Izzy olhou para as escadas, pensando se deveria subir e chamar Alec ou não. Ele estava atrasado. Não estava muito atrasado, mas estava atrasado, coisa que nunca tinha acontecido antes, então ela estava se perguntando se algo grave teria acontecido. Porém, antes que ela pudesse se decidir, ouviu os passos dele e logo o irmão apareceu no topo da escada.
Algo estava diferente nele e ela semicerrou os olhos para tentar enxergar melhor. À primeira vista, nada estava realmente diferente. Ele descia as escadas com as mãos no bolso do longo sobretudo, pois o inverno já começava a mostrar sua face. Ela olhou mais atentamente para o irmão. Algo estava decididamente diferente…
Ele chegou perto dela e a encarou.
- O que foi? Você está estranha.
- É você quem está - Izzy falou, e andou ao redor dele, procurando a diferença. Tudo parecia exatamente no lugar correto. Ahá. Aí estava. Ele estava muito arrumado. - Você está arrumado demais.
Alec revirou os olhos. Ele realmente revirou os olhos. Típico gesto de Magnus. Izzy sorriu, maliciosa.
- Essas são minhas roupas normais, Izzy - ele grunhiu.
- Não, não, não - ela bateu o dedo - Magnus arrumou esta gola para você, tenho certeza..
As bochechas de Alec ficaram vermelhas e ele deu de ombros.
- Vamos lá, nós estamos atrasados - ele disse, fugindo da pergunta e caminhando apressado para o grande salão.
Izzy o acompanhou, sorrindo.
- Ahá - ela disse - Eu sabia. E estamos atrasados por culpa de quem?
- Dá um tempo, Izzy - ele disse de novo, exasperado.
Ela riu ainda mais alto. A mudança em Alec era óbvia agora. Ele tinha os olhos brilhantes, como quem está com a alma feliz a sair pelos poros, e a gola dele que antes sempre ficava um pouco torta, estava perfeitamente alinhada. Sim, os dedos de Magnus tinham estado ali. Então Izzy pensou: isso significava que Alec tinha passado no quarto de Magnus tão cedo?
Bom, isso certamente indicava que eles continuavam firmes em seu… relacionamento, ou seja lá o que fosse. Nessas últimas semanas o ritmo das atividades que todos desenvolviam estava muito extenso. Raramente Alec e Magnus eram vistos juntos. Entretanto, Izzy percebia exatamente o que acontecia quando eles estavam juntos.
Se tivesse que dizer quem gostava mais, Izzy certamente diria que Alec estava mais apaixonado. Quando Magnus entrava em algum ambiente em que eles estivessem, o corpo de Alec quase automaticamente se virava em direção a ele, e seus olhos passeavam por onde ele estivesse.
Apesar de manter suas mãos bastante longe do feiticeiro, quando estava em público, as pessoas já se entreolhavam como se dissessem olha aí o que eu falei porque o caçador de sombras não estava se preocupando em esconder muito de seus sentimentos. Izzy observava que Magnus talvez tivesse a mesma intensidade no sentir, mas por incrível que pareça, ele era mais contido e conseguia conversar e sorrir com as pessoas sem olhar para Alec a cada cinco segundos.
Além disso, outras coisas tinham mudado. O apetite de Alec tinha voltado a ser como antes, e Izzy, que já tinha se acostumado a vê-lo comendo cada vez menos, volta e meia se assustava que ele estivesse comendo como… um homem normal e saudável. Ele também estava mais paciente, mas Izzy ainda tinha dúvidas em acreditar que isso também se devesse ao Efeito Magnus.
Porque, vamos lá, qual é a real possibilidade de que estar com Magnus fizesse Alec ficar mais paciente? Isso era até loucura. Alec se encaminhou para o grande Salão e pegou um pedaço de pão e um copo de leite na mesa posta do café da manhã, e continuou andando.
- Ei - Izzy chamou - Eu não vou deixar de comer bem por causa do seu atraso!
