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História Seacht - Tromluithe - História escrita por AyzuLK - Spirit Fanfics e Histórias
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História Seacht - Tromluithe


Escrita por: AyzuLK e ByaNamikaze

Notas do Autor


Tromluithe - Pesadelos

Olá! Esse é o último capítulo antes do epílogo. O epílogo se passará sete anos depois desse capítulo :)

Capítulo 47 - Tromluithe


 

Meu avô me contou sobre todos os deuses possíveis, exceto um.

Aeron foi o deus celta do massacre e da batalha, mas assim foi apontado diferentes deuses e deusas, então não se há como ter certeza. Há pouco sobre ele, e o que existe é obscuro. Seu povo hoje não passa de uma lenda, sua história transformada em uma mitologia criada em uma época de guerras e conflitos. Sua língua hoje é praticamente morta; o inglês tendo se tornado a linguagem principal irlandesa anos atrás, mais um traço de cultura sendo forçosamente suprimido.

O nome Aeron, um dia, será totalmente esquecido; presente apenas na minha memória, assim como na daqueles que ainda acreditam nos relatos antigos. Nos homens que venceram inúmeras batalhas contra os romanos com o corpo desnudo e armas de madeira, como se protegidos por algo além do que se conhece.

Nesses Aeron e todo o povo de Tuatha de Danann ainda vive.

E apenas esperam o momento certo de ressurgir.

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SHISUI FOI QUEM ACABOU COM O SOSSEGO, COMO SEMPRE.

—Tachi!

Aquele tom de voz nunca significava algo bom. E logo quando seu pai finalmente baixava a guarda um pouco e saia para jantar com a mãe deles os deixando sozinhos em casa por algumas horas.

Não que Itachi culpasse seu pai, depois de tudo o que havia acontecido. Só que às vezes ele pensava que Fugaku estava levando a ideia de vigilância constante em cima dos filhos um pouco demais.

Ele tinha um pouco de pena de Sasuke, já que não era apenas com o pai que ele precisava se preocupar.

Olhou por sobre o ombro de onde terminava o jantar, e o rosto de Shisui estava simplesmente...muito feliz. Como se Natal tivesse chegado cedo ou algo assim. O que, novamente, não era nada bom.

—Shisui...deixe os dois em paz.

O outro Uchiha fez um pequeno muxoxo, o ajudando a levar os pratos para a mesa. Era uma noite calma, as suas favoritas. Só queria paz.

—Eu passei só pela porta...

—Shisui...

—Não me olhe assim, eu estava curioso. Sasuke estava tão mal-humorado mais cedo por Naruto não poder vir, e então ela apareceu e ele...

—...continuou mal-humorado.

—É, mas, é diferente. Ele diz que quer manter os inimigos perto e blá blá, e os dois trocam farpas mais que tio Fugaku e Kushina-san, mas eu o vi comprando oreon, Sasuke odeia doces. Sabe quem gosta de oreon?

—Sabe, sua natureza de Stalker às vezes me deixa impressionado.

—Hinata Hyuuga gosta de oreon. Então eu fui chamar eles para o jantar.

—Fofoqueiro...

—Itachi. — Shisui pegou sua mão e o olhou de forma séria, mas os olhos dele entregavam que ele estava tendo o momento da sua vida. — Eles tão fazendo festa do pijama. Ele...Sasuke estava pintando as unhas da Hyuuga, Itachi. Ela trançou o cabelo dele... Os dois se xingam a cada minuto, mas estão tendo um momento. Meu cérebro não aguenta tanta...tanta fofura.

Nem Itachi. Sasuke não tinha amigos, ele nunca tivera amigos. Seu irmãozinho não era de ter amigos. Itachi estava extremamente feliz, mesmo que seu rosto não demonstrasse isso.

Sasuke tinha amigos.

Bom, uma amiga. Ou algo assim.

—Nem uma palavra, Shisui.

—Mas Itachi...

Sasuke era do tipo de pessoa do contra que acabaria uma amizade só porque eles disseram que ele tinha uma amiga. Não iria arriscar.

—Nem. Uma. Palavra.

Quando os dois adolescentes desceram para o jantar, Itachi ficou impressionado com a força de vontade de Shisui em não comentar o clipe de hello kitty no cabelo de Sasuke que ele parecia ter esquecido de tirar.

Se uma coisa que Itachi havia aprendido sobre Sasuke, é que às vezes era melhor não saber.

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survived bitch

Sionnacha: Eu espero que a noite de vocês esteja indo melhor que a minha.

Arqueira: Uchiha ainda é insuportável.

Sotalach <3: Feliz em desagradar. Como vai indo o jantar?

Sionnacha: Daídi me trouxe só para me vigiar, só tem gente velha aqui.

Sionnacha: Queria estar aí com vocês.

StrangeArtist: Cheiro de ménage.

Sotalach <3: Vai se foder.

Arqueiro: É, vai se foder.

Sionnacha: :0 Quem corrompeu essa menina?

Sotalach <3: -_-

Arqueira: -_-

Ino princesa: -_-

Sionnacha: O que?

Ino Princesa: Você corrompeu todos nós.

Sionnacha: Me sinto ofendido. Minha vó me ensinou melhor do que isso.

Sotalach <3: E sua mãe foi lá e desfez todo o trabalho dela.

Sionnacha: Tenho que ir. Mas de já, fico tão feliz que vocês dois estejam se dando bem <3

Sotalach <3: Não estamos

ArqueiraVou ter que concordar com o Uchiha, por mais que me doa.

Ino Princesa: Sabia que ficariam amigos <3

Sotalach <3: A gente não é amigo.

Arqueira: Eu só vim aqui porque você me pediu, Naruto.

StrangeArtist mudou o nome de Sotalach <3 para Hyuugabff

StrangeArtist mudou o nome de Arqueira para Uchihabff

Hyuugabff mudou o nome de StrangeArtist para DeadMan

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Sasuke o viu de longe quando atravessava o portão. Diferente de Naruto, não havia conseguido convencer seus pais de que deveria terminar seu ano estudando em casa. Algo sobre sua necessidade de se socializar, que precisava e Naruto já tinha de sobra.

Claro que seu namorado e seu irmão haviam rido muito dele, mas tudo bem. Havia entrado dois meses atrasado no semestre, o que não era nenhum problema, e a prédio era o mais próximo de sua casa que seu pai conseguiu encontrar. Ultimamente ele andava bem firme no fato de saber por onde ele andava, depois do susto que sofrera. Era seu jeito Uchiha de dizer que o amava, segundo sua mãe.

Claro, que sua vida seria bem melhor se tivesse um carro. No entanto, Sasuke era muito orgulhoso. O carro que tinha havia comprado com seu dinheiro trabalhando em recesso, de segunda mão, estava parado há alguns meses tendo quebrado antes mesmo de ter ido ao internato. Não tinha sentido falta de um carro até começar a namorar. Não que se importasse de Naruto o levar aos lugares em seu jeep, seria estúpido. Era apenas mais fácil fugir de tantas pessoas vigiando os dois se tivesse um veículo também.

Apesar de o prédio ser próximo a sua casa, e poder ir andando, não era incomum Itachi o esperar do lado de fora, com a desculpa que em um mês estaria indo para a universidade e precisavam de um tempo juntos. Shisui geralmente no encalço do irmão, desde que havia assumido...o lance dos dois. Pontos para o primo por ser a pessoa mais perseverante que conhecia. Eram quase 8 anos de um crush que todo mundo percebia exceto seu irmão gênio.

Nesse dia, no entanto, não era seu irmão e stalker que o esperavam, mas seu namorado, recostado em uma moto, atraindo a atenção de todos que saiam. Pelas roupas menos desgastadas, Karin devia estar na casa dele. A ruiva nunca o deixava sair desarrumado. E se Naruto desarrumado chamava atenção, um Naruto bem-vestido era um problema.

Sorriu, atravessando a rua, ignorando os olhares curiosos dos colegas —, principalmente das colegas que não o deixavam em paz —, focado no rosto bonito e na moto, uma Harley Davison. Sabia que aquela moto havia pertencido a Nagato, que havia deixado para Naruto, porém era a primeira vez que o via a usando desde a leitura do testamento. Entendia aquilo como um bom sinal, talvez ele finalmente houvesse começado a se curar um pouco sobre o tio, e tudo o que acontecera entre os dois.

Naruto sorriu lindamente, jogando um capacete quando estava perto o bastante.

Ele pareceu hesitar, pedindo permissão quando se aproximou, olhando para o portão. Como se Sasuke fosse se importar com aquele bando de adolescentes escandalosos. Beijou Naruto com vontade, ignorando as vozes atrás dos dois. O soltou com um suspiro, recebendo mais um beijo e um roçar do nariz arrebitado, antes dele soltar sua nuca.

—AH?!

Revirou os olhos, ignorando as vozes.

—Bando de idiotas.

—Parece que a parte de se socializar não está funcionando. —, Naruto zombou, segurando sua mão livre.

Suspirou exasperado e sofrido. E então olhou para baixo. O cabelo loiro penteado para trás com um pouco de gel, o suéter branco e jaqueta de couro caramelo —, definitivamente nova —, uma calça apertada demais para ser confortável, mas que ressaltava muita coisa.

—Karin. — Naruto deu de ombros respondendo sua pergunta muda.

—Vou agradecer a prima depois.

—Cala a boca, namorado, e sobe nessa moto. Vou te pagar um café. Sofri para conseguir permissão do seu pai para vir te buscar de moto, apenas estou aqui porque sua mãe me ama muito.

—Todos te amam.

—Isso é verdade. Sou adorável.

