Pov's Deidara
Depois que abri a porta e me deparei com Itachi fiquei sem reação. Não do jeito ruim mas de um jeito estranho que eu não sabia explicar.
Ele estava lindo e aquilo me desconcertou.
Itachi usava maquiagem bem leve, mas que fazia toda a diferença. Ele usava um corretivo pra esconder as olheiras e marcas de expressão, também usava um iluminador pra realçar as maçãs do seu rosto e um pouco de blush que deixou a ponta do seu nariz um pouco rosada.
Ele tinha seus cabelos presos num coque alto despojado com duas mechas de cabelo soltas, uma em cada lado de seu rosto, imitando um tipo de franja. E pra completar todo o look dele, ele estava usando botas de amarrar pretas, uma calça jeans preta, que realça bem o corpo dele. E usava também uma blusa social de cetim branca fina e surpreendente feminina, a blusa por ser fina e branca era um pouco transparente, não era muito pois era mais soltinha, porém pra quem queria ver algo ela é o suficiente.
E na real, nem eu consegui tirar os olhos do botão da blusa de Itachi, pois ele deixou 3 botões desabotuados deixando um decote sutil. Na verdade a vontade era de desviar o olhar e ver o jeito que a blusa realçou a cintura fininha de Itachi, mas eu não iria fazer isso, mas com aquela blusa duvido que eu serei o único com vontade.
Itachi também tinha um sobretudo marrom em seus braços, ele provavelmente tinha pego caso sentisse frio.
Em outras palavras ele estava lindo! Mas do que isso estava deslumbrante.
- uau!- disse surpreso assim que o vi e ele corou um pouco com isso.
Ver ele desse jeito despertava um sentimento que eu não sentia a um tempo. Será que a intenção dele era essa, causar essa reação?
Balancei a cabeça espantando esses pensamentos. Eu estava falando de Itachi, o anjo na terra, duvido que tenha se arrumado assim de propósito .
- é eu sei que você disse que era algo simples, mas a Konan precisou que eu fosse modelo pra ela para um trabalho e não deu tempo de eu me trocar, eu sei que tá esquisito mas ....
- você tá simplesmente expendido!- disse interrompendo ainda hipnotizado por ele, pois ele está a realmente muito bonito.- não tem nada esquisito aí.
- obrigado - disse um pouco sem jeito - você também está lindíssimo - falou e eu ri.
A única coisa que estava legal em mim era a maquiagem, onde eu usei um gloss de morango brilhoso, base, um delineado estilo sereia e um iluminador.
Fora a a maquiagem eu estava de cabelo preso num rabo de cavalo estilo Ariana Grande, uma calça preta cintura alta, uma blusa branca curtinha e uma camiseta quadriculada vermelha, que eu estava usando aberta por cima da outra e o meu All Star no pé.
Eu estava simples, ele que estava todo arrumado.
- onde vai me levar?- perguntou me fazendo voltar a realidade enquanto trancava minha casa.
- ainda é surpresa - brinquei - por que da pergunta?quer fazer algo primeiro?
- jantar- falou- eu sei que esse não é o plano principal mas eu estou varado de fome- admitiu e eu ri.
- onde?- perguntei curioso enquanto íamos até o elevador
- eu levo- falou e eu ri
- eu meio que estava pensando em ir de carro hoje- disse e ele tombou a cabeça pro lado.
- quer ir de Uber?
- não mané - disse lhe dando um peteleco na sua testa assim que paramos na frente do elevador - eu tenho um carro - falei e logo depois apertei o botão do elevador.
- você tem um carro!- exclamou surpreso e eu confirmei.
- não é nada muito chique mas eu tenho. Meus pais me deram assim que consegui a carteira.- contei e ele ainda parecia surpreso
- então porque vai andando pra faculdade?- perguntou indgnado pois eu sempre voltava a pé com ele e andávamos uns 20 minutos pra chegar.
- combustível tá caro pra ficar gastando atoa- disse e o elavador apitou e abriu as portas .
