toa. Mas desconsiderando esse detalhe, Usopp é uma boa pessoa e Nami sabe que ele poderia superar suas barreiras se fosse por alguém querido.

— Roronoa Zoro. — a voz do diretor ecoou no auditório por meio das caixas de som, indicando que o rapaz do cabelo verde seria o próximo a pegar o diploma.

Nami tratou de acorda-lo imediatamente, mas claro que não o faria de maneira sutil. Juntou o dedo do meio ao polegar e com força, deu o melhor peteleco que conseguiu na testa do dorminhoco.

— AI! — ele reclamou ao mesmo tempo que despertou.

— Acorda, idiota. O Sengoku acabou de te chamar.

Zoro a encarou com ódio no olhar. Odiava ser despertado de seu sono e sua amiga o fez da pior forma possível.

— Bruxa... — murmurou o apelido "carinhoso" da ruiva.

Ela até faria algo, mas achou melhor deixar para outra hora, Sengoku não poderia ficar esperando para sempre.

O rapaz se levantou da cadeira um pouco confuso, ainda não tinha despertado totalmente do sono. Mesmo assim seguiu em direção aonde o diretor se encontrava. Porém antes disso, aconteceu o que já era de se esperar:

— ZORO, O PALCO É PRO OUTRO LADO!! — seus colegas gritaram em uníssono.

A situação arrancou risos até dos adultos presentes no auditório. Era impressionante a capacidade que ele tinha de se perder em qualquer lugar, até mesmo em uma linha reta.

O garoto murmurou algo inaudível. Estava visivelmente irritado com toda a situação, desde ter que participar daquele evento chato a ser corrigido por conta do seu senso de direção. Não era culpa dele se as coisas mudavam de lugar o tempo todo — ou pelo menos era nisso que queria acreditar.

Continuou sonolento em seu trajeto em direção ao palco. Ao chegar, foi cumprimentado pelo diretor:

— Você não muda mesmo, não é?! Qualquer dia eu te deixo passear com o meu bode, ele pode ser um ótimo cão-guia! – disse o mais velho.

Sim, o diretor tem um bode de estimação — que inclusive era a mascote da escola —, vai entender.

— Eu não me perdi, o palco que mudou de lugar! — explicou o mais novo, fazendo o diretor e os professores rirem de sua convicção.

Recebeu o diploma e sem ao menos parar para a foto ou cumprimentar os outros professores e saiu em direção a sua cadeira. Ao chegar em seu destino, sentou-se e prontamente tratou de cochilar. Nami, que não sabia se ria ou sentia vergonha por seu amigo depois de toda aquela situação, bateu a mão na testa ao vê-lo de olhos fechados novamente.

— O Zoro é uma verdadeira peça! — disse enquanto ria com seus amigos.

Agora ela era a única do grupo que ainda não havia recebido seu diploma. Com a mente vazia, a ansiedade tomou conta e ela não via a hora de pegar o maldito documento; já estava irritada naquela altura do campeonato. Até que, depois de alguns minutos, ouviu o diretor chamar uma aluna:

 — ... Nami.

Estava tão ansiosa que só ouviu o “Nami”. Nem prestou atenção no sobrenome, não dava para ter certeza se era ela.

— Hum, não deve ter outra Nami além de mim. — deduziu.

Seguiu em direção ao palco caminhando com confiança. Para quem via de longe, era como se estivessem vendo uma mulher desfilar numa passarela, quase uma cena de filme. Nami era mesmo muito bonita, somado com a autoconfiança que sua postura passava, não tinha como ela não ser admirada.

“Finalmente!”, a ruiva declarou mentalmente enquanto ia de encontro a Sengoku, que sorria para ela.

— Ora, se não é a nossa querida Nami! — disse o diretor. Ele estava visivelmente feliz, até porque todos que trabalham naquela instituição gostam da garota.

Ela sempre fora um exemplo tanto em desempenho quanto em comportamento. Junto de Robin e Vivi, as três eram algumas das “queridinhas” da escola e gostava de tirar vantagem disso às vezes

— Fico muito feliz de te entregar esse diploma, foi gratificante acompanhar seu desenvolvimento durante todos esses anos. — Falou enquanto a entregava o papel. — tenho certeza que se continuar com seu empenho, vai conquistar o mundo, querida! — Concluiu o homem.