Naruto subiu na moto, e seguiu atrás, colocando o capacete. Antes de saírem ele olhou para o portão. Sasuke não conseguia ver sua expressão dali, mas todo o ruído acabou em segundos. Sorriu, convencido.

—Adorável nada, assustador sim.

Naruto riu de forma gostosa.

..................

—Não parece querer agradecer a Karin tanto assim agora.

Sasuke olhava irritado para a "prima" a duas cadeiras distante dos dois no café. Claro que Minato não ia deixá-los sair sem escolta. Não sabia qual dos dois era mais irritante, seu pai ou Minato. Os dois pareciam competir nisso. Em restrições que os dois conseguiam quebrar, geralmente com ajuda de Itachi, Shisui ou Karin, porque as mães dos dois estavam se divertindo muito os vendo sofrer.

Resolveu ignorar a ruiva, que parecia se divertir bancando a escolta, e focar em Naruto. Agora de perto conseguia ver as olheiras no rosto bonito. Depois do que aconteceu no hospital, não conseguia mais ler os pensamentos de Naruto, mas ainda assim havia um certo nível de empatia. Conseguia sentir bem quando ele estava angustiado. Por isso sabia que Naruto não dormia bem desde que saíra do hospital. Quando ia na sua casa, geralmente ele pegava no sono do seu lado, como se só conseguisse dormir bem com ele por perto.

Sasuke também tinha seus problemas, mas havia conseguido melhorar graças as conversas com a mãe, e a terapia. Que Naruto se recusava. Ele era um ator bom demais, com certeza fingia que estava tudo bem para os pais, como de costume.

Convivendo mais com Naruto perto da família, ele conseguia entender como ele escondeu tudo o que aconteceu antes de ser mandado para o internato. Bastava uma tarde o vendo interagindo com a avó, um verdadeiro lorde com sua voz educada e boas maneiras impecáveis que fazia Sasuke se sentir um plebeu. Ou em como perto do pai Naruto se tornava menos maduro do que Sasuke sabia que ele era, como se tentasse dar à Minato uma chance de cuidar dele mais, mesmo que não precisasse. Com Kushina ele parecia um pouco mais como Sasuke o conhecera no início do ano, mas Sasuke sabia que aquela versão sempre feliz de Naruto não existia de verdade.

Ele jogava pequenas partes dele para todos, se adequado ao que seria melhor para cada um, mas nunca se mostrando de verdade. Sasuke nem mesmo sabia se ele conseguia a esse ponto. E isso era o mais triste de tudo. Ele se perguntava se seria a única pessoa a esse ponto a quem ele se mostrava de verdade.

Ergueu a mão entre a mesa e tocou nas olheiras abaixo dos olhos azuis. Naruto o fitou, e então suspirou, inclinando a cabeça na sua mão e fechando os olhos.

—Naruto...

—Eu sei. — Ele o interrompeu, beijando sua palma e tirando sua mão, a segurando na sua. — Vai passar.

—Não vai. Devia falar com eles.

— Não quero causar mais problemas.

Suspirou exasperado. Já tinha falado tanto sobre isso com ele. Odiava o que todos aqueles monstros haviam feito, como ainda tinham efeito sob ele. Se Naruto não se abrisse logo com os pais, sabia que teria que interferir, mesmo que ele o odiasse depois. Já havia se passado quatro meses, e ele só piorava. Havia passado por muito. Itachi também. Jesus, todos eles. Mas Naruto havia passado por mais que todos. Conseguia imaginar os pesadelos que devia estar tendo.

Por enquanto, só havia uma coisa que poderia fazer.

—Dorme comigo hoje?

O garoto o olhou surpreso, e então sorriu erguendo as sobrancelhas de forma sugestiva.

—Forma romântica de querer entrar nas minhas calças, Uchiha.

Revirou os olhos: — Sabe que não é isso.

—É, eu sei. — Ele apertou sua mão, os olhos mais suaves. — Sei que é ridículo, mas ainda tenho horário de recolher. Acho que meu pai vai ter um treco quando descobrir que um dia vou morar sozinho e ele não vai poder atrapalhar a vida sexual do filho para sempre. Estou cansado de ter que ir para motel ou fazer sexo dentro do carro, minhas costas doem. Meu jeep não é bom para isso.

Algumas pessoas ao redor tossiram e Sasuke ficou vermelho. Claro que teriam pessoas atentas na conversa dos dois. Karin riu, quase cuspindo o café. Naruto não parecia nenhum pouco incomodado.

—Apenas diga que me quer na sua cama hoje e vou estar lá. — falou sarrista, embora falasse muito sério. Naruto o olhou curioso e se aproximou mais, sussurando.

—Você está dizendo que vai entrar no quarto do filho de um dos homens mais perigosos, no meio da noite, sendo que o dito homem o proibiu de pelo menos entrar nesse quarto quando ele não estiver em casa? Estou pagando para ver.

.............

Quando saiu do banheiro naquela mesma noite Sasuke estava deitado na sua cama, de pernas cruzadas, costas na cabeceira, parecendo bem confortável.

O fitou por alguns segundos, sem saber o que dizer.

—Karin?

—Karin.

Sorriu. Realmente amava muito a sua prima. Os dois se olharam por algum tempo, Sasuke catalogando com humor que aquele suéter com certeza devia ser de Minato. Naruto vivia roubando blusas que gostava do pai, ou mesmo de qualquer um. Toda semana alguma camisa sua sumia. Sempre a suas mais antigas.

Bateu com a mão na cama. Naruto ergueu a sobrancelha loira de forma inquisidora, e com um sorriso voltou ao banheiro. Ergueu as sobrancelhas em falso ultraje por ser ignorado.

Esperou alguns segundos até fazer o que Naruto queria e o seguir. O encontrou na pia escovando os dentes.

—Karin disse que seus pais viajaram?

—Uhum.

—E que só chegam amanhã à tarde.

—Yep!

—Hum...

O viu terminar e se aproximou devagar, parando logo atrás dele. Viu o olhar divertido e desafiador através do espelho. Abaixou o rosto no cabelo loiro, ainda úmido, as mãos no quadril, massageando devagar. Beijou a nuca, celebrando quando Naruto posicionou o pescoço de forma a lhe dar espaço para beijá-lo mais ali.

—E Karin...

—O quarto dela é bem longe daqui.

As mãos frias no quadril desceram mais, agora penetrando por baixo do suéter devagar, subindo pelos músculos da sua barriga. Viu Naruto apertar mais a beirada da pia, ainda sem emitir nenhum som. Fez um muxoxo com isso e o viu sorrir, o pescoço ainda mais arqueado, a cabeça tombando em seu ombro. Os azuis o encararam diretamente, as pupilas dilatadas, o rosto corado. Sua boca ficou seca e paralisou suas mãos em transe.

Sentiu-o pressionar mais contra si, e no momento que aquela bunda redonda foi contra sua ereção mais que formada soltou um som nada digno. Naruto deu uma risada.

— Não adianta tentar, ainda é o mais sensível.

—Seu...

Antes que conseguisse terminar a boca dele estava na sua, com firmeza. Com o som de surpresa a língua já estava na sua, se movimentando. Não resistiu muito. Naruto sempre ganhava facilmente dele em relação ao controle.

O virou para si, o pressionando mais contra a mármore. Os dois gemeram dessa vez durante o beijo longo, que terminou apenas para respirarem e para removerem a parte de cima das roupas, jogando-as longe.

Parou alguns segundos examinando com os olhos os músculos longos na pele agora bem mais bronzeada do que lembrava, as muitas cicatrizes traçando riscos no corpo a sua frente. Ali, na luz do banheiro elas pareciam ainda mais nítidas... Sentiu a mão em seu rosto, o distraindo novamente. Sua cabeça foi puxada para baixo com firmeza, para mais um beijo, dessa vez gentil. Suspirou, voltando a relaxar.

As mãos macias soltaram sua nuca devagar, descendo para seu pescoço, seus braços, explorando. Manteve as mãos no quadril dele, massageando levemente, entendendo quase institivamente que devia deixar Naruto continuar e ditar o passo dos dois. No pouco tempo que tiveram para explorar aquele âmbito da relação desde que escaparam daquele inferno de colégio, ficara claro que as coisas pelas quais Naruto havia passado haviam cobrado um preço. Um passo errado seu e podia sentir a tensão nos músculos dele, o medo breve que não conseguia esconder. A necessidade de ouvir sua voz durante o processo, de sempre ter que ver seu rosto, de ter algum controle sobre o que acontecia. Se queria as coisas suaves, se queria um passo bruto. Sabia até mesmo que ele gostava de um pouco de dor, tudo nos seus termos. Aos poucos, conseguia ganhar sua confiança, e não pretendia perdê-la nunca.

Foi novamente beijado, e dessa vez com mais paixão, de forma mais sensual. O sentiu se impulsionar e estava pronto, o amparando com facilidade. Logo tinha um Naruto bem seguro com as pernas enroladas na sua cintura e as mãos em seu cabelo, o beijando novamente, com todo o entusiasmo que os dois possuíam. As unhas curtas cravaram em suas costas e gemeu. Sabia que ele não queria suavidade dessa vez.

Seguiram para a cama cegamente, a risada rouca e baixa o deixando ainda mais excitado, quase tonto. Ouviu alguns grunhidos quando bateram em coisas no caminho. O jogou contra uma das paredes em algum momento, derrubando um quadro que provavelmente valia mais do que seu carro.

Naruto mordeu seu lábio forte em retaliação, as mãos mais fortes em seu cabelo de forma punitiva, enquanto praticamente devoravam um ao outro ali mesmo.

