O sol banhava-me com sua luz cálida, esquentando minha pele fria. Olho para a estrela brilhante acima de mim. Seu brilho era motivo de fascínio para alguns, mas para mim era provedor de uma estranha paz. Muito poucas coisas me fascinavam, mas uma em particular tendia a me desajustar sempre que estava presente.
Por que?
Essa era uma pergunta que eu fantasiava não saber a resposta. Mas na realidade, eu sabia intimamente o porquê. Só não queria admitir para mim mesma. O amor era uma fraqueza que eu não podia ter.
O mar jazia majestoso e imponente à minha frente. Suas ondas encontravam-se com a areia da praia, como se as duas fosse velhas amigas. Um espetáculo incrível, em minha opinião.
Suspiro, me sentindo triste, infeliz até.
Não, não posso me sentir assim, repreendo-me mentalmente.
– Senhora, Artémis? – Ouço uma voz conhecida me chamar.
Thalia.
– Estou aqui – Respondo, sem muito animo.
Logo a mesma para ao meu lado. Ela senta-se na areia da mesma forma que eu estava. Contemplarmos juntas o mar, banhadas pela luz solar, pela luz dele, do meu sol, do meu irmão, da minha perdição particular.
– As caçadoras querem saber qual vai ser nossa próxima missão – Fala, casualmente.
Olho para a mesma.
Thalia tinha mudado muito nesses 4 anos de caçada. Ela não estava mais aquela menina revoltada de antes, ela estava mais... iluminada. Com os cabelos longos presos em uma trança embutida, suas feições se destacam, delicadas e joviais. Ela estava linda! Era uma pena que em seu coração só a via tristeza e mágoa. A morte do filho de Hermes, Luke Castellan, a assombra até hoje. O primeiro e único amor, nós nunca esquecemos.
Ela era muito similar a mim nesse aspecto, nós duas tínhamos amores inalcançáveis.
– Senhora? – Volta a me chamar, só que dessa vez desconfiada com minha demora a responde-lhe.
– Não haverá mais caçadas, por enquanto – Decreto, calmamente – Mande as caçadoras levantarem acampamento. Passaremos uma pequena temporada no Olimpo – Completo.
– Sim, senhora – Fala, já se levantando.
Me volto para a imensidão do mar a minha frente, contemplando sua beleza.
Poseidon têm do que se orgulhar, indago pra mim mesma.
Por alguns instantes me pego imaginando como seria se eu fosse humana, e se ele me quisesse tanto quanto eu o queria.
Ele e eu andando em uma praia de mãos dadas à noite... Seu corpo roçando preguiçosamente ao meu... Seus olhos fixos em mim... Nossas bocas sedentas... Mordo meu lábio inferior, sentindo meu núcleo umidificar.
Suspiro, me jogando na areia daquela praia. E com isso deixo os raios de sol me banharem.
[...]
Guio, rapidamente, minhas caçadoras pelos jardins bem cuidados do Olimpo. Elas não entendiam minha pressa, mas eu sim. Não queria correr o risco de encontrá-lo. Ver-lhe sempre me fazia mal, pois ao contemplar sua face jovial e brincalhona, mil e uma possibilidades de ficarmos juntos passavam por minha cabeça. Isso não era saudável, não mesmo.
Perséfone fez um bom trabalho aqui, penso, ao ver uma linda fonte sobreposta enfrente ao meu templo, o mais afastado de todos. Ao redor da linda construção, flores noturnas e rosas das mais diversas tonalidades foram plantadas com esmero. Preciso envia-lhe uma carta em agradecimento.
Assim que minhas caçadoras estavam devidamente instaladas, (e eu já havia guiado meu carro lunar pelos céus, evitando arduamente me encontra com o Deus-Sol), me tranco em meu quarto - sem jantar -, meu refúgio.
Refúgio esse que me lembrava ainda mais dele, pelas noites que em segredo de nosso pai, Zeus, eu pedia ao mesmo para dormir comigo, por medo. Medo de ficar sozinha, medo de perdê-lo. Algumas de suas parafernálias médicas, instrumentais e poéticas ainda estavam espalhadas pelo quarto. Eu nunca devolvi, e não tinha essa intenção tão pouco.
Me jogo em minha cama, cansada. Não um cansaço físico, mas sim um cansaço emocional, mental. Ele era meu carvalho, meu martírio, minha perdição.
[...]
“Seus lábios se encontraram com os meus, um beijo devastador e incrivelmente sensual se inicia. Suas mãos vagam pelas laterais de meu corpo, apertando minhas coxas, meu bumbum, tudo isso sem pudor algum.
Sou imprensada fortemente contra o colchão, sinto sua ereção ser pressionada contra minha intimidade. Meu baixo ventre se contrai, em expectativa, e minha vagina umedece, desejosa.
Não tenho como escapar de seus toques (e nem quero!). Sua boca abandona a minha, indo rapidamente para meu pescoço. Ali inicia uma cadência tortuosa de beijos, mordidas e chupões. Era tudo viciante demais, bom demais, enlouquecedor demais. Eu estava em um estágio que meu corpo clamava desesperadamente por ele.
