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História Ser maduro é para fracos - HIATUS - As aventuras de Toushirou na casa de sua avó - História escrita por BokuNoNico - Spirit Fanfics e Histórias
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História Ser maduro é para fracos - HIATUS - As aventuras de Toushirou na casa de sua avó


Escrita por: BokuNoNico

Notas do Autor


Estou de volta, embora um pouco atrasada. Era para esse capítulo ter saído terça, mas choveu e minha internet morreu de vez. Por isso, amanhã provavelmente teremos mais de um capítulo saindo, então fiquem no aguardo!
Esse capítulo é bem fofinho, exceto nas partes em que ele não é. Eu fui inspirada pelas diversas vezes em que eu fui "adotada" pelos pais/avós de colegas meus ao longo da minha vida. Espero que vocês gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever.
Sinto muito por possíveis erros gramaticais, eu ainda não estou 100% viva, mas eu planejo voltar e corrigir qualquer problema mais tarde.
Boa leitura!

Capítulo 9 - As aventuras de Toushirou na casa de sua avó


            Era um dia maravilhoso em Junrinan. O céu estava azul, os comerciantes exibiam suas frutas, e finalmente tinha o dia de folga para visitar sua avó. Toushirou cumprimentou outra alma no caminho, virando à esquerda numa rua qualquer e finalmente avistando a casa na qual crescera. Suspirou, ajustando seu uniforme para deixar-se mais apresentável antes de bater suavemente na porta. Ouviu o suave som de passos antes que a porta se abrisse, exibindo o rosto alegre daquela que considerava sua avó. Ela parecia estar bem, com seus cabelos brancos presos em seu costumeiro coque e os gentis olhos fechados num sorriso.

            —Shiro-chan, estava te esperando. Venha, venha, as melancias estão prontas para serem comidas. —Apressou a idosa, arrastando-o para dentro. Acomodou-se na mesa, onde fatias de melancia já estavam perfeitamente organizadas no prato.

            —Como está a sua saúde, baa-chan? —Perguntou, preocupado. Sua avó sorriu, sentando-se elegantemente no outro lado da mesa.

            —Muito bem, Haru-san está me ajudando muito nesses dias, e Karin-chan e Rukia-chan me ajudaram a curar a dor nas costas semana passada.

            Ergueu as sobrancelhas, surpreso. Haru era uma senhora que conhecera durante seu tempo no mundo humano, coincidentemente de Karakura. Ela havia falecido pouco depois da Guerra dos Mil Anos, e por sorte, acabara ficando em Junrinan e feito uma grande amizade com sua avó, ao ponto em que as duas idosas haviam decidido morar juntas. Por ser mais jovem, Haru tinha uma saúde muito menos frágil e constantemente ajudava sua avó nas tarefas diárias. Mas não era Haru que o surpreendia, e sim a visita de Karin e Rukia.

            De certa forma fazia sentido, já que as duas estavam constantemente em Rukongai por causa dos planos de melhoria que Karin fizera no local. Em apenas três anos, os últimos distritos de Rukongai haviam melhorado de forma absurda com a ajuda da influência das famílias Shiba, Shihoin e Kuchiki, é claro, tudo orquestrado pela Kurosaki com a ajuda de seus amigos nobres. Se antes distritos como Zaraki eram muito mais semelhantes à era Heian do que à era Edo, agora finalmente eles haviam avançado de forma a ficar mais parecidos com os primeiros distritos, e os primeiros distritos haviam avançado o suficiente para ficar parecidos com Seireitei, que por sua vez começava a mostrar avanços tecnológicos que Toushirou nunca pensara ver em sua vida. E para executar seu plano da melhor forma possível, Karin constantemente visitava Rukongai para entender as necessidades da população de almas que ali vivia. E é claro, nessas visitas não era incomum que a morena visitasse sua avó, embora também não fosse exatamente normal que tal coisa ocorresse.

            Nunca saberia se tais ações solidárias eram um ato de generosidade ou visava algo além, já que graças à imensa popularidade de Karin com as almas de Rukongai, a família Shiba novamente ascendera à sua posição como quinta família nobre, inclusive superando a influência da família Tsunayashiro no processo. Quem saía ganhando mais nisso tudo era Shiba Kuukaku, no fim do dia.

            —Kurosaki esteve aqui essa semana?

            —Oh, sim! Ela me trouxe algumas notícias de Momo-chan e de Rangiku-chan. —Comentou a idosa, servindo-se de um pouco de chá. —Ela e Rukia-chan ficaram apenas por algumas horas, mas consertaram meu telhado e me ajudaram a arrumar a porta do banheiro. Suas amigas são pessoas muito boas, Shiro-chan...

            —Sim, elas são.

            —Mas agora me conte, como vão as coisas na sua divisão? Ouvi dizer que Rangiku finalmente decidiu te ajudar com os relatórios.

            —Ah, sim. Na verdade....