Realmente era melhor que o quarto da Karin fosse bem longe dali mesmo.

—Cama. — Ele comandou rouco em seu ouvido, e não precisou ser dito duas vezes.

Em alguns passos trôpegos os dois caíram no colchão macio. Não resistiu quando em um movimento rápido ele inverteu as posições, se colocando em cima do seu corpo. As mãos pequenas seguraram seus pulsos contra o colchão, uma perna imobilizou seu quadril. Sentiu o corpo quente completamente rente ao seu, o dominando.

Logo beijos começaram a ser distribuídos na sua mandíbula e pescoço, uma risada baixa em seu ouvido o fez se arrepiar e fechar os olhos com um suspiro.

—Eu já disse. — O hálito quente, o corpo se encaixando no seu. — Que gosto de te ver por baixo?

Sasuke tentou falar algo, mas saiu como um gemido incoerente quando ele esfregou a ereção na sua. O sentiu soltar suas mãos, apenas para sentir a palma quente entrar por dentro da sua cueca, tocando sua ereção nua.

—Ah...Naruto. — Abriu os olhos e fitou os olhos azuis. Ele parecia tão mais controlado do que ele, do que quando o conhecera. Mesmo em um momento como aquele, ele parecia em total controle.

Era um amadurecimento que havia sido forçado nele com tudo o que havia acontecido. Que não era natural. Não era para ser.

—Você está pensando demais.

Os azuis suavizaram, o movimento da sua mão ficando mais lento, até parar. Grunhiu de forma desgostosa e Naruto sorriu ladino. Sentiu um beijo suave em seus lábios, e então sua mandíbula, seu pescoço, descendo para seu ombro e seu peito.

— Tem que parar de pensar tanto, Sasuke.

Olhou para baixo fascinado, enquanto ele fazia uma trilha por seu peito, o fazendo gemer mais alto ao chegar em seus mamilos. Ao que parece havia acabado de descobrir que ali era seu ponto fraco. Naruto parecia bem satisfeito em descobrir isso também.

— Essa não é hora para pensar. — Fitou a cabeça loira, descendo mais. O sentiu abaixar sua calça e sua cueca, mordendo a parte interna da sua coxa levemente no processo. Prendeu sua respiração sabendo bem onde isso ia chegar. Os olhos azuis o fitaram com burla, desafiadores. — Essa é hora de foder.

Não houve tempo de resposta, não com ele o colocando totalmente na boca de uma vez. Sasuke arqueou as costas, soltando uma orla de xingamentos e agarrando os cabelos loiros, usando de todo o seu alto controle apenas para não foder a boca dele com força.

O orgasmo foi tão rápido que sabia que ia ouvir alguma piada disso depois.

O puxou pelo cabelo ouvindo um gemido baixo seguido de uma risada. O beijou com força, sentindo o próprio gosto na boca dele.

—Puta que pariu, Naruto.

—É, eu corrompi mesmo vocês.

Naruto ia acabar lhe matando.

Aqui jaz Sasuke Uchiha. Morreu do coração por seu namorado ser um puto sexy.

—Quer ajudar daddy, agora?

Sasuke Uchiha estava condenado.

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Ele acordou em algum momento na madrugada com os gemidos baixos e incoerentes.

O ar-condicionado estava ligado, e havia enrolado os dois nas cobertas limpas que haviam trocado da cama, Naruto tendo tomado domínio da sua camisa antes de dormir, tivera que se contentar apenas com a boxer e as cobertas quentes.

A televisão do quarto ainda estava ligada na série que haviam dormido assistindo, os créditos finais iluminando o quarto de forma precária.

O corpo de Naruto estava tenso onde dormia com a cabeça em seu peito, e podia sentir o rosto molhado, não sabia se de suor ou de lágrimas.

—Naruto?

O puxou em um abraço forte, o chamando de forma repetida, a mão acariciando os cabelos loiros.

—Está tudo bem, Naruto. É só um sonho. Você está em casa.

Os gemidos pararam e o corpo relaxou no seu. Pensou que ele ainda dormia, até sentir as costas trêmulas abaixo da palma da sua mão, o coração acelerado onde podia o sentir perto do seu peito.

—Sasuke? Meus pais...

—Eles estão bem, Naru. Só viajaram.

—Itachi?

—Vivo. E Hinata. Nossas famílias. Estão todos bem. — Abaixou a cabeça e beijou a testa suada, mesmo com o quarto frio como estava. — Graças a você.

—Ele...ele está...?

—Morto, Naruto. — Falou suavemente, sabendo bem de quem ele falava, já acostumado ao pesadelo tão recorrente. — Ele não pode mais fazer mal a ninguém.

Ouviu uma risada baixa, que saiu mais como um soluço, a voz saindo em um tom autodepreciativo que odiava.

— Até morto ele fode com minha cabeça.

Sasuke não achava que podia odiar alguém mais do que odiava Tobirama Senju, mesmo ele morto.

O abraçou com força, perdido sobre o que falar. Como ajudar. Apesar de Naruto dizer que sua presença já o ajudava, se sentia tão inútil em um momento como aquele.

Não havia nada que pudesse fazer sobre o que já havia acontecido, afinal.

—Eu estou aqui. — Murmurou, sentindo as lágrimas ensopando seu peito, mesmo que não ouvisse mais nenhum soluço. E aquilo lhe doía fundo, pensar que ele chorava de forma tão silenciosa por costume de se esconder ainda. De fingir que está tudo bem. — Não precisa se esconder de mim.

 

O sentiu relaxar aos poucos, até ele voltar a dormir.

Sasuke não conseguiu mais pregar o olho.

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Naruto acordara com beijos suaves em sua nuca, um corpo quente o pressionado debaixo dos cobertores.

Abriu os olhos azuis e fitou o rosto bonito e pálido de Sasuke, o fitando com tanto carinho que sentiu seu coração acelerar em seu peito.

—Ei.

Sorriu, se sentido repentinamente tímido diante da beleza no rosto dele quando os olhos estavam suaves assim.

—Ei. Que horas...?

—Cedo. Muito cedo. — Ele sorriu, e Naruto sentiu todo seu corpo esquentar e relaxar com isso.

As mãos dele massagearam seu quadril abaixo da camisa, os dedos brincando com a aba da sua boxer por baixo das cobertas. Ergueu uma sobrancelha de forma inquisitiva e o sorriso dele aumentou, a perna dele se movendo entre as suas.

—Parece que alguém está animado aqui embaixo.

Sasuke corou levemente, mas sorriu com burla após alguns segundos.

—Digo o mesmo.

Ele o puxou para o beijo, e foi docilmente. Podia deixar Sasuke no comando, sentia que precisava disso no momento.

—Sabe...— a voz rouca murmurou, as mãos subindo por baixo da blusa que havia roubado. — Eu sempre quis fazer sexo no chuveiro.

—Suave, hein, Sotalach?

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Infelizmente Minato havia chegado mais cedo do que o combinado, e entrado no quarto do filho sem bater carregando uma caixa de legos da estrela da morte com uma expressão animada.

Sasuke fitou os olhos azuis horrorizados tão parecidos com o filho que estava abaixo de si na cama e um pensamento coerente lhe veio à mente.

Aqui jaz Sasuke Uchiha. Assassinado pelo pai possessivo do seu namorado puto sexy.

—NARUTO!

 

.............

—Você foi banido.

Sua mãe era mesmo cruel, segurando o riso daquela forma. Sentia-se feliz que estava vivo pelo menos, que sua sogra era uma pessoa linda e havia o salvo.

— Nem mesmo estávamos fazendo nada. Só dormindo. — Desconversou.

—Karin disse que estavam pelados.

 Shisui se meteu do sofá, onde assistia um filme com Itachi. O olhou de forma mortal da cozinha, seu pai o fitando de forma desgostosa da cabeceira. Com certeza Minato tinha feito sua caveira.

—Estava fazendo calor.

— Ontem estava fazendo 12 graus amor. — Sua mãe corrigiu e ficou vermelho.

—Okay, talvez estivéssemos...em uma posição desfavorável.

—Fazendo sexo.

—Shisui, não piora a situação.

—Valeu Itachi.

—Sasuke...

—Otou-san, namoro com Naruto há meses, ele fez 20 anos, tenho 18, eu não vejo razão para tudo isso!

—A razão é o pai dele e os ciúmes doentio dele. E ele ser meu chefe, e estar em um péssimo humor essa manhã.

Seu pai parecia cansado. Se sentiu culpado por isso.

—Vou dar um jeito nisso.

—Talvez devesse deixar a poeira baixar.

Negou e então passou a mão nos olhos.

—Ele...precisa de mim. E eu dele.

Todos se calaram. Sua mãe olhou se pai de forma preocupada. Entendendo.

—Vou falar com Kushina, ver o que posso fazer. Até lá está de castigo por fugir no meio da noite e quase nos matar do coração.

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O esquadrão de proteção ao Naruto

Princesa Ino adicionou Ruiva sexy no grupo

Princesa Ino: Bem-vinda, prima Karin

Ruiva sexy: Já gostei do nome

Princesa Ino: Então, nos dê o seu depoimento.

Ruiva sexy: Os dois estão de castigo, sem celular, sem internet.

StrangeArtist: É verdade que eles foram pegos com a mão no pote de biscoitos?

Ruiva sexy: Boy, eles estavam comendo todos os biscoitos ¯\_(ツ)_/¯

Princesa Ino: hahahahahaha Meu Deus

Arqueira: Eu sou o pombo correio dos dois agora, ninguém me baniu.

Arqueira: Me arrependendo de todas as minhas escolhas na vida.

