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História Se é Guerra que elas querem, é Guerra que elas terão! - Encrenca cor de rosa. - História escrita por oblivioni - Spirit Fanfics e Histórias
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História Se é Guerra que elas querem, é Guerra que elas terão! - Encrenca cor de rosa.


Escrita por: oblivioni

Notas do Autor


Mais uma vez esse autor sem-vergonha que vos fala não conseguiu atualizar na data que havia planejado, agora cá está ele postando o capítulo no último dia do mês.

Sem mais delongas, aproveitem o capítulo. Se encontrarem qualquer erro, me avisem para que eu corrija o mais rápido possível.

Capítulo 10 - Encrenca cor de rosa.


Alguns dias atrás: 

Depois de um longo dia de trabalho, Nojiko resolveu se encontrar com uma amiga para beberem juntas. As duas combinaram de se encontrar em um dos bares de Foosha, a praia que ficava mais próxima de seu estúdio e onde a tal amiga trabalhava de meio período como salva-vidas naquela época do ano. O local era simples, mas ainda assim arrumado e aconchegante; somando isso à ótima qualidade das bebidas e das comidas, era uma experiência perfeita, tanto que o lugar era muito frequentado em qualquer dia da semana.  

E lá estavam elas bebendo e jogando conversa fora há pouco mais de uma hora, tempo suficiente para que ambas já estivessem um tanto “alegres”: 

— Ah! — Nojiko soltou o fôlego depois de virar mais uma caneca de Chopp. — Eu estava precisando disso! — falou contente, jogando o seu tronco para trás e repousando suas costas no acolchoado do sofá. 

— Se segura aí, ô pinguça. — sua amiga de cabelos rosados brincou. 

Vinsmoke Reiju é o nome dela. Tem a mesma idade de Nojiko e as duas estudaram juntas no ensino médio, onde se tornaram boas amigas. É uma mulher formosa de pele branca e com um curto cabelo rosa. Os detalhes que mais chamavam a atenção eram sua franja que cobria o olho direito e também sua sobrancelha que termina em espiral, uma combinação que dava um charme a mais para a bela mulher. 

— Nem vem falar de mim, cê também tá melada que eu sei! — Nojiko implicou sem querer aceitar que era a única alterada naquela mesa. 

— Não é verdade! — embora seu rosto corado dissesse o contrário. — Esse bar aqui é bem legal, não sabia da existência dele até agora. — disse enquanto dava uma olhada de 360 graus no local.  

— Pois é, a dona daqui é a Makino-san, ela é filha do meu vizinho. Quando eu era pequena, ela cuidava de mim e da minha irmã de vez em quando. 

— Falando em irmão, os nossos finalmente se formaram, dá pra acreditar? — falou enquanto se debruçava sobre a mesa. Claramente havia entrado no modo “bêbada folgada”. 

— Uhum, o tempo passa voando! Até um dia desses a Nami era uma melequenta, agora a nojenta tem mais peito que eu! — Nojiko respondeu enquanto apalpava os próprios seios com frustração, sem dar a mínima importância para os olhares das pessoas ao redor. Sim, ela chegou no estágio “bêbada sem vergonha”.  

— Pois é, o Sanji quando pequeno era um chorão do tamanho de nada, agora tá mais alto do que eu! — deu um longo gole na sua caneca. — Ai ai, o tempo passa e nós seguimos solteiras... — constatou a própria desgraça. 

Já estava mais do que na hora de falarem sobre relacionamentos, afinal, é um assunto indispensável em uma boa conversa entre bêbadas. 

— Tsk, fale por você. Posso estar solteira agora, mas não por muito tempo... eu acho.  

Nojiko percebeu sua falta de segurança no que acabara de dizer, o que só poderia significar que não havia bebido o suficiente. Levantou mão sinalizando para que o garçom lhe trouxesse outra caneca. 

Reiju arqueou bem as sobrancelhas ao ouvir o que a outra falou, não tinha ideia de que sua amiga estava se envolvendo com alguém. 

— Você tá dando uns pega e nem me contou, é isso mesmo? Que tipo de amiga você é, em? — perguntou emburrada, apoiando a face na mão direita e desviando o olhar sabe-se lá para onde. — Vai, fala aí quem é o da vez. — falou sem encara-la nos olhos. 

— O Ace. 