            Perdeu-se na conversa com sua avó, que como sempre puxou sua orelha ao ouvir seus relatos sobre seu trabalho infinito e pareceu satisfeita ao ouvir sobre suas visitas à Momo e sobre como Karin sempre dava um jeito de distraí-lo de sua papelada. Quando saiu de lá, após o jantar, já era noite e estava muito mais relaxado. Agradeceu à sua avó e a Haru pela hospitalidade, prometendo voltar em breve, e logo partiu, carregando as imensas sacolas de comida e presentes que as duas sempre mandavam.

            No caminho, não pôde deixar de pensar no quão grato estava pelas visitas de Karin e Rukia, mesmo que no princípio se opusesse firmemente à ideia de Momo de apresentar a Kurosaki à sua frágil avó. Podia se lembrar como se fosse ontem....

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                        As aventuras de Toushirou na casa de sua avó

                                                           -

                                                           -

            Era um dia quente, e como sempre naquela parte do mês se preparava para fazer uma visita à sua avó com Hinamori. Embora estivesse considerando deixar sua quase irmã postiça para trás dessa vez.

            —Mas Shiro-chan... As duas iam se dar tão bem! —Hinamori argumentou, com as bochechas infladas. —Além disso, Karin-chan é excelente em kido e pode me ajudar a finalmente curar a dor nas costas da baa-chan!

            —Se você quer levar alguém, por que não Hanataro? Ou Kiyone? Ou até mesmo Isane?

            —Karin-chan é minha amiga, é claro que eu quero apresentar ela pra minha avó! Você não reclamou quando eu quis levar Renji-kun, Izuru-kun e Shuuhei-kun. —Resmungou a tenente da quinta divisão, inflando as bochechas.

            —Nenhum deles é um Kurosaki, você sabe o quanto aquela família é louca.

            —Você acha que Karin-chan machucaria a baa-san? —Hinamori parecia genuinamente ofendida, e Toushirou conseguia ver claramente o porquê.

            —Não de propósito. —Tentou se defender, franzindo as sobrancelhas. —Mas as coisas nunca saem como o planejado quando o assunto envolve algum Kurosaki.

            —Ela é sua amiga também, por que você não pode confiar nela? —Bastou um olhar para a expressão magoada de Hinamori para saber que estava perdido. Desviou os olhos, com um suspiro.

            —Tudo bem, mas você fica responsável por ela.

            —Obrigada, Shiro-chan.

            —Já te disse que é Hitsugaya-taicho. —Resmungou, mas não realmente ofendido. Sua irmã postiça sorriu, correndo para fora de seu escritório para provavelmente se encontrar com Kurosaki.

            Fez seu trabalho de forma muito menos eficiente do que o normal naquele dia, imaginando todas as coisas que dariam errado no momento em que a Kurosaki pisasse na casa onde crescera. Esteve prestes a chamar Hinamori de volta para retirar suas palavras mais de uma vez, tendo que ser parado por Hyorinmaru em quase todas elas.

            “Você está sendo paranoico, Hinamori sabe muito bem o que faz.”

            “Mas baa-chan tem uma saúde frágil, tudo pode machucá-la acidentalmente....”

            “Karin era uma enfermeira na clínica do pai dela, ela é mais capacitada para interagir com a sua avó do que você e Hinamori. Não se esqueça de que você já a machucou na época em que não conseguia responder ao meu chamado.”

            Toushirou estremeceu com as palavras duras de sua Zampakutou, que se desculpou após alguns segundos. A verdade é que Hyorinmaru estava certo, como sempre. Suspirou, focando-se novamente em terminar seu trabalho. O sol já tinha se posto no horizonte, o que significava que o jantar estava provavelmente sendo servido nas barracas e nos restaurantes ao redor de Seireitei. Não era incomum que o jovem capitão perdesse uma ou mais refeições por causa do trabalho, geralmente o jantar, mas hoje não estava disposto a virar a noite para completar sua papelada.  Só queria um longo banho refrescante e sua cama macia. Levantou-se, dando por finalizado seu dia de trabalho, saudando todos os seus subordinados com sua patenteada carranca.

Suspirou, caminhando calmamente até chegar em casa, uma casinha modesta entre os aposentos de Matsumoto e os alojamentos de sua divisão, deixando Hyorinmaru perto da porta da cozinha enquanto preparava seu jantar. Logo comeu, sozinho como sempre, e arrumou a cozinha, finalmente tomando seu banho tão esperado e desabando em sua cama.

A verdade é que se sentia terrível, especialmente após relembrar o rosto cheio de ressentimento de Hinamori. Sabia que ela havia virado amiga de Kurosaki em tempo recorde, e provavelmente nunca conseguiria entender os olhares que ambas trocavam que transmitiam milhares de emoções e nenhuma ao mesmo tempo.  Sabia que ambas haviam tido algum tipo de conversa pessoal e que haviam chegado a um tipo de acordo entre elas, e desde então o sorriso de Hinamori era igual ao que ela possuía antes da bagunça com Aizen. Sempre seria grato por tal ato, mas isso não significava que confiava na capitã completamente.