- e quer gastar combustível só pra irmos em algum lugar que podemos ir andando?- falou entrando no elevador e eu o segui e apertando o andar que ficaríamos, logo a porta do elevador fechou e começamos a andar.
- sim- respondi e ele me olhou esquisito- deixa eu te impressionar - brinquei e ele riu balançando a cabeça.
- tudo bem. Mas quero jantar em outro lugar, eu tinha pensado no ichiraku mas lá perto não tem lugar pra estacionar - falou e eu ri
- jura que ia me levar lá?- provoquei e ele emburrou a cara.
- não era o plano principal, lembra? - reforçou- mas não deu tempo de eu comer nada e outra lá é barato, eu tô só com o dinheiro para fazermos o plano principal que você planejou
- então deixa eu te levar pra jantar - propus- eu vou te levar num restaurante chique e eu pago.
- tá com dinheiro, é?- perguntou e eu ri
- não, mas por você faço um esforcinho. Além do mais você tá aí todo lindo pra não fazer nada demais- brinquei e ele sorriu e me deu um beijo na bochecha.
- então, eu agradeço por pagar o meu jantar- agradeceu e eu sorri.
E então chegamos no andar desejado, eu tinha apertado o andar da garagem que era onde estávamos. Itachi parecia perdido e eu não julgo era a primeira vez dele aqui.
Caminhamos um pouco, comigo indo na frente, até finalmente chegarmos ao meu carro. Não era um carro do ano chique e bonito, era somente um Ford Fiesta 2014 que era dos meus pais, mas eles compraram um novo então me deram o antigo.
Mas isso parecia ter imprecionado Itachi, já que ele olhava o carro com curiosidade. O meu carro era azul ciano, porque minha mãe que escolheu e de acordo com ela existe muitos carros brancos, pretos e cinzas. Se um dia eu fosse roubado e falasse que meu carro era azul a probabilidade de achar um idêntico a ele é baixa por causa da cor inusitada, isso tudo de acordo com dona Kushina claro.
Eu destranquei o carro e abri a porta do carro para entrar, e Itachi também fez isso do seu lado.
- coloca o cinto - mandei assim que entramos no carro.
- tá bom mamãe - me zoou rindo enquanto puxava o cinto pra colocar
- é sério- disse prendendo meu cinto - eu não quero que você se machuque caso aconteça algo.
- eu sei - sorriu - e eu agradeço por se preocupar comigo, mas ainda sim é engraçado.
- eu vou fingir que você parou no "agradeço por se preocupar comigo" - falei tendo automaticamente um déjà vu. E ele também parece ter tido um.
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Assim que chegamos no tal restaurante que eu comentei, eu pensei que poderíamos ter ficado no podrão mesmo, afinal todos os olhares se voltaram pra Itachi assim que ele passou pela porta, eu não julgo o meu olhar também teria ido parar nele, mas ainda sim é estranho.
O restaurante ficava na cobertura de um prédio dando assim uma vista linda da cidade a noite. Ele não era muito caro, mas comparado a outros lugares o preçinho era salgado sim.
Era um lugar grande com uma parede só de blindex, onde dava pra ver a cidade, tinha várias mesas pretas e um chão de madeira e tinha luzes meio retrô, as famosas lâmpadas Edison ou lâmpadas retrô. Tinha também uma parte separada para o bar, tinha drinks e tudo e a parte separada da cozinha.
Sentamos numa mesa perto da grande parede de vidro que servia de "janela" pra ver a cidade.
- tenho uma coisa a propor - Itachi diz e eu o olho curioso tirando assim os olhos do cardápio.
- diga - me- respondi realmente curioso.
- se você já vai pagar o meu jantar, pelo menos me deixa pagar as bebidas - propôs e eu ri
- você realmente não fica bem em me deixar pagar, né?
- nem um pouco - respondeu sincero
- eu não posso beber nada alcoólico, infelizmente - resmunguei e ele ouviu
- eu sei. Você fica no suco de laranja?- ofereceu e eu concordei com aquilo - ótimo, eu vou querer uma taça de vinho tinto.- disse fechando o cardápio de bebidas com um sorriso vitorioso no rosto.