— QUÊ?! — falou incrédula batendo as mãos na mesa e se inclinando para encarar a outra bem de perto, dessa vez não teve como evitar. — Então vocês não ficaram só uma vez?  

— Ele me chamou pra sair na semana seguinte, e sinceramente, nunca fui tão feliz por aceitar um convite! Fazia tempo que eu não me divertia tanto com um cara, então estou pensando sério sobre ele. — tateava levemente os dedos na caneca de vidro vazia. Seus lábios revelavam um sorriso tímido. 

— Hum, estou com inveja! — irritada, Reiju virou o resto do conteúdo da caneca em um só gole, limpando o buço melado de espuma logo em seguida. — Os irmãos D. são uns baitas duns homões, e pensar que a beleza nem é de sangue.  

— Isso também vale pra mim e para minha irmã, somos dois mulherões! — Nojiko falou com ar de convencida. 

A outra riu do excesso de autoconfiança da amiga. 

— O Sabo namora a Koala desde o ensino fundamental e você tá amarrada com o Ace. Lá se foram minhas chances de ficar com um deles. — disse em tom de derrota. — Se bem que o mais novo também é bem interessante... — falou pensativa.  

— Você conhece o Luffy? — a outra perguntou curiosa. 

— Claro, ele sempre foi amigo do meu irmão. Ah, e você não lembra do que aconteceu na praia alguns anos atrás? Ele estava surfando um dia e acabou caindo no mar de mal jeito. Não lembro com muitos detalhes, só sei que ele engoliu água e eu tive que ir correndo socorre-lo.  

Após a explicação, Nojiko finalmente lembrou do episódio e, junto a isso, surgiu um — não tão — leve questionamento: 

— PERAÍ, QUER DIZER ENTÃO QUE VOCÊ FEZ RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA NELE? — por conta do tom de voz elevado, acabou chamando atenção dos outros clientes mais uma vez, mas óbvio que seu estado não permitia que ela se importasse com isso. 

Reiju acenou com a cabeça positivamente, dando um sorriso malicioso. 

— Quando eu digo que conheço o Luffy, eu realmente quero dizer que conheço ele. — terminou sua frase sugestiva com uma risadinha sarcástica. 

— Sua safada, se aproveitou do menino indefeso na cara dura!  

— Ei, falando assim parece até que eu cometi um crime, não exagera! — reclamou. — Mas não vou mentir, depois que o susto passou e ele ficou bem, me senti feliz de certa forma. — ela disse enquanto tateava os próprios lábios, se lembrando da textura do garoto. 

Essa resposta deu brecha para que Nojiko a provocasse mais uma vez: 

— Então você gosta dos novinhos... — disse em tom de brincadeira escondendo a boca com a mão direita. 

— Nojiko! — a outra reclamou. 

Não tinha jeito. Se Nojiko já gosta de provocar as pessoas normalmente — sua irmã que o diga —, bêbada ela fica três vezes pior. 

— Agora eu me lembrei, a Nami ficou bem irritada nesse dia. Dizia ela que o Luffy era um descuidado e sempre preocupava os outros, mas agora eu sei que foi por outro motivo. — a azulada riu ao imaginar a irmã mais nova com ciúmes. 

— Então quer dizer que ela gosta dele? — Reiju perguntou. 

— Sim. Mas aquela lá é ossinho duro de roer, não admite por nada.  

A mulher de cabelo rosado ficou pensativa por um instante, até que um sorriso maquiavélico se formou em seus lábios. 

— Ei Nojiko, se ainda não tem nada rolando entre os dois, então não faz mal se eu tentar a sorte com ele, né? 

A outra ficou observando a amiga por alguns segundos com uma certa surpresa, se atentando para o sorriso formado em seus lábios. Ela estava mesmo planejando dar em cima de um garoto mais novo? Porém, algo lhe dizia que o pensamento da rosada era interessante de certa forma. 

— O que você tem em mente?  

— Digamos que eu quero encostar meus lábios nos dele de novo, mas com outras intenções... 

 

(...) 

 

A ruiva travava uma batalha consigo mesma deitada em sua cama. Seus olhos estavam fechados e ela queria que continuassem assim, mas sua mente... espere um pouco! 

“Tenho a impressão de que isso já aconteceu antes. Se bem me lembro, era para o meu despertador estar tocando agora, mas esse silêncio está tão bom, me dá até vontade dormir mais...”, Nami pensava consigo mesma e se aconchegava no travesseiro preguiçosamente. 