Ele sorri para mim, um sorriso deslumbrante, cheio de dentes, um modelo de perfeição, e eu não consigo evitar. Sorriu também.
O loiro se inclina, e eu acho que vai me beijar, mas não o faz. Enfia o rosto em meu cabelo e inspira profundamente meu cheiro. Ele estava tentadoramente perto. Seu perfume me inebria, vicia. Em seus olhos me perco, caindo em um abismo de luxúria.
Ficamos parados, encarando-nos, deliciando-nos com a visão um do outro, sem dizer nada. Palavras eram desnecessárias naquele momento. A atmosfera ao nosso redor quase estala de tão carregada.
Mordo meu lábio à medida que o desejo que sinto por esse homem maravilhoso se apodera de mim, esquentando meu sangue, oprimindo minha respiração, acumulando-se na região abaixo da minha cintura. Vejo minhas reações refletidas na postura do mesmo, em seus olhos.
“Como esse homem pode tirar minha sanidade desse jeito?”
Num instante, ele me agarra pelo quadril e me puxa para junto de si, minhas mãos seguram seu cabelo, e sua boca busca por mim. Ele me empurra contra o colchão, fazendo nossas intimidades se chocarem, sua língua encontra a minha. Solto um gemido dentro de sua boca, e uma de suas mãos segura o meu cabelo, puxando minha cabeça para trás enquanto trocamos um beijo selvagem.”
[...]
Acordo suada, ofegante e completamente excitada.
Pelos deuses! Esse homem vai me levar a loucura, penso colocando minhas mãos em meu peito, aonde meu coração batia, descontroladamente rápido.
Respiro fundo, tentando controlar as reações viscerais do meu corpo.
– Eu preciso de um banho – Verbalizo em voz alta meus pensamentos.
Me encaminho até o banheiro apressada e tiro minha roupa com rapidez. Assim que percebo minha calcinha encharcada, suspiro.
Mais uma vez! Penso, desanimada.
Adentro o box, ligo o chuveiro e deixo a água quente me banhar. Tento ao máximo não pensar no mesmo, o que é quase impossível para mim. Não era de hoje ou de ontem que eu tinha esse sonhos, isso vinha acontecendo frequentemente a mais de dois meses e me consumia por inteira.
Meu desejo impuro por Apolo não era algo de meses, perpetuava-se há milênios. Entretanto, esses sonhos não eram comuns.
Desligo o chuveiro, e saio rumo ao meu closet, mas antes dou uma passadinho no criado mudo ao lado de minha cama, para ver as horas, 2:15 da madrugada.
Suspiro.
Assim que escolho uma camisola, a visto depressa.
Me sento em minha cama, sem muito animo. Afasto as cobertas, que além de úmidas pelo meu sonha, estavam quente demais.
Um sentimento de isolamento me atinge, me fazendo sentir sufocada naquele quarto. Resolvo sai, então. Não coloco um casaco, pois o calor que consumia meu corpo vinha de dentro de mim, devastando-me. E também pois, meu templo era o mais afastado dos demais, por pura privacidade.
Assim que me ponho no lado de fora, me arrependo arduamente de não ter colocado um casaco. O frio era imensurável. Mas mesmo com frio, por pura teimosia, resolvo ficar no lado de fora.
Me ponho sentada no parapeito da fonte, tomando cuidado, é claro, para não machucar nenhum rosa. A água cristalina me acalma um pouco. Fico alguns minutos contemplado minha imagem refletida na água, não por narcisismo, mas sim por alto flagelamento.
Nem em um milhão de séculos eu chegaria aos pés das musas de Apolo. Olha só pra mim; pálida, ruiva, sem graça... Tímida feito uma porta!
Suspiro, colocando uma mecha de meus cabelos atrás de minha orelha.
– Depois eu que sou o narcisista – Sussurra, uma voz incrivelmente sexy e rouca ao pé do meu ouvido.
Ele não, pelos deuses, ele NÃO!
Me viro, só para confirma minha suspeitas.
– Apolo... – Múrmuro.
Ele estava a centímetros de distância de mim, com seu habitual cabelo bagunçado-sexy. Com seu sorriso de molhar calcinhas, (inclusive a minha) e com suas habituais veste: Eu-Sou-Um-Badboy. Ele se aproxima mais de mim, sorrindo maliciosamente.
Fico trêmula, desconcertada.
Assim que o mesmo estava a minha frente, só com míseros 5 centímetros nos separamos, tento me afasta dele, não lembrando aonde eu estava sentada. E com isso, eu acho que vocês já sabem o que ocorreu...
Meu tombo foi fenomenal. Assim que meu corpo se choca contra a água fria, sinto todos os meus músculos congelarem. Antes que eu possa ter qualquer reação, alguém segura minha mão e me puxar para fora da água. Assim que meu corpo sai de dentro da água, o frio é cortante. Apolo me abraça fortemente, tentando me transmitir calor. Mas mesmo assim, tremo ferozmente.