Desde que Hyorinmaru devolvera suas memórias, não podia esquecer do aterrorizante olhar alucinado que a Kurosaki enviara a Zaraki Kenpachi, com um arco azul brilhante em suas mãos. Havia sido apenas uma fração de segundo, quase como um sonho febril, mas nunca conseguira esquecer a imagem totalmente. Claro, sabia que a linhagem Kurosaki era Quincy, mas nunca imaginara que veria de perto novamente um arco como aquele. Podia haver se passado uma década, mas as feridas da guerra ainda estavam profundas em sua mente. Pelo menos duas vezes na semana acordava de um pesadelo, às vezes de seus atos enquanto estava zumbificado, outras dos gritos de seus aliados, das reiatsus conhecidas desaparecendo uma a uma, da flecha azul que transformara Kira num fantoche de Kurotsuchi por anos. Provavelmente nunca se esqueceria da sensação do sangue de seus aliados em suas mãos, ou do olhar aterrorizado de Matsumoto quando ela finalmente percebera o que ela fizera.

Sentiu as lágrimas acumularem-se em seus olhos, lutando com todas as suas forças para que nenhuma delas caísse. Não merecia o direito de chorar, não depois dos terríveis erros que cometera. Soltou uma longa risada histérica. Na verdade, era a si mesmo que devia temer. Kurosaki perdera o controle uma vez, machucara apenas a pessoa que tentava matá-la sem piedade, e desde então fazia de tudo para ajudar aqueles ao seu redor, mesmo que sua metodologia fosse extremamente questionável às vezes. Talvez por isso Hinamori confiasse nela. Talvez por isso Hinamori não confiasse em si.

As lágrimas com as quais tanto lutara finalmente caíram, fazendo-o sentir-se ainda pior com a situação. Não soluçou, gritou, ou sequer fez algum som. Apenas ficou ali, deitado, observando o quão embaçado seu teto ficava por causa das lágrimas.

Algum tempo depois, quando a luz da lua finalmente se fez clara apesar de suas lágrimas, encontrou forças suficientes para limpar seu rosto, sentindo-se um pouco melhor. A verdade é que agora sentia que devia pedir desculpas para Kurosaki por seus pensamentos, mas sabia que não estava preparado para tal conversa.

“Você é um bom garoto, e um mestre excepcional.” A voz de Hyorinmaru cortou através de seus pensamentos. “Não importa o que acontecer, não se esqueça de que eu sempre estarei do seu lado. E infelizmente, creio que Haineko e sua mestre também não tenham intenção de te deixar em paz por um bom tempo.”

Não respondeu, apesar de apreciar as sinceras palavras de Hyorinmaru. Sabia que o dragão entenderia, afinal, ele o conhecia ainda melhor do que Toushirou conhecia a si mesmo. Deixou que seus olhos se fechassem, o ronronar suave de sua Zampakutou embalando seus sonhos vazios antes que novamente tivesse que acordar no dia seguinte.

Quando finalmente saiu da cama, podia dizer que estava mais animado. Parte disso era devido à noite anterior, afinal, chorar sempre era muito terapêutico, mas a maior parte é que seu dia favorito do mês finalmente havia chegado. O dia em que novamente veria sua querida avó.

Arrumou-se de forma obsessiva, não tolerando um fio fora do lugar. Logo pegou os presentes que havia preparado para sua avó, partindo para a quinta divisão com seu shunpo mais rápido. Não se surpreendeu ao encontrar uma Hinamori igualmente ansiosa, que não parava de ajustar sua casual Yukata azul.

—Shirou-chan! —Gritou a pequena tenente, com um sorriso. Em seus braços, diversas sacolas balançavam perigosamente. —Izuru-kun me deu um melão pra levar para nossa avó, você acha que ela e Haru-san vão gostar?

—Claro que vão, embora melões sejam escolhas meio estranhas para essa época do ano.

Apesar do calor infernal, estavam no meio do outono. Parece que finalmente o maldito aquecimento global que atingia o mundo humano chegara à Soul Society. Sua irmã riu, puxando-o pelo braço para começarem a tão conhecida caminhada.

—Karin-chan tinha que resolver alguns assuntos com Kuukaku-sama, mas ela disse que nos encontra nos portões. —Anunciou Hinamori, após alguns minutos. —Ela andou brigando com Ikkaku de novo, então tente não ser malvado com ela.

—E quando é que aqueles dois não estão brigando?

—Shirou-chan!

Revirou os olhos, continuando sua caminhada em silêncio. Quando finalmente avistou o alvo de sua conversa, ficou surpreso.

Nunca havia parado para pensar em Kurosaki Karin como uma nobre, embora suas conversas com Kuchiki Byakuya o fizessem entender que ela era surpreendentemente competente nesse quesito. Porém, com seus longos cabelos negros presos em um coque elaborado, com uma yukata que parecia ter custado mais que os reparos de sua divisão após a guerra, com seus traços suaves e os lábios pintados de vermelho, ela não podia ser confundida com nada menos. Suas sobrancelhas estavam suavemente franzidas enquanto a jovem capitã discutia algo com um comerciante qualquer.