Antes que voltasse a dormir, sentiu que havia alguma coisa errada. Por algum motivo, parecia que havia alguém a observando. Foi abrindo os olhos bem lentamente temendo a possibilidade de estar em um de seus pesadelos assustadores. Quando finalmente os abriu por completo, o lado bom foi que ela descobriu que não estava sonhando, em contrapartida, percebeu que estava mesmo sendo observada. 

— KYAAAH! — ela gritou assustada, puxando o lençol para si. 

— AAAH! — da mesma forma, Luffy deu um pulo para trás com a reação brusca de sua amiga. — Ah, bom dia, Nami! — como se nada tivesse acontecido, mudou o semblante de susto para uma feição alegre e a cumprimentou. 

— Que bom dia o quê! Por que você está no meu quarto?! — ela mantinha-se agarrada ao lençol na tentativa de esconder seu corpo. 

Não é como se estivesse nua ou coisa do tipo, mas era desconfortável já começar o dia com alguém te vendo de pijama, ainda mais sendo o Luffy.  

— A Nojiko me deixou entrar, ué. — ele respondeu. 

Nami se irritou com a resposta idiota e nada esclarecedora. 

— Tá, mas o que você veio fazer aqui? — perguntou sem muita paciência. 

— Hoje é dia de praia, esqueceu? Eu disse que não ia te deixar fugir! 

— Tsk, então era isso... — falou ao se deitar novamente nada animada. — E quem vai além de nós dois? 

— O Zoro e os outros, o pessoal de sempre. 

Quando ela se imaginou sendo perturbada o dia inteiro pela chatice do esverdeado, as mentiras de Usopp e as inconveniências de Sanji, pensou que sua cama era o melhor lugar para se estar e nada a convenceria do contrário. 

— Eu não sei se estou preparada mentalmente pra lidar com vocês hoje, já passei três anos de ensino médio fazendo isso. — bocejou sonolenta. — Queria aproveitar esse começo de férias pra ficar em paz comigo mesma. — seus olhos iam fechando lentamente. 

— Vamos lá, Namiii!~ — insistiu enquanto sacudia levemente o corpo dela. — A Robin e a Vivi também vão, vai ser legal! 

Nada a convenceria do contrário, a não ser a garota de cabelos azulados. Subitamente, todo o sono que a ruiva sentia sumiu quando ela ouviu o nome “Vivi”, tanto que se levantou na mesma hora. E se a Vivi Iria, provavelmente Rebecca e Shirahoshi também. 

— Me dá uns 15 minutos pra eu me arrumar! — falou ao pular da cama. 

O moreno apenas observou a euforia repentina de sua amiga com um grande sinal de interrogação em cima da cabeça. 

— Ôxe! Há um minuto você estava tão desanimada, o que aconteceu? 

— Ah, é que... — coçou a nuca e olhou ao redor na tentativa de achar uma desculpa. — Eu estou com saudade das meninas, então isso me deu uma animada!  

— Faz sentido. Bom, estou indo arrumar minhas coisas também, te vejo daqui a pouco! 

— Certo!  

Por algum motivo, o moreno se dirigiu à varanda depois de se despedir, o que levantou uma leve curiosidade na cabeça da ruiva. 

— Espere, Luffy, não me diga que você vai-... — ele pulou da varanda antes que Nami terminasse de falar. — pular da varanda! — concluiu a frase quando já era tarde demais. — Fala sério, por que esse idiota não se comporta como uma pessoa normal? — reclamou enquanto o observava andando no quintal em direção à porta da casa.

Mas ela agradecia por ele ser um idiota, até porque se não fosse por isso, não teria sido convencido por aquela desculpa esfarrapada. A razão para ela ter mudado de ideia tão repentinamente era totalmente diferente. 

— Por mais que eu ainda esteja insegura em relação ao que sinto pelo Luffy, não posso ficar pra trás, tenho que garantir o que é meu! 

E no mesmo instante, a porta do quarto foi aberta, revelando uma Nojiko bem sorridente. 

— Vejo que tem uma pessoa bem decidida por aqui. — ela falou. 

— V-você estava me ouvindo?! — Nami perguntou um tanto envergonhada. — É incrível como não dá pra ter privacidade nessa casa! — massageou as têmporas. 

— É claro que eu estava ouvindo, eu sou a pessoa que mais está torcendo por vocês dois. — falou simplesmente. — Agora você admite que gosta dele? 