- ei! Cadê o apoio moral?- falei e ele riu
- mas vinho é como suco de uva- provocou e eu fingi raiva
- você é uma pessoa horrível- disse e ele riu. Enquanto o garçom se aproximava
- você tem que entender que pessoas como eu, se forem vistas tomando suco de laranja perde totalmente a moral- falou e eu o encarei com uma sobrancelha levantada.
- boa noite, já sabem o que vão pedir- o garçom perguntou e Itachi sorriu maléfico.
- sim, eu vou querer um frango teriyaki, com uma porção de arroz e pra beber eu quero um copo de água da casa - disse e logo depois sorriu pra mim. - e você?
- eu vou querer o mesmo, só que com suco de laranja - pedi e o garçom logo anotou nossos pedidos e saiu.- por um momento achei que ia pedir mesmo o vinho
- Nah, a água é de graça - falou e eu ri
- só porque é você que vai pagar as bebidas né?
- eu gosto de comer com água, e outra não era você que queria apoio moral - deu de ombros e eu dei um chute de leve nele por de baixo da mesa.- aí!
- bem feito - sorri e ele me encarou com um biquinho contráriado nos lábios.
- você é mau comigo - respondeu fazendo um biquinho adorável e era tão fofo que eu tive vontade de morder.
- se continuar fazendo esse biquinho eu não me responsabilizo pelos meus atos. - falei e ele riu.
Eu gostava de ver ele rindo. Me trazia uma sensação boa, muito boa.
- eu sou cigano lembra? Não né provoca se não eu chamo a minha facção - brincou e eu ri com aquilo. Realmente Itachi tem uma facção que protegeria ele, vulgo seus primos e alguns tios, mas vindo de família cigana isso é gente a beça.
- eu sou filho de polícial lembra?
- não ligo, se tudo for bem feito ele nem achará seu corpo - brincou e eu ri
- tá bom eu me rendo. - levantei às mãos e ele riu.
Logo depois o garçom chegou com uma porção de camarão e eu estranhei
- a gente não pediu isso- Itachi diz ao garçom que concorda
- eu sei. Foi a mesa doze que mandou pra você - o garçom especificou que era pra Itachi e não pra mim. Isso me irritou um pouco.
- mesa doze?- Itachi tombou a cabeça confuso então logo se virou na direção que o garçom olhava e eu fiz o mesmo.
Na mesa doze era um jovem mais ou menos da nossa idade, ele era moreno, alto, olhos verdes, tinha cabelo castanho e ondulado e usava um terno chique, parecia novo, o que indicava que ele tinha muito dinheiro.
Itachi sorriu e pegou seu copo de água, que o garçom já tinha trago, e estendeu e logo depois curvou a cabeça como um tipo de agradecimento. E o cara repetiu o ato dele.
- que cara mais metido - resmunguei mas Itachi parecia não concordar
- ele é gato- disse e eu o encarei incrédulo - olha só aquele olho!
- é sério? O meu olho é azul e você não fala nada
- mas os dele são verdes esmeralda - falou ainda abismado com a beleza do cara.
Aquilo me incomodou profundamente, não sei dizer ao certo o motivo mas não gostei do jeito que aquela conversa tava indo. Era um gosto amargo na boca, uma sensação como se eu não fosse importante ou sei lá, eu não sei explicar bem o que era.
Mas aquilo tinha me desanimando e me irritado ao mesmo tempo.
Itachi e eu éramos bons amigos eu devia ficar feliz por um cara rico e gato dá em cima dele. Não devia?
- devia ir lá agradecer a porção de camarão com molho rose- disse emburrado enquanto pegava um dos camarões e comendo.
- não tem problema?- perguntou e eu dei de ombros
- eu iria se fosse você - dei de ombros.
- já volto já - falou se levantando e eu suspirei tomando um gole do meu suco de laranja.