Ruiva sexy: Hinata Hyuuga é um anjo, ninguém me prova o contrário.

Ruiva sexy: Vou contrabandear meu celular para ele sempre que puder, o irmão gostoso do namorado dele vai fazer o mesmo com o príncipe do mau humor.

Princesa Ino: O fandom agradece.

LazeMan: Vocês são tão problemáticos.

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Karin ouviu o primo suspirar pela vigésima vez, deitado na sua cama, a cara enfiado em seu travesseiro. Ele havia procurado refúgio no quarto dela para evitar o pai e uma nova discussão, como de costume. Seu quarto era território proibido, nem mesmo seu tio se atrevia a entrar ali sem sua permissão. Mesmo depois de dois anos vivendo em Paris, aquilo não havia mudado.

Claro que havia aproveitado para fazer as unhas dele – estavam terríveis –, cortar aquele ninho de pássaros que ele chamava de cabelo de forma decente, e dar um estilo naquela barba que ele insistia em deixar crescer agora. Sabia que a situação estava feia quando ele não reclamou de nada durante o processo.

Levantou os olhos castanhos da revista que folheava na poltrona. Em qualquer outra situação, estaria exasperada com o drama, mas a expressão de Naruto nos últimos dias era tão...abatida, que não conseguia se irritar. Não depois de tudo que havia acontecido nos últimos meses. De voltar de viagem às pressas apenas para encontrar seu primo, que lhe era praticamente um irmãozinho, seu Naruto, em uma cama de hospital, quase morto.

Não sabia muito do que havia acontecido, e nem precisava. Sabia apenas que os culpados haviam sido punidos, e isso lhe bastava. Claro que a história não acabava ali, e seu priminho havia aparecido com um príncipe e todo o drama do amor proibido, que, sinceramente, havia lhe dado muito entretenimento nos últimos tempos. Não apenas porque amava uma confusão — estava em seu sangue —, mas porque tio Minato conseguia ser ridículo às vezes, e fazia questão de dizer isso, não importava quem raios ele fosse no governo, e o quanto o respeitasse.

Então, é, apesar de gostar de provocar Naruto às vezes, e Sasuke ainda mais — porque era muito fácil — ela ajudava sim. Não era muito difícil ceder afinal, bastava aqueles olhos azuis pidões dele a olharem e não tinha muito que não fizesse por ele. Admitia, era sua fraqueza.

Largou a revista de vez e foi se deitar na cama com ele, jogando o corpo por cima do outro da forma que sempre o fazia reclamar quando crianças. E dessa vez, apenas o fez grunhir.

—Devo te enrolar no lençol como um burrito triste?

—Nhgh

Ele murmurou, a cara ainda enfiada no travesseiro.

—Não entendo essa língua, está falando em irlandês comigo de novo? — sem resposta. Enfiou os dedos nas laterais do corpo dele, onde sabia que ele tinha cócegas. — Hein?

—Karin! — Isso teve com certeza uma resposta. Ele tentou rolar dela, para longe dos dedos, rindo e quase caindo da cama. — Karin!

O soltou, os dois deitados de lado se encarando, os óculos dela tortos na cara. Naruto deu uma última risada baixa, erguendo a mão para ajeitá-lo. Prendeu a mão dele na sua, notando a cicatriz esbranquiçada na palma. O sentiu tenso, mas ele não puxou a mão da sua. Analisou melhor, notando que a cicatriz não estava apenas na palma, mas também no dorso da mão como se...oh. Sentiu seu coração apertar, e o fitou de forma incerta, a pergunta evidente.

—Melhor não saber. — Ele murmurou, a voz tão triste que o puxou levemente para perto. Ele obedeceu, se aninhando nela, como quando eram crianças. Era mais baixa que ele, mas naquele momento sentia que podia protegê-lo de tudo, que não deixaria ninguém o tocar.

Sempre havia sido assim. Ela podia ser apenas uma prima distante de Kushina, mas desde que seus pais a despacharam para a parente quando passaram a suas longas viagens ao redor do mundo, esquecendo que tinha uma filha apenas nos feriados, Naruto havia sido seu para proteger e cuidar.

Ela não havia feito um bom trabalho nos últimos anos, pelo jeito. No fim havia passado a viajar o mundo e o abandonado, tal qual seus pais fizeram com ela.

Karin se odiava um pouco por isso, pensando se poderia ter impedido o que quer tivesse acontecido se estivesse por perto nos últimos anos. Esse Naruto para quem voltou era bem diferente do que deixou quando se foi.

—Oh, Naruto...

Mesmo quando ele dormiu, ficou bem alerta. Apenas se segurando para não o inspecionar, catalogar todas as cicatrizes que sabia que encontraria ali. Por isso percebeu de imediato quando alguém bateu levemente na porta. Sabia também quem era antes mesmo de dar uma permissão baixa para entrar, mesmo que apenas para que as batidas não acordassem o garoto enrolado e aninhado em seu colo.

—Com todo respeito tio. — Murmurou, sem erguer os olhos da expressão do primo enquanto dormia. — Se veio para continuar discutindo com ele, vou expulsá-lo a tamancadas.

Minato riu em voz baixa, o que a fez erguer o rosto, mais irritada. Se ele achava que estava brincando...parou ao notar a expressão triste dele no filho que dormia. Suspirou. Aquele dois eram tão idiotas.

—Vim para pedir desculpas. Posso ter sido apenas um pouco...

—Irracional? Absurdo?

—...Protetor. Os dois estavam...argh.

—Transando. Porque são namorados. É o que namorados fazem. E não me olhe assim. Sim, eu o deixei entrar. Alguém tem que ser lógico na situação, ou prefere que façam isso em algum outro lugar, e acabem se metendo em encrencas?

—Não vou discutir isso com você, Karin.

Ela revirou os olhos.

—Porque sabe que não tem chance de me vencer. Porque estou certa. Como de costume.

O homem murmurou algo que soou como "Uzumakis", e o ignorou. Sabia que estava sendo atrevida. E não se importava.

Naruto se moveu no sono e os dois se calaram. Pegou a mão dele, os dedos passando novamente na cicatriz.

—Sabe como aconteceu isso, não sabe? — murmurou tensa.

Com o silêncio olhou para cima e o rosto de Minato estava com uma expressão obscura. Sentiu um arrepio involuntário como sempre sentia quando o via assim. Geralmente o homem era gentil, se não um pouco absurdo, e bem-humorado, mas sabia que havia um lado dele que devia ser temido. Era aquele lado. Quase perdeu quando ele assentiu devagar, os olhos escurecidos desviando dos seus.

—Tem nas duas mãos...

—Eu sei.

—Eu...odeio que tudo isso tenha acontecido com ele. — Sua voz saiu vulnerável, e nem mesmo se importou dessa vez. — Tudo é sempre com ele. Ele não merecia nada disso. O que eu posso fazer para ajudar?

—Você já está fazendo. Está com ele, do lado dele. — o homem suavizou os olhos, fitando a ruiva que tentava disfarçar as lágrimas. — Contra mim, até.

Ela riu, limpando as lágrimas com a mão livre: — Okay.

..............

Minato acordou de repente, o coração acelerado, o corpo tenso e pronto para atacar.

—Minato, tudo bem, foi só um pesadelo.

A voz suave, as mãos gentis o fizeram relaxar de volta, caindo na cama ainda arfando.

—Naruto...Ele...

—No quarto dele. No mesmo lugar onde o colocou horas atrás. Seguro. Ele está seguro, Minato.

Não conseguia controlar os leves tremores, ou apagar a imagem do sonho da cabeça. Seu filho apunhalado no chão, os olhos azuis vazios, sangue ao redor de seu corpo. Mais um dos sonhos em que havia chegado tarde demais. Em que Naruto não havia sobrevivido a Obito, ou a Tobirama. Os gritos dele muito vividos, como naquele maldito vídeo. A forma como ele parecia tão vulnerável, tão pequeno com aquele maldito em cima dele.

—Minato? Respire, comigo.

Fechou os olhos com força, regulando sua respiração. Não havia contado a Naruto que sabia sobre aquilo, não quando Naruto havia editado todos os acontecimentos para si, contando apenas o essencial. Embora tivesse a impressão de que seu filho sabia que havia descoberto, e deixasse os dois dançarem ao redor do tópico. Não duvidava que ele soubesse desde o primeiro momento que seus olhos demoraram muito tempo na cicatriz em suas mãos, sabendo que não havia conseguido controlar sua expressão.

—Melhor?

Assentiu, fitando a esposa de forma triste.

—Oh, Minato...

—Preciso de um pouco de ar.— murmurou saindo da cama, sentindo os olhos cinzentos preocupados em suas costas. Ela se sentia assim também? Sabia que os exames teriam mostrado muito do que Naruto teria sofrido, até mais do que sabia. Será que ela tinha pesadelos também, sobre não conseguir o salvar no hospital?

Se virou na porta, fitando os olhos cinzentos. Os dois sabiam. Tinha certeza disso. Sentia-se menos sozinho com isso.

—Volto logo.

Ela o fitou com intensidade, e então sorriu levemente, tristemente e assentiu.

—Okay.

..............

Sua cabeça acertou dolorosamente o chão, que apesar de lamacento, fez sua visão embaralhar. Tentou se mover, e viu os pés cobertos pelos coturnos grandes recuarem, se forçou a virar o rosto para cima, e viu as imagens dançando. Mas era evidente que era Deartháir beag, ele olhava para frente, ofegante.

Sentiu suas juntas doerem ao se forçar a sentar e olhou-o recuar. E com espanto, ao forçar a visão, pode ver abaixo da luz da lua, sangue escorrer por sua roupa. Por sua boca.

