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História Se eu soubesse - Capítulo 12 - História escrita por UenaMota - Spirit Fanfics e Histórias
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História Se eu soubesse - Capítulo 12


Escrita por: UenaMota

Capítulo 12 - Capítulo 12


Fanfic / Fanfiction Se eu soubesse - Capítulo 12

Londres espelhava mais da metade de mulher que eu sou. Apesar de não ter vivido por aqui muito tempo, mas segundo as muitas pessoas ao meu redor, eu sou uma típica Londrina. Seja pelo sotaque que nunca me deixa, a minha paixão por literatura ou até mesmo a maneira como me locomovo. Parece que eu sai de Londres mas Londres nunca me deixará.

Eu estava trabalhando intensamente, procurando perfeição em cada virgula que eu digitasse. Enquanto os outros estavam trabalhando, eu procurava lugares inspiradores nas cidades que visitávamos, e escolhia uma parte da vida do Bruno para escrever naquele lugar.

Eu e o Bruno conversamos sobre a possibilidade de eu não viajar por tanto tempo com eles, afinal nós poderíamos ter as reuniões online e eu mandaria o que eu escrevia por email. Devo confessar que essa possibilidade me entristeceu um pouco, pelo simples fato de que esse trabalho está sendo mais do que eu jamais poderia descrever. Vai muito além da oportunidade, é algo que eu realmente precisava para viver em paz. Longe do que LA estava me trazendo. No final das contas não resolvemos nada e o Bruno deixou claro que o ambiente da tour me ajudaria a descrever o que ele estaria sentindo. E que ele sozinho jamais descreveria com perfeição tais sentimentos.

—Você nasceu em Londres, certo? —Jamareo me perguntou enquanto pegávamos as chaves dos quartos.

—Sim. Mas saí daqui muito nova, nunca vivi realmente em Londres.

—Mas você tem muito sotaque, parece que viveu aqui por muitos anos. —Philip junta-se ao nosso lado.

—Nunca entenderei esse meu sotaque, meus pais se tornaram americanos no exato momento em que nos mudamos. —Dei de ombros. Como eu sinto falta dos meus pais. De receber minhas Jasmins enquanto conversávamos na cozinha. Mamãe preparando Scones para o nosso chá da tarde. Sinto falta de ser acarinhada. De ser importante na vida de alguém.

Diferente de Amsterdã, não ficaríamos todos no mesmo andar do hotel. Porque estava acontecendo um torneio na cidade, ou algo parecido, e não tinha um andar disponível.

Hoje os meninos pareciam diferentes, o Bruno e o Phil falaram bem pouco comigo, e os outros parecem sérios também. Não acho que estão envergonhados pelo o que foi a after party passada, e como alguns deles levou para o seus quartos mulheres, sim, mais de uma. Eu liguei o foda-se para o que eles fazem, não me interessa e não me afeta. Se eles próprios dizem que as suas companheiras concordam com isso, o que eu acho estranho, eu não serei a chata em discordar.
Ouvi algo sobre as primeiras damas estarem vindo, o que me faz acreditar que isso tem a ver com o tratamento que estou recebendo. Não sei bem o porquê, afinal eu fico léguas de distancia desse bando de macho sem noção e com o ego inflado.

E essa coisa começou depois de eu ter encontrado com eles no Lobby do hotel, eles estavam indo ensaiar e eu trabalhar no jardim. O Bruno recebeu uma ligação e ficou bem putinho, parecia ter sido a sua namorada. Ouvi algo como ciúmes de alguém e meu belíssimo nome. Mais tarde, quando voltei eles estavam jantando e conversavam algo serio até me verem. Eu me senti deslocada, e agradeci muito pela Julie me ligar e eu precisar sair de perto deles. Desde então, nem mesmo o Phil é simpático. Não estou recebendo esse tratamento de toda a equipe, mas eu tenho mais contato com os músicos, e esses estão estranhos. Acho que as primeiras damas deles devem sentir ciúmes, mas estão sentindo da pessoa errada.