Alec deu de ombros e se sentou à mesa. Izzy suspirou. Alec já era estranho muito antes de Magnus aparecer e todas essas coisas acontecerem. Entretanto, agora ele estava ainda mais. O plano do dia era terminar de fazer o censo de quantas pessoas estavam morando na vila, e quais deles eram idosos, crianças, homens e mulheres. Obviamente eles já tinham uma ideia, entretanto queriam conhecer fazer uma espécie de mapeamento de todas as famílias, verificar se havia alguma doença e a condição das casas de cada um.
Esses últimos itens eram sugestões de Magnus. Ele tinha dito que sabendo como estavam as pessoas daria para tentar prever e até impedir que elas adoecessem. Também por sugestão de Magnus eles estavam fiscalizando a água e a limpeza das ruas. Infelizmente as pessoas estavam resistindo firmemente às sugestões de tomarem um banho por dia.
Alec decidiu não insistir muito nisso, mas sabia, por experiência própria que realmente era mais apropriado se lavar ao final de cada dia. O corpo fedia menos, e trazia uma espécie de bem estar e descanso ao corpo. Talvez com o tempo as pessoas aceitassem isso melhor, pois realmente não era fácil tomar banho no inverno.
Os irmãos saíram, enquanto o dia se tornava cada vez mais claro. Alec, seguido de perto por Izzy, pensou na sorte que tinha. Nunca pensara, nesses anos, que poderia retornar a Somerset, à Casa Lightwood e retomar a administração da vila. Caminhando pela grama do terreno inclinado que levava até as ruas, ele conseguia ouvir os barulhos que indicavam o início do dia.
Ele olhou para trás, para a Casa e especialmente para a janela do quarto de Magnus. Pensou ter visto o vulto dele lá, acompanhando-o com o olhar. Isso fazia seu corpo esquentar e seu coração bater mais forte. Magnus tinha se apoderado de todos os espaços que haviam nele. Onde quer que olhasse encontrava algo que lembrava o feiticeiro. Supunha que isso era o que significava estar enamorado.
A voz de Magnus chamando-o de amor ainda ecoava em seus ouvidos, e pensar nisso fazia com que automaticamente um sorriso surgisse em seus lábios. Magnus olhava-o como se ele fosse precioso e Alec ainda ficava sem jeito para lidar com isso. Mas seu coração estava muito confortável e agradecido por ser precioso para alguém.
As cenas da noite passada e do início da manhã surgiam-lhe diante dos olhos. Ele sabia que suas orelhas e bochecha estavam esquentando novamente, então sacudiu a cabeça e focou na estradinha. Antes ele só vinha à vila se fosse a cavalo. Achava que isso o fazia parecer importante. Agora não se importava mais com isso. Parecer importante e ser importante são duas coisas muito distintas, e ele não achava que se encaixava em nenhum dos dois.
Ao chegar ao local da vila em que seria realizado o procedimento, ele ficou surpreso ao notar que várias pessoas já estavam esperando. Ele sempre se surpreendia a cada vez que as pessoas lhe respeitavam, ou obedeciam. Realmente não esperava isso. Mas sentia-se grato por poder vivenciar isso, então respondeu algumas referências que lhe fizeram e deu início às atividades. Seria um longo dia.
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Magnus ficou olhando enquanto Alec e Izzy andavam em direção à vila, e sumiam no amontoado de casinhas. Não se surpreendeu quando Alec virou, mais cedo, e olhou em direção à sua janela, apesar de seu coração ter batido um pouco mais forte. Estava aceitando o fato de que estavam muito ligados um ao outro, além de absurdamente apaixonados.
Quando finalmente deixou de vê-los, virou-se para olhar o quarto. A cama desarrumada indicava a bagunça que eles tinham feito ali. Magnus não conseguia conter o sorriso que lhe vinha aos lábios. Alec era decididamente uma pessoa um pouco diferente agora. E diferente para melhor. A noite anterior comprovava isso. O início desta manhã também. Ele sorriu enquanto se lembrava do que tinha acontecido pela manhã:
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Tinha acordado com uma sensação estranha de vazio. Antes mesmo de abrir os olhos já sabia o que era: Alec não estava na cama. O medo de que ele pudesse ter já saído ou ido dormir em seus próprios aposentos o fez abrir os olhos rapidamente. E sentiu o alívio amolecer seus ossos quando viu Alec se vestindo, de costas para ele.