- aquele cara é um engomadinho de merda - resmunguei irritado - e meu bebê concorda comigo nessa- falei como se aquilo fosse realmente um argumento válido Mas sinceramente, não consigo imaginar meu bebê tendo outro partido ao não ser o meu.- acho bom você concordar comigo - falei com o bebê, mesmo sabendo que ele ainda não escuta.
Eu fui encarar os dois, e eles aparentemente estavam batendo um papo muito bom. Itachi parecia empolgado, ele sorria e de alguma forma tinha um brilho diferente no olhar.
Mais uma vez senti meu estômago embrulhar. Eles realmente pareciam estar se divertindo, e sinceramente não demorou muito para ele dar seu número para Itachi que aceitou, o que eu achei pura imprudência ele nem sabe as reais intensões desse cara.
E outra assim que chegamos no restaurante ele foi um dos que ficaram secando Itachi de cima a baixo. E eu não caio na história de que eles não estavam olhando pra bunda dele, porque todos olharam,mas ainda teve os abusados que fincaram seus olhos na blusa quase transparente, que pra mim era transparente até demais.
E ficamos nisso, Itachi só voltou pra mesa depois de quase 15 minutos e eu realmente me perguntei o que ele tinha tanto pra conversar com aquele cara. E enquanto Itachi vinha em minha direção, o cara pagava sua conta para ir embora.
Ótimo, menos um.
Logo depois vi Itachi voltando pra mesa, então sem muito ânimo concertei minha postura e fingi que não estava falando sozinho e nem remoendo toda aquela história como se fosse um maluco.
- ele é gente boa - disse e eu o encarei estranho
- conversou com ele por dez minutos e já acha ele gente boa?- perguntei surpreso
- o nome dele é Charles,ele é estrangeiro - contou ignorando minha última fala - vem de Nova York
- você não estava em Nova York - falei como se fosse óbvio
- não, eu estava em Nova Orleans- contou com o mesmo brilho estranho no olhar de alguns minutos atrás.- depois que eu agradeci e comecei a falar inglês pois ele era estrangeiro e tal, ele elogiou o meu inglês, eu disse que morei em Nova Orleans e isso foi o suficiente pra engatarmos uma conversa sobre os Estados Unidos. Ele até me deu o número dele, disse que se eu voltasse pra Nova Orleans que era para convida-lo pra conhecer a cidade.- ele riu depois dessa última frase.
- puxa que legal - disse falsamente enquanto pegava mais um camarão - olha se você não pegar eu como tudo - alertei apontando pra tigela quase vazia. Mas ele não pareceu me escutar.
- nunca pensei que ficaria com saudades de lá - sorriu- não do internato, mas sim da cidade.
- tinha amigos lá?- perguntei realmente curioso, o olhar dele me chamou atenção e também ele quase não fala de seu tempo nos Estados Unidos, seria bom ouvir algumas histórias.
- tinha alguns- deu de ombros - mas não é disso que eu sinto saudades, porque se fosse por tudo que passei, eu prefiro aqui. É pela cidade, pela oportunidade de emprego, pelas ruas animadas, pelo jazz clássico nas cafeterias ou pelo blues. Ah! eu amo blues!
- eu nunca ouvi- comentei e ele riu
- claro que não, Nova Orleans é no sul, nada do sul dos Estados Unidos faz muito sucesso.- contou rindo
- ele era de Nova York, não tem nada haver com onde você tava- disse e ele negou com a cabeça.
- só de falar inglês com um nativo de lá me trás essa nostalgia. - comentou - e ele me pediu pra contar como era lá, já que ele tinha interesse de ir. Foi aí que eu comecei a pensar no jazz.- riu consigo mesmo- Lá em Nova Orleans, principalmente no centro turístico, tem muito jazz, muito blues em qualquer lugar que você vá. Parece até que estamos vivendo nos anos 20 novamente. Cheios de clubes e até tem o festival de jazz e blues de Nova Orleans. E isso sem falar da arquitetura antiga das casas e das ruas, claro que não são todas assim, mas no centro é cheio dessas casas antigas.