Foi então que ele desabou.

Quando viu o corpo cair ao chão, tremulando pelo impacto, sentiu todo seu sangue gelar e sua respiração parar. Naquele momento, não pareciam mais ver mais tantas pessoas que o queriam matar, naquele momento não parecia que estava dentro de um pandemônio. Não, naquele momento, eram somente os dois. O grandão, e ele.

Seus olhos marejaram e antes que saísse do choque seu corpo se moveu, e correu até ele. Seus pés afundando na areia enlameada pela chuva, seus cabelos molhados ricochetearam em seu rosto e se jogou no chão. Seus joelhos se ferindo e afundando na lama. Ergueu as mãos trêmulas, seus pulmões pareciam vazios, e sua boca se abriu num grito mudo. No peito dele, podia-se ver as marcas dos tiros, que furaram sua camisa verde desbotada, o sangue a deixando negra em alguns lugares. Em seu peito, podia-se ver a ponta de uma faca que devia ter sido cravada em suas costas. Mas que ao cair quase o atravessou por completo.

Engoliu um soluço travando a mandíbula, suas lágrimas transbordaram. Levantou a mão ao rosto dele, que tinha os olhos cinza fechados, e uma expressão calma.

— Não...  o sussurro saiu rouco e entrecortado, seu lábio tremendo. – Não... Por favor... A-abra seus olhos De-Deartháir beag.

Soluçou e tocou-lhe o rosto, e foi quando saiu fora de si.

Os homens o fitavam com sorrisos. Se aproximando, armas ainda em punho. Trincou a mandíbula, sentindo um ódio que apenas de comparar a duas situações. Gaara e seu avô.

—Parem.

Sua voz foi quase suave. Baixa. Sua expressão ficando vazia. Os homens obedeceram. Alguns confusos por não comandar o próprio corpo.

—Morram. – Ordenou, quase em um sussurro. As armas foram engatilhadas, apontando para as próprias cabeças. Alguns com olhos arregalados, tentando resistir em vão. – Morram!

.........................................

Voltava para o quarto quando ao passar de frente a porta do quarto do filho ouviu um soluço abafado. Olhou a porta branca ornamentada e sentiu seu coração pesado, a mão foi para a maçaneta de cobre e a girou. Não pensou muito para entrar no quarto bagunçado, olhando ao redor com a precária luz da luminária do corredor.

A cama de casal estava vazia e com o edredom laranja bagunçado, mas não precisou procurar muito para uma ver uma forma pequena encolhida perto da parede, entre a cama e a mesa de estudos.

— Naruto

Se ele ouviu, não se fez a entender. Deixou a porta aberta e se aproximou, sentindo uma dor absurda ao ver os ombros balançando, trêmulos, se encolhendo ainda mais. Se agachou de frente a ele, o chamando suavemente, até que o viu erguer a cabeça devagar, os azuis quase negros pela penumbra, cheios de lágrimas brilhantes e desfocados, como se ainda estivesse dentro de algum sonho. O puxou para um abraço desajeitado e sentiu o corpo tenso perto do seu peito, a respiração pesada, o corpo tentando se soltar.

— Nil! Nil!

Minato sentiu seus olhos encherem de lágrimas ao ouvir o pedido cheio de medo vindo abafado por seu abraço. Sentiu as mãos em seu peito empurrado e o abraçou mais forte, sussurrando de forma calmante em seu ouvido, repetidas vezes.

— Tá sé ceart go leor, mo dhuine beag. Tá sé dom.

— Nil...Nil

—Tá sé dom, Naruto. Tá sé Daidí.

As mãos pararam de lutar, e seguraram a camisa do pijama do pai com força.

— Daidí? — A voz saiu incerta, esperançosa, fazendo seu coração quebrar mais.

— Tá sé dom. Tá mé anseo.

Ouviu o soluço mais forte, as mãos o abraçando de volta.

Deixou Naruto chorar ali, os dois sentados no chão. Depois que tudo aquilo aconteceu, não vira Naruto chorar nenhuma vez, desde que saíra daquele hospital. E ali ele desabou. Quando os soluços diminuíram, percebeu que o garoto havia dormido de novo, se sentindo seguro.

Não teve coragem de deixá-lo no quarto, e não pensou duas vezes antes de pegá-lo nos braços e carregá-lo como quando ele era criança para fora dali.

.....................................

Kushina estava lendo na cama sob a luz da luminária na mesinha de cabeceira quando viu o marido voltar. Já iria perguntar por que ele demorara tanto quando viu que ele trazia um volume nos braços. Se sobressaltou de imediato colocando o livro de lado.

— Aconteceu alguma coisa?

Minato fez um sinal de silêncio para ela abaixar a voz ao depositar o garoto adormecido na cama ao lado da mulher.

—Pesadelo. Ele já está melhor. — Falou baixo e viu a ruiva afagar o cabelo bagunçado do filho, com carinho e preocupação, retirando os cabelos úmidos da testa suada.

Minato se deitou ao lado, deixando Naruto no meio. O viu procurar o calor dela inconscientemente e a mulher sorriu de forma terna. Minato sorriu com a cena e jogou o cobertor sob os três.

— Isso é nostálgico. — Ela murmurou. —Lembra Minato? Ele sempre fugia para nossa cama.

— Sim, até ele ter a péssima ideia de crescer. — Retrucou virando de lado, apoiando o rosto na mão, e olhando para a mulher acarinhando o filho, achando a cena tão agridoce. Naruto sempre seria pequeno, ele sempre caberia entre os dois. Ele sempre seria o menininho esperando-o chegar do trabalho até dormir no sofá, tendo que carregá-lo para a cama depois.

— Mam? — Uma voz rouca e sonolenta interrompeu sua observação. Kushina viu dois olhos azuis cheios de sono a encarando, confusos. Percebeu com pesar que eles estavam inchados e avermelhados pelo choro. — Como eu vim parar aqui?

A voz dele estava rouca, não sabia se pelo sono, ou pelo choro.

— Você teve um sonho ruim, de novo. — Quando Minato falou o viu virar o rosto para si, primeiro confuso e depois com uma expressão de tristeza tão absurda, os olhos desviando dos seus e encarando o teto na penumbra. Minato trocou um olhar com a esposa, que olhava o lindo perfil do filho com os olhos cinzentos repletos de tristeza. Naruto não devia sofrer mais, ele não merecia nada disso. Ele nunca merecera nada do que acontecera. — Por que não nos contou sobre eles?

— E.eu... — Ele respondeu tão baixo que eles tinham dificuldade de ouvir. — Eu não queria preocupar vocês mais.

— Somos seus pais, Naru. — A mulher falou, tocando o cabelo suado do filho, se inclinando para que ele visse seu rosto.

Os azuis se fixaram nos seus, e ela sentiu lágrimas se acumularem em seus olhos. Os azuis estavam brilhantes, quebrados, sem toda a máscara de falsa serenidade que ele estava usando nos últimos meses. Tudo para não os machucar. Tudo por pensar demais nas outras pessoas. Desde o começo fora aquilo que o levara a todos aqueles eventos. Proteger a eles, proteger a todos.

— Nós que devemos proteger você, não ao contrário.

Embora não tenhamos feito isso como devíamos. Pensou e sentiu as lágrimas rolando no rosto.

— Você não pode tentar proteger todo mundo, Naruto. — A voz de Minato foi suave, mas séria. Naruto desviou os olhos da mãe e encarou a figura tão parecida com a sua. E Kushina sabia que o marido estava pensando no mesmo que ela naquele momento. Enxugou o rosto, ainda acariciando o cabelo loiro do filho. Seu filho e de Minato.

O marido havia se aproximado mais, sentado na cama, uma mão apoiada no colchão para fitar o garoto, que não desviou os olhos, tristes, e apesar de tudo que acontecera, com um traço característico de inocência que fazia tudo aquilo ainda pior, por tudo o que haviam feito com a criança deles.

 

— Desculpa. — A voz saiu tão baixa e quebrada, que Minato sentiu vontade de abraçá-lo, e foi isso que fez. Uma mão na nuca, o prendendo a seu peito, a outra nas costas que tremiam pela respiração um pouco rápida. Kushina passou os braços pela cintura do garoto por trás, assim o envelopando entre os dois.

— Não se desculpe, Mo dhuine beag. — Murmurou. — Não se desculpe por nada.

Minato sentiu a respiração aos poucos se acalmar em seu peito e virou o rosto, vendo apenas, os cabelos loiros suados, as mãos agarradas em sua blusa, encolhido entre os dois.

— Quer nos contar com o que sonhou? Pode ajudar. — Falou suavemente e o sentiu tenso. Quase um minuto se passara no silêncio sem resposta, até que ele começou a falar, devagar, baixo.

— Deartháir beag.

— Irmãozinho? — Kushina perguntou, curiosa. Com os anos, ela havia aprendido um pouco de irlandês, mais para irritar o marido, que queria acreditar que a linguagem era algo apenas do filho dele e do pai, e que assim eles podiam falar dela pelas costas livremente.

Naruto confirmou com um som baixinho.

— Na ilha... — Ele falou devagar e Minato gelou. Ele sabia sobre isso. Os dois sabiam. Fugaku havia lhes informado sobre tudo o que acontecera, mas Naruto nunca falara muito sobre isso. Minato fora no local, junto com toda a equipe pegar evidências, não encontrando nada muito concreto. Haviam removido quase tudo. Armas, a base estava abandonada, e não havia ninguém lá, nem mesmo corpos. — Tinha essa pessoa. Ele era grande. Havia nascido na Irlanda, mas havia crescido na ilha boa parte da vida, uma arma falha deles. Ele tinha que... me matar.