O dia estava para amanhecer, mas ainda estava escuro. Com seus olhos felinos e com a suave luz que vinha da vela quase no fim, Magnus conseguia ver bem o contorno de seu… namorado? Amante? Bem… conseguia ver bem seu corpo desenhado na penumbra.
Magnus admirou a curva suave de sua coluna e os ombros largos. Deve ter suspirado alto, porque Alec se virou e sorriu. Magnus ficou pensando se tinha sido alguma espécie de santo em outra vida, para merecer que esse homem tão bonito estivesse seminu em seu quarto. Alec se aproximou e inclinou-se sobre a cama para beijá-lo suavemente.
Mas Magnus não estava querendo que ele fosse embora tão cedo, então abraçou-o, aprofundando o beijo e puxou-o contra si. Alec sorriu e se deixou cair novamente na cama. Magnus sentia o coração palpitar enquanto os lábios de Alec estavam sobre os dele.
- Onde você vai tão cedo?
- Ora essa - Alec o encarou, sério - Eu tinha certeza de que após ontem, nunca mais me chamaria de “você”.
Magnus riu.
- Qual seria a forma mais apropriada? - perguntou, fingindo inocência.
- Aquele nomezinho que você disse - Alec falou, parecendo bastante sério.
- Hunrum, acho que não lembro - Magnus apertou-o ainda mais.
- Você está sendo cruel comigo - Alec disse - Agora é você quem quer me esmagar.
Magnus não afrouxou o abraço. Aquele homem era um dos melhores caçadores de sombras do mundo. Ele com certeza aguentava um abraço de esmagar os ossos.
- Não estou sendo cruel - resmungou.
- Sim, está - Alec disse, bagunçando seu cabelo - Eu estou sofrendo.
Magnus enfim afrouxou um pouco o abraço.
- Eu não estou sofrendo nem um pouco - sorriu, malicioso.
- Claro que não - Alec disse, fingindo indignação - Você quase desmaiou enquanto…
Magnus sorriu enquanto Alec tentava falar isso fingindo naturalidade. Alexander era mesmo um iniciante no que dizia respeito ao prazer. Era adorável vê-lo lutar contra a timidez de conversar sobre isso.
- Acho que talvez algum dia eu desmaie - disse.
Alec o encarou.
- O que disse?
- Onde aprendeu aquelas coisas? - Magnus perguntou.
- Bem - Alec coçou o olho - Eu apenas fiz.
- Foi incrível - Magnus beijou o canto de sua boca - Eu tenho sorte.
Alec não suportava que Magnus beijasse apenas o canto de sua boca. Inclinou-se e beijou-o com mais intensidade. Magnus retribuiu o beijo, deslizando as mãos para as costas nuas de Alec, e enlaçando-o com uma perna. O gemido contido de Alec indicou o quanto ele estava ansioso por isso. Eles se afastaram alguns poucos centímetros e Magnus apreciou a composição da cena: Alec vestindo apenas uma calça, a camiseta aberta no peito, deitado sobre ele que estava totalmente nu.
- Eu fiquei devendo uma para você ontem - Magnus disse, olhando para os olhos azuis perenes de Alec. - Posso pagar agora.
- Não precisa - Alec respondeu, embora seus olhos estivessem dizendo exatamente o contrário - Tenho que descer até a vila e a gente pode se ver a noite…
- A vila continuará lá, no mesmo lugar - Magnus disse, e desceu uma das mãos para o abdomen de Alec, deslizando-a até chegar ao seu membro. Apertou-o suavemente por cima do tecido.
Alec engoliu em seco, ansioso, lutando contra o senso de dever. Magnus apertou-o novamente, traçando o volume que aumentava sob seu estímulo.