A mais nova fitou o chão por um instante antes de responder. 

— Talvez... 

— Ok, já é um avanço. Eu te falei que se você não percebesse sozinha, alguém faria isso por você. Pelo visto você só caiu na real quando outras pessoas começaram a ficar de olho no seu príncipe. — provocou. 

Nami bufou ao ouvir a palavra príncipe, era irritante 

— Sim, e o pior é que uma delas é minha melhor amiga. — andou até a cama e se sentou na beirada. — O que eu faço? — a aflição era nítida em seu tom de voz. 

Era difícil dar uma palavra de apoio sabendo da situação delicada que a irmã mais nova estava, ainda assim, Nojiko soube escolher bem o que falar: 

— Só seja sincera consigo mesma e com os outros, Nami. — falou séria.  

— O que quer dizer? 

— Você vai saber em algum momento. De qualquer forma, boa sorte, acho que vai precisar. — deu uma piscadela e se retirou do quarto.  

Após ouvir o baque da porta fechando, Nami se viu livre para ir até o guarda roupas e escolher o que iria usar. 

— Pelo visto, hoje será mais um longo sábado. — constatou enquanto mexia em suas peças de roupa. 

E será mesmo. Só Nojiko sabe do que está à espera da irmã mais nova, já Nami, possui zero noção. 

  

Nesse meio tempo, Luffy estava na cozinha de sua casa fazendo o usual: Caçando algo para comer. 

O moreno pegou algumas torradas em cima da mesa, que provavelmente foram deixadas lá por algum de seus familiares. Em seguida, foi até a geladeira, catou um pote de geleia de bacon — sim, de bacon — e com uma faca passou o conteúdo de pote nas torradas, enfiando-as na boca de uma vez só. 

O tempo passa, mas alguns hábitos nunca mudam. Para o moreno, ser esfomeado era uma característica indispensável.  

Em meio a isso, Garp entrou na cozinha à procura do neto mais novo. No instante em que o viu comendo feito um animal esfomeado, sentiu seus cabelos grisalhos arrepiarem. Como bom avô que é, tratou de discipliná-lo de forma adequada: 

— IDIOTA! — falou ao depositar um soco na cabeça do rapaz. 

O homem só não esperava que o jovem estivesse tão concentrado comendo ao ponto de se assustar com seu ato e se engasgar com a comida. 

— COF, COF! — o moreno tossia descontroladamente. Imediatamente, seu avô deu um tapa certeiro em suas costas, fazendo-o cuspir a comida.  

Garp rapidamente encheu um copo com água e o entregou às pressas. Depois de virar o líquido, o garoto permaneceu ofegante por um minuto, relembrando todos os momentos de sua vida até agora. 

— Velho maldito, eu realmente pensei que eu ia morrer! Por que me assustou desse jeito?! — ele reclamou após finalmente se recuperar. 

— É assim que você fala com a pessoa que te salvou?! — o velho reclamou. 

— Me salvou uma ova, eu me engasguei por sua culpa! — retrucou enquanto alisava o leve galo na cabeça.  

— Se você não comesse igual um macaco isso não teria acontecido, moleque desgraçado! — justificou-se. — Eu vim aqui te avisar que seu celular tocou umas duas vezes agora há pouco, melhor ir ver quem era. 

— Mesmo? Tô indo lá ver!  

— Espere, limpe essa sujeira antes! — falou apontando para os restos de comida cuspidos na cozinha. 

Mas já era tarde, o garoto já tinha saído do cômodo disparado antes de ouvir a reclamação do avô, como se tivesse esquecido do fato de que quase morreu ainda há pouco. Bem, era só mais uma situação qualquer para os homens da família D. 

Ele seguiu para seu quarto à passos rápidos, fazendo questão subir os degraus de dois em dois, esticando a perna o máximo que conseguia. Por ser tão elétrico, tamanha foi a sua curiosidade para checar a tal ligação. 

Chegando no cômodo, olhou ao redor em busca do celular até avista-lo em cima da cama. Se aproximou do móvel e pegou o aparelho, desbloqueando-o rapidamente. De fato, havia uma chamada perdida registrada, mas o número era desconhecido, o que deixou o garoto mais curioso ainda. Sem pensar duas vezes, apertou na opção de ligar para o tal número e esperou “longos” 15 segundos até que a chamada fosse atendida. 

