Bangchan resmungou de dor, esfregando a área sensível, sua orelha parecia pulsar de dor.
– Mãe, isso doeu – A voz saiu magoada. Perto dos pais, Bangchan parecia um adolescente manhoso.
Bang Jiyong riu maléfico, cruzando os braços. Apesar de ja ter cinquenta anos, o ômega ainda parecia estar na faixa dos trinta.
– Eu deveria bater nessa sua bunda branca, garoto – O ômega mostrou a língua para o único filhote, em uma atitude infantil e comum a dupla que formavam. – Onde já se viu, escondendo as coisas da sua própria mãe, eu deveria ter te colocado para a adoção.
– Mãe, eu ia te contar juro – O wide receiver deu um sorriso amarelo, tentando acalmar os ânimos do genitor. – Eu ia te mandar uma mensagem.
Jiyong bufou alto, formando um punho com uma das mãos, e fazendo questão de acertar a testa do filhote.
– Uma mensagem?! Você ia avisar sobre o meu neto com um SMS, Christopher? – O alfa engoliu em seco, começando a andar de forma temerosa para trás. – Eu deveria te dar uma surra garoto, você parece um camarão, parece ter bosta invés de cérebro.
Bangchan esfregou a região da testa com a mão, não havia doido, mas o alfa não perderia a chance de fazer uma atuação digna de Oscar.
– Mãe, eu não queria preocupar vocês. Quando vocês voltassem, eu ia contar. – O Bang sorriu de lado, tentando conter a gargalhada, a situação era até meio cômica, Jiyong era muito mais baixo que o próprio filho, e acabava tendo que dar pequenos pulinhos para atingir a testa do filhote. – Eu não queria estragar a oitava lua de mel, o papai queria muito conhecer o havai, e você sabe que nosso filhote sempre vai estar em primeiro lugar.
Agindo de forma manhosa, o alfa envolveu os ombros do progenitor com as mãos, abraçando-o de forma carinhos, e apoiando a cabeça na curvatura do ombro, sempre gostou de sentir aquele cheirinho maternal.
Jiyoung negou com a cabeça, rindo baixinho, e deslizou os dedos pelos cabelos finos.
– Pelo amor, Christopher – O progenitor resmungou. – Seu pai odiou havai no momento que entrou areia na bunda dele.
Bangchan mordeu o lábio inferior, tentando conter a gargalhada.
– Desculpa, mamãe – O tom manhoso e carente preencheu a voz do jogador, que sabia ser um ótimo manipulador. – Eu só estava com medo.
O ômega revirou os olhos, tentando engolir a vontade de sufocar o próprio filhote com os braços.
– Meu bebê vai ter um bebê – Jiyong fungou, tentando controlar a crise de meia idade que começava a lhe atingir. Pelos deuses, o ômega ainda conseguia lembrar das contrações que sentiu, se fechasse os olhos. – Você cresceu rápido demais, eu estou me sentindo velho.
Christopher riu baixinho, deslizando os dedos pelas costas do genitor em um carinho gostoso.
– Um velho bonitão.
Jiyong riu alto, abraçando com mais força o filhote.
– É claro que eu sou um velho bonitão, de quem você acha que herdou esses genes maravilhosos, garoto?
Seunghyun negou com a cabeça, acostumado com a crise de drama que o esposo sempre fazia. Jiyong sempre parecia esquecer do mundo, quando estava com seu único filhote.
– Cuidado, está quente – O alfa estendeu a caneca vermelha na direção do ômega, o aroma gostoso de chá atingindo o olfato do grávido. – Você está muito nervoso, não é bom para o bebê.
O grávido sorriu minimamente, sentindo as bochechas corarem. Poxa, ele sentia os dedos dos pés cada vez mais gelados, só de observar aquele casal.
Definitivamente, eles exalavam poder.
– O-obrigado – Seungmin aceitou a bebida com as duas mãos, gemendo satisfeito ao sentir o sabor docinho no paladar. – E-eu sinto muito por...
Seunghyun negou com a cabeça, e com uma intimidade espontânea, deslizou uma das mãos pelos cabelos castanhos do mais novo.