- sério?- perguntei gostando de ouvir ele falar sobre lá.
- sim! Uma coisa que diziam a turistas é que o lema da cidade é “laissez les bon temps rouler”
- " deixe os bons tempos rolarem".- Traduzi automaticamente, pois falava francês, e ele sorriu confirmando com a cabeça pra dizer que estava certa minha tradução.
- No início achei que era mesmo propaganda para turistas, mas não era, as vezes eu conseguia sentir isso na cidade sabe! Principalmente nas madrugadas nebulosas em que eu ficava na rua dançando jazz com a Konan, só pra fugir do internato e conseguir passar um tempinho fora daquele inferno. Eu adoraria entrar nos clubes mas como eu era de menor eu só podia ouvir o jazz do lado de fora e dançar na neblina ou no sereno da noite na rua.
- parece bem legal - falei e ele concordou
- eu me apaixonei por Nova Orleans, quando fui embora deixei parte do meu coração com ela. Sabe, assim como muitos relatam, foi amor a primeira vista.- contou sonhando acordado com um sorriso bobo.
- assim eu fico com ciúmes - brinquei e ele riu.
- um dia vou te levar pra conhecer a velha Nova Orleans. Tenho certeza de que também vai deixar seu coração lá.
- esperarei ansioso por esse dia - sorri.
E depois disso mudamos de assunto e conversamos até a comida chegar. por mais que o lance do cara tenha me irritado, eu gostei muito de ouvir as histórias sobre Nova Orleans, que antes eu não fazia questão de conhecer, agora se tornou um dos meus possíveis destinos mais almejados para uma viagem.
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Assim que terminamos de jantar, eu levei Itachi para o lugar que tinha planejado desde o início.
Não foi preciso ficar muito tempo no carro, em menos de 15 minutos tínhamos chegado. Assim que nós chegamos ele logo reconheceu o lugar, e sorriu bobo ao perceber que já tinha ido lá antes.
Eu o levei até a antiga pista de patinação da cidade, aquele lugar foi onde nós dois nos beijamos pela primeira vez.
- a pista de patinação?- perguntou assim que estacionei o carro
- sim! Pensei que gostaria de vir aqui, afinal antes de ir embora era seu lugar favorito.- contei - ainda sabe patinar né?
- patinar eu sei, mas você que dá o show dançando
- ah, disso eu sei - brinquei enquanto saíamos do carro.- mas você também vai dar um show - depois que ele saiu tranquei o carro.
- duvido. eu danço um pouquinho, mas chega a ser mais deprimente do que bonito.- falou
- ah para com isso, eu acredito no seu potencial - brinquei e ele revirou os olhos rindo.- sabe eu gostei de voltar aqui, trouxe uma vibe anos 90 pra 2000.
- não veio nunca mais aqui?- perguntou surpreso.
- não faz sentido eu vir. Era seu lugar favorito -disse e ele sorriu pra mim.- aqui é que nem você, passa uma vibe anos 90.- brinquei
- Minha vibe não, é uma vibe mais nossa infância - diz e eu o olho feio
- Itachi, paro. ninguém precisa saber a nossa idade - falei e ele riu
- desculpa!- levantou a mãos como se tivesse se rendendo.- eu não sei você, mas eu tenho 17 aninhos - brincou e eu ri
- só se for em cada perna, né Itachi. Ninguém vai acreditar nisso não - logo depois de minha frase e ele se apoiou em mim.
- forever young, baby- disse em meu ouvido e depois riu seguindo em frente - e eu acredito que acreditariam sim que temos 17 anos.
- anjo, entenda, nós somos de 1998.
(Nota da autora: eu sou só 7 anos mais nova🤡)
- Deidara, dá pra parar de queimar meu filme?- falou cruzando os braços.
- tá bom, parei- disse rindo enquanto ia até ele dar um beijo em sua bochecha.
- hoje a noite nós somos adolescentes de novo, tá bom?