- Não vai demorar muito - Magnus disse, e os olhos de Alec já estavam se escurecendo pelo desejo. Magnus introduziu os dedos sob o tecido, tocando sua virilha, e insinuando, quase tocando-o e depois retirou a mão - Ou você pode esperar durante o dia, para que a gente se veja à noite.
Alec pensou por dois segundos. O desejo venceu, sem muito esforço. Ele pegou a mão de Magnus e reconduziu-a ao lugar onde estivera. O feiticeiro desabotoou a calça e tomou o membro pulsante em sua mão.
- Me diga o que você quer e eu faço - ofereceu, para um Alec que já respirava pesadamente.
- Só… faça o que quiser - Alec disse.
- O que eu quero talvez te atrase mais - Magnus disse, deslizando a mão para cima e para baixo no membro de Alec.
O caçador já tinha se entregado para o momento, apoiado sobre os antebraços na cama, semideitado sobre Magnus, os olhos fechados pela fricção lenta e torturante que o feiticeiro impunha.
- O que você quer? - perguntou, com esforço.
Magnus retirou a mão e Alec sentiu dolorosamente a sua falta.
- Vamos fazer o que começamos ontem - o feiticeiro disse, insinuante.
Essa frase teve efeito direto no membro de Alec, que pulsou, ansioso.
- Acho que tem que vamos precisar de mais tempo - o caçador falou, tentando ser sensato. Também achava que acabaria chorando se começassem novamente e tivessem que parar.
- Eu quero você, Alec - Magnus disse, e virando-se na cama, ficou de bruços, roçando o corpo em Alec, que instintivamente se movimentou contra ele.
- Não acho uma boa ideia - Alec tornou a dizer, mas já estava roçando o membro na bunda de Magnus, e já tinha deixado de se apoiar na cama, para envolver o tórax de Magnus em seus braços.
- Eu acho uma ótima ideia - respondeu Magnus, arqueando o quadril e se movimentando contra Alec.
- Céus… - o caçador suspirou. - Não faça isso comigo, Magnus.
- Vamos de novo - o feiticeiro pediu - Me deixe controlar.
Alec não tinha mais forças de tentar recusar. Entrar em Magnus era não só a ideia mais brilhante que encontrava, como também era a única alternativa que passava por sua mente.
- Você me põe louco - murmurou para Magnus e abocanhou a carne macia do ombro de seu amante - Como dizer não a você?
Magnus gemeu em resposta. Alec olhou para o lado da cama, onde estava o potinho com a solução viscosa que eles sempre usavam. Continuou mordiscando os ombros e costas de Magnus, enquanto lhe preparava. Amava a sensação de apertar a sua bunda, passar os dedos em sua entrada… amava a forma como Magnus se esfregava contra ele, se insinuava, se entregava…
Insinuou novamente um dedo na sua entrada e Magnus gemeu longamente. A forma como Magnus se entregava ao ato do amor era única. Ele não parecia nem um pouco preocupado com convenções, ou com parecer mais contido. Ele gemia como queria, se movimentava como queria, não escondia as expressões, falava o que lhe convinha.
Era mesmo um amor selvagem, felino, sem amarras e Alec se sentia quase flutuando toda vez em que lhe tocava assim. Posicionou-se em sua entrada, lutando contra a vontade louca de empurrar e penetrá-lo selvagemente.
- Vem - sussurrou para Magnus.
O feiticeiro se apoiou nos cotovelos, e Alec suspirou com aquela visão. Seu membro pulsava dolorosamente. Magnus se empurrou contra ele, e Alec olhou, fascinado, enquanto seu membro afundava pouco a pouco dentro de Magnus. O feiticeiro parou por alguns segundos, para se acostumar com Alec dentro dele.
Este, por sua vez, alcançou o membro de Magnus, abaixo deles, e estimulou-o lentamente. Sentiu o coração se derreter quando Magnus se arrepiou e gemeu satisfeito. O feiticeiro empurrou mais um pouquinho, apertando o maxilar para lutar contra o desconforto. Alec soube, de repente, que nada além de um amor tão profundo o teria feito esperar, torturado, enquanto Magnus ditava seu ritmo.