– Não precisa pedir desculpas, nós não estamos bravos – O grisalho piscou um dos olhos para o grávido. – Nós sempre quisemos ser avôs.
O barista sorriu levemente, bebendo mais um gole do chá.
– Vocês não estão bravos?
Seunghyun negou com a cabeça, sorrindo de forma amorosa para o mais novo.
Seungmin estava começando a exalar o cheiro de leite, típico do período gestacional.
– Nem um pouco, estamos supresos – O grisalho apontou para a barriga do barista. Inicialmente, o plano da família Bang era ter muitos filhos, mas depois das complicações do parto de Christopher, preferiram não arriscar mais.– Posso tocar?
Seungmin confirmou com a cabeça, felizmente, a protuberância estava se tornando perceptível.
As mãos de Seunghyun dedilharam a região redonda apesar de ser pequena, já era bem firme.
– Ah, tá tudo bem com o senhor? – Seungmin mordeu o lábio inferior, se comovendo ao ver as lágrimas começando a se formar nos olhos de Seunghyun. – Quer um copo de água?
Seunghyun riu baixinho, limpando as lágrimas fujonas com a manga da blusa social que usava.
– Desculpe, os Bang's são sentimentais demais – O alfa deslizou a língua pelo lábio inferior, inspirando o ar profundamente. Seu coração se enchia de orgulho, só de pensar que seu filhote já seria um pai. – Será que são gêmeos?
Seungmin arregalou os olhos sentindo a pressão cair rapidamente. Cruzes, só de pensar em dois bebês, a vontade de vomitar lhe consumia.
– Não...
Seunghyun gargalhou alto, deixando um último afago carinhoso na região.
– É brincadeira, Seung, respira – O grisalho parecia ainda mais jovem ao sorrir daquela forma. O sorriso de Bangchan, definitivamente foi herdado do genitor alfa. – Ele só deve ter puxado a cabeça gigante do Chris.
O barista riu alto, negando com a cabeça. Apesar de Bangchan ser um absurdo de lindo, ninguém podia negar que ele possuía uma cabeça enorme.
– Senhor Seu...
O grisalho ergueu o dedo indicador, fazendo o ômega se calar.
– Pai, você tem que me chamar de Pai – O alfa sorriu de lado, tentando parecer mais simpático e não assustar o mais novo. – Você é da nossa família agora, não é mesmo?
Seungmin fez um beicinho com o lábio inferior, tentando conter a vontade de chorar.
Poxa vida, os pais de Bangchan conseguiam ser mais apaixonantes que um pote de Nutella em promoção.
Jiyong se aproximou radiante, segurando um potinho com frutas picadas, praticamente havia saltitado até o sofá e entregou o recipiente para o grávido.
Seungmin sorriu novamente, se sentindo mimado como um gato de hotel.
– Então, Seungmin – O ômega se sentou ao lado do genro, cruzando as pernas de uma maneira elegante. – Você já decidiu a decoração que vai usar no casamento?
Seungmin abriu a boca, deixando as frutas mastigadas caírem de volta no pote azul.
– O que?! Casamento de quem?!
Jiyong franziu as sobrancelhas, confuso com a situação.
– O seu, ué – Os olhos afiados se fixaram na figura do filho, Bangchan tinha um sorriso amarelo estampado, e as bochechas rosadas. – Christopher!
Seunghyun negou com a cabeça, seu filho conseguia ser mais desmiolado que uma criança de cinco anos.
– Você não pediu ele em casamento? – Jiyong sentiu uma veia pulsar na testa. Seungmin era um ômega apaixonante demais para seu filho desmiolado. – Bang Christopher!
Bangchan deu um passo para trás, negando com a cabeça.
– Eu ia pedir, eu juro.
Seunghyun negou com a cabeça, apenas observando o espetáculo.
– Pedir quando?! – Jiyong marchou até o filho, ficando na pontinha dos pés para conseguir alcançar a outra orelha, e puxá-la com força. – Vamos!
Christopher gemeu de dor, sendo obrigado a seguir os passos do genitor com o tronco encurvado, caminhando em direção a porta do apartamento.
– Mãe, onde vamos?!
Jiyong bufou, fazendo questão de aumentar o aperto na região sensível.