- tá bom- concordei realmente gostando daquela ideia - já que somos crianças de novo- falei e ele me olhou curioso - o último que chegar é a mulher do padre- disse e logo depois comecei a correr e ele veio atrás de mim.
No fim nos dois chegamos ao mesmo tempo, não parece mas Itachi corre rápido. Nós tínhamos acabado de chegar na porta da pista e estávamos ofegantes pela corrida e rindo que nem duas crianças.
- não valeu, você correu na frente - disse e eu ri.
- ala não aceita perder!
- que mané perder! Eu cheguei aqui antes de você ainda.
- deixa de ser mentiroso - brinquei e me deu um soquinho de leve no ombro.
- vem, vamos entrar - chamou abrindo a porta e entrando e eu o segui.
Assim que entrei na pista eu percebi que não mudou nadinha aqui. A pista era grande e tinha um piso liso num tom de bege para os patins e só redor da pista tinham grades de proteção da cor azul marinho, logo em frente a entrada da pista tinha os bancos que usávamos para colocar ou tirar os patins. E próximo a esses bancos tem uma lojinha para alugar os patins.
A pista agora estava escura com as luzes coloridas, e até mesmo luzes com formatos de estrelas, iluminado toda a pista. A música que estava tocando era uma música "blood mary" da Lady Gaga, uma música antiga mas imortal, e as pessoas na pista dançavam juntas em cima de seus patins.
De uma forma engraçada a pista estava exatamente da forma como eu me lembrava, e eu gostava muito disso.
Logo de cara fomos até a loja que alugava os patins. Itachi pegou um patins roxo e eu peguei um rosa. E então fomos até os bancos colocar os patins.
- a moça me deu essa chavinha para colocar as nossas coisas em um desses armários - Itachi apontou para a parede cheios de pequenos armários, que lembravam aos escolares.
- qual é o número da chave?- perguntei e ele foi olhar na etiqueta
- 14- falou e foi até o armário testar. Quando a chave virou e abriu o armário Itachi colocou seu sobretudo e celular dentro do armário.- pronto agora é só a gente botar o patins.
- vai tomar coragem pra dançar?- perguntei enquanto me sentava ao seu lado pra colocar o patins. Eu fiz essa pergunta pois queria mesmo dançar com ele.
- não, mas ninguém vai reparar em mim, enquanto você estiver na pista. Afinal temos um dançarino profissional aqui - falou e eu sorri. Mas não acreditei nem por um instante naquilo, era impossível imaginar qualquer pessoa que seja não reparando nele, ele não era do tipo ignoravel.
- você não sabe a besteira que está dizendo - brinquei e ele me olhou confuso - eu já coloquei os meus patins - apontei para meus pés mudando de assunto - e você já acabou? ou vai ficar encarando minha beleza?
- quer a resposta sincera?
- amarra logo esse cadaço- mandei enquanto me levantava e me equilibrava nos patins.
- cuidado - falou enquanto amarrava seus patins.
- calma, eu não vou cair- avisei e ele me olhou um pouco preocupado
- mas com você o cuidado é em dobro- falou se referindo ao bebê e eu sorri
- tá bom, eu prometo que vou tomar cuidado- prometi sorrindo bobo por causa do carinho que eu estava recebendo.
•°•°•°•°•°•°•°
Depois que eu coloquei as minhas coisas também no armário e Itachi finalmente colocar os patins, nós trancamos o armário e Itachi colocou a chave no bolso da sua calça.
E aí finalmente pudemos ir para a pista que naquele momento tocava a música "I wanna dance with somebody" e todos da pista dançavam em cima de seus patins contentes.
Sabendo que se dependesse de Itachi nós nunca iríamos pra o meio da pista, eu tomei a liberdade de puxar ele até lá.
De primeira percebi ele ficar com uma postura tensa e envergonhada, o que era normal levando em conta que ele nem queria estar lá no meio.
Então simplesmente com a intenção de acalma-lo eu segurei a mão dele e fiz um tipo de carinho na mão dele com o polegar.