Todo seu corpo implorava para que ele segurasse Magnus pelo quadril, e penetrasse-o com força, até o fundo, até que estivesse totalmente dentro… Mas o medo de que Magnus chorasse de dor novamente era um pouco maior do que esse desejo, então ele apertou os lençóis com força, enquanto Magnus continuava vindo.
Fechou os olhos, angustiado. Estavam quase lá. Magnus deixou-se cair na cama, suado.
- Alec - ele disse, a voz entrecortada - Continua, amor.
O caçador sentiu a cabeça girar um pouquinho. Magnus estava pedindo para que ele continuasse e estava chamando-o de amor de novo. Sentia o coração bater não só no peito, como em toda a pele. Levou as mãos para o quadril que amava. Adorava o fato de Magnus ser assim, esguio, então quando apertava seus quadros, seus polegares quase se tocavam no meio das costas dele.
Ao contrário do que queria, empurrou-se devagar enquanto Magnus arqueava o corpo para recebê-lo. Com mais um movimento, estava totalmente dentro de Magnus e sentiu imediatamente a urgência em mover-se. Contudo esperou um pouco enquanto Magnus apertava os olhos e mordia os lábios.
- Você é perfeito - disse, sem conseguir controlar o que lhe vinha à boca, como sempre quando estava com Magnus - Quero te ter todos os dias na minha cama…
Magnus então se movimentou novamente contra ele, dando o indicativo de que estava pronto. Alec continuou o movimento. Estava apertado, mas Magnus não parecia estar sentindo dor insuportável, então ele entrou e saiu novamente, devagar, mas deliciado ao ver que estavam se encaixando.
- Mais forte - Magnus pediu, e Alec empurrou-se com mais força, o atrito mais intenso fazendo com que ambos gemessem quase em uníssono.
- Céus… Magnus…
Eles finalmente tinham encontrado o ritmo perfeito, que não deixou Magnus desconfortável e permitia a fricção suficiente para Alec estremecer a cada vez que entrava e saía. O caçador sentia o corpo todo se arrepiando com o fato de que estava entrando em Magnus, provando-o de novo depois de tanto tempo longe, num reconhecimento ansioso das sensações que o percorriam aqui, apossando-se do corpo do feiticeiro e permitindo que ele se apossasse da sua alma…
Continuou com os movimentos, enquanto a urgência aumentava dentro de si. Sentia o mundo perdendo o foco, mas não conseguia fechar os olhos, pois a imagem de Magnus sob ele, com o tronco apoiado na cama e o quadril arqueado para ele, bem como os gemidos e as palavras deliciosamente torpes que o feiticeiro dizia… tudo era bonito demais para que ele perdesse algum segundo disso.
Logo, apenas enxergava Magnus, as coisas ao redor perdendo toda a importância. Quisera desesperadamente estar ali, e agora que estava ali, queria desesperadamente que não precisasse mais sair. Entretanto, estava há muito tempo sem isso, sem sexo, sem Magnus, e seu corpo estava cheio de todo o desejo do mundo, então ele sabia que o ápice estava muito próximo.
- Magnus - gemeu o caçador - Não consigo aguentar muito…
Em resposta, Magnus rebolou contra ele. Alec suspirou pesadamente, e depois voltou a respirar em arquejos. Que os anjos tivessem piedade dele, pois Magnus não tinha… O prazer veio com uma intensidade atordoante, nublando todos os seus sentidos. Alec quis segurar por um momento, mas não havia opção a não ser se deixar levar.
Sentiu quando o seu prazer se derramou dentro de Magnus, e com mais algumas estocadas trêmulas e desesperadas, caiu sobre a cama, incapaz de se sustentar mais, sentindo todo o corpo vibrar de um prazer tão absurdo que parecia irreal.
Teve o cuidado de manter-se apoiado em um braço, para não esmagar Magnus. Este remexeu-se sobre ele e abraçou-o novamente. Alec tinha leve consciência de que tinha gemido o nome de Magnus repetidas vezes.
