SENHORA
— Vem — ela te chama. — Vem aqui.
E você obedece, como sempre faz. Se tivesse que ser honesta, desde que a conheceu e toda a dinâmica de quem ordena e quem abaixa a cabeça foi sugerida, não imaginou que fosse chegar nesse nível de submissão. Mas quem pode te culpar, não é mesmo? Você está lidando com ninguém menos do que Bae Irene.
Ela está sentada na beirada da cama de casal deste hotel caro — faz questão de te levar para os locais mais refinados da cidade, alternando os endereços; um quarto caro para comer uma vadia cara, ela diz. Cruza as pernas, os saltos agulha nos pés, tornozelos à mostra nesse vestido social que molda as curvas do corpo magro.
O blazer descansando sobre os ombros te faz recordar que ela veio direto do trabalho. Geralmente, seus encontros com a mulher são em momentos assim, nos quais ela sai estressada da empresa e desconta o sentimento fervente deliciosamente em ti.
Nariz em pé, senão não seria a Bae.
— Está usando a roupa que eu mandei — Irene te observa da cabeça aos pés. Embora não externe, o contentamento está presente.
— A senhora mandou, então eu usei.
E ela apenas acena positivamente, discreta.
Você se aproxima mais, conforme te foi orientado. À distância certa de estender a mão e tocar a sua cintura, a mulher faz, te acariciando por cima do tecido de algodão da minissaia plissada.
Mas o toque não se contenta com a barreira da peça curta.
Os dedos circulam a sua nádega superficialmente para, depois, esgueirar por baixo da roupa e apalpar a carne de verdade. Você não está usando nada além da saia para cobrir a nudez, da forma que deve ser.
— O que vai fazer comigo hoje, senhora? — a sua pergunta nesse tom tão manso quase arranca um sorriso ladino dela. Como pode ousar soar inocente quando faz coisas sujas ao lado da sua senhora?
Ela ergue o olhar para o seu.
— Por quê?
Você balança o ombro, acanhada.
— É que… — começa. — Da última vez, estava tão brava…
— E isso te incomodou?
A sua réplica demora a vir. Pensa bem primeiro, encarando esses olhos negros hipnotizantes. Não pode desafiá-la e, convenhamos, quanto mais irritada a Bae está, mais o seu espírito sádico se fortalece.
— Não — responde, então, sacana.
— Uhum, eu imaginei… — O peso da mão na sua cintura aumenta, é o suficiente para te guiar os movimentos, obrigar que se ajoelhe no chão do quarto. Você senta sobre as panturrilhas, boazinha. — Sabe, eu acertei quando escolhi você… — ela te fala. As unhas stiletto perpassam pela lateral do seu corpo, subindo até chegar no rosto. Os dedos agarram a mandíbula. — É uma boneca do jeitinho que eu preciso: bonita, suja e vazia. — Chega perto, o foco dos olhos correndo pela sua face. — Perfeita pra mim… Vadia perfeita pra mim.
E estapeia a sua bochecha.
É tão certeiro e abrupto que você não sente nada nos quatro primeiros segundos. A ardência só te pega depois, a região atingida aquece, incendeia.
Vira-se de novo para ela com essa expressão de coitadinha. Os olhos lacrimejam, os lábios se unem de leve.
— Já está chorando? — é um claro deboche quanto à sua resposta natural.
Você faz que não, enxuga as vistas e funga.
— Ótimo — Irene dá de ombros, fria. — Guarda as lágrimas pra quando eu pegar pesado de verdade mesmo…
Da caixinha sobre o colchão da cama, a mulher retira o dildo grosso, transparente. Te entrega, “seu brinquedinho”.
— Mama — ordena. — Chupa, molha bem porque você vai sentar nele.
A sua língua serpenteia pelo silicone, os dentes resvalam também, mesmo que apenas por alguns instantes. A Bae deixa cair um filete de saliva sobre a ponta, o qual você logo trata de unir à sua própria, nessa sujeira para deixar tudo bem babadinho.
