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História Se eu soubesse - Capítulo 38 - História escrita por UenaMota - Spirit Fanfics e Histórias
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História Se eu soubesse - Capítulo 38


Escrita por: UenaMota

Capítulo 38 - Capítulo 38


 

 

Minha mãe conversava comigo, seu sorriso estonteante. Porém eu não estava no mesmo clima que ela, eu me sinto incrivelmente cansada. É como se eu nao conseguisse abrir os meus olhos de tão pesada que minhas pálpebras estavam.
—Mãe me desculpa, eu só preciso descansar um pouco. —Pedi baixinho. Não tenho certeza se ela me ouviu.
—Você precisa abrir os olho, minha filha. —Ela veio ao meu encontro. —Nós estamos tão felizes com você aqui, mas você precisa abrir os olhos. Seu bebê precisa de você. —Me abraçou.
—Tudo bem mamãe. —Concordei abrindo os meus olhos com muita dificuldade.

A luz branca invadiu os meus olhos obrigando-me a fechar rapidamente. O som ambiente era rodeado de bips e outros eletrônicos. Onde eu estava?
—Senhorita Jasmine? —Alguém chamava o meu nome. —Vou chamar o seu médico senhorita.
Médico?! Voltei a abrir os meus olhos e notei que estava em um quarto de hospital. Hospital?! Um bip começou a apitar e eu fechei novamente os meus olhos. Lembranças daquele pesadelo circularam por minha cabeça, o pânico que me dominou e as dores que eu senti. Todas aqui, presentes em meu corpo. Ele me bateu como sempre fazia, o choque de suas mãos em meu rosto continuam fazendo o meu rosto formigar.
—Jas? —Ouvi uma voz reconfortante. —Você está segura. —Sua mão segurou a minha que tremia.
Voltei a abrir meus olhos tentando afastar as lembranças porém meu corpo ainda estava em estado de choque. Me virei para o Bruno que me olhava atentamente.
—Vai ficar tudo bem. —Voltou a falar. Eu queria poder falar, mas eu não conseguia. Lágrimas desciam pelo meu rosto, eu só queria saber se meu bebe está bem. Será que ele me deixou?
—Senhorita Jasmine. —Um homem entrou na sala. —Sou o Doutor Bailey e estou cuidando da senhorita.
Vi quando uma enfermeira entrou trazendo o que parecia ser água.
—Isso vai ajudá-la. —Gentilmente colocou o canudo em meus lábios. —Beba devagar. —Suguei o liquido e foi o bálsamo para a minha alma. Eu não havia percebido que estava com tanta sede.
—Me dê mais um pouco, por favor. —Pedi quando ela tirou a agua de minha boca.
—Claro minha querida. —Sorriu trazendo de volta o liquido.
—Senhorita como se sente? —O Medico colocou-se ao meu lado verificando os aparelhos que estão ligados a mim.
—Minha cabeça e o meu corpo doem. —Tentei notar o que mais doía. O meu coração no momento era o que mais doía.
—Vamos aumentar um pouco da dosagem dos seus remédios.
—E o meu bebê? —Chorei ao fazer a pergunta. Temendo a resposta e o que aquilo faria comigo.
—Seu bebê está bem senhorita. —Fechei os olhos e senti o que aquelas palavras causaram em meu corpo.
—Você se lembra do que aconteceu?
—Eu estava esperando o delivery que o Bruno mandaria para mim. Me lembro de tomar banho e ouvi as batidas na porta. —Era como se eu vivesse aquela cena diante de mim. —Quando eu abri, ele entrou e fechou a porta. Eu pedia para ele sair mas ele me ignorava. Eu acho que fiquei enjoada e ele veio até a mim preocupado dizendo que eu estava pálida. —O olhar que ele me dava era o meu maior medo. —Ai ele notou a minha barriga e me perguntou se eu estava gravida. —Fiz uma pausa com a dor de cabeça que eu sentia. —Ele começou a me bater, eu tentava proteger a minha barriga para ele não chutar. —Chorei. —Lembro de jogar um vaso nele e gritar por socorro. —Meu corpo voltou a tremer.
—Shii. —O Bruno sussurrou em meu ouvido. —Vocês estão seguros agora, está tudo bem. —Segurei a sua mão com forca.
—Senhorita, vamos deixá-la descansar. Já se passou uma semana desde que tudo aconteceu. —Uma semana?!—O seu corpo precisava de um tempo para se reestruturar por você e pelo seu bebê. Seu corpo ainda vai ficar dolorido por um tempo, seus cortes estão em processo de cicatrização.
—Posso dormir agora? —Pedi baixinho por conta da minha dor de cabeça. —Minha cabeça está doendo e eu estou tão cansada.
—Descanse Jasmine. —Ouvi sua voz antes de voltar a fechar os olhos.