—Karin-chan! —Chamou Hinamori, acenando suavemente. A nobre sorriu ao vê-los, despedindo do vendedor com palavras aparentemente nada agradáveis, já que o homem empalideceu consideravelmente.

—Momo, Toushirou, vocês estão adiantados. —Comentou ela, liberando seus cabelos com um sorriso nada reminiscente da expressão polida que usava há um segundo. De certa forma, a expressão selvagem era muito mais natural no rosto dela.

—Karin-chan, você nunca me disse que tinha uma lady escondida debaixo de seja lá o que você é metade do tempo em que eu vou te visitar. —Cumprimentou Hinamori, surpreendendo-o. Nunca pensara ver sua doce irmã dizer algo assim para alguém. Kurosaki revirou os olhos, rindo.

—É bom ver você também, Momo. Eu achei que ia ter tempo para trocar de roupa, mas alguns negócios me atrasaram. —Explicou a capitã, com um sorriso despreocupado.

—Você andou jogando futebol com Yushirou-sama de novo, não é mesmo?

—Eu devo uma para Yoruichi. —Justificou, com uma risada. —Como você descobriu?

—Tem grama no seu obi. —Hinamori puxou uma pequena folha verde das roupas de sua amiga para enfatizar seu ponto. —Enfim.... Vamos logo, tenho certeza de que baa-chan vai adorar te conhecer.

—Claro que vai, eu sou incrível. —Comentou Karin, com um sorriso pequeno, envolvendo Hinamori num relaxado abraço.

—É claro que é. —Retrucou sarcasticamente, enfiando as mãos nos bolsos de seu haori.

—Vocês dois são terríveis. —Resmungou a tenente da quinta divisão, ignorando os olhares irritados que recebera. —Vamos, vamos, Jidanbou está nos esperando.

Após trocar breves, mas cordiais, cumprimentos com o gigante, finalmente saíram pelos portões que guardavam Seireitei. Infelizmente, não podia relaxar ainda, descobriu ao desviar de uma senhora que carregava suas sacolas de feira e que praticamente se lançara em seu caminho.

—Kurosaki-sama, você está de volta! —Gritou a alma, chamando a atenção de todos em um raio de vinte quilômetros.

—É Karin. —Corrigiu a capitã, com um suspiro. —Está tudo bem com Yuuichi, Hashimoto?

—Oh, tudo está correndo perfeitamente bem depois que você nos ajudou da última vez. Ele e Hironari conseguiram um emprego na loja de amuletos graças à sua ajuda.

—Ah, que bom. Avise pra ele que Sado deve vir no próximo mês pra visitar.

—Tenho certeza de que ele ficará muito contente com a notícia. —A mulher pareceu estranhamente contente, antes de finalmente notar que Kurosaki não estava sozinha. —Oh, me desculpe por interromper seu passeio com seus amigos.

—Não se preocupe, está tudo bem. —Assegurou Hinamori, com um sorriso suave. —Eu sou Hinamori Momo, e esse ao meu lado é Hitsugaya Toushirou.

—Oh, eu sou Hashimoto Miyuki, é um prazer conhece-los. —Hashimoto apertou a mão de Momo de forma entusiasmada antes de soltar um som de surpresa. —É melhor eu ir logo, Yuuichi está me esperando. Não se esqueça de visitar em breve, Karin.

—Pode deixar. —Concordou a capitã.

A alma desapareceu no meio da multidão, que logo voltou à sua rotina normal. Voltaram à sua caminhada, as risadas de Hinamori quebrando o silêncio.

—Ela parecia uma pessoa gentil, mas a verdadeira pergunta é quem é esse Yuuichi. Seu pretendente? —Foi a vez de Karin rir.

—Um velho amigo. É uma longa história.

—Nós temos tempo. Agora conte.

—Bom.... Eu conheci Yuuichi no mundo humano, quando ele ainda era uma alma e meu irmão tinha acabado de virar um shinigami. —Começou a Kurosaki, cumprimentando algumas senhoras numa loja qualquer com um aceno educado. —Eu devia ter uns dez ou onze anos. Um dia, Sado apareceu na nossa clínica com um periquito. Meu irmão não percebeu nada de errado, mas assim que eu fiz contato visual, a alma de Yuuichi que estava presa dentro do periquito começou a me transmitir as memórias dele.

—Oh... —Hinamori não conseguiu esconder sua surpresa, e Karin apenas sorriu, encarando o chão. Toushirou sentiu suas sobrancelhas instantaneamente se franzindo, preocupado.