- relaxa- falei e ele me olhou como se eu fosse o ser mais idiota do planeta terra.- olha eu sei que você é tímido, mas você eu te trouxe aqui pra gente se divertir e isso incluí a gente dançar juntos. Então esquece que esse lugar tá cheio de gente e pensa como se fosse só nós dois dançando.
- esquecer que tem gente ao redor - ele repetiu tentando realmente fazer aquilo que eu pedi e isso me fez sorrir.
- vem vamos nos divertir - disse o puxando Para dançar e naquele momento ele parecia estar mais calmo com a atenção que recebia.
Então no ritmo da música eu o guiava, em cima dos patins não tem como você fazer passos de dança bem elaborados mas dava pra fazer os básicos como ir pra frente, pro lado e com muita técnica pra trás.
E não demorou muito para que a gente estivesse dançando. Depois que Itachi finalmente e engoliu a vergonha nos conseguimos dar um show em cima dos patins. eu fiquei feliz , aquilo me lembrava aos velhos tempos onde nossa única preocupação era chegar cedo em casa.
Tudo parecia a mesma coisa, o jeito que dançávamos na pista, o jeito que as pessoas olhavam, o jeito que ele me rodava no meio da dança e até mesmo o jeito que a luz da pista batia em Itachi o deixando ainda mais bonito. Era como ter um Déjà-Vu.
Foi nostálgico e ao mesmo tempo muito diferente. Eu gostei da sensação, e imagino que ele também tenha gostado tanto quanto eu.
Por um momento enquanto estávamos lá nos divertindo, dançando desajeitadamente e rindo que nem idiotas, eu pude esquecer o quanto estava preocupado pelo dia de amanhã. Amanhã ele iria enfrentar a família e o demônio que era o pai dele, eu tive medo por ele, medo de acontecer alguma coisa e eu o perder.
Eu tinha medo de perde-lo, mas não é a primeira vez que sentia isso, eu senti a mesma coisa quando vi Fugaku bater no Itachi pela primeira vez, na época que ainda éramos crianças. E hoje o meu medo é muito maior do que o daquela época, antes eu era uma criança assutada, hoje sou o filho de um delegado que faria qualquer loucura se visse um só roxo em Itachi.
Eu quero proteger ele, quero ver ele sorrir, eu não quero mais o vê sofrer pela família de novo. É uma sensação estranha, forte como se apertasse meu peito, é algo que eu não consigo explicar, é quase como instinto eu quero que ele fique bem! assim como quero ver ele todo dia.
- tá pensando no que?- ele perguntou próximo ou meu ouvido pelo barulho.
- quer a resposta certa ou a sincera?- perguntei pois não queria ter que mentir pra ele
- posso ouvir as duas e decidir qual gosto mais?
- estou pensando em amanhã - falei e o sorriso dele se desfez.
- é a minha família, eu me resolvo com eles não se preocupa- falou e eu mordi os lábios não gostando muito do rumo da conversa.
- eu acredito que consiga - mentira, agh como eu odiava ter que mentir pra ele - mas infelizmente eu não consigo parar de me preocupar - falei forçando um sorriso.
- eu entendo, eu também as vezes não consigo parar de me preocupar com as coisas - disse e depois veio até mim me dando um beijo na bochecha - obrigado por se preocupar comigo.
Pode parecer besteira, mas eu sorri, verdadeiramente, que nem um idiota por causa dessa frase.
•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•
Finalmente a noite tinha chego no fim. Nós estávamos no carro enquanto eu o levava pra casa.
A ansiedade me consumia, claro que não ia adiantar ele dizer que tá tudo bem. Eu já vi o pai dele lhe batendo no rosto, nada ia me fazer esquecer daquilo, nada mesmo. Talvez seja por isso que estou com essa sensação de que estou o levando pra morte.
Balancei a cabeça espantando os pensamentos ruins. Ele disse que dava conta, além do mais Sasuke vai tá lá, e o Obito e a Izumi vai estar lá também, eles não vão deixar nada de ruim acontecer. Eu só estou mais uma vez pensando demais.