*Bruno*

 

Eu tinha acabado de chegar em casa quando recebi a noticia do que tinha acontecido com a Jasmine. O Phil me ligou falando que o Michael Carter tinha invadido a casa dela e que ela tinha sido encaminhado para o hospital as pressas.
Um medo me corroeu até que eu chegasse na porra daquele hospital. Ninguém conseguia vê-la, só conseguíamos ver enfermeiras e médicos correndo o tempo inteiro para a sala que ela estava.
Soubemos pela policia que o entregador do jantar que tinha pedido para ela, ouviu seus gritos de socorro e ligou para a policia. O rapaz junto com o seu vizinhos invadiram o apartamento e a encontraram no chão desacordada e coberta de sangue.
Eles conseguiram deter o filho da puta que também estava bem ensanguentado e a policia o levou para a cadeia. Preferiria que esse lixo estivesse morto.

O medico nos falou que ela tinha sofrido um trauma na cabeça e que o sangue vinha dos cortes que tinham em seu rosto e algumas partes do corpo. Eu contei que ela estava gravida e eles depois de fazer todos os exames possível, me informaram que o nosso filho estava milagrosamente bem. Mas que a Jas estava sedada para que eles conseguissem conter toda a dor que seu corpo enfrentava naquele momento.

Quando finalmente conseguimos vê-la foi impossível conter as lágrimas. Ela estava ali na cama, com o rosto inchado e coberto de manchas roxas, quase que irreconhecível. Tão frágil e debilitada. Longe da Jasmine que conhecíamos. Seu corpo ligado a aparelhos para monitoramento e eu estava sem chão. Eu temia tanto que isso acontecesse, ela passou duas noites na minha casa e só depois da liminar sair, ela se sentiu pronta para voltar para casa. Eu nem consigo imaginar o tanto que ela passou por toda essa merda. Logo ela, a mulher mais doce e apaixonante que já conheci na vida.

A Jasmine ficou inconsciente por uma longa semana, foram dias tensos e que eu não consegui deixá-la. Assim como o Phil, ficamos do seu lado todos os momentos. Eu vi sua vida ser exposta para o mundo, estava estampado em todos os jornais e me senti mal por ela. Tudo o que ela não gostava era que sua vida fosse aberta para outras pessoas.
Alguns de seus familiares vieram até aqui para acompanhar o seu estado de saúde e eu pude ver o quanto a culpa estava presente em todos os seus rostos. Eu quis pegá-la e levá-la para longe de toda essa merda que a rodeia. Nem mesmo quando ela batalha para viver feliz, a merda a deixa em paz.
—A Jas acordou. —Liguei para o Phil quando sai do quarto para que ela dormisse.
—Graças a Deus. —Me amigo respirou aliviado. —Como ela se sente?
—Ela disse que estava com dores pelo corpo e na cabeça. —Lembro. —O médico aumentou a dosagem do seus remédios e ela voltou a dormir.
—Ela lembra do que aconteceu?
—Sim, ela contou como aconteceu e está claramente assustada. —Fechei os olhos. —Ela precisa de tempo para se recuperar da merda que aquele filho da puta fez.
—Da cadeia ele não sai tão cedo. Vi que o clube já rescindiu o contrato dele e quele filho da puta merece se foder.
—Seria ótimo que ele tivesse morto. —Respirei fundo.
—Vai para casa descansar, posso ir ficar com ela hoje a noite. —Meu amigo sugeriu.
—Vou ver se ela acorda daqui há algumas horas, assim eu posso ir para casa em paz.

