Konoha, 2009.
- Merda!! – o garoto pálido corria desesperadamente pelos corredores da escola, as pernas se embolavam tentando não tropeçar umas nas outras e os cabelos negros longos tinham caído do usual laço e balançavam indo diretamente parar na frente de seus olhos, se não estivesse tentando salvar sua vida correndo, possivelmente se pareceria com a Samara vinda diretamente do Paraguai.
- Volta aqui, mariquinha. – o ruivo gritou correndo atrás dele, o projeto de pimentinha tinha a façanha de correr mais que o moreno devido as longas pernas de girafa e já estava o alcançando! O maldito jogou uma maçã parcialmente comida em sua cabeça e Sai jurou ver passarinhos voando ao redor de sua cabeça, cantando La Isla Bonita da diva Madonna.
Atrás do ruivo infernal, os outros seguidores de satanás também jogavam coisas em sua direção, como um ninja maravilhoso usou todos as suas artes de movimentos desenvolvidos nas aulas de zumba para conseguir escapar dos restos de comida. Desde que entrou no terceiro ano da escola de Konoha tentava se esconder em meio à multidão e ficar despercebido, já sabia como os caras eram machistas e pegavam no pé de quem era gay. Sim, Sai era uma viada maravilhosa, formada na 1 ª temporada de RuPaul’s Drag Race. DEUS SALVE A RAINHA, RUPAUL!
Mas é a claro que a vida, como uma boa fodedora de bundas (não do jeito gostoso), iria arrumar um jeito de lhe enrrabar em algum momento aquele ano. Tinha conseguido escapar por dois meses, mas naquele dia ensolarado de abril, como nos outros até então, o moreno se sentou nas escadarias do refeitório, parcialmente distante de todos. O caderno de desenho em suas mãos estava quase pronto, só faltava desenhar a última ilustração, tinham várias composições magnificas, cada página um macho maravilhoso, desenhado com esmero! O último dono de seus mais latentes desejos carnais e da última página de seu caderno era o maravilhoso Channing Tatum, começou o rascunho com cuidado, formando as curvas dos músculos, os olhos e o mais importante, uma belíssima piroca ereta e veiuda. Mas quando deu por si, seu caderno foi retirado de suas mãos, sentiu os vultos atrás de si e sentiu o cu gelar.
- Mas que porra é essa, novato?? – Via o grupo de hienas se juntar enquanto o outro folheava cada página.
Levantou, espantado. Tinha certeza absoluta que podia se igualar a um fantasma. Olhou para eles e depois para o caderno nas mãos do ruivo, eles olharam de volta com os pulsos cerrados. MERDA MERDA MERDA. Puxou o caderno com força like a Hulk, ativou o nitro de sua bunda e cantou pneus, correu como se não houvesse amanhã. Mas é claro que os caras iriam atrás, vocês tinham alguma dúvida disso? Bom, agora basicamente corria como o papa-léguas mas a surra que levaria já era prevista. Era um ser mágico de 17 aninhos! Não era sua hora, devia soltar vários quilos de purpurina por aí ainda, tantos boys que perderiam a oportunidade de conhece-lo, a vida não devia acabar no colegial. Correu mais ainda, quando deu por si, escorregou em uma casca de banana que havia sido jogada em suas costas, rodopiou, caindo em cima de alguém que estava ajoelhado em frente aos armários azuis.
- Porra! – o loiro escandaloso gritou quando Sai sem querer enroscou seu colar nos cabelos amarelados e suados enquanto tentava desesperadamente fugir.
- Cara, me larga!!! – Sai gritou, puxando o cabelo de Naruto.
- VOCÊ QUE ESTÁ ENROSCADO EM MIM!!! – O garoto gritou tentando levantar, mas a situação só piorava.
O aglomerado de gente aumentava ao redor e o moreno simplesmente desistiu e aceitou sua morte, esperava que seu caixão fosse rosa.
- Olha lá, a bichinha já está se enroscando nos caras.