Finalmente. Eu já estava maluca pensando que você nunca iria atender! — era uma mulher do outro lado da linha. Sua voz era uma mistura de luxúria, paixão e euforia. 

Ele travou no mesmo instante. Um forte sentimento de ansiedade começou a perturba-lo. Aquela voz era facilmente reconhecível, o único problema era a quem ela pertencia.  

— Ficou tão feliz em ouvir minha voz que está sem palavras?  

Ele juntou forças e finalmente respondeu: 

— Como você conseguiu meu número? — perguntou seriamente. 

Bobinho. Eu já te falei que você não pode fugir de mim, eu sempre irei te encontrar.  

— Eu já te disse pra me deixar em paz, por que ainda insiste?  

—  Em paz? — ela riu como se tivesse ouvido uma piada. — Nem eu nem você estaremos em paz se não estivermos juntos. Você pode tentar se afastar, mas eu sempre irei atrás de você, afinal, nós pertencemos um ao outro. 

A voz ecoou na cabeça do moreno como uma melodia serena e ao mesmo tempo assustadora. 

— Isso não... NÃO É VERDADE! — respondeu furioso. 

Quem quer que seja essa mulher, coisa boa não se pode esperar dela, não de alguém capaz de irritar o bobo e gentil Monkey D. Luffy. 

Certo, veremos se é verdade ou não. — deu uma risada convencida. — Eu estou aqui no East Blue e vou passar cerca de um mês. Acabei de te mandar o endereço do hotel onde estou ficando, então venha me visitar alguma hora, eu quero te ver. 

Luffy permaneceu em silêncio enquanto apertava o colchão da cama com os dedos. Ele realmente não queria ter que lidar com aquela pessoa, não mesmo. 

Vou entender seu silêncio como um “tudo bem”. Estou ansiosa pra te ver, querido!  

Ele nem se deu o trabalho de se despedir, simplesmente desligou a ligação na cara da mulher sem mais nem menos. Seu coração batia em um ritmo fora do comum. A força que vinha fazendo com os dedos já estava fazendo eles doerem. Ele pensava que ao voltar para sua terra natal, nunca mais teria que lidar com aquela mulher novamente. 

— Isso não pode estar acontecendo! — pensou alto. 

— O que não pode estar acontecendo? 

Se surpreendeu ao ouvir o timbre de voz feminino, direcionando o olhar automaticamente para a porta e encontrando uma ruiva com curiosidade no olhar. Ela trajava um vestido de praia verde com girassóis estampados, além de estar carregando uma tote-bag bege. 

— Desculpa por ter entrado sem avisar, é que a porta já estava aberta. — Nami falou sem se importar muito com sua intromissão no quarto alheio. Deixou sua bolsa na bancada e se sentou na cadeira do quarto, ficando de frente para ele. — E então, que cara de assustado é essa? 

Ele olhou ao redor tentando bolar uma desculpa, estava visivelmente nervoso. 

— Ah, não foi nada! Você já está pronta? — a melhor solução foi tentar desconversar. 

Para o seu azar, sua amiga não era tão idiota quanto ele, é claro que ela não iria cair naquele papo. 

“Ele está totalmente diferente de quando o vi agora há pouco. O que aconteceu para deixá-lo tão tenso?”, ela se questionou depois de observar seu comportamento estranho. 

— Fala logo o que aconteceu. — ela insistiu. Cruzou as pernas, apoiou o cotovelo na coxa e a mão no rosto, lançando um olhar penetrante.  

O moreno ia se sentindo cada vez mais encurralado, então só lhe restou a oportunidade de ser sincero: 

— Eu não quero falar sobre isso. — disse simplesmente. 

“Ele está mesmo escondendo algo?”, questionou-se com o nariz torcido. 

Luffy nunca foi o tipo de pessoa que tem segredos ou coisas do tipo, na verdade ele sempre falou abertamente sobre sua vida sem pensar muito, então por que estava se contendo? Era no mínimo suspeito — e preocupante. 

Continuou a observa-lo por um tempo tentando descobrir o que se passava com ele. O silêncio no quarto era desconfortável, e o moreno se esforçava ao máximo para não cruzar seu olhar com o da amiga. Após um minuto, sem chagar a conclusão alguma, Nami decidiu perguntar mais uma vez: 

— Luffy, o que aconteceu?  