Nami ficou feliz ao ouvir as palavras do diretor. Afinal, quem não gosta de um elogio de vez em quando? Era gratificante saber que os seus esforços nos últimos anos trouxeram resultados positivos.

Por hora poderia ficar mais tranquila, seu diploma já estava em mãos. Seguiu em direção ao seu assento e quando estava bem perto, Sani fez questão de recebe-la:

— NAMI-SWANN, VOCÊ ESTÁ AINDA MAIS LINDA AGORA FORMADA! — ele disse empolgadamente, com corações nos olhos.

— Obrigada, Sanji-kun, mas por favor, seja menos escandaloso. — respondeu preocupada com o aglomerado de olhares direcionados a eles.

— Como eu poderia não...

Antes que ele terminasse de falar mais algum exagero, Robin o cortou tapando sua boca com a mão. Estranhamente, isso o acalmou — possivelmente seria a magia de ser tocado por uma mulher bonita. Nami deveria agradecê-la por ter sido o “alvo” do loiro durante a cerimônia inteira, a morena era bem paciente com esse tipo de coisa.

— Muito bem Nami, agora estamos todos oficialmente formados! — disse Robin com um sorriso meigo.

— Isso! Agora vamos planejar onde iremos festejar! — propôs Usopp empolgado.

— Vai com calma, ainda temos que esperar a cerimônia acabar. — Nami falou.

Em outras palavras, ela tinha de esperar Luffy aparecer, todavia, não tinha a mínima ideia de quando aconteceria.

 

(...)

 

Após mais longos quarenta minutos de entrega de diplomas, não havia um aluno naquele auditório que não estivesse de saco cheio. Todos queriam ir embora e fazer o que diabos quisessem, a prioridade era apenas se ver livre da escola de uma vez por todas.

Até que finalmente, pouco tempo depois do último papel ser entregue, o diretor começa a etapa final do evento:

— Antes de finalizar a cerimônia, eu gostaria de chamar um convidado especial.

Todos ficaram curiosos. Era possível ouvir cochichos entre alunos vindo de todos os lugares, todos se questionavam ou tentavam deduzir quem seria o tal convidado.

Foi com essa frase dita pelo diretor que o grupo foi despertado do tédio, até mesmo Zoro — que havia acabado de acordar de seu décimo sono — ficou curioso; Nami por sua vez, já imaginava o que estava prestes a acontecer.

— O nosso convidado é um ex-aluno da instituição. Ele é um garoto muito querido por todos, embora tenha dado muita dor de cabeça para nós com suas peripécias. Há cerca de dois anos ele nos deixou para seguir corajosamente os seus objetivos. — Sengoku fazia um certo mistério, mas algumas pessoas já tinham uma imagem sendo formada em suas mentes.

Usopp em específico, estava boquiaberto.

— Não me diga que é o... — pensou ele em voz alta.

“Sim, Usopp. É ele mesmo.”, Nami respondeu mentalmente.

Até que finalmente o mistério foi quebrado:

— Por favor, recebam Monkey D. Luffy! — disse o diretor.

Agora não só Usopp, todos os alunos ficaram boquiabertos ao ver o garoto moreno surgindo do lado esquerdo do palco e caminhando em direção ao púlpito enquanto sorria abertamente. E os alunos foram à loucura, todos aplaudiam e gritavam euforicamente; Monkey D. Luffy era de fato um dos alunos mais queridos da história de New World.

Nami riu internamente vendo algumas garotas gritarem “LUFFY-SAMA!” com corações nos olhos. “Essas atiradas...”, pensou a ruiva com ar de superioridade.

— Quando foi que esse idiota chegou?! — Sanji se perguntou bem surpreso.

Já Zoro entendeu a situação de um ângulo diferente:

— Vejam só! — disse apontando para o moreno. — Eu não sou o único que se perde, olhem onde esse idiota veio parar! — constatou erroneamente.

Nami e os demais não tiveram outra opção a não ser bater as mãos nas testas, o Roronoa era um tapado quando acordava de seus cochilos.

Os membros do conselho estudantil, que também estavam presentes no palco foram pegos de surpresa da mesma forma. As três garotas mal conseguiam conter a empolgação; Vivi em especial, encarava o garoto com lágrimas nos olhos e um sentimento forte em seu peito. A azulada mal conseguia acreditar que finalmente, depois de dois anos, estava vendo seu querido amigo de novo.