Kushina apertou a mão do marido que agora estava em sua cintura, também tensa, mas nada falaram.

— Mas ele... não fez. — A voz continuou baixa, em um só tom. — Ele era...bom. Inocente. Ele era meu amigo. A gente ia sair de lá, ele ia morar aqui. Eu ia ensinar coisas para ele... ele era bom... — A voz dele estava ficando distante. Minato sentiu uma angústia tomar conta de si. — Eles o mataram, por minha causa.

Foi tão baixo, que Minato nem tinha certeza de como ouvira. O tom dele se tornou mais distante, o discurso sem sentido.

—Tinha corpos para todo lado, muitos, e tanto sangue... eu tinha matado todos eles e Itachi estava lá e me levou embora.

Minato viu o rosto pálido de Kushina no seu, mas não processou isso, apenas apertou mais Naruto.

— Eu queria ter enterrado Deartháir beag. Eu só...abandonei ele lá...ele me salvou e eu o abandonei lá. Eu não devia ter feito isso...

— Tudo bem, Naruto, shhh, calma. – A respiração dele estava ficando mais rápido, e conhecia bem os sinais do início de um ataque de pânico dele. — Passou, passou, tudo isso passou.

Ouvindo os soluços abafados, Minato duvidou das próprias palavras. Talvez aquilo nunca passasse. Nunca.

Eles ficaram ali, o abraçando, até sentir que ele dormira mais uma vez. Não mudaram de posição, apenas se ajeitaram mais confortáveis. Minato não tinha coragem de olhar nos olhos de Kushina e ver a dor que sabia estarem lá também, então apenas fitou o rosto do filho adormecido, a boca entreaberta, o rosto molhado. Pequeno, inocente, quebrado.

— Minato, ele precisa dele.

Ouviu a voz da mulher e gelou, fechando a cara, contrariado no mesmo instante.

— Kushina...

— Ele dorme melhor com ele. Ele sorri sem que seja para nos fazer sentir melhor. Ele é o único que pode o convencer a aceitar ajuda, eu sei disso. E Naruto precisa de ajuda, de terapia. Amanhã vou ligar para Mikoto. Ele precisa de Sasuke. E você vai ficar quieto, sem armas, sem ameaças. 

Aquilo encerrava o assunto. Minato sabia que ela não estava pedindo permissão.

Minutos se passaram, e a ruiva estava quase dormindo quando ouvia a voz mal-humorada.

— Aquele moleque é um pervertido, se ele pensa que vou deixá-lo usar minha casa como motel...

— Minato...

— E vou tirar a porta do quarto do Naruto...

— Vai dormir, Minato!

—Certo.

....................

Fugaku estava treinando. Geralmente costumava usar a academia da agência, mas estava de folga e precisava aliviar a tensão. Não admitiria isso para ninguém, mas Itachi estava indo embora logo, e não estava se sentindo exatamente radiante de ver um dos filhos fora de suas vistas depois de todo o desastre no fim do ano anterior.

Mesmo sabendo que Shisui provavelmente acabaria transferindo para Califórnia e indo atrás dele em poucos meses, não era cego, o garoto não deixaria seu filho ir tão fácil. Ficava mais aliviado, entre os dois, sabia que poderiam se cuidar juntos.

Ainda assim estava...temeroso. Preocupado. Não queria nem pensar quando Sasuke, que tinha a metade do juízo do irmão mais velho, tivesse que sair de casa.

Deus, não queria nem pensar nisso. Confusão parecia seguir aquele garoto por onde andava.

Fora atrapalhado de seu treino e preocupações pela campainha. Estava sozinho em casa. Mikoto havia saído com os garotos para o supermercado, tirando o Sasuke de casa por um tempo, um alívio do castigo em que estava, e aproveitando seu tempo com Itachi. Limpou o rosto suado, bebeu um gole de água e subiu pela escadaria do porão em que ficava a academia da família, indo atender a porta.

Dando de cara com uma das últimas pessoas que esperava, segurando um capacete e ensopado pela chuva lá fora.

—Olá Sr. Uchiha. Sasuke está?

.............

Os olhos azuis largos o fitavam com curiosidade do sofá. Assim, com os cabelos úmidos da chuva, a toalha nos ombros e segurando o copo de chocolate quente entre as mãos, era difícil imaginar que havia passado por tudo que havia passado.

—Se fugiu de casa, vou ligar para seu pai. 

O garoto respondeu com um sorriso tímido. Sentiu-se estranho e sem jeito naquela situação. O garoto namorava com seu filho há meses, era filho do seu melhor amigo, e ainda assim nunca havia falado a sós com ele na vida.

Sentia-se estranhamente intimidado com a maneira que ele o fitava tão abertamente, o medindo tão descaradamente. A expressão era parecida demais da que viu da primeira vez que o vira na vida, com apenas dois anos de idade, nos braços do pai pelos corredores em uma tarde. Lembrava daqueles olhos azuis nos seus com curiosidade enquanto conversava com Minato. E de como ele sorrira abertamente, erguendo os braços para ser segurado, ignorando o fato de que era mal-humorado, ranzinza e sem jeito com crianças além das suas. Ele apenas ficara lá, puxando seus cabelos murmurando alegremente em irlandês e beijando seu rosto, enquanto Minato ria do seu desconforto.

Se segurou para não olhar o relógio novamente. Mikoto tinha que chegar logo.

—Ele sabe que estou aqui, Sr. Uchiha.

—Fugaku. — falou sem se sentir e franziu o cenho, limpando a garganta para disfarçar. O garoto sorriu feliz, assentindo. — Sasuke está de castigo.

—Eu sei. Me perdoe por isso. — Jesus, aqueles olhos o fitando daquele jeito, era como brigar com um filhote ou algo assim. Grunhiu, desconfortável, mordendo a língua para não pedir desculpas pelo tom rude. O menino parecia um britânico, educado daquele jeito. Sasuke deveria aprender com ele isso, no mínimo. — Ele estava apenas tentando me ajudar.

O fitou, sem saber o que falar, esperando que sua cara fosse clara que queria mais elaboração da situação. Seu filho fugiu da casa, no meio da noite, atravessou a cidade, invadiu a casa de seu chefe e passou a noite escondido no quarto do outro garoto. Contra as ordens dos dois. Sabendo o quanto Minato ainda estava se acostumando com a situação após tudo o que aconteceu.

Era bom ter uma boa explicação, já que Sasuke não quisera falar nada sobre o que acontecera, e preferira aceitar o castigo calado, apesar da cara de rabugento bem pior nos últimos dias.

O menino o fitou com intensidade, como se o medisse, lesse sua alma. Tinha algum entendimento que algo importante acontecia naquele momento. O que quer que o menino vira em sua cara o fez relaxar os ombros, os olhos demonstrando um cansaço que segundos atrás parecia muito escondido ali.

—Eu tenho pesadelos. Durante a noite inteira, em um ponto que tenho medo de dormir e tudo isso ser um sonho, e ainda estamos no colégio. Não é como se acordasse gritando, acordo paralisado. Esses meses todos andei fingindo que estava bem, esperava que chegasse um ponto que se fingisse o bastante iria ser verdade, mas não é. Sasuke sabe disso, ele me liga no meio da noite sempre e me coloca de volta na realidade. Às vezes ele não consegue. Semana passada ele estava tentando me ajudar a dormir, porque tinha medo demais de assumir para meus pais que estava passado por isso, e causar ainda mais problemas para os dois do que já causei.

Fugaku não soube o que falar de imediato, sentindo-se atropelado pela confissão repentina.

—Hum.

O garoto sorriu, como se esperasse sua resposta.

—Eu amo Sasuke, Sr.Fugaku. Sei que somos só adolescentes. Sei que esperam que isso seja passageiro ou algo assim, mas...não vai passar. Eu me importo com ele, e ele comigo. Passamos por muita coisa juntos, e se não fosse seus filhos...os dois, eu não estaria mais aqui, mas não é apenas sobre gratidão. Quero vê-lo feliz, seguro. Quero vê-lo forte, confiante. Quero fazer por ele o que ele faz por mim, todos os dias. Que é me fazer uma pessoa melhor.

Os olhos azuis se fixaram nos seus novamente, mais confiantes e menos vulneráveis. Fugaku suspirou. Admitia, havia sido derrotado agora. Aquele menino era mesmo alguma coisa.

— É bom que ele tenha você na vida dele, garoto.

Quando ele sorria daquele jeito, era impossível não sorrir de volta.

Fugaku Uchiha havia sido domado.

...............

Sasuke estava de mau humor, mas resignado. Podia ter sido pior. Passar um tempo com sua mãe, Itachi e Shisui não era ruim, apesar do primo roubar a atenção do seu irmão todo o tempo.

 Não estava com ciúmes!

Ver seu irmão beijando alguém era como ver seu pai beijando sua mãe, algo que preferia não olhar. E Shisui sabia disso, por isso não perdia nenhuma oportunidade de colar boca com Itachi sempre que sua mãe não estava por perto. Ou mesmo com ela por perto.

Por isso, apesar de amar a mãe e o irmão, estava aliviado de chegar em casa, mesmo começando seu isolamento no quarto. Tinham levado até seu telefone. Desconsideravam Itachi lhe emprestando o seu sempre que conseguia, porque seu irmão era incrível desse jeito.

Removeu o casaco, os pés descalços no carpete fofo e caiu na cama, olhando para o teto, os fones de ouvido no máximo como o adolescente que era, pretendendo ignorar todos por toda a noite.