- podemos sair de novo no próximo sábado?- perguntei e ele riu
- claro, achei que já havíamos saído da parte de chamar, achei que estávamos na fase simplesmente aparecer e ir- brincou e eu ri.
- com a Konan é assim não é?
- é, ela é doidinha. Mas com certeza rende as melhores histórias.- afirmou me deixando curioso
- Agora você precisa me contar os melhores momentos com ela- falei e ele pensou um pouco antes de dizer
- uma vez, por causa dela, 100 lhamas correram atrás da gente por 20 quarteirões.- falou me fazendo rir
- o que?! Lhamas?? - perguntei estranhando o início da história e ao mesmo tempo ria pois era a coisa mais doida que eu já ouvi.
- era um tipo de criação de gado, só que de lhamas - ele tentava explicar enquanto gesticulava obviamente se embolando.- era uma fazenda grande onde eles tinham uma cerca pra deixar as lhamas de noite e um enorme quintal com grama para elas pastarem de dia.
- e o que vocês estavam fazendo lá?- perguntei abismado e ele riu.
- era meu aniversário, e a filha do dono da fazenda deixou a gente fazer um tipo de mini festa lá numa parte do quintal dela. Então Hidan, Kakuzu, Kisame e Konan me fizeram uma festa surpresa lá. Mas Konan, Hidan e eu ficamos entediados e fomos dar uma volta, então encontramos a cerca cheia de lhamas. E por algum motivo que eu não sei qual foi a Konan resolveu me empurrar, e pra não caír eu tentei me apoiar na lhama só que não deu certo e eu acabei caindo em cima dela sem querer.
- você passou pela cerca?- perguntei surpreso com a história
- sim, e a lhama se assustou fazendo as outras se assustarem com isso deixando elas agitadas. E o Hidan achando que elas iam me matar, simplesmente, abriu o portão da cerca. Eu até consegui sair mas as lhamas vieram atrás e a gente ficou correndo e gritando que nem uns malucos - contou dando gargalhadas.
- e quando correram 20 quarteirões?
- a fazenda era tão grande que pegava mais ou menos o tamanho de 5 quarteirões, e nós demos 4 voltas só redor da fazenda - contou e eu ri.- só conseguimos escapar quando subimos na árvore junto com o resto do pessoal. E até hoje a Konan diz que a culpa foi minha, conta uma história completamente diferente e fala que eu que só faço merda.
- vocês são uma comédia - contei rindo e ele deu de ombros sorrindo.
Finalmente eu pude parar o carro. Estamos na frente de sua casa já.
- então esse é o fim da noite - falou enquanto se soltava do cinto
- parece que sim.- eu concordei vendo ele pegar suas coisas.
- eu me divertir hoje- disse e eu fiquei feliz em ouvir aquilo - eu quero muito que chegue o próximo sábado pra sairmos de novo.
- eu também quero, mas pode ter certeza que te encontro antes disso- brinquei mas era verdade, eu não ia esperar uma semana pra saber se a família dele o matou ou não.
- espero que venha ver mesmo - disse se virando pra mim.- obrigado pela noite - agradeceu enquanto tirava uma mexa do meu cabelo do meu rosto.
- não precisa agradecer, eu gosto de sair com você - falei e ele instantâneamente ficou com um brilho diferente e estranho no olhar.
- é, eu também gosto - afirmou e depois me deu um beijo na bochecha - boa noite, Dei - disse abrindo a porta do carro e eu sorri.
- boa noite, Tachi.- falei enquanto o via sair.
Eu esperei até ele entrar em casa pra finalmente ligar o carro de novo e ir pra casa.
Mas pelo caminho minha mente ainda me atormentava. Será que vai acontecer algo de ruim amanhã? Porque eu estou com esse pressentimento péssimo?
Não! Deixa de ser pessimista, não vai acontecer nada isso é só ansiedade.
Pelo menos eu espero
Continua ♥️
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