“O Luffy... o meu Luffy está de volta!”, pensou ela, segurando-se para não correr e abraça-lo ali mesmo na frente de todo mundo.

A euforia no auditório não terminaria tão cedo a não ser que Luffy se pronunciasse, então foi isso que o moreno fez:

— Er... é um prazer revê-los! — aparentemente ele ainda não sabia muito bem o que falar, ainda assim, suas primeiras palavras foram suficientes para acalmar o lugar. — Fico muito feliz de poder voltar a este lugar que eu senti tanta falta. Talvez vocês estejam se perguntando o porquê de eu estar aqui e digo que não vim fazer uma simples visita. A verdade é que, para a felicidade dos que gostam de mim, eu estou voltando a morar aqui no East Blue!

Todos — com exceção de Nami, que recebeu a notícia antes ­­— se surpreenderam e a agitação subiu novamente.

— Mas o motivo disso pode ser um pouco surpreendente. — continuou o moreno, fazendo se acalmarem com o clima tenso em sua voz.

Dessa vez até mesmo Nami ficou curiosa, seu amigo não havia explicado o motivo de sua volta quando a visitou mais cedo.

— Eu estou deixando de ser um surfista profissional. — falou de forma direta e clara, de certa forma até chocante. — Eu sei que parece loucura, meus familiares pensaram exatamente isso quando eu falei que queria deixar o surf de lado. O motivo é bem simples: Eu amo o surf de coração, então não consigo encarar essa paixão com tanta seriedade. Eu saí dessa escola há dois anos em busca dos meus sonhos e consegui realiza-los; eu treinei muito, me tornei profissional antes dos dezoito anos, senti muita saudade de casa, conquistei muitas coisas e todo o resto; mas chegou uma hora em que eu achei que já tinha conquistado o suficiente, então estava na hora de ir atrás de novos objetivos. Não me arrependo nem um pouco da minha decisão, o mundo é grande e cheio de oportunidades, então não quero me limitar a apenas uma, meu compromisso é com a liberdade!

Parou brevemente, puxou o ar e fez a última declaração:

— CORRAM ATRÁS DOS SEUS SONHOS!

E mais uma vez, palmas e gritos de euforia eram ouvidos de todos os cantos. De fato, Luffy impressionou a todos com o seu belo discurso, Nami principalmente.

— Quando foi que ele ficou tão... maduro? — a ruiva se perguntou, observando bem seu amigo enquanto ele sorria no palco.

Ela também sorriu. Ficou de fato muito surpresa em ver o quanto seu amigo mudou de dois anos para cá; não era apenas uma questão de aparência mais madura, até mesmo sua postura e a forma como falava tinha mudado um pouco e ela só conseguiu perceber agora. Pouco a pouco, lágrimas escorriam suavemente de seus olhos, estava realmente feliz por seu amigo ter voltado.

Subitamente, esse sentimento de felicidade foi sendo deixado de lado quando ela viu o moreno cumprimentar as “princesas” do conselho estudantil. Foi estranhamente desconfortável vê-las o abraçando na frente todos e mais estranho ainda foi quando chegou a vez de Vivi. Nami observava de longe a azulada agarra-lo com todas as forças, enquanto lágrimas de felicidade caiam de seus olhos. Luffy retribuía o abraço na mesma intensidade, fazendo parecer até que eram um casal se reencontrava depois de anos — o que era verdade, pelo menos em parte.

“Que merda de sentimento é esse?!”, a ruiva perguntou a si mesma sentindo seu coração arder em chamas. Não tinha forças para evitar o olhar mortal que lançava ali de longe para sua melhor amiga e se amaldiçoava por isso, ao mesmo tempo que torcia para que ninguém percebesse.

É Nami, você mal espera o que vem pela frente.


Notas Finais


* Eu sou o cachorrinho da Robin antes do timeskip! Ela era um charme com aquela franja e aquele chapéu, minha morena dos sonhos (mas comentem aí se vcs preferem ela antes ou dps, quero saber :v ).

* Prometo que no próximo capítulo não vai ter piada do Zoro se perdendo, sei que já tá saturando mas é difícil me conter KKKK

* Tive a impressão de que o capítulo ficou meio confuso ou corrido demais ali pro final, então preciso do feedback de vcs!


É isso queridos e queridas, o pai tá esperando vocês nos comentários, quero matar a saudade e conhecer rostos novos! ;D


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