—Sado, Rukia e meu irmão ajudaram a trazer Yuuichi pra esse lado e derrotaram o Hollow que estava perseguindo o pobre garoto. Enfim, não é minha história para contar. Depois que ele veio para a Soul Society eu não fiquei sabendo de nada até que eu topei com ele há mais ou menos um mês quando saí para jantar com Yumichika. Ele e o irmão adotivo dele haviam perdido o emprego na loja de doces porque Hironari quebrou o braço tentando proteger um dos irmãos menores deles em uma briga e não conseguia mais enrolar a pasta de açúcar. Eu não o reconheci de início, mas de alguma forma ele sabia quem eu era. Provavelmente por causa da transferência de memórias. Então eu os ajudei como podia e agora nós somos amigos, eu acho.

—Isso é incrível, Karin-chan, mas deve ter sido difícil receber as memórias de uma pessoa morta quando você ainda era humana. —Comentou Momo.

—Coisas piores já aconteceram. —Respondeu a Kurosaki, dando de ombros. —Eventos estranhos são uma coisa inevitável na minha família.

—Mesmo assim, você era apenas uma criança....

—Mas não uma criança comum. —Lembrou a capitã, com um sorriso. —Não se preocupe, é sério.

Trocou um olhar com Hinamori, que também não parecia muito convencida, mas decidiram por agora não focar no assunto. Sabia que Momo extrairia toda a verdade mais tarde, afinal, era o talento dela. E se aprendera algo nos últimos anos, sem dúvidas fora confiar em Hinamori e Matsumoto para lidar com assuntos mais emocionais.

Caminharam por mais duas ruas antes de finalmente chegarem ao seu destino. A casa onde sua avó morava não era muito extravagante, mas para Toushirou, era perfeita. Nem tão pequena, nem tão grande, sem dúvidas era uma casa confortável para uma família pequena. Suavemente bateu na porta, não esperando muito antes de ver o rosto marcado pelos anos de sua avó.

—Oh, Shiro-chan, Momo-chan, vocês estão adiantados hoje. —Comentou a idosa, abrindo a porta com um sorriso gigante. —Entrem, por favor, tenho certeza de que vocês e sua convidada devem estar cansados.

—Seireitei não é tão longe assim, baa-chan. —Momo retrucou, aceitando o convite e liderando o caminho. Começaram a retirar seus sapatos, guardando-os na pequena, mas organizada entrada. —Você se preocupa demais.

—Você não pode culpar uma anciã como eu por preocupar-se pela segurança de seus netos sem juízo. Como você acha que eu ganhei meus cabelos brancos?

—Mas pela sua lógica então Shiro-chan se preocupa ainda mais que você. —Brincou Hinamori, enlaçando seu braço com o da frágil idosa, que riu, contente, enquanto os guiava pelo corredor.

—E quem disse que isso é mentira? Nosso Shiro-chan sempre foi muito preocupado para um garoto da idade dele.

—Eu só me preocupo porque vocês duas são imprudentes. —Resmungou, recebendo uma risada das duas em resposta. Kurosaki parecia estranhamente entretida com suas interações, percebeu ao finalmente entrar na sala de jantar de sua avó. —Nós trouxemos alguns presentes.

—Eu já disse que vocês não deviam gastar com uma senhora tão velha quanto eu. —Ralhou ela, pegando a sacola com um sorriso agradecido. —E quando vocês vão me apresentar à ojou-sama que vocês trouxeram?

—Oh, essa é Kurosaki Karin-chan, a nova capitã da décima primeira divisão. —Hinamori explicou, ajudando sua avó a se sentar no zabuton que ficava na ponta da mesa. Sentou-se ao lado direito de sua avó, indicando o assento ao seu lado para sua “convidada”.

—É um prazer conhece-la, Toushirou e Momo me falaram muito bem da senhora. —Karin cumprimentou, com uma reverência breve, antes de se sentar.

—Oh, tenho certeza de que eles estão exagerando. É um prazer conhece-la, Kurosaki-chan. Você se tornou shinigami recentemente?

—Sim, tem pouco mais de um ano. —Explicou a nobre, com um sorriso. —Eu tive que apressar um pouco para poder preencher o cargo.

—Oh, sinto muito.

—Não se preocupe, eu ainda vejo minha família frequentemente no mundo humano.

—O irmão dela é o famoso Kurosaki Ichigo! —Momo anunciou, feliz. —E o pai dela é o antigo capitão do Shiro-chan.

—Oh, então você é da família Shiba?

—Pode-se dizer que sim....

—Shiro-chan, por que você não me avisou que ia trazer uma nobre para visitar?! Haru e eu não temos nada muito especial para alimentar sua convidada.

—Não é culpa minha, foi ideia da Hinamori. —Tentou se defender, com as bochechas rosadas. Sua avó estreitou os olhos, as linhas de expressão intensificando o efeito assustador de tal ato.

—Mas você é o meu neto responsável, eu já perdi as esperanças com Momo-chan.

—Baa-chan!

—Por favor, não briguem por minha causa. Eu fico satisfeita com qualquer coisa, juro! —A Kurosaki se manifestou, abanando as mãos em um sinal de pânico. Podia dizer que apreciava o apoio.

—Oh minha querida, mas você deve estar acostumada com comidas refinadas e eu não tenho nada assim...