O ruivo babaca ria e Sai fitou os próprios pés, qual era o problema com sua orientação sexual? Não estava atrapalhando a vida de ninguém, em sua mente, quem tinha tanto preconceito na verdade era desesperado para liberar os fundos como uma boa vadia. Finalmente o outro conseguiu se desenroscar de seu colar, ficando em pé.
O loiro alto do seu lado tinha o rosto cerrado, logo percebeu de quem se tratava. MAIS CINCO VEZES MERDA! Era somente o líder do time de basquete, Naruto Uzumaki, ótimo! Agora ia apanhar de mais um cara de quase dois metros.
- Qual é o seu problema, Gaara? Deixa o cara! Você não tem nada a ver com a vida dele. – O loiro apontou o dedo para o ruivo.
- Olha só, tá protegendo o viadinho, por acaso gosta da fruta, Uzumaki? – o ruivo continuou.
- Pode perguntar para sua irmã, ela vai responder muito bem de que fruta eu gosto. – Naruto riu, sacana.
- SEU FILHO DA PUTA!!
Santa Madonna, o que isso havia virado? Sai observava tudo, tentando achar uma brecha para lançar sua bomba de fumaça e sumir, mas estava cercado de pessoas. Gaara avançou no loiro, mas antes de desferir o primeiro soco, foi segurado por um rapaz estranho de cabelos azuis que Sai desconhecia, mas sabia que o lazarento tinha uma boa mira.
- Nem esquenta, Gaara, vamos embora. – Arrastou o ruivo que salivava de ódio.
A bagunça começou a se desfazer, logo apenas o loiro e o moreno estavam no corredor, era agora que levaria uns sopapos do Uzumaki?
- Desculpe por isso, não queria ter te envolvido nisso. – Sai disse tremendo.
- Relaxa, cara. Esse cara é um folgado! Mas você arrancou vários tuchos do meu cabelo. – o maior riu e Sai se surpreendeu, não era o que estava esperando. Nunca havia conversado com o cara, mas considerando que era líder do time e saia com várias garotas da escola, Sai logo o ligou com a imagem daquele legitimo playboy que destruía o coração das novinhas por ai e era louco para mostrar sua masculinidade em um outdoor.
- Sim, eu não fiz nada para eles me atacarem, só estava desenhando.
O loiro arrancou o caderno de suas mãos, porra, lá vamos nós de novo.
- Cara, você tem uns traços legais! Claro que esse monte de pinto não está me agradando, mas você tem talento. – Continuou folhando o caderno e a cada página Sai ficava mais roxo de vergonha.
- É... eu.. sabe.. desenho.. tipo.. – se atrapalhou na explicação, ainda com a cara no chão, engoliu todas os pré-conceitos que havia criado sobre Naruto.
- Relaxa, man! – o outro sorriu entregando o caderno para ele, chutou o armário baixo e pegou uma camiseta menos fedida, ele estava suado por ter acabado de treinar. – Sei que você é novo aqui e o pessoal é foda, sempre te vi escondido por aí, não precisa ter medo desses caras. – coçou a nuca e fechou a porta do armário com outro chute.
- Obrigada, é bom alguém não querer me assassinar para variar. – o moreno riu, escandaloso.
- Viu, vai ter uma festa na casa de um amigo hoje as oito horas, me adiciona no Orkut que te passo o endereço! Cola lá, aí você conhece o pessoal. – disse virando as costas.
- Você sabe que eu sou gay, não é? – o moreno cruzou os braços diante do peito.
- Você está afim de comer a minha bunda? – o loiro virou novamente para ele, rindo.
- Desculpa, você não faz o meu tipo. – ambos riram.
- Então estamos de boa! Preciso ir, meu pai tá me enchendo pra ir ajudar a instalar uns equipamentos no quartel. – disse fazendo uma cara de desgosto.
- Vish, seu pai é policial?
- Chefe de bombeiros. – Sorriu, com certeza o rapaz se orgulhava do pai. – Não esquece de me lembrar de te passar o endereço do Sasuke.
- Ele não vai ficar irritado por você me convidar?
- FICA TRANQUILO!! – o loiro gritou enquanto corria para fora das portas da escola.