—A Jas é forte Bruno. Seu filho será tão forte quanto ela.
—Eu sei disso.

Ontem o médico fez uma ultrassom para saber como estava o bebe e porra, seu coraçãozinho batendo me levou as fodidas lágrimas. Eu não sabia que estava me sentindo tão tenso até eu ouvir seu coraçãozinho. Quando a Jas me disse que estava grávida foi um surpresa, eu não tinha plano nenhum de ser pai, até conhecer a Jasmine e decidir que ela seria a mãe perfeita para o meu filho. Claro, que isso no inicio não passou de uma brincadeira, afinal eu estava namorando e eu queria me divertir com a minha escritora. No entanto, nossas brincadeiras foram um pouco longe demais e agora vamos ser pais. Ela até sugeriu que o aborto fosse uma saída, mas no fim, nem eu e nem mesmo ela queria fazer aquilo. E é isso, serei pai daqui há alguns meses e porra já estou nervoso com essa possibilidade.
Se bem que a mãe gata do meu filho me chutou para fora e agora seremos apenas amigos e pais.
 

⛅︎

 

Jasmine *

Estava sentada na cama esperando pelo meu médico, provavelmente hoje terei alta do hospital e as dores são menos persistentes agora. Foram no total doze dias internada e terei mais algumas semanas até a minha total recuperação.
—Pronta? —O Bruno entrou no quarto sorrindo.
—Sim. —Concordei.
Ele esteja ao meu lado todos esses dias, conversando e me ajudando. Eu sei que ele deveria voltar para a tour em alguns dias, ainda assim ele está aqui me dando atenção e cuidando de mim.
Nosso bebê estava forte e isso me deixava menos triste, eu não sei o que seria de mim se eu o tivesse perdido. Ontem fizemos uma nova ultrassom e ouvimos a sua animação.
Se a minha vida foi uma grande merda por muito tempo, eu terei no meu filho a luz que eu preciso para continuar. Depois de toda essa merda eu preciso viver, sei que ganhei uma nova chance e eu não perderei o meu tempo com coisas que não vale a minha atenção.
Pouco me interessa o que aconteceu com o Michael, sei que ele está preso e assim ficará por não sei quanto tempo, soube que minha vida foi em exposta nessa merda toda e eu vou ficar reclusa e me recuperando por um tempo.
As manchas em minha pele estavam quase desaparecendo, fiquei extremamente feliz em ver que o lugar do meu bebê estava livre de qualquer dessas marcas horríveis.

Na saída do hospital, os seguranças do Bruno nos ajudou a fugir de todos os fotógrafos que nos aguardavam na saída. O pai do meu filho me pediu que eu fosse para a sua casa, onde ele poderia acompanhar a minha melhora. Pensei muito em não aceitar ao seu convite, porém eu não queria voltar para minha casa ainda. Por fim agradeci muito pelos homem maravilhoso que ele se mostrava ser.
—Seja bem vinda ao lugar maravilhoso que eu chamo de casa. —Ele segurou minha mão enquanto caminhávamos. —O cachorro que está lá dentro jura que você é a mãe dele. —Ri quando ouvi o latido do Gê.
—Deve ser por que você deixou de ser fácil e ele não tem visto mulheres no lugar maravilhoso que você chama de casa. —Ele riu.
—Sou o cara mais difícil desse planeta. —Abriu a porta e ficou diante de mim. —Cara relaxa beleza? A Jas vai falar com você quando ela sentar. O que ela vai pensar de você meu filho? Não tem um pingo de educação.
—Já sei que nosso filho vai precisar passar mais tempo comigo. —Me sentei na poltrona e o cachorro lindo e cheiroso veio deitando a cabeça no meu colo.
—Eu mandei ele pro pet shop para tomar banho. Por isso ele não está me obedecendo.
—Ele está bem cheiroso mesmo. —Beijei a cabeça do Gê.
—O que a senhorita pensa em fazer no restante do dia? —Se abaixou ao meu lado. —Quer descansar ou quer me acompanhar no meu estúdio aqui de casa? Você se importa se os caras vierem trabalhar comigo aqui?
—Eu não me importo. —Falei sinceramente. Eu não me privaria das coisas, se eu tenho certeza de algo, é que eu não tenho culpa de nada do que aconteceu. —Vai ser bom vê-los.
—Ótimo. —Me encarou nos olhos. Percebi a sua expressão de cansado.
—Obrigada por estar comigo e por cuidar de mim. —Passei a mão pelo seu rosto.
—Tudo por vocês. —Levou sua mão a minha barriga. —Infelizmente não consegui te proteger antes, mas agora eu farei de tudo para te manter segura. Eu estou muito feliz que você esteja disposta a continuar a sua vida, deixar que o sofrimento não te tire a paz que você merece e tanto lutou para ter.
—Eu nao quero me deixar levar pela dor que ele me causou, não posso me jogar no fundo do poço. Tenho o nosso bebê que precisa que eu esteja forte para nós dois.
—Ele é forte como você. —Beijou a minha mão.
—Ele ou ela. —Sorri.
—Qualquer um que seja, vai ser bonito para caralho. —Eu ri. —Meu pau fez uma obra de arte e você sabe disso.
—O que você vai fazer se nosso filho for feio? —Ri da cara que ele fez.
—Se for feio vamos achar ele bonito porque nós quem fizemos.
—Acho justo. —Ele se levantou.