– Comprar um anel, é claro.
...
Minho riu baixinho, envolvendo as mãos na cintura do mais novo.
– Isso é errado, Hyung – Jisung riu baixinho, colando a orelha na porta branca. – Tadinho do Bangchan, nós deveríamos ter ido ajudar ele.
Felizmente, as paredes eram finas e eles haviam conseguido escutar toda a discussão familiar.
– Eu disse que ele devia ter ligado para o tio, mas ele não me escuta – Os dedos do quarterback se fixaram na cintura minúscula, deixando um carinho gostoso na região. – Hm, você ta tão cheiroso.
Jisung sentiu um arrepio deslizar pela coluna vertebral, sentindo o nariz do namorado deslizar pelo pescoço sensível.
Jisung arfou baixinho.
– Hyung! – Os dedinhos beliscaram a pele sensível da mão do quarterback, tentando afastá-lo de si. – Tem gente na casa.
Minho riu baixinho, apertando a cintura pequena com mais força.
– E daí?
Jisung revirou os olhos.
– Deixa de ser pervertido, alfa, eu quero comer alguma coisa – O ômega deu um passinho para o lado, se livrando do aperto do mais velho. – Eu tô com fome
O quarterback deslizou a língua pelo lábio inferior, dirigindo um olhar malicioso para o namorado.
– Eu também, mas o que eu quero comer, tá aqui nesse quarto.
Jisung revirou os olhos, cruzando os braços.
– Se você não fizer alguma coisa para eu comer nos próximos cinco minutos, eu garanto que você vai continuar com fome pelos próximos cinco meses.
Minho ergueu as sobrancelhas, surpreso. Jisung estava começando a se posicionar de uma forma absurda, e aquilo era maravilhoso.
– Tá ameaçando fazer greve?
Jisung sentiu as bochechas começando a ficar avermelhadas, mas não ia voltar atrás.
– Sim.
O quarterback sorriu de lado.
– Você quer seus waffles inteiros ou em pedacinhos, neném?
[...]
Três semanas depois.
Félix resmungou, abrindo o hambúrguer para conseguir retirar os pedaços de picles do recheio.
– A universidade está tão tranquila – Jisung fez um beicinho com o lábio inferior. – Se torna até meio esquisito.
O Lee ergueu a sobrancelha direita para o melhor amigo.
– É claro que está, Wooyoung finalmente se internou – Félix parou de mastigar para conseguir pronunciar as frases. – E o Jeonghan foi pra puta que pariu, o mundo não poderia estar mais perfeito.
Jisung franziu as sobrancelha.
– Jeonghan foi embora?
– Você sabe que uma colmeia não funciona sem a abelha rainha, né? De alguma forma, sempre vai ter uma abelha que tenta impressionar o líder – O Lee apontou para o céu. – Nós só precisávamos nos livrar do Wooyoung, sem ele por perto, as pessoas não tem coragem de fazer as coisas.
Jisung fez uma careta, tentando entender a frase do melhor amigo.
– Então, Jeonghan foi embora porque o Wooyoung não ia protegê-lo mais?
Félix riu, concordando com a cabeça. Recentemente, ele havia descolorido o cabelo novamente, e os fios ostentavam um tom platinado.
– Bingo, meu caro Watson. – Piscou o olho esquerdo para o melhor amigo.
– E por que você usou abelhas pra explicar isso?
Félix ergueu os ombros, e depois os abaixou.
– Assisti Bee movie ontem.
Jisung fez uma careta, desistindo de acompanhar aquela linha de raciocínio.
– Eu só fico pelo triste pelo San, ele realmente gostava do Wooyoung – O Caçula dos Seo's abaixou o olhar para a mesa de plástico, começando a trilhar desenhos inimagináveis com o dedo indicador. – O Minho disse que ele foi passar um tempo com os avós no interior, pra tentar clarear a mente.
Félix confirmou com a cabeça. Wooyoung possuía muitos defeitos, mas no fundo, bem no fundo, era uma pessoa doce e incompreendida pelos próprios pais.
– Às vezes, nos temos amores que são de momentos, e outros que são pra vida toda, Sung, e o tempo vai nos dizer – Félix ergueu o olhar para o céu ensolarado. – Algo me diz que o San e ele, vão continuar juntos de alguma forma...