Sai pegou seu caderno e saiu pelo mesmo caminho que o outro, o dia já havia sido muito longo, e talvez fosse na festa que Naruto comentou, quem sabe encontraria um boy magia lá que seria dono de sua virgindade? Ficou feliz, não esperava que o outro fosse tão compreensivo.
- Cheguei! – gritou ao pôr os pés na soleira da porta do apartamento em que tinha se mudado com sua avó.
- Oh, chegou cedo, como foi seu dia? – uma pausa foi feita e de repente gritos foram ouvidos – MAS QUE GRANDE BOSTA ESSE FOGÃO, SAI, VEM AQUI APAGAR QUE TA SAINDO FOGO DESSA CACETA – o cheiro de queimado já era perceptível de fora, apesar dos quase sessenta anos a mulher era um completo desastre na culinária e Sai acreditava que ela estava viva até hoje graças aos miojos instantâneos e a ele, quando era pequeno a mulher vivia lhe dando frutas pois era ‘’só lavar’’ e bolachas recheadas, para sua sorte com nove anos sua avó tinha outro namorado, era um senhor chamado Pierre, muito magro e tinha um grande bigode, trabalhava em um bistrô e o ensinou a cozinhar. Desde então Sai já era responsável por fazer a comida. Agradecia o francês mentalmente até hoje, além de tê-lo livrado de uma possível anemia fez com que o moreno criasse um amor muito grande pela culinária e o pouco francês que sabia também aprendeu com ele. Lembrava-se até hoje da frase ‘’Oui, apprends à cuisiner avant de mourir d'intoxication’’, leia-se ‘’aprenda a cozinhar antes que morra intoxicado’’.
- PORRA GAROTO, CORRA AQUI LOGO!!!!
- EU TÔ INDO, MULHEEER.
Sai correu desesperadamente, quando chegou na cozinha Chou estava abanando a panela que era consumida por chamas com um paninho, o que tinha dentro já não era perceptível pois já estava cremado. Com rapidez encheu uma vasilha de água e despejou sobre a panela e o fogo se apagou.
- Meu deus, Chou, quer queimar tudo? Se você estraga esse apartamento o Alejandro empala nós dois vivos. – suspirou aliviado.
- Aquele mal-agradecido, eu estava tentando fazer uma porcaria de um jantar para ele. Deveria me agradecer, esse imprestável!
Ah, além de péssima cozinheira, a mulher era extremamente boca suja e perua com os cabelos tingidos de loiro, não apresentava a idade que tinha, pois, o corpo estava em forma. Chou é sua avó paterna, que não gosta muito de ser chamada de ‘’vó’’ na verdade, o pegou para criar quando a mãe faleceu em seu parto e 1 mês depois o pai simplesmente meteu o louco e sumiu afirmando que não estava pronto para cuidar de uma criança. Até hoje nunca mais recebeu notícias do pai e não fazia questão, mas imaginava que sua avó recebia alguma ajuda financeira, mudaram-se para Konoha pois o novo namorado rico de Chou era de lá e ofereceu o apartamento para eles morarem, como ficariam livres do aluguel, aceitaram de primeira.
- Não esquece que aquele mexicano doido é dono desse lugar, então é melhor tratar ele bem antes que acabemos na rua! Eu sou bonito demais para ficar dormindo em cima de uma caixa de papelão. – disse rindo, enquanto organizava a bagunça que sua avó fez. – E por qual diabo de motivo ele não leva você para um restaurante? Ele sabe que você é um horror fazendo comida. – sorriu irônico para a mulher que fazia cara feia.
- Você está super engraçadinho, garoto! Quer levar uns tapas nessa bunda viada? Olha que eu dou. – ralhou. – Para sua informação, hoje é o nosso aniversario de namoro! Eu queria fazer uma surpresa para comemorar, inclusive você está convidado a passar a noite fora pois eu pretendo gemer muito alto. – falou levantando sugestivamente a sobrancelha.