—Não, pelo contrário! Eu mal posso chamar o que eles servem no alojamento da minha divisão de comida. Fora que comida caseira é muito melhor do que as coisas que os nobres servem no jantar.

—Kurosaki-chan tem bom gosto, Homura-san. —Uma voz suave preencheu o ambiente, e logo uma senhora de cabelos cinzentos e expressão suave entrou no ambiente, uma bandeja com um bule e um conjunto de xícaras em suas mãos calejadas.

—Haru-san... —Kurosaki murmurou, surpresa. Os olhos de Hinamori instantaneamente brilharam.

—Vocês duas se conhecem! —Gritou a tenente, animada.

—Momo-chan, seja mais educada. —Ralhou sua avó, com um suspiro cansado.

—Não venha com essa, eu sei que você está curiosa também.

—Mas pelo menos eu sou educada quando pergunto. Desse jeito nenhum dos seus amigos vai querer casar com você.

—Baa-chan.... —Choramingou Momo, com as bochechas coradas.

—Eu estou apenas brincando, Momo-chan. Só um homem muito cego não gostaria de desposar uma mulher tão bonita e gentil quanto você.

—Baa-chan....

—E depois ela reclama que eu sou o favorito. —Resmungou, emburrando. Karin riu.

—Vocês dois parecem com Yuzu e meu pai brigando pela atenção do Ichi-nii... —Ela comentou, com um sorriso nostálgico.

—Eu vou fingir que não ouvir você fazendo essa comparação. —Grunhiu, irritado. —A menos que você tenha me comparado com Yuzu, é claro.

—Pobre garoto, ainda não sabe que Yuzu é a pior de nós...

—Enfim... Haru-san, você gostaria de nos contar como vocês duas se conhecem?

—Oh, claro! Quando eu ainda era viva, eu costumava ir na clínica do pai de Kurosaki-chan quando eu precisava de atendimento médico, e quase sempre ela e a irmã dela estavam lá ajudando como enfermeiras. —Explicou, com um sorriso. —O irmão dela também era um bom garoto e frequentemente me ajudava com os espíritos que ficavam presos no meu jardim.

—Faz sentido.

—Creio que sua família esteja bem, Kurosaki-chan?

—Sim, Yuzu casou há uns dois anos, e Ichi-nii já até tem um filho.

—Então ele retornou as afeições de Orihime-san? Que adorável. —A idosa sorriu, feliz, enquanto começava a servir o chá. —Tenho certeza de que eles devem sentir muito a sua falta, você e sua irmã sempre foram muito unidas....

—Um pouco, mas eu visito com frequência. Eu não estou exatamente morta, mas mesmo se estivesse, dois terços da minha família é composta por shinigamis, então nós daríamos um jeito.

—Você não está morta? —Sua avó questionou, surpresa. As bochechas de Karin imediatamente se tingiram de vermelho e ela tomou um apressado gole de seu recém servido chá.

—Não? Quer dizer, meu corpo está lá no mundo humano e é totalmente funcional, então creio que isso significa que eu esteja viva....

—Que curioso.

—Enfim, não é por isso que eu trouxe Karin-chan para visitar. —Interrompeu Hinamori, com um sorriso assustador. Pelo visto a conversa não estava indo como ela esperava, e se tinha algo que a tenente aprendera com seu antigo capitão, sem dúvidas era a eliminar variáveis imprevisíveis de seus planos. —Karin-chan é ótima com kido e vai me ajudar a consertar suas costas, baa-chan.

—Oh, você não precisava se preocupar com isso, eu mal preciso me mover ultimamente. Haru-san faz tudo pra mim.

—Mesmo assim, deve ser extremamente desconfortável. É o mínimo que eu posso fazer, baa-chan.

—Certo, certo, mas pelo menos me deixe compensar com um jantar especial essa noite.

Hinamori assentiu, contente, antes de arrastar sua avó e Kurosaki para uma sala particular. Suspirou, acostumado com a teimosia feminina, antes de bebericar seu chá lentamente.

—Ouvi dizer que sua divisão recebeu o dobro de recrutas esse ano. —Haru puxou conversa, quietamente servindo-se de alguns biscoitos que ela havia trazido da cozinha. —Espero que você e Matsumoto-chan não estejam se esforçando demais.

—Pelo contrário, é muito mais fácil gerenciar a divisão com o crescimento na mão de obra disponível. Além disso, nessa época de paz nós só temos que nos preocupar com a burocracia.

—Isso me deixa aliviada, sinceramente. Você e Momo-chan podem até não serem meus netos, mas é quase como se vocês fossem.

—Fico feliz em saber que você nos estima dessa forma. —Respondeu, sem jeito, com as bochechas coradas.

—Homura-san fez um excelente trabalho cuidando de vocês dois, eu nunca vi crianças tão bem-comportadas. —Elogiou a idosa, servindo-se de um pouco mais de chá. —Meus netos raramente me visitavam no mundo dos vivos, eu nem me lembro muito bem da última vez em que os vi antes de morrer. Às vezes eu recebia visitas dos Kurosakis, que me ajudavam com os espíritos que viviam no meu quintal, e dos garotos da loja de doces do Urahara-san, mas na maior parte do tempo só aqueles que já não podiam mais continuar no mundo humano se agarravam a mim.