Apenas para abrir os olhos com alguém o cutucando. Olhou Shisui desgostoso, que o fitava com os olhos excitados.

—Melhor vir para o porão Sasuke.

—O que diabos...me deixa Shisui!

O primo o arrastou, e achou melhor não resistir. Com Shisui era melhor assim.

Foi arrastado escada abaixo, sua mãe e Itachi estavam perto da parede, conversando animados e olhando algo no centro. Apenas quando desceu o último lance de escadas viu os dois.

Naruto. E seu pai. Os dois lutando. E sorrindo.

E seu pai estava perdendo, melhor nem comentar sobre isso.

—Ele é bom. —  Shisui assobiou.

Ver Naruto lutando era fascinante. Era fluido, como uma dança. O corpo menor se movia atacando cada ponto fraco do seu pai com uma facilidade que beirava a uma brincadeira. Os demais eram ignorados pelos dois, como se não existisse nada ao redor além deles. Fitou seu pai, e ele parecia relaxado, apesar do esforço que fazia, os olhos suaves como só o via perto da família.

Sorriu, cruzando os braços. Ele havia o conquistado, depois de tudo. Não ficava surpreso.

Imerso, nem mesmo percebeu quando sua mãe saiu para atender a porta, acordando da fixação na luta apenas quando uma mão se colocou em seu ombro, e encontrou os olhos cinzentos de Kushina Uzumaki nos seus. A mulher lhe abraçou antes que pudesse dizer algo, e não soube o que dizer. Quando ela o soltou, olhou confuso.

—Obrigada, Sasuke.

Antes que pudesse perguntar a razão, quase pirou quando Minato Namikaze apareceu na porta e o fitou. Esperou ter que fugir do homem — não era covarde, mas lembrava bem da última vez que haviam se visto —, no entanto, Namikaze o segurou no lugar com uma mão no ombro. Tudo pareceu silenciar ao redor, esperando o que ele diria. Os olhos tão parecidos com os de Naruto o prenderam no lugar. Não sabia se falar algo pioraria a situação, por isso ficou calado.

—Uchiha. — O homem o fitou duramente por segundos. E então, a coisa mais estranha aconteceu. Os olhos suavizaram, a mão em seu ombro se tornou mais leve. — Sasuke. Fico feliz que Naruto tem você com ele.

Apenas um pisão em seu pé o acordou que deveria responder algo. Sua mãe o olhou de forma encorajadora.

—Hum. E.eu...agradeço. Eu que agradeço por ele.

O homem sorriu com isso, como nunca o tinha visto sorrir para si. E sorrindo assim, ele parecia ainda mais com Naruto. Sempre achou que Naruto tinha o sorriso da mãe, mas naquele momento via que não era verdade. O sorriso verdadeiro de Naruto, aquele pequeno e suave, era todo do pai dele.

— Minha mulher me disse... — A voz dele foi baixa, só para Sasuke. — Que você é quem pode ajudar Naruto. Eu não queria aceitar isso, seria admitir que eu... que eu falhei mais ainda com ele, que nem isso eu posso fazer.

Sasuke abriu a boca para protestar, mas o homem não o deixou falar, a mão tocando o topo da sua cabeça.

Era tão irreal isso que ficou mudo de novo.

— Foi egoísta pensar assim. Se alguém conhece meu filho, depois de tudo que aconteceu, é você. Eu não queria que fosse assim, mas é verdade. —  Pelo silêncio ao redor dos dois, haviam lhes dado privacidade. Sasuke ficava feliz, ele ainda não sabia o que falar. Naruto que era bom nisso. — Meu pai costumava dizer que toda árvore forte começa pela raiz. Uma raiz fraca pode fazer com que a árvore mais robusta acabe caindo. — A expressão do homem se tornou distante, quase desejosa. Sasuke sentiu aquelas palavras como um eco, como uma memória. Aeron havia lhe dito isso, e agora o pai de Naruto lhe repetia. — Fico feliz... que Naruto tenha encontrada uma raiz forte para ele. Só peço... que não o deixe cair.

Sasuke olhou para o rosto de Minato, e pela primeira vez percebeu o quanto ele era parecido com Aeron, até mais do que Naruto.

(Sangue de Grá. Naruto havia dito. A reencarnação do filho de Aeron, e o sangue dele por gerações e gerações. Quem carregava o anel de Eriú, que em alguns anos ele passaria para o filho, perpetuando o último da linhagem de Aeron que ainda existia pela terra.

Minato ecoava as palavras de um Deus, sem nem mesmo saber.)

— Eu não vou. — Prometeu, solenemente, como havia prometido antes. — Prometo.

O olhar de Minato brilhou um pouco, e o sorriso triste de Naruto estava lá novamente. O sorriso de quem havia perdido muito.

O rosto dele ficou menos triste, divertido ao acrescentar:

— E ele se mete tanto em problemas, que quanto mais gente para ajudar melhor.

Sasuke não conseguiu segurar uma pequena risada com isso.

Era meio absurdo de pensar, nos dois naquele momento, trocando um sorriso cumplice. Talvez nem todo estivesse perdido.

—Se o machucar...

—Não vou! Eh, eu não vou.

—Bom mesmo.

A pancada em suas costas pareceu mais dura do que deveria, mas fingiu que não.

E assim o momento deles passou.

Quando se virou para o ringue, os dois haviam parado de lutar, Naruto com seu pai rendido no chão.

—Fugaku perdedor! — Minato zombou, a voz jovem e relaxada como nunca havia visto.

Seu pai resmungou, enquanto Naruto relaxava na posição e olhava para a plateia, se curvando de forma teatral.

—Minha vez! — Shisui pulou dentro do ringue com animação. — Depois podemos montar times!

Seu pai veio, suado, o rosto relaxado. A mão tocou seu ombro, onde minutos antes Namikaze o segurava. E ele sorriu para ele, como não sorria há dias.

—Você é um bom garoto, Sasuke.

—Otou-san...

O momento foi quebrado por Minato, que jogou uma toalha na cabeça de seu pai.

—Naru e eu vamos incinerar Uchihas hoje. — O homem brincou, os olhos competitivos.

—Vai sonhando, Namikaze.

............

Kushina observou seu filho pendurado nas costas de Shisui Uchiha. Os dois tinham que pendurar as luzes nas árvores do quintal, mas de algum modo acabaram encontrado os sabres de luz de plástico nas caixas, e agora pareciam estar travando uma 'luta ferrenha pela honra do melhor jedi'.

Shisui com certeza era seu Uchiha favorito.

Era raro ver Naruto longe de Sasuke. Procurou o outro garoto, e viu que ele arrumava uma das mesas, enquanto Itachi estava sentado, descansando sua perna

— Ele não sai muito do pé do irmão nos últimos dias.

Mikoto observou do seu lado, os olhos suaves nos filhos que trabalhavam relaxados.

—Eles vão sentir falta um do outro, esses dois.

Amanhã, Itachi Uchiha iria se mudar para Califórnia.

Kushina sofria por antecipação, sabendo que no começo do ano, seria a vez de Naruto. O filho estava dando duro para compensar os problemas que tivera todos esses anos, aplicando testes. Não era incomum chegar em casa e o ver com Sasuke e Hinata Hyuuga, os três estudando concentrados. Ou Shikamaru Nara e Chouji, e um garoto energético chamado Lee e, mais comum, a menina Yamanaka e um garoto adorável — se não um pouco rude, segundo Naruto — chamado Sai. Nunca vira Naruto com tantos amigos antes, e isso a deixava feliz, e leve.

Os pesadelos haviam diminuído, ele estava mais aberto com eles e havia finalmente começado a progredir na terapia. Tudo parecia no caminho certo, mal conseguia acreditar. Tinha medo de acordar naquele hospital, do lado da cama de seu filho morrendo, e descobrir que os últimos meses haviam sido apenas um sonho.

Mais pessoas chegavam, um grupo de jovens adultos. Um garoto ruivo de mãos dados com um loiro, um tanto extravagante na maneira como abraçava Itachi. Uma mulher baixinha de cabelos curtos e olhos muito verdes, que acenou para seu filho de longe. O homem albino, para quem seu filho acenou, ainda nos ombros de Shisui, animadamente.

Sasuke pareceu entediado com a atenção de seu irmão dividida, indo até Naruto, o roubando do primo com alguma dificuldade, para a diversão do seu filho. Observou com suavidade seu menino, agora nos ombros do garoto que amava, um sorriso lindo no rosto. Os dois se olhavam de uma forma familiar. Não apenas porque vira aqueles dois por meses, mas por ser da mesma forma que Minato e ela se olhavam.

—Sabe, quando esses dois forem para a universidade também, nossa vida vai perder boa parte da emoção.

—Me sinto velha com você dizendo isso, Kushina. E aposto que irão para a mesma universidade, e que Minato não vai gostar muito disso, então...

—Tem razão, a emoção só está começando.

............

A festa seguiu pela noite inteira. No fim, preferiram ficar dormindo ali pela noite, do que atravessar a cidade. Assim poderiam acompanhar Itachi até o aeroporto pela manhã.

Afastaram os sofás, e sacos de dormir foram espalhados pela sala, para aqueles que também preferiram o pernoite. Os quartos de cima ocupados pelos mais velhos. Ninguém nem piscou quando largou seu saco de dormir e acabou no de Sasuke, cedendo o seu para Hinata. Deidara — um dos vencedores, lembrava bem dele —, acabara anunciando o direito de fazer o mesmo, e riu de Sasori quando o outro invadira seu espaço pessoal, entrando no saco de dormir do garoto ruivo sem permissão.