- AAH! Que tudo Chou, libera a perseguida mulher. – fez a reboladinha da vitória, depois de vários anos só conhecendo embustes, a avó engatou o relacionamento com o homem de 65 anos, era um senhor calmo e simpático que em nada combinada com a escandalosa mulher, mas ficava feliz por ver que ele realmente gostava dela. – Mas pelo amor de deus, cuidado para não enfartar o velho, sabe que a pílula azul mata.
- Onde já se viu, ele não precisa disso, dá muito no couro para sua informação. E quando você vai arrumar um namorado, vai ficar velho e triste por aí para sempre?
- Não é tão fácil quanto você imagina. – Sai suspirou, sua avó sempre soube que ele era uma criança viada, quando pequeno vivia querendo brincar com as meninas e ‘’Barbie e o lago dos cisnes’’ era seu filme favorito, não foi preciso contar nada, ela um dia simplesmente chegou até ele quando tinha 13 anos e deu sua primeira revista da G-MAGAZINE, além de um pacote de camisinhas e um lubrificante, dizendo o mais sincero ‘’aproveita’’. Tinha a revista até hoje, o boy vestido de terno só com a piroca para fora era incrível, foi daí que ele tirou a fantasia sexual mais intensa que tinha, não podia ver um homem de social que já queria.
- Mas fui convidado para uma festa hoje à noite, então aproveita para gritar bastante. – riu.
- Ooooooh que orgulho do meu pequeno arco íris, mas é seguro? Se fizerem algo com você eu vou lá fazer escândalo, me ligue se precisar e antes de sair me fale o endereço. – ela disse fazendo carinho em seus cabelos.
- Pode deixar! Vou tomar um banho, aproveita para ficar bem diva e vê se compra uma comida pronta. – o moreno abraçou a mulher e foi para seu quarto.
Enquanto andava podia ouvir os múrmuros irritados da mulher, ela odiava o fato de não saber fazer algo. Sai a amava e ela o amava também. Só os dois sabiam o quanto de perrengues já haviam passado juntos, além disso, a mulher sempre saia em sua defesa quando alguém fazia gracinhas com ele, por isso Sai sempre tentava passar despercebido, não queria preocupar a mulher.
Entrou em seu quarto singelo e ligou o velho computador que uma vez foi branco, mas hoje já estava naquele tom amarelado horrível. Entrou no seu Orkut e viu a solicitação de amizade de Naruto, logo recebeu a seguinte mensagem.
‘’E ai cara, o endereço da festa é Rua oba oba, quero mais que você se foda! Heheheh, brinks, é Rua almeida, 233. A gente te espera lá!’’
Sai riu com o trocadilho ridículo, mas logo respondeu.
‘’Obrigado! Vou aparecer lá, fui quase expulso da minha casa pq minha avó tem um encontro com o namorado hoje, precisa levar algo?’’
‘’SUA AVÓ DA NO COURO AINDA?’’ – Sai revirou os olhos. ‘’TOP!’’
- Aí que gírias horríveis, tinha que ser hétero. – o garoto murmurou pra si mesmo.
‘’Não precisa de nada não, só chegar! Vou tomar um banho aqui, FLW!!”
‘’Ok! Até lá.’’
Sai desligou o computador e foi tomar banho, quando saiu fez as atividades que precisava e dormiu o resto do dia. O despertador tocou e ele começou a se arrumar, ficou bem divo e cheiroso, vai que hoje tem, né? Colocou sua calça preta e a camisa azul, bagunçou os cabelos. Saindo do quarto viu que a casa estava mais arrumada que o normal, a mesa estava posta com um belo frango que ele tinha certeza que foi comprado.
Foi até o quarto de Chou para dar o endereço da festa a ela e se despedir, a mulher estava com um belo vestido vermelho até os pés que tinha uma fenda grande na lateral, com certeza ela não aparentava a idade que tinha. Graças as aulas de zumba que faziam juntos o corpo dela era no máximo de uma mulher de 40. Ela estava organizando a caixa do pecado, pecado vocês perguntam? Sim! Era uma caixa que ele teve o desprazer de conhecer quando tinha 7 anos, na época ele estava fuçando no armário da mulher, experimentando os sapatos de salto alto e encontrou essa caixa cheia de cremes e uma coisa maior chamou sua atenção, quando ela o encontrou segurando o objeto, disse que o membro veiúdo de plástico era um chifre de unicórnio, Sai andou com aquilo pela casa colado na testa por uns bons dias todo feliz. Alguns anos depois quando tinha a malicia de saber o que aquilo era, tinha vontade de gorfar por imaginar onde aquele objeto já tinha sido enfiado.