– Vamos para dentro – Fala preocupado, já me pegando no colo.
Não protesto nem nada, o frio que me consumia me impedia até de falar.
Amaldiçoo, mentalmente, a regra imposta por Zeus de que no Olimpo o clima deveria ser intransmutável. E que nós, meros deuses, deveríamos sentir todas as reações físicas à temperatura igual a um humano.
“- Estamos em casa, não tem porquê gastarmos nossas energias para mantermos nossos corpos sempre em temperaturas agradáveis. Devemos ter pelo menos essa experiência mundana. Por isso, decreto que o clima olimpiano deve ser intransmutável; ou seja, sem truques para ensolarado o Olimpo quando estiver frio, Apolo. – Declarou, o Deus dos deuses, Zeus.”
Sou colocada delicadamente em minha cama, quentinha e macia. Saindo assim, de meu devaneio repentino.
– Você precisa se livra dessa camisola – Aconselha, com a voz embargada por luxuria.
Minha atenção recai sobre o pano transparente que eu vestia, tudo estava a mostra, TUDO. Desde minha calcinha rendada preta, até os biquinhos de meus seios.
Coro, extremamente envergonhada.
Merda! Merda! Oh vida de merda essa minha. Não basta eu ter um sonho erótico com meu irmão, eu ainda tenho que cair dentro de uma fonte e esta usando uma mini camisola, que esta completamente transparente...
Sinto seus dedos másculos descerem, lentamente, as alças de minha camisola. Seguro seus dedos, o impedindo de continuar.
– Não a nada aqui, que eu já não tenha visto – Fala, maliciosamente.
Lembranças de quando nós éramos pequenos e tomávamos banho em rios, nus, me vem a mente, fico vermelhar.
– É diferente, agora – Falo, com minha voz entrecortada pelo nervosismo.
– Nada é diferente – Afirma, sombriamente.
Permito que seus dedos deslizem as alças de minha camisola, por meus braços. Assim que aquele pano molhado e incômodo deixa meu corpo, sinto-me mais leve. Tampo meus seios com meus braços. Eu podia sentir seus olhos percorrendo meu corpo. Logo ele me cobre com meus lençóis, já secos e sem vestígios do meu sonho libidinoso.
– Tire a calcinha, não quero que você pegue uma gripe – Fala, se sentando na beirada da minha cama, ao meu lado.
Acabo por tirar a calcinha. Jogo-a em algum canto qualquer do quarto, sem que ele perceba, é claro.
– Beba isso – Fala me entregando um copo com um liquido transparente, tipo água.
– O que é? – Pergunto ao cheirar e não sentir odor nenhum.
– Um remédio para que você não se resfrie – Fala, dando de ombros.
Bebo tudo em um gole só. Não tinha gosto e estava morno.
Me aninho embaixo da coberta, só que a mesma não estava a me esquentar.
– Apolo – Chamo o mesmo, manhosa.
Ele me olha, já sabendo o que era. Logo sorri.
Isso já avia acontecido antes, mas bem... Nós tínhamos 5 décadas na época, quando eu acabei caindo acidentalmente em um poço. Peguei um resfriado e tanto, (o poço, infelizmente, fora encantado por Deméter para causar isso, como forma de punição por termos acabado com sua plantação de trigos e mais algumas outras traquinagens). Mas todas as noites durante uma semana, ele dormiu comigo, me esquentando.
Logo seus braços fortes me rodeiam.
Uma sensação de paz me atinge. Relaxo todos os músculos do meu corpo. Vários pensamento impuros vem a minha mente, espanto todos.
Ele é meu irmão gêmeo... Ele não gosta de mim... Eu sou um Deusa casta... Ele é meu irmão gêmeo... Ele não gosta de mim... Eu sou uma Deusa casta...
Repito essa mantra como uma oração, tentando me manter sã.
Ele me aperta mais contra seu corpo. Sinto algo duro pressionar contra meu bumbum. Tenho que fazer um esforço sobrenatural para poder conter os gemidos que se formavam em minha garganta e a vontade de esfregar minha bunda ali.
Suspiro, afetada.
– Tudo bem? – Me pergunta, ávido de luxúria.
Não sei exatamente se ele está me provocando porque quer, ou se ele nem percebe o quanto está me afetando. Sinto o mesmo roça seu nariz em meu pescoço, me causando calafrios.
Meu baixo ventre se contrai.
Me afasto do mesmo, completamente abalada.
– O que foi? – Me pergunta, com falsa inocência.
Meu coração está a mil. Trêmula, levemente suada, excitada... Eu estava um turbilhão de sensações, e tudo isso por culpa dele.
– E-eu... Es-estou... C-com... Calor – Tento falar sem gaguejar, mas não consigo.
Ele sorri para mim, seus olhos estavam puro fogo, pura sedução. Me perco em seus olhos luxuosos.
– Eu posso te esfriar. E também extinguir com essa umidade que deve ter se formado em sua vagina deliciosa – Ronrona, com um olhar de felino faminto.
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