Todos conversaram até mais tarde, um a um, se calando quando pegavam no sono. No fim, ele e Sasuke acabaram acordados na semiescuridão, trocando beijos suavemente, conversando quietamente. Estava quase resvalando para o sono, bem encolhido contra o peito do outro, quando a voz o despertou:

—Você sente falta dele?

A pergunta o pegou desprevenido. Os olhos escuros de Sasuke fitavam os seus de cima, de forma indecifrável.

—De Aeron.

Sentiu uma dor conhecida ao ouvir o nome do outro. Na maior parte do tempo, tentava não pensar sobre isso. E por vezes conseguia esquecer. Era mais fácil tentar acreditar que tudo o que acontecera havia sido um sonho estranho, se não fosse aquele vazio que sentia. Como se algo seu, dentro de si, estivesse faltando.

Um pedaço da sua alma, afinal.

—Sim. Eu sinto falta. – Admitiu quietamente.

Sasuke assentiu de forma solene. Mordeu o lábio, e o outro esperou.

—É como se olhasse no espelho e não fosse a mesma pessoa.

—Um vazio. — Os dois se surpreenderam com a voz perto. Virou a cabeça levemente e Itachi os fitava, Shisui dormindo do seu lado. Virou no saco de dormir, encontrando as costas no peito de Sasuke para fitar o outro. — Tem um silêncio na minha mente que não havia antes. Onde nunca havia reparado que havia um som realmente. Não é exatamente ruim só...diferente.

Assentiu. Itachi sorriu levemente. E ali, com o braço de Shisui em seu peito, os cabelos curtos e o rosto tão suave, ele finalmente parecia da idade que Naruto sabia que ele tinha. Apenas um garoto normal, que se despedia da família para começar uma nova vida. Sem o peso de tantas vidas em suas costas ou guardião de todas as lembranças ruins de uma terrível tragédia da qual não sabia como escapar.

—As memórias estão borradas também. — Admitiu. — Sobre...eles. Tudo aquilo. Quanto menos penso nelas, menos nítidas ficam. Como se tudo tivesse sido apenas um sonho.

—Talvez seja melhor assim. — Sasuke murmurou contra seu cabelo, a voz sonolenta. — Eles estão em paz agora.

Pensou em um homem com vestes douradas, lança em mãos, ladeado por raposas correndo em uma planície sob um céu com três sóis. Livre, finalmente.

 

Todos eles estavam livres. Haviam escolhido seu próprio destino.

E essa era a melhor sensação do mundo.

................

Aillte an Mhothair, ou Falésias de Moher são um conhecido ponto turístico na Irlanda, atraindo perto de 1 milhão de visitantes por ano.

Localizadas na paróquia de Liscannor, no ponto sudoeste da área de Burren, no condado de Clare, estendem-se 8 km ao longo do Oceano Atlântico e atingem a sua altura máxima de 214 metros ao norte da Torre de O'Brien.

—Ali são as ilhas de Aran. — Minato apontou do topo da torre de vigia. — E a Baía de Galway.

Naruto olhou fascinado, os dois ignorando o som do guia turístico ao longe.

—Ali. — Naruto apontou — São as montanhas Maum Turk, certo?

—E ali os Doze Pins ao norte em Connemara, e Loop Head ao sul. Consegue ver?

Assentiu, os dois se preparando para descer. O vento era forte bagunçando seus cabelos loiros, já que havia esquecido a touca no hotel com sua mãe. Minato cumprimentou o vigia, um conhecido do seu pai que o esperava lá embaixo, já tendo sido informado da razão de terem vindo.

Naruto ignorou a conversa dos dois, abraçando a urna e fitando o horizonte. O céu era um azul profundo, as montanhas esverdeadas, e o vento forte o fazia se sentir no topo do mundo.

—Naruto? Esse é Aaron. — Naruto sentiu seus lábios se curvarem com o nome e estendeu sua mão.

—Ele parece com seu pai, Minato. Algo nos olhos dele.

A voz do homem era rouca, o rosto enrugado. Naruto soltou a mão grande e calosa e o olhou com curiosidade. O homem sorriu com os dentes amarelados, mas os olhos antigos e bondosos, que lembravam tanto seu avô que sentiu seu peito doer.

—Uma alma antiga. — O homem sorriu e começou a andar, os fazendo sinal para o seguir.

Eles desceram a encosta até uma depressão, protegidos pelo vento.

—Foi aqui que ele conheceu sua avó. — O homem falou, olhando Naruto. — Era seu lugar favorito. Eu tinha 12 anos quando ele me disse que queria isso, mas eu sempre pensei que ia primeiro que ele.

Naruto sentiu a mão de seu pai em seu ombro de forma confortante.

Ao chegar no local pararam, fitando o mar lá embaixo. Tirou a tampa da urna e seu pai assentiu em permissão.

As cinzas caíram todas no mar, mesmo com o vento, a direção dele as levou todas para as ondas lá embaixo.

Jiraya havia retornado finalmente para casa.

Os dois ficaram olhando o mar, mesmo quando o homem partiu.

—Podemos fazer uma última parada?

Sentiu seu pai o fitar com intensidade. Em alguns dias estaria indo para a universidade, conseguido com algum esforço que seu pai o permitisse morar no campus. Aquela viagem em família havia sido às pressas, e sabia que o tempo era apertado, seus pais tendo que pedir uma folga sem muito aviso.

—Onde?

—Condado de Cork, Nohoval cove.

Se seu pai se surpreendeu não disse nada. Sabia que não era um lugar muito comum para se visitar, e há mais de 200 km dali, eram mais de duas horas de carro.

Ainda assim ele concordou sem perguntar nada, vendo em seu olhar o quanto era importante.

Pegaram o carro alugado, e avisaram a sua mãe que iriam demorar um pouco ainda.

Quando chegaram já estava escuro. O lugar não possuía placas, mas Naruto sabia para onde estava indo, mesmo que as memórias estivessem borradas e difusas.

E pela segunda vez no dia se viu fitando o oceano abaixo. Seu pai parado no carro na estrada, conversando com um dos locais, mas podia sentir os olhos azuis o fitando. Abriu sua mochila e desenrolou a adaga com cuidado. Foi difícil a recuperar das evidências, mas seu pai havia conseguido.

Não sentiu nada ao a tocar. Nenhuma sensação estranha enquanto seus dedos traçavam os detalhes com cuidado. Apertou o cabo pela última vez e com o impulso a lançou. Com o peso ela foi por uma longa distância, mais do que esperava, rodopiando uma última vez e caindo no oceano, afundando nas mesmas águas em que o corpo de Aeron havia sido jogado centenas de anos atrás. O mesmo mar que havia clamado o corpo de Noland, e de Ewen e Davlin.

Depois de alguns segundos retornou ao carro. Sabia que seu pai havia visto tudo, mas ele novamente não comentou, apenas apertou sua mão e sorriu de forma compreensiva.

 

—Podemos ir.

—Aquilo é uma raposa? — O local, um homem jovem com quem seu pai conversava disse de forma espantada. — Não são comuns aqui nessa região.

Naruto virou e viu o animal o fitando do limite da floresta. Seu pai apertou sua mão duas vezes e Naruto sorriu, os três homens ficando bem parados.

O pelo, na penumbra poderia ser vermelho ou dourado, não tinha certeza. Era grande para a espécie. Os olhos inteligentes o fitavam diretamente, com uma intensidade que não era comum em nenhum animal.

Era como se tudo sumisse naquele momento, e houvesse apenas os dois. Sentiu calor percorrer seu corpo, como um abraço saudoso.

Lembrou de imediato do que seu avô tinha dito há tantos anos, em sua voz cadenciada e rouca.

'Eles transitam entre nós, mo dhuine beag. Através do féth fiada ou ceo druídecta, nos vendo através dos olhos dos animais. Eles nunca nos abandonaram.'

— Beannacht, Aeron. — Sussurrou ao vento, ainda segurando a mão do seu pai.

O animal moveu levemente a cabeça, e ouviu o arfar surpreso do homem com isso, a risada baixa com o comportamento tão atípico.

A raposa olhou para seu pai, também por um longo tempo. Era Grá ali, afinal.

Seu pai também parecia fascinado, um olhar fixo, mas ao mesmo tempo distante, como se preso em alguma lembrança incompreensível, seu dedo acariciando o anel em sua mão de forma inconsciente.

(Um sonho, Minato pensaria. Um sonho repetitivo, de se banhar em um riacho, cabelos vermelhos brilhando ao sol, esperando uma raposa vir da floresta.

Um sonho, apenas um sonho distante.)

Com uma última fitada em seus olhos, o animal sumiu pela floresta.

Como se nunca estivesse estado lá.

—Que curioso.

O homem ainda comentava de forma espantada. Naruto fitou seu pai que olhava a floresta com a testa levemente franzida.

—Terminou?

Ele não sabia sobre o que exatamente ele perguntava, mas assentiu, sorrindo com olhos nostálgicos e antigos demais.

 

—Sim. Podemos ir para casa.

Já havia se despedido de quem precisava.

Agora podia seguir finalmente em frente.

.......................

Tromluithe: Pesadelos

 


Notas Finais


Tá sé ceart go leor: Está tudo bem

Tá sé dom: Sou eu

Tá sé Daidí: É o papai

Tá mé anseo: Eu estou aqui.



No próximo, epílogo!

Teremos também 4 extras adiante, incluindo um capítulo inédito :)










Seacht está acabando gente...pois é.
Agradeço muita a paciência de vocês. Dia 26 desse mês Seacht completa três anos, e provavelmente esse também será o dia em que será encerrada. Acho digno sobre uma estória que fala sobre ciclos...haha


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