- Está aqui o endereço! Estou saindo, vai usar a caixa do pecado hoje?
- Vou me matar de fuder!!! – disse rindo. – Alejandro adora ver eu brincando com o Xandy! – ah, Xandi era o nome da mais nova máquina dela, vibrava em três velocidades.
- Detalhes demais, mulher. – Sai a abraçou e saiu.
- JUIZOOO. – ela berrou atrás de si.
- VOCÊ TAMBÉM, SUA DOIDA.
Sai pegou um taxi e quando chegou no seu destino já podia ver a quantidade de gente no local, as meninas com saias muito curtas e os rapazes fumando do lado de fora. Tímido que só, andou se esquivando das pessoas que praticamente transavam pelos cantos, jurou ter visto a garota de cabelos negros, nerd da escola, pagar um boquete para um negro maravilhoso que ele não conhecia atrás de uma moita, mas vocês sabem da fama do tamanho da abençoada neca deles né, aquela carinha ( ͡° ͜ʖ ͡°) .
QUE INVEJA!
Mas seguiu o caminho até encontrar o conhecido loiro em frente ao fogão da casa, cercado por várias pessoas, Ino a loira peituda da escola balançava as tetas na cara de um rapaz de cabelos castanhos que tinha manchinhas vermelhas no rosto, o coitado tentava desesperadamente fugir das tetas assassinas, mas ela o agarrou como se ele fosse o ultimo pedacinho de torta. Sakura, a menina dos cabelos tingidos de rosa bem popularzinha por ser líder de torcida se esfregava no moreno alto que bebia uma lata de cerveja, e que moreno! Aquele era o dono da casa, Sasuke, que também era jogador do time de basquete com Naruto.
- OLHA ELEEEEE!!!! – o loiro berrou.
- GENTE, ESSE É O SAI, DIGAM OI!
- OOOOIIIIII. – as meninas berraram alegres, o moreno apenas acenou a cabeça e levantou a latinha de cerveja em um gesto de ‘’bem vindo’’.
- Oi galera, prazer! – disse ainda com vergonha.
- NOSSA MAS VOCÊ É UMA GRAAAACINHAAAA. – a loira de cabelos longos peituda gritou.
- Ino, sossega que da fruta que você gosta ele chupa inteira. – Naruto riu.
- Sério? – disse com os olhos arregalados. – Eu já te vi na escola, mas jamais achei que fosse gay! Meu sonho ver dois caras se pegando. – disse maliciosa, enquanto o rapaz ao lado dela se esquivou tentando escapar.
- FOGE NÃO KIBA, VOLTA AQUI. – ela saiu correndo atrás dele.
- Ah eu acho uma graça, você pode ficar de boa aqui, todo mundo é da paz! – a rosada disse pegando em sua mão com o olhar de ‘’vamos ser muito migus’’. Sai gostou dela, mais uma vez se arrependeu de ter desejado a morte dos popularzinhos que até então estavam sendo muito simpáticos com ele.
- Sakura, vamos subir. – O moreno gato pegou ela pela cintura. – Se sinta em casa. – disse para Sai e acenou para Naruto. Apesar de seco, até que era amigável.
Naruto estava concentrado na panela em sua frente, em sua mão a lata de leite condensado escorria e ele estava sujo de chocolate em pó, devido a gritaria e o som alto teve que chegar mais perto para entender o que ele estava fazendo.
- Cara, o Sasuke vai transar e me deixa sempre fazendo tudo sozinho. – ralhou. – Você sabe fazer brigadeiro?
- Em que universo uma pessoa não sabe fazer isso? – o moreno disse rindo, colocando as mãos na cintura.