— Eu já disse que não quero falar! — respondeu firme e levemente ríspido, pressionando bem os olhos. Essa reação revela o desconforto em virtude da resposta agressiva, ele realmente está agindo de uma forma fora do usual. 

A ruiva continuou o encarando de cenho franzido. Ainda esperava uma resposta, mas pelo visto, ele não estava disposto a se abrir.  

— Tudo bem então, pensei que você confiasse em mim. — cruzou os braços e virou o rosto com uma expressão emburrada. 

A leve chantagem emocional da garota surtiu efeito, ele sempre se sentia mal quando deixava sua amiga chateada. 

— Namiii~ — chamou-a de forma manhosa e se ajoelhou diante dela. — Foi mal por falar dessa forma com você. Mas é sério, não precisa se preocupar! — tentou tranquiliza-la. 

— Hum... — ela murmurou sem vontade. 

— Qual é, não fica desse jeito! — tentou amenizar a situação. 

Nenhuma resposta vinda dela. 

— É sério, eu já pedi desculpa!  

Novamente, ela optou por ficar calada. 

Luffy também decidiu apelar. Jogou seu tronco no colo dela e abraçou sua cintura, fazendo questão de encara-la com olhinhos de cachorro triste. 

Ela poderia estar chateada como for, mas resistir àquela “tortura psicológica” era demais. 

— Chato. — para a alegria de Luffy, ela se rendeu e acabou falando. 

— Finalmente, pensei que você ia ficar sem falar comigo! — choramingou e apertou mais o abraço. 

— Tá, tá, deixa de manha e termina de se arrumar logo. — falou sem paciência. 

— Certo! — se levantou rapidamente e começou a aprontar suas coisas. 

“Mas não pense que eu vou deixar esse assunto de lado com facilidade”. 

 

(...) 

 

Luffy e Nami se encontraram com Zoro antes de saírem de casa, e nesse momento os três já estavam na passarela da praia de Foosha.  

Mas a ruiva estava bem inquieta, já que o moreno, ao contrário dela, estava muito mais quieto do que o comum. Desde o caminho para a praia, o rapaz parecia avulso e evitava olha-la nos olhos, além de andar apressado, sempre na frente, sem acompanhar o ritmo de seus colegas. Ela sentia que tinha algo errado, e certamente tinha a ver com aquela ligação. 

Sim, mais cedo, quando Nami subia as escadas da casa de seu amigo, ela o ouviu falando alto. Não tinha entendido o que era, mas entrar no quarto dele conseguiu deduzir que ele havia acabado de desligar uma ligação. Agora a dúvida era: Quem poderia ser a pessoa com quem ele estava falando e o que ela fez para deixá-lo assim? 

É um mistério. A única coisa que ela tem certeza é que tem caroço nesse angu, e é dos grandes. 

Zoro que não é burro nem nada, conseguiu notar que havia algo estranho acontecendo.  

— Ei, bruxa. — o esverdeado a chamou a amiga em baixo tom para que Luffy não escutasse. 

— Que foi? — perguntou ríspida. 

— Rolou algo ruim entre vocês? — apontou com o dedo para o rapaz que andava um pouco mais à frente. 

— Entre nós, não, mas com certeza tem algo o incomodando. 

Os dois continuaram andando em silêncio, tentando decifrar o moreno de costas que caminhava absorto em pensamentos carregando sua prancha de surf. 

Antes de chegarem na escadaria da passarela, o trio foi interrompido por uma pessoa: 

— LUFFY!~ — era a voz de uma mulher que o chamava. 

Por um instante os três temeram a possibilidade de ser alguma das fãs do rapaz. Por mais que a notícia de que ele deixou de ser surfista profissional já tenha se espalhado a esse ponto, suas admiradoras ainda estavam à solta. Todavia, a tal voz não era desesperada, ela soou um tanto melódica, como se fosse alguém chamando um conhecido. 

Depois de procurarem de olharem em volta, os três jovens avistaram uma bela mulher de cabelo rosado saindo de um posto de salva-vidas. Seu corte de cabelo curto em franja era mais do que reconhecível, sua sobrancelha em espiral, nem se fala. Sim, a própria: 

— REIJU! — o moreno que até então estava sério e não soltava uma palavra, mudou seu semblante totalmente quando gritou alegremente ao reconhece-la, sem se importar em chamar atenção de outras pessoas. 