- Você é tão perfeito - repetiu para Magnus, que se aproximou dele, como um gatinho manhoso e roçou seus narizes.
Embora estivesse exausto, Alec estendeu a mão e tocou Magnus entre as pernas. Estava ainda duro, teso e Alec ajeitou-se na cama para friccioná-lo livremente.
Observou encantado, enquanto Magnus gemia, seu ventre se contraia, seu corpo se arrepiava e ele remexia os quadris, inquieto. Aumentou a intensidade e velocidade, até que Magnus estivesse falando frases desconexas, chamando os anjos e Alec, arrepiando-se e inclinando a cabeça para trás.
Ele também se derramou de prazer nas mãos de Alec e quedou cansado, com a respiração agitada e os olhos injetados de um alívio prazeroso.
- Pelo Anjo, Alec - ele disse, quando conseguiu falar - Você é tão bom nisso…
O caçador se inclinou e o beijou, suavemente. Seu corpo queria apenas ficar ali e descansar um pouco. Mas já estava atrasado. Levantou-se de um pulo.
- Eu estou muito atrasado - disse, enquanto Magnus o encarava, divertido, da cama.
Procurou no chão e na cama as peças de sua roupa, mas não parecia certo usá-las porque eram as roupas do dia anterior. Antes que Magnus o chamasse de volta para a cama, ele estava se vestindo para ir ao seu quarto se trocar.
Com um aceno de mão, Magnus o limpou dos vestígios de suor e do prazer de ambos. Uma toalhinha úmida também flutuou no ar para ele, e Alec sentiu-se um pouco envergonhado de se limpar enquanto Magnus olhava. Virou-se de costas, mas isso não resolveu muito, pois o feiticeiro sorriu, malicioso.
- Essa visão também é muito boa - disse, da cama.
- Ora… - Alec disse, meio envergonhado, e então lembrou de uma coisa - Ei, você pode trazer minhas roupas aqui, não?
Magnus negou com a cabeça.
- Eu só posso convocar as minhas coisas, não posso sair convocando os pertences dos outros.
Alec se aproximou dele.
- Então … eu te dou minhas roupas.
Magnus o encarou, atônito.
- Como disse?
- Eu te dou minhas roupas e você pode convocar uma roupa para que eu vista - Alec disse, com simplicidade.
Magnus suspirou. Esse homem era uma figura.
- Não precisa me dar todas as suas roupas - explicou - Apenas a que quer vestir hoje.
- São todas suas - Alec deu de ombros - Vou precisar que convoque outras roupas depois.
Magnus o encarou. Isso significava muita coisa. Significava que Alec planejava ficar ali no quarto por mais tempo, que Alec planejava ficar nu com ele mais vezes… ele segurou a mão de Alec.
- Qual roupa você quer?
As roupas apareceram com um estalo na mão de Alec alguns momentos após. Ele sorriu, entusiasmado e agradeceu. Quando ele terminou de se vestir, Magnus percebeu que sua gola estava desarrumada. Ele poderia ajeitar com magia, mas queria mais desculpas para tocar em Alec. Levantou-se, ainda nu, e tentou fingir que não viu o olhar faminto de Alec para seu corpo.
Ajeitou a gola e desamassou a roupa.
- Agora sim, você pode ir - disse, para o caçador.
Alec, que estivera anormalmente quieto durante os últimos minutos, segurou os pulsos de Magnus.
- Obrigado - disse.
- Sempre que precisar… - o feiticeiro sorriu.
- Magnus - Alec agora parecia bastante sério.
- Sim?
- Você é meu.
Magnus sentiu a respiração falhar. Uma coisa absurdamente enlouquecedora sobre Alec é que como era sua primeira vez em um relacionamento, ele sentia que precisava dizer tudo que pensava.
Isso era algo muito desconcertante. Magnus sabia, com certeza, que pertencia a Alec. Mas quando ele falava assim, sentia seus ossos se amolecerem. Pertencer a Alec ele muito diferente de ser propriedade de Alec. E ele queria desesperadamente que Alec pertencesse