- HÁ HÁ! Eu não sei, senhor desenhador de rolas. – Naruto fez bico.
- Sai para lá. – Sai usou o quadril para tirar o loiro da frente da panela, pegando o leite condensado em sua mão e despejando no recipiente, misturou com o chocolate e a manteiga.
- Nossa, não é que você manja dos paranauê!!! – ele disse impressionado.
- Preciso, caso contrário minha avó me mataria com a gororoba dela. – falou enquanto mexia o conteúdo que começava a engrossar.
- Pera, falta o ingrediente principal!
Sai fez cara de paisagem, não sabia o que mais precisava em um brigadeiro, até hoje a receita sempre foi a mesma. Até que viu o loiro tirar do bolso um saquinho cheio de uma coisa verde e balançar em frente a sua cara com um olhar travesso.
- MAS QUEM PÕE ORÉGANO EM BRIGADEIRO, SEU DOIDO! – o moreno gritou estupefato, não iria estragar seu precioso brigadeiro com isso.
- SUA BICHA DOIDA, ISSO É O MAIS PURO BAGULHO!
A cara de Sai foi pro chão.
- Isso é maconha? – se aproximou sussurrando para apenas Naruto ouvir.
- Sim, a erva do diabo!! – riu despejando o conteúdo dentro da panela.
Sai nunca havia usado drogas, nem beber ele bebia na verdade! A primeira e última vez que se atreveu foi um ano atrás junto com sua avó na festa do bingo, ingeriu duas caipirinhas de limão e enlouqueceu, as pessoas não gostaram muito quando ele começou a sua performance de bate cabelo em cima da mesa. Chou sendo irresponsável como sempre apenas filmou sua desgraça e sempre que um colega ia em seu apartamento fazer algum trabalho ela fazia questão de mostrar, o trauma foi suficiente para ele nunca mais ingerir uma gota de álcool. Mas, agora, olhando para aquele saquinho que tinha a cara do BOB Marley estampada quase vazio, a única coisa que sentiu foi nervoso.
- SEU LOIRO BURRO, ISSO SE FUMA!! – gritou.
- MEU DEUS! ISSO SE COME TAMBÉM, OLHA ESSA MARAVILHA. – apontou para a panela com orgulho.
- Eu nunca vi comerem! – disse impressionado.
- Pois se come! BRIGADERONHA!!!!!! – gritou e todos ao redor comemoraram.
- PARA DE GRITAR, SEU LOIRO BURRO!! SE ALGUEM APARECER A GENTE TÁ FERRADO!!! –berrou nervoso.
- Calma, os pais e o irmão de Sasuke foram viajar, tá tudo numa nice. – fez um joinha.
Sai desligou o fogo, o ‘’brigaderonha’’ estava pronto, seu sexto sentido sempre funcionava muito bem devido aos anos de fuga, sabia que isso poderia dar muita merda. Com os olhos brilhando, o loiro pegou uma colher e encheu de conteúdo fumegante, assoprou loucamente e enfiou na boca.
- AH MEU DEUS, GOZEI DE FELICIDADE. – o loiro falou com os olhos fechados, saboreando.
- Meu deus. – o moreno bateu com a mão em sua testa.
O barulho ao redor ficava cada momento mais alto, mais pessoas apareciam com bebidas e pelo visto vários bebês seriam concebidos essa noite ao som de bonde do tigrão. Triste, será que já ouviram falar de CHER?
- Tô, experimenta! – Naruto pegou uma colher cheia e enfiou na boca de Sai sem que ele esperasse. O conteúdo doce com o fundo forte desceu pela sua garganta, ele fez cara de nojo.
- Nossa, não gostei! – fez cara de nojo e logo sentiu sua pressão dar uma vacilada.
- Você é um HEREGE!!!! ME DÁ. – Naruto pegou a panela e colocou-se a devorar. Como era possível comer igual um suíno e ter um corpo gostoso? Sai não era cego, não tinha interesse no loiro pois o achava um pateta, mas sabia quando um cara é bem feito. – NOSSA, ESSA É DAS BOAS.