—Sinto muito....

—Oh, não se preocupe com a tristeza de uma velha senhora como eu. Na verdade, eu estou feliz por poder ajudar uma família tão unida com o tempo que me resta antes da minha reencarnação. Meu sonho quando ainda era apenas uma garota era ser uma enfermeira que cuidava dos feridos na guerra, mas minha família, e mais tarde meu esposo, nunca me permitiram tal honra. Quem sabe no próximo ciclo...

—Eu tenho certeza de que as coisas serão melhores na sua próxima vida.

—Que o nosso rei te escute, Toushirou-kun.

Terminaram seu chá em silêncio e logo Haru se retirou para a cozinha, dizendo algo sobre preparar yakissoba. Suspirou, levantando-se e indo até seu antigo quarto. Podia ouvir as risadas de Momo e sua avó em um dos quartos da casa, a voz abafada de Kurosaki completando o cenário. Sorriu, sentando-se na pequena varanda que dava de frente para a horta de sua avó. As ervas e hortaliças estavam como sempre muito bem cuidadas, e em breve. Os figos, as uvas e os abacates de sua avó estavam prontos para serem colhidos, e em breve os caquis também estariam, o que significava que o lanchinho favorito de Matsumoto logo estaria empilhando em seu escritório. Suspirou, se afundando no cheiro das flores que Momo e sua avó haviam plantado ali há tantos anos, quando os três ainda moravam juntos. O céu estava apropriadamente azul, e Toushirou decidiu ser um bom neto e ajudar um pouco na manutenção da horta. Foi até a cozinha, e após checar com Haru, colheu os vegetais maduros e regou algumas das plantas que precisavam de um pouco mais de água. Logo sentou-se debaixo do pessegueiro que estava ali desde antes de sua chegada à casa, fechando os olhos e decidindo aproveitar o ambiente relaxante para meditar.

—Eu te avisei. —Foi a primeira coisa que ouviu ao finalmente entrar em seu mundo espiritual, o vento congelante fazendo cócegas em sua pele levemente avermelhada.

—Você está cantando vitória cedo demais, Hyorinmaru. —Resmungou, rolando os olhos.

—Tobiume me disse que a sessão curativa está indo muito bem, e Shingetsu parece satisfeita com os resultados. —O dragão relatou.

—Desde quando você gosta de conversar com outras Zampakutous?

—Desde que a preocupação do meu mestre não me deixa dormir. —Retrucou o guardião celestial. —Está frio demais até para o meu gosto aqui.

—Você não é gelo?

—Sim, mas isso não significa que eu gosto de estar em temperaturas próximas do zero absoluto o tempo todo. Um sol de vez em quando faz bem para a saúde, mestre. —Hyorinmaru riu, envolvendo-o em suas asas para protege-lo dos fortes ventos. —Não se preocupe, desde que os Kurosakis invadiram sua vida, dias ensolarados são mais comuns por aqui do que o normal.

—Isso é uma coisa boa?

—Não sei mestre, só você pode dizer.

Abriu os olhos, ouvindo os passos suaves de alguém se aproximando. Levantou os olhos, logo levantando-se apressado para ajudar sua avó. A idosa sorriu, agradecida, sentando-se sob o pessegueiro. Toushirou sentou-se ao seu lado, observando atentamente em busca de algum sinal de desconforto.

—Não se preocupe, Shiro-chan, eu não me sinto saudável assim desde antes da chegada de Momo-chan aqui.

—Você tem certeza, baa-chan?

—Claro, não precisa se preocupar comigo. —Afirmou a idosa, com um longo suspiro. —Agora me conte, como estão indo as coisas na sua divisão?

—O mesmo de sempre, obaa-sama. Matsumoto está se esforçando bastante recentemente para receber permissão para tirar algumas férias, então não precisa se preocupar.

—Eu sempre me preocupo, Shiro-chan, é o que as pessoas velhas como eu fazem de melhor.

—Eu sei me virar sozinho, obaa-sama.

—Sei que sim, mas isso não significa que eu não posso me preocupar. —A idosa suspirou, acariciando seu rosto gentilmente. —Você está com olheiras, os pesadelos voltaram? —Desviou o olhar, assentindo brevemente. Não importa o quanto tentasse, sabia que nunca conseguiria mentir para sua avó, que o conhecia como a palma de sua mão. —As sessões de terapia não estão ajudando?

—Pelo contrário, Yamada disse que é normal ter esses pensamentos às vezes, e que eles provavelmente vão piorar um pouco antes que eu consiga lidar com eles.

—Tem algo que eu possa fazer para ajudar?

—Não obaa-sama, isso é algo que eu tenho que resolver sozinho.

Sua avó assentiu, olhando para o céu com um olhar estranhamente nostálgico em seu rosto.