Nami em contrapartida, não teve lá uma reação muito feliz. Se tratava da irmã de Sanji e de uma das melhores amigas de Nojiko, porém Reiju está na lista de pessoas que ela prefere manter distância; isso por causa de um acontecimento do passado: 

Cerca de três anos atrás, em um dia de praia, Luffy acabou sofrendo um acidente enquanto surfava. E quem foi a pessoa que o socorreu naquele dia? Ela mesma: Vinsmoke Reiju.  

Nami nunca esqueceu a cena em que a mulher encostou seus lábios nos de Luffy. Na época ela justificou a raiva que sentira alegando que o moreno era inconsequente e deixava os outros preocupados com suas peripécias, mas hoje, ela consegue entender muito bem que era a mais pura e sincera expressão de ciúmes. É claro que no fundo ela se sentia mal, afinal, a Vinsmoke salvou seu amigo com aquele boca a boca, mas os sentimentos de uma mulher apaixonada são conflituosos, ainda mais quando ela não os admite. 

Reiju veio andando em direção ao pequeno grupo com uma expressão meiga em seu rosto. Ela trajava um maiô vermelho com a estampa de salva-vidas, peça essa que dava destaque para as curvas de seu corpo esbelto. As pessoas que passavam por perto não podiam evitar um olhar de admiração, é mesmo uma mulher de beleza estonteante. 

Antes que ela alcançasse o rapaz, ele deixou sua prancha ali mesmo no chão e correu para abraçá-la.  

— Que bom te ver! — ele falou depois de enlaçar os braços no corpo da rosada, que retribuiu de prontidão. 

— Pensei que você não ia se lembrar de mim!  

Talvez Nami preferisse que ele não se lembrasse, o que não era o caso. 

Luffy quebrou um pouco da proximidade para que pudesse encarar a mais velha e falou: 

— Como eu iria me esquecer da pessoa que me salvou? — concluiu com um de seus belos sorrisos. 

— Ai, você continua um amor de pessoa! — puxou-o e apertou o abraço novamente. 

Mas Reiju tinha outras intenções além de matar saudade. A forma como ela o abraçou fez com que rosto de Luffy ficasse bem próximo de seus seios, e claro que foi intencional. O moreno ficou sem entender aquilo, mas naturalmente não sentiu maldade alguma naquele ato, para ele era só um abraço. 

Já Zoro, sentiu um cheiro de encrenca subindo no ar, afinal, havia um ser bem perigoso perto dele e que não gostava de ver uma certa pessoa sendo agarrada por outras. Quando olhou para a ruiva ao seu lado, percebeu que ela estava rodeada por uma aura sombria, como estivesse pronta para cometer um assassinato. A gota d'água foi quando a rosada, ainda agarrada ao garoto, lançou um olhar de desdém nada discreto para Nami, e ainda fez questão de dar um sorrisinho de canto. 

"QUEM ESSA MULHER PENSA QUE É?!", Nami pensou enquanto era tomada por uma fúria tremenda. 

O coração do esverdeado gelou ao ver sua amiga cerrando os punhos, sabia que o Dragão Nami estava prestes a cuspir fogo. 

— Caham. —  Zoro limpou a garganta alto o suficiente para que Luffy e Reiju escutassem. 

Sua tática de chamar a atenção dos dois funcionou de prontidão, e logo eles se separaram, o que não significa que Reiju deixaria suas intenções de lado. Era de seu conhecimento que Nami nutria sentimentos pelo rapaz e o intuito era mostra-la que ela não estava ali para brincadeira. 

— Ah, Reiju, você lembra da Nami e do Zoro? —  o moreno perguntou, dando brecha para que seus amigos entrassem na conversa. 

— Claro, o Sanji está sempre com eles. Inclusive, ele sempre fala "muito bem" de você, Zoro! —  falou de forma sarcástica, concluindo com uma risadinha, o que o fez ficar um tanto emburrado. — E a Nami é irmã de uma boa amiga minha, não é? —  disse olhando para a ruiva. Não conseguiu evitar o sorriso de contentamento ao ver a raiva que o olhar da mais nova carregava. Estava tudo indo conforme ela havia pensado. 

— Uhum. — Nami respondeu olhando para uma direção qualquer. 

— Pelo visto eles não são de falar muito. — brincou, voltando sua atenção para o seu “alvo” em seguida: — Então, Luffy, ouvi boatos de que você estava bem diferente, mas eu não imaginava que fosse pra tanto! — levou sua mão direta à um de seus ombros. 