- Vamos para sala! – Deu tapinhas nas costas de sai e o moreno percebeu que o loiro já estava meio lento e rindo mais que o necessário.
- Santa Madonna! – Sai disse horrorizado, tinha literalmente gente transando no sofá.
- HAHAHAHAHAHAHAHAHAAH OLHA LÁ, QUE PAU PEQUENO!!! – o loiro ria desesperadamente e apontava para o membro do rapaz que estava sentado, a moça em cima dele ficou constrangida, levantou com rapidez ajeitando a saia e saiu.
- SEU EMPATA FODA DO CARALHO. – o rapaz de cabelo tingido gritou e saiu atrás da menina.
- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA, VOCÊ VIU AQUILO, QUE TRISTE, MEU POLEGAR É MAIOR! HAHAHAHAHAAH.
- HAHAHAHAHA... meu deus minha pressão. – o moreno sentou tentando achar equilíbrio no mesmo sofá que devia estar cheio de material genético alheio.
Certo, Sai tinha certeza que aquela maconha era forte, o loiro estava doidão, as pessoas ao redor estava doidonas de álcool, ele estava doidão. Por menos que tivesse ingerido, sentia as ondas virem e partirem, ele ria junto, depois se desesperava.
- Calma, é assim mesmo, fica de boa. – Naruto ria novamente, enfiando mais uma colherada na boca.
- Oii narutinho!! – uma ruiva, quase pelada se esfregou no loiro de forma sugestiva. – Que tal a gente subir.
- Ah Karin, eu não estou afim não. – falou tentando escapar dos abraços pegajosos.
- Qual é Naruto, fazem semanas que a gente não fica.
Sai apenas observava, rindo das investidas descaradas da menina.
- Estou de boa Karin, vai atrás do Suigetsu.
- VOCÊ É UM RIDíCULO, UZUMAKI.
- Eu nunca disse que namoraríamos, na verdade sempre deixei as coisas muito claras, a gente transou duas vezes sem compromisso. – riu novamente.
- AAAARGGG.
A ruiva saiu batendo os saltos, indignada.
- Ela é louca, eu fiquei com ela e ela tá grudando igual carrapato em cachorro gordo, eu sempre deixo claro que não sou cara para namorar, mas elas insistem, acho que meu pau tem mel. – seus olhos estavam minúsculos e vermelhos.
- Talvez você devesse não se meter em ficar com elas, sabe como é, líder do time, popular... é por isso que gosto de homens. – o moreno riu.
- Oh, certamente é mais fácil, mas tem aquela coisa do pinto.... Não rola comigo, só de imaginar me embrulha o estômago e meu cu fecha. – fez cara de nojo.
- Não é uma coisa que se aprende a gostar, se nasce assim. – o moreno afirmou.
Naruto sorria, meio pegando no sono.
- Admiro isso, deve ser difícil ser assim com tanta gente escrota por ai, sabe, eu tenho um tio gay.... Meu pai e ele tiveram várias discussões, o senhor Minato não é muito aberto e não aceitou ele por ser diferente, na verdade ele não é aberto a nada que não gire entorno de seu mundinho, até hoje eles não se falam. Eu sempre achei isso tão babaca! Agora meu pai é todo ranzinza, perdeu o contato com uma parte da família. – balançou a cabeça de forma indignada. – Eu jamais faria isso com meu próprio irmão.
- Entendo, tive sorte, minha avó sempre me aceitou.... Mas meu pai foi comprar cigarro e nunca mais voltou. – o moreno riu com desgosto, agora Sai entendia melhor o rapaz de cabelos claros e o motivo de tê-lo tratado tão bem desde o início.
- Seu pai fumava?
- Não.... Seu loiro burro, é uma expressão. – riu.
- AAAAH HAHAHAHA. – bateu com a mão na testa como quem acabou de entender. – Que merda cara.
- É, mas eu não tenho problema com isso mais.
- Acho que isso é o início de uma boa amizade, Sai! – Naruto sorriu e fez o característico joinha.
- Fico feliz por isso, Naruto, também espero que seja. – realmente ficou, não esperava uma amizade vinda justamente do rapaz.