—Você e Momo-chan sempre resolveram tudo sozinhos, não é mesmo? Vocês são bons netos, não querendo preocupar sua velha avó. —Os sábios olhos da idosa se dirigiram ao seu rosto, um pequeno sorriso em seus lábios. —Mesmo assim, não se esqueçam de que eu sempre estarei aqui para ajudar vocês, assim como os seus amigos. Matsumoto-chan, Abarai-kun, Kira-kun, Hisagi-kun e Kurosaki-chan são todos bons amigos, e eu sei que eles estarão prontos para ajudar sempre que vocês precisarem.

—Eu sei, obaa-sama.

—Bom. —A idosa se levantou, soltando um longo suspiro cansado, uma pitada de travessura logo aparecendo em seu rosto. —A época de peras está chegando, talvez nós devêssemos plantar uma árvore para o próximo ano?

—Obaa-sama!

                                                           -

                                                           -

                                                           -

            No fim do dia, sua avó realmente havia plantado uma pereira em seu jardim, perto dos caquis de Matsumoto e de seu cantinho das melancias, mas ainda era muito cedo para a árvore dar seus frutos, e provavelmente em breve pepinos e morangos seriam plantados na mesma área se as visitas de Rukia continuassem com a mesma frequência. Sorriu, saindo de seus pensamentos e indo até a quinta divisão em busca de Momo. Não demorou muito para acha-la, em sua sala, preenchendo relatórios como uma boa tenente.

            —Oh, Shiro-chan! —Sentiu seu bom humor se esvair ao ouvir o apelido. —Quer dizer, Hitsugaya-taicho! Está tudo bem?

            —Obaa-sama me pediu para trazer alguns bolinhos para você levar para o mundo humano.

            O rosto de Hinamori logo se iluminou, um sorriso enorme preenchendo o rosto jovial. A morena praticamente voou de sua cadeira, apertando-o num abraço nada comum.

            —Oh, eu vou passar pelo menos alguns meses em Karakura, então vai ser bom para matar a saudade de casa. —Ela explicou, pegando a sacola com empolgação incomparável. —Eu sinto muito por não ter te acompanhado hoje, eu tinha que terminar uns relatórios antes de partir.

            —E quando você vai?

            —Hoje à noite, depois do jantar. Karin-chan me ofereceu a casa antiga dela como alojamento, então não precisa se preocupar comigo ficando presa na loja de Urahara-san. —Assentiu, satisfeito, colocando em sua memória um lembrete para agradecer Kurosaki mais tarde. —Eu espero ver você e Rangiku-san lá para se despedirem de mim, okay?

            —Quem sabe....

            —Se você não aparecer eu vou contar para Ichigo-san que você ajudou Rukia-chan a pregar uma peça em Karin-chan. —Sentiu seu rosto corar, surpreso.

            —Quem te contou isso? E foi um acidente, eu não sabia que Rukia-san ia usar minhas esculturas para aquele propósito ou eu teria recusado!

            —Mas Ichigo-san não sabe disso.

            —Momo! —Seu grito foi ouvido em metade da Seireitei, e pelo resto do dia, Toushirou não deixou de ser zoado por ter perdido a paciência com a doce tenente da quinta divisão.

            Mais tarde, quando se despediu de Hinamori na décima terceira divisão (realmente não queria ter Ichigo na sua porta), não podia deixar de se sentir contente com sua vida familiar nada convencional. Isso é, até Karin passar as próximas duas semanas o zoando por seu antigo hábito de cuspir sementes de melancia em sua quase irmã postiça. Teria que ter uma conversa séria com Hinamori sobre seu hábito terrível de espalhar suas histórias de infância constrangedoras por Seireitei quando ela voltasse.

 


Notas Finais


E então, o que acharam?
O próximo capítulo virá da perspectiva de um dos meus personagens favoritos dessa história e que ainda não teve a chance de aparecer muito, então esperem um capítulo bem louco. Eu nem vou pedir para vocês adivinharem porque é bem fácil adivinhar quem será, só digo para os fãs de Urahara que ele fará algumas participações especiais, então podem ficar animados.
Enfim, até amanhã, ou conhecendo minha sorte imensa, alguma data indeterminada depois de um coma de 84 anos causado por um rinoceronte voador.


E para quem ainda está lendo, eu gostaria de sugerir alguns trabalhos interessantes que têm me inspirado muito ultimamente. Um deles é uma série animada no Youtube chamada de Interface no canal u m a m i, para quem gosta de arte surrealista. Outro é o site Terminal 00, que é uma experiência quase que indescritível. Eu não darei spoilers sobre a parte em que eu usei essas obras de arte e em muitas outras (Unedited Footage of a Bear do Alan Resnick, Cream do David Firth, e até um pouco de 1984 do George Orwell, que aliás é meu livro preferido de todos os tempos, só pra citar algumas) como inspiração, mas acreditem em mim que depois dessa parte mais divertida, outra muito mais estranha virá.
Até logo, meus queridos!


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