— Ora, você está exagerando! — falou descontraído. 

— Não mesmo! Há dois anos atrás você era bem magro, mas eu sabia que tinha potencial. —  desceu a mão do ombro para o seu peitoral à mostra pela camisa estampada que não estava totalmente abotoada. — Parece que você ganhou bastante volume. — ela tateava o abdômen por cima do tecido 

Ele corou. 

— Hum... v-você acha? — respondeu sem jeito. 

Nesse ponto, a bomba estava prestes a explodir e não tinha um "Zoro" no mundo que pudesse impedir. Nami chegou no seu limite. Primeiro ela começa o dia com o Luffy de segredinho, e agora ele fica dando mole para mulheres alheias? Não tinha como aceitar isso de braços cruzados. 

Deu dois passos violentos na direção do moreno e o agarrou pelo braço, dizendo: 

— Idiota, vamos indo. — disse friamente ao puxa-lo sem dar explicação, deixando o pobre garoto sem entender nada. 

Mas como para toda ação há uma reação, com Luffy não foi diferente. Ele puxou o próprio braço para si, resistindo ao ato da garota. 

Agora era ela quem estava confusa: 

— O que você está fazendo?  

— Eu que pergunto. — ele respondeu. — Por que me puxou do nada?  

Ele queria mesmo que ela dissesse “porque estou morrendo de raiva dessa cretina” em voz alta para poder entender?  

— É falta de educação interromper a conversa dos outros, sabia? — a rosada lançou uma provocação tão debochada quanto o sorriso em seu rosto. 

— Nami, você não pode agir pensando só em você. — ele falou. 

A ruiva mal conseguiu acreditar. Desde sempre, era ela quem definia quando e como as coisas aconteceriam e Luffy apenas aceitava. Talvez essa tenha sido a primeira vez em que ele resistiu. Agora ela está realmente com raiva.

Soltou o braço do garoto bruscamente e falou: 

— Então você prefere ficar aqui? Certo. — e se retirou. 

— Espera, Nami! — ele gritou. 

 Antes que saísse correndo atrás dela, Zoro o impediu: 

— Não se preocupe, eu já a alcanço. Por enquanto é melhor você deixa-la em paz.  

E foi a vez do esverdeado se retirar, deixando os dois a sós. Luffy ainda questionava o porquê de sua amiga ter reagido daquela forma. 

— Eu fiz algo errado? — perguntou. 

— Não mesmo, sua amiga que é meio esquentadinha, não é? — disse Reiju. 

Ele pareceu meio relutante, mas concordou: 

— É, talvez você tenha razão... — disse cabisbaixo. 

— Ora, não fique assim. Logo vocês se reconciliam. — confortou-o. — Olha, eu tenho que voltar ao trabalho. Se encontra com seus amigos que eu passo lá mais tarde para surfarmos juntos, que tal? 

— Eu iria adorar! — sorriu. Nunca que ele recusaria um convite desses. 

— Certo, te vejo depois! — se despediu com um beijo em sua bochecha. 

Luffy sorriu sem jeito com o gesto e se despediu com um aceno de mão. Catou sua prancha no chão e seguiu em direção ao seu destino. 

 A mulher ficou observando o mais novo afastar com um sorriso de satisfação estampado nos lábios. Estava contente por saber que primeira etapa de seu plano foi um sucesso. 

— Sabe Nojiko, isso está sendo mais divertido do que eu pensei! 


Notas Finais


Nojiko e Reiju são as melhores bêbadas do mundo KKKKKK sério, amei demais escrever esse diálogo entre elas!

Meu povo, dessa vez a demora não foi por falta de tempo, correria ou coisa do tipo; eu simplesmente tive dificuldade de escrever esse capítulo. Sinceramente eu não gostei muito do resultado. O começo ficou divertido e eu gostei até a parte da ligação do Luffy (e dá pra saber quem é a pessoinha que estava falando com ele, né? hehehe), mas do momento em que eles chegam na praia em diante, acho que a qualidade cai.

Bom, isso é o que eu acho, então quero muito saber o que VOCÊS acham. Toda crítica ou opinião construtiva é válida, e às vezes eu sinto falta de receber algumas, então fiquem à vontade para comentarem o que vocês acharam.

Vou ficando por aqui pessoal. Peço desculpas pela demora e agradeço de coração por terem lido <3


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