Sendo assim, sou simpática quando eles são e fora isso, me privo pois não sou obrigada a ser confundida como amante deles. E eu duvido que eles perguntam nomes das mulheres com quem eles dormem todas as afters. Coisa chata.

Nos separamos para subir o elevador, e eu agradeci por no meu andar não ter nenhum deles.

—Nos vemos no ensaio? —O Bruno perguntou quando entrou no elevador.

—Provavelmente sim. —Respondi.

Eu tinha tempo até decidir se era necessário ir para o ensaio, até porque eu iria ao show e era lá que as coisas realmente aconteciam. Eu não estava tão cansada, então preferi assistir um filme. Não me recordo a última vez que assisti TV. Não sou uma pessoa de assistir, prefiro sentar numa poltrona bem macia, colocar um som ambiente e ler um bom livro. Eu deveria mudar esse hábito, agitar um pouco a vida e conhecer pessoas novas. O filme falava de decepção, e eu deveria adotar essa palavra como.sobre nome. Uma Jasmine que se fode e se decepciona. Nada novo sobre o sol.

Despertei com meu celular tocando.

—Alô? —Nem tinha olhado quem era.

—Desculpa te acordar. —Era o Bruno.

—Sem problema. —Levantei e olhei para os créditos do filme que aparecia na tela. Definitivamente não sou uma pessoa de filmes.

—Estamos indo para o ensaio em 10 minutos. Quer ir conosco?

—Sim, eu encontro vocês em 10 minutos. —Finalizamos a ligação e eu corro para tomar uma ducha antes de sair.

(...)

—Um pouco mais de agudo. —Ouvi o Bruno pedir.

Estava sentada o mais longe que consegui. Me acomodei em algumas cadeiras e trabalhei. Um dos rapazes da produção me trouxe café e foi extremamente simpático comigo. Os outros continuam sendo uns ridículos. Se não fosse pelo trabalho, já teria mandado de foder. Cansei de odiar aos poucos, agora eu odeio na primeira pisada na bola e foda-se. Meu mantra agora será esse. Ouvi gargalhadas femininas e infantis, o que chamou a minha atenção. As moças ciumentas chegaram. Eu já me importei muito com o que as mulheres falavam do meu marido, brigava mesmo, até que ele me traia com chilique ou sem. Parei de ligar e fui corneada. Muito corneada. Deveria cavar um poço de petróleo com esses chifres, me deixaria milionária.

Continuei trabalhando, não sei se elas gostariam de conhecer a amante de todos eles. Por Deus! Dei um gole generoso no meu café e continuei a fazer o que eu tinha sido contratada para fazer.

Meu celular vibrou, chamando a minha atenção. Era uma ligação do Bruno.
—Jasmine, estamos saindo para almoçar, quer nos acompanhar? —Olhei para frente e ele acenou para mim. Agora eu sou a Jasmine.

—Obrigada pelo convite, mas eu estou muito concentrada e prefiro terminar o meu raciocínio. —Recusei educadamente.

—Tudo bem então, bom trabalho. —Falou e desligou. Ótimo. Os vi sair do palco e caminhar até a saída dos fundos.
Acho que eu cheguei num ponto da minha vida que nada me atinge, eu só revirei os olhos para a situação e ri.

Assim que eu terminei minhas anotações, peguei as minhas coisas e resolvi voltar dar uma volta comer algumas coisa já que eu estava faminta. Eu conhecia muito bem Londres, quando criança costumávamos passar nossas férias de verão por aqui. Eu sempre me senti em casa por aqui. Resolvi ir comer em um pequeno restaurante, que não era muito conhecido mas que era uma dos meus lugares favoritos.

Um ambiente encantado, parecia que estávamos num conto de fadas. Me sentei numa  mesa bastante reservada, que tinha a visão privilegiada do parque que ficava em frente. Almocei tranquilamente e tomei o meu chá antes de voltar para o hotel.