O braço musculoso envolveu o pescoço do Lee por trás, e o cheirinho gostoso invadiu o olfato sensível.
– Oi, neném – Changbin fez questão de falar mais baixinho, fazendo a voz soar ainda mais rouca e sedutora. – Tá pronto para ir?
Jisung riu baixinho, observando as bochechas do melhor amigo começarem a se avermelhar. Observar aquelas interações era a melhor coisa do mundo.
– Pra onde você quiser – Félix agarrou uma das fatias do picles, levando até a boca do namorado gostoso que possuía. – Achei que iam demorar mais.
Changbin piscou o olho esquerdo para o irmão, mastigando o alimento crocante.
– Minho convenceu o treinador pra conseguirmos sair mais cedo – O alfa depositou um beijo demorado na bochecha do platinado. – Ele precisa encontrar um apartamento novo.
Jisung formou um beicinho ainda maior com o lábio inferior. Havia tentando convencê-lo a não se mudar tão rapidamente, mas ele era como uma rocha.
– Bangchan disse que ele não precisa ir tão rápido – O caçula apoiou os cotovelos na mesa.
Changbin confirmou com a cabeça.
– Minho disse que não quer incomodar, você conhece aquele cabeça dura, Jiji – O Seo mais velho negou com a cabeça. Lee Minho parecia se transformar em uma força da natureza quando decidia alguma coisa. – Ele disse que vai te levar para as visitas de hoje, ele quer sua opinião.
Jisung mordeu a parte interna da bochecha, tentando não corar. Na sua cabeçinha oca, parecia que eles estavam procurando uma casa para morar juntos.
– E você vai me acobertar?
Changbin riu baixinho, abrindo a boca para receber mais um pedaço do picles crocante.
– Te acobertar do que? – O Seo sorriu de lado, formando um sorriso descarado. Jisung era muito perspicaz. – Ah, você quer que eu minta para os nossos pais?
O caçula confirmou com a cabeça. Por ser uma quinta feira, a família Seo tinha o costume de se unir para um jantar.
– Só dessa vez, Hyung – O ômega fez questão de caprichar no tom de voz manhoso, aquele era um dos pontos fracos que todos seus irmãos possuíam. Nenhum deles conseguia negar nada para o irmão caçula. – Por favor...
Changbin inspirou o ar com força, e negou com a cabeça.
– Só dessa vez, Seo Jisung. E some das minhas vistas antes que eu me arrependa.
Jisung bateu palminhas, contente com a afirmativa do irmão.
– Eu amo você – O ômega se ergueu em um pulo, encaixando a mochila nos ombros, e se aproximou do irmão para deixar um beijo demorado na bochecha gordinha. – Você é o melhor irmão do mundo, Binnie.
Changbin negou com a cabeça observando o irmão correr na direção dos vestiários, provavelmente ia esperar o namorado na porta.
Eles já nem escondiam mais.
Félix riu, levando mais um pedaço do picles na boca do namorado.
– Caralho, neném, quantos picles tem nesse lanche? – O jogador amava o legumes, mas os lanches costumavam possuir apenas duas rodelas, e olhe lá. – Acho que você já me deu um pepino inteiro.
O ômega negou com a cabeça, fazendo um biquinho com a boca.
– Eu pedi pra adicionar mais.
Changbin franziu as sobrancelhas, tentando acompanhar o raciocínio do namorado. Félix costumava brigar pelos picles que os lanches possuíam, e fazia questão de roubar as rodelas do namorado.
– Mas você não tá comendo neném, por quê? –Félix resmungou baixinho, formando uma frase incompreensível para o mais velho. Os olhos fixos no próprio colo. – O que? Você precisa falar mais alto bebê.
O ômega ergueu o olhar, formando o contato visual. Os olhos úmidos, com algumas lágrimas descendo por rosto bonito.
Changbin sentiu o coração parar de bater ao ver aquele olhar tão magoado.
– Eu disse que fiquei enjoado – O loiro praticamente gritou a frase. – Eu quis vomitar, só de sentir o cheiro do picles.
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