Assim que é o suficiente, a ordem é outra: vai sentar em cada centímetro, e num deslize só.
— Vai — a mulher sopra, te assistindo suspender a barra da saia e ajustar o brinquedo entre as pernas —, você consegue, boneca.
— Mas não é muito? — O topo resvala entre as suas dobras, é arrastado de um canto ao outro para se misturar no seu mel, estimular outras áreas erógenas.
As mãos de Irene vão parar no seu ombro e, sem mais, te forçam para baixo, te fazendo acolher todo o comprimento.
— Mamãe…! — Você choraminga, num gritinho, manhosa. Se já não bastasse o rosto ardido, a queimação interna te apetece.
Pulsa, apertando, espremendo o dildo dentro de si. Sente-se tão entupidinha que até perde o fôlego, gasta tudo que retém ainda nesse lamúrio tolo.
— Caladinha. — Ela tapa a sua boca. — Puta boa leva tudo e não chora… E você é boa, não é?
Seu choro vai se dissipando com o ecoar do questionamento. Soluça, de olhinhos bem abertos, mas não está parecendo mais a mesma cadelinha magoada.
— Isso… — a mulher afasta a palma da mão. — Assim mesmo.
“Agora, quica. Rebola. Faz o seu showzinho, linda”. Você começa a se mover. Requebra o quadril, no começo, logo impulsionando-se para cima e retornando para baixo.
A buceta molhadinha deixa de reclamar da grossura aos poucos. Dilata, acostuma-se ao brinquedo que é metido a cada sentada sua. Tão melada que o creme se acumula pelo comprimento, é notado pela sua dona.
“Sujando tudo…”, ela murmura, sem conseguir tirar a atenção do jeito que o dildo desaparece e volta ensopadinho do seu interior. “Está gostoso, hm? Te abrindo bem…”.
— Sim — você afirma. Tomba o corpo para frente, deitando a lateral do rosto no joelho dela. — Tão gostoso… Me abrindo… Dói.
— É? Dói, não? Essa buceta apertadinha…
— Muito…
— Meus dedos mal cabem aí. Você pede três — esses mesmos dedos mencionados estão afagando os seus cabelos. Afundam perto da sua nuca, arrepiante —, mas não aguenta dois…
— Eu sei…
— Sabe, sim. A boneca sabe que é uma putinha gulosa…
— Boa…
Já que você não pode ver, ela exibe o sorriso ladino.
— E boa também. — Segura a sua mandíbula, erguendo a sua cabeça do colo dela.
De dentro da bolsa de marca, sobre o colchão, ela retira o batom vermelho. Destampa, o emblema YSL à exposição. Gira a base entre os dedos e aproxima o produto para passar nos seus lábios.
— Minha boneca obediente — elogia, no traço do contorno em rubro. — Boa… — Se inclina para deixar um beijinho na boca pintada. — Continue sempre assim. Não tente me testar, meu bem, ou só vai ter a perder.
— Não vou te desobedecer.
— Não. Não vai. Tudo que vai fazer é continuar sentando nesse caralho até eu mandar parar.
Você acena que sim, jogando a cabeça para trás. Ébria no prazer, no som rígido da voz da Bae reverberando pelo cômodo, enchendo seus ouvidos do mesmo jeito delicioso que o brinquedo erótico enche o seu interior.
— Vai me deixar gozar? — quer saber. — Eu já tô pertinho…
— Já? — Ela segura o seu queixo.
— Hmm, uhum.
— Então, é melhor segurar — avisa. — A boneca só goza quando a senhora dela permite.
— Mas…
— Shhh — dois dedos invadem a sua boca, ocupam tudo para que mais nenhum protesto possa sair. E você mama, sorvendo os dígitos, enquanto escuta ela lembrar que você é a “bonequinha obediente”.
Logo, não te resta outra alternativa, senão a satisfatória de murmura um “sim. Sim, senhora”.
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