- POLICIA!
MERDA.
FODEU.
FODEU MUITO.
O loiro levantou do sofá em um pulo, derrubando a panela. As pessoas ao redor saíram correndo, todos em sua maioria eram menores de idade.
- Vocês ai! – o rapaz vestido de policial, muito gostoso apesar das circunstâncias, gritou.
- Merda, eu tô fodido. – Naruto disse desesperado.
- Desliguem tudo agora, isso acaba aqui! Todos os menores serão levados ao distrito e quero saber quem é o dono da casa. – vários policiais iam prendendo quem não havia fugido.
- Quero ver a identidade!
- Calma seu policial, está tudo muuuuuuito bem aquiii. – o loiro disse mais devagar que uma pessoa que estivesse em seu estado normal.
- Você não é filho do Minato, garoto? – o policial o olhou de cima a baixo.
- Eeeee... eu... é...
- Mas que pouca vergonha garoto, você é maior de idade já e é responsável por todos esses menores bêbados aqui, e esses olhos vermelhos??? – O policial o revistou, achando o pacote que tinha resíduos de maconha.
- Vai ser preso por porte de drogas, você é uma decepção para o seu pai garoto.
- NÃO É DELE.
Ohhh minha maldita boca grande.
- Como disse rapaz? – o policial olhou para ele.
- É minha, a droga, eu que trouxe.
Naruto o fitou, sem acreditar no que havia ouvido.
- Muito bonito, senhor.... – o policial olhou a identidade. – Sai, menor de idade com posse de drogas, com certeza vai ter muito canteiro para limpar no trabalho comunitário.
OH MEU DEUS, UMA DIVA LIMPANDO CANTEIRO, NARUTO VOCE ME DEVE ESSA!! Se bem que poderia conhecer um rapaz mal no trabalho comunitária, ah como adorava os que tinham cara de bandido.
- Todos para a delegacia.
Os policiais foram colocando os menores nas viaturas, Sai sentou ao lado de Naruto em silêncio, no meio do trajeto ele sussurrou um obrigada. Devido ao moreno ser menor de idade, ele não ficaria preso, já o loiro podia passar alguns meses na cadeia por porte de maconha, ainda mais por ser o único que era maior de idade em uma festa regada a álcool. Sasuke ainda tinha dezessete e faria aniversário no próximo mês, então apenas recebeu uma multa absurdamente cara e seus pais foram notificados.
Quando Chou e Alejandro chegaram na delegacia, a mulher com seu vestido vermelho gritava feito doida e ele jurou ter visto a morte, a loira teve de ser segurada pelos policiais para não arrancar a belíssima pele pálida dele com as longas unhas. Naruto teve uma briga séria com o pai por ter se enfiado na festa, por ter consumido drogas e ter feito o senhor tão loiro quanto ele passar vergonha diante dos policias. Quando chegou em casa, Sai morrendo de cansaço teve que explicar toda a história para Chou que até entendeu o rapaz querer ajudar o loiro que o havia salvado de uma surra.
- NUNCA MAIS FAÇA ISSO! VOCÊ QUASE ME INFARTOU, EU SÓ VOU TE PERDOAR POR SABER QUE VOCÊ NÃO É UM ZÉ DROGUINHA!!!! E VÁ DORMIR – a avó gritou, batendo a porta do quarto, Sai se sentia mal por ter acabado com a noite dela, Alejandro conversou com os policiais usando sua simpatia e popularidade na cidade para conseguir que sua pena fosse a menor possível, agradeceu muito por isso, ficaria 3 meses fazendo trabalho voluntário
Deitou-se na cama e recebeu uma mensagem de Naruto o agradecendo por ter salvado sua pele, também dizia que estava devendo uma para ele. O mais novo apenas respondeu dizendo que estava tudo bem. Seu trabalho comunitário começaria na próxima semana, só esperava poder levar seus foninhos para ouvir Lady Gaga, seria considerado a diva da reciclagem.
Do outro lado da cidade, deitado em sua cama, Naruto ficou feliz em saber que tinha um novo amigo.
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