No caminho eu me sentia bem angustiada, como uma das chatas crises de ansiedade que eu tinha. Em medo surreal, meu corpo tremia e eu sentia necessidade de gritar. Respirei fundo algumas vezes, coloquei meus fones de ouvido e tentei me acalmar ouvindo uma musica.
Desci uma quadra antes do hotel, resolvi caminhar e sentir o vento soprar meu rosto. Um vento frio e pesado, me fazia relaxar aos poucos.

O lobby do hotel estava bem movimentado, até mais do que na hora em que eu sai. Supus que os hospedes do tal torneio havia chegado ou estavam saindo. Caminhei decidida em direção ao elevador, queria tomar um banho quente e deitar.

Uma mão impediu que eu caminhasse, aquele toque, aquele aperto. Não precisava olhar o rosto para saber de quem era, já que o alerta de pânico estava instalado na minha alma.
            —Babe. —Pude ouvir a sua voz quando ele tirou os fones de ouvido.
           —Michael. —O olhei com aquele sorriso perverso que me tirou a paz.
           —Hoje é o meu dia de sorte, Londres sempre me trás muita sorte.

—Flor. —Ouvi um dos melhores amigos do Michael me chamar. O Jake, aquele cara que bateu na namorada um tempo atrás. —Bem que o Mike disse que estava se sentindo sortudo hoje.

—Jackson. —Tentei sorrir. —Eu preciso ir. —Minha voz saiu num sussurro que me deixou em pânico.

—O que você está fazendo aqui? —O Michael se virou para mim e como sempre, me fez  sentir pequena e frágil.

—Estou trabalhando.

—Flor, você está trabalhando com o Bruno Mars? —O Jackson estava ao lado do Michael e ambos me encaravam.

—Sim, estou trabalhando para o Bruno. —A mão do Michael rodeava o meu pulso fortemente.

—Você escreve musica?

—Não, estamos trabalho num projeto secreto. Não posso falar sobre o que é. —Tentei me livrar do aperto do Michael, mas ele apertou um pouco mais. —Michael eu preciso ir.

—Eu estou hospedado aqui, nos vemos no jantar mais tarde. —Afirmou liberando o meu pulso mas não deixando de dar um ultimo aperto.

Me virei pro elevador e caminhei o mais rápido que eu consegui. Minha visão turva, meu corpo tremulo e meu coração doendo em meu peito. Quando o elevador abriu eu entrei de cabeça baixa, e somente quando a porta se fechou, eu olhei onde ele tinha apertado e passei a mão o lugar que queimava.

—Jasmine? —Levantei a cabeça para a voz feminina que me chamava.

—Sim. —Tentei me recompor.

—Sou Urbana, a esposa do Philip. —A mulher com cabelo vermelho e muito bonita se apresentou. Me lembrei das fotos que o Philip havia me mostrado de sua família.

—Desculpa. —Limpei as lágrimas rapidamente. —O Philip me mostrou fotos da belíssima família de vocês. É um prazer conhecê-la. —Estendi a mão para ela, que aceitou sorridente.

—Obrigada. Só trouxe apenas dois dos pequenos soldados da tropa que temos juntos. —Riu. Eu bem que tentei sorrir mas eu estava em outro mundo. Meu corpo tremia inteiro.—Você está bem?

—Eu estou. —Minha voz soou estranha. —Preciso ir. —Falei quando o andar do meu quarto chegou. —Te vejo por aí Urbana? —Perguntei.

—Claro, Jasmine. —Concordou e me acenou um adeus quando eu saí do elevador.

Minhas pernas bambas, foi difícil até conseguir abrir a porta.

Tirei a minha roupa, jogando-as pelo quarto e corri para o banheiro, de cabeça baixa para não ver o que o meu rosto me mostraria. A água fria tocava o meu corpo de forma dolorosa, eu chorava copiosamente quando água entrava em contato com a minha pele. A minha alma ferida, a minha cabeça perdida.

Uma dor incomparável. Que dói na pele. Que dói na alma.


Notas Finais


-u


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