—Comprei uns doces para você.
—Cupcake? —Salivei. Fazia muito tempo desde que eu comi um.
—De chocolate. —Pegou minha mão. —Vem comer.

Estava sentada no sofá super confortável do estúdio do Bruno. Assim como o outro, esse ambiente é bem grande e confortável. Não entendo nada de música, só aprecio. Mas é bem empolgante vê-los trabalhar.

 

—Chegamos.  — ouvi a voz da galera e passos até onde estávamos.

— Cadê mamãe Gerônimo? —Ouvi e logo depois as gargalhadas.

— Senhorita. —Vieram gentilmente ao meu encontro me dando abraços e beijos.

—Oi pessoal. —sorri. —Eu não sou a mãe do Gerônimo não.

—Você está deixando meu filho triste. —Ri junto com os caras. —Eu sou um pai maravilhoso.

— O cachorro nem te obedece. —Revirei os olhos. —Eu vou educar o nosso filho.

—Quem está grávida? —Phil perguntou e eu ganhei a atenção de todos.

Opa, acho que a minha gravidez não foi notícia. Ou então, eles estão se fazendo de loucos.

—Eu estou grávida. —Dei de ombros. —O pai é um cara aí. —O Bruno gargalhou.

— Tudo bem que você não quer ser a mãe do meu filho Gerônimo, mas não terá o que fazer com o nosso bebê.

—Porra Bruno! —Falaram uníssonos.

—Você é uma péssima influência. —O Kam assumiu seu instrumento assim como os outros que resmungavam de que eu fui desviada pelo Bruno.

—Eu concordo. —Ri da cara que o Bruno fez.


Os assisti trabalhar por um tempo, vez ou outra alguém sentava-se ao meu lado e conversava. Recebi bastante atenção, coisa que eu nao estou muito habituada a ter. Fiquei algumas horas com eles até que minha cabelo voltou a doer e eu me sentia bem cansada. Me despedi deles e o Bruno me levou para o meu quarto que era adjacente ao dele. Estava tudo arrumado, inclusive com uma escrivaninha com flores lá. Ver que ele pensou em cada pequeno detalhe me deixava bem feliz.
—Se precisar de mim só me ligar tá?! —Pediu me cobrindo.
—Desde de quando você é tão arminho assim? Cadê o cafajeste que eu conheci? —Ele riu.
—Eu continuo sendo um cafajeste, só que com você eu sou amorzinho. —Me encarou.
—Eu gosto de você sendo cafajeste também. É mais fácil te mandar a merda.
—Vamos deixar isso para quando você estiver totalmente recuperada. —Me cobriu com o edredom.
—Realmente, vamos deixar isso para depois. —Bocejei.
—Descansa. —Me beijou a cabeça e eu respirei o seu perfume.
—Obrigada. —Me limitei a falar.


Notas Finais


-U


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