História Se ela patina, eu patino! (Lutteo) - Abrindo o jogo com meus pais, sobre rodas

POV MATTEO

Eu volto pra casa pensando no que acabou de acontecer. Eu quase beijei a Luna hoje. Eu não sei o que deu em mim! Eu simplesmente não consegui evitar. Ela estava ali, tão perto de mim, seus lindos olhos verdes brilhando sob a luz da lua, seus lábios aparentemente tão macios que me deixaram com um desejo enorme de beijá-los.

Mas aí a mãe dela apareceu e estragou tudo. Mas também me fez cair na real. Eu não posso me apaixonar por ela, de jeito nenhum! Eu estou apenas ajudando ela a ganhar uma competição besta. Depois disso vai cada um pro seu lado e pronto. Não posso me iludir! E também não pretendo me apaixonar de novo nunca mais!

Mas o pior de tudo é que ela pareceu corresponder ao nosso quase beijo. Se não fosse a interferência provavelmente estaríamos nos beijando até agora. Será que ela também está sentindo algo por mim? Acho impossível! Do jeito que ela me trata... Mas ao mesmo tempo... Não sei o que pensar!

***

Acabei de chegar em casa. Tendo subir escondido sem que ninguém me veja. Estou carregando a sacola com o meu figurino e não quero que me descubram. Mas é em vão.

           Sra Balsano: Matteo filho! Onde você estava? E que sacola é essa?

Pronto, já era! Mas quer saber? Eu não tenho porque esconder isso!

           — Isso mãe, é um figurino.

           Sra Balsano: Figurino de que?

           — Mãe, vamos pra sala conversar... Cadê meu pai?

           Sra Balsano: No escritório dele por que?

           — Vai chamá-lo por favor!

           Sra Balsano: Tá me assustando filho, tá tudo bem?

           — To mãe, confia em mim! Preciso contar um negócio pra vocês!

Ela então acenou com a cabeça e foi chamar meu pai. Eu sentei no sofá e fiquei esperando. Eu estava começando a ficar nervoso e suar frio. Minhas mãos também suavam. Então meus pais chegaram.

           Ricardo: Sua mãe falou que você queria conversar.

           — Sim... Sentem-se por favor...

Ele m olhou meio desconfiado, mas acabou sentando, seguido da minha mãe.

           Ricardo: Bom, pode falar...

Respirei fundo e comecei.

            — Bem, como vocês sabem, eu estou trabalhando no Jam and Roller pra reparar um erro que cometi.

           R: Sim, sabemos. Fui eu quem fiz isso lembra?

           — Sim pai... Mas acontece que agora eu não estou exatamente trabalhando lá...

           R: COMO ASSIM? O QUE VOCÊ FEZ MATTEO BALSANO?

          — Nada pai, espera que eu vou explicar!

           Sra Balsano: Calma querido, deixa nosso filho explicar! Continue meu filho!

           — Bem, acontece que uma garota que patina lá estava precisando de um novo parceiro, porque o dela se machucou e não poderia competir com ela. aí a Tamara descobriu que eu patinei lá e aí...

          Sra Balsano: Ela te pediu pra ser o substituto?

           — Sim, ela ofereceu isso em troca de eu não precisar mais limpar nada. Agora meu novo “trabalho” é patinar com essa garota.

Minha mãe levou as mãos a boca, e meu pai me olhou de cara feia.

           R: E quando pretendia nos contar sobre isso?

           — Sinto muito pai, mas fiquei com medo de você não permitir isso e a Luna precisa de mim.

           R: Mas não precisa ser aluno pra competir meu filho?

          — Isso a Tamara já resolveu pai, ela me deu uma bolsa...

           R: Uma bolsa?

          — Sim, só assim pra eu estudar lá...

           R: Mas você pode pagar! Olha filho não precisava ter escondido isso!

           — Eu fiquei com medo de você não aceitar isso, afinal nunca achou uma boa ideia eu patinar... Nunca me apoiou!

            R: É verdade, eu sempre achei isso uma falta de tempo! Mas depois que você simplesmente largou eu fui perceber que pelo menos a patinação não te deixava no ócio, e até te levou longe de certa forma! Pena que só percebi depois que era tarde demais. Mas deveria ter nos contado! Você tem condições de pagar, não posso permitir que tire a oportunidade de alguém...

           — Relaxa pai! Eu só pretendo ficar até o final da competição, depois eu saio!

            R: Tava bom demais pra ser verdade... — Revirou os olhos

           — Eu não pretendo voltar de vez a essa vida pai! Só aceitei pra não ter que ficar limpando banheiros! E vocês vão conhecer a Luna se forem assistir a minha apresentação...

           Sra Balsano: Sua parceira tem um belo nome! Ela é tão bonita quanto filho?

Essa pergunta me pegou meio de surpresa, mas ainda sim respondi.

            — É sim mãe, muito bonita! — Mas o jeito como falei pareceu estranho demais...

           Sra Balsano: Hum... Será que ela está te fazendo mudar?

            — O que? Como assim mãe?

           Sra Balsano: Eu tenho percebido suas pequenas mudanças meu filho... Estou tão orgulhoso de você!

            — Obrigada mãe — Eu realmente não contive o sorriso com minha mãe me elogiando em anos — A Luna realmente me faz ver as coisas de outra maneira, aliás eu estava com ela por que precisávamos comprar nossos figurinos, e é isso que tem na sacola.

Então eu abri a sacola e tirei meu macacão de dentro dele. Minha mãe quase que deu um gritinho, parecia uma adolescente.

            Sra Balsano: Mas que lindo filho! Eu adorei! Vai ficar tão lindo! Não vejo a hora de te ver! Nós vamos não é amor?

            R: Bem... Não sei se vai dar... Quando vai ser?

           — No sábado que vem!

            R: Bom, acho que devo trabalhar sába...

            Sra Balsano: Nada disso! — Minha mãe interrompeu — Vai desmarcar o que tiver marcado, e vai comigo ver seu filho patinar! E não aceito um não como resposta! Pela primeira vez na sua vida vá acompanhar seu filho em alguma coisa! Não só pra castigar! Nós vamos filho!

             R: Depois dessa eu até vou! — Disse levantando as mãos em rendição — Mas você tem razão amor, já perdi coisas demais da vida do meu filho! Com certeza eu irei!

Quando dei por mim eu estava abraçando ele, e ele a mim, nossa mãe nos abraçou por cima. Puxei da minha mãe o poder de persuasão e de conseguir o que quer.

             Sra Balsano: Os homens da minha vida!

E assim ficamos abraçados por um bom tempo. Por mim esse momento não acabava nunca. Pela primeira vez eu me senti uma criança novamente.

Mas estava feliz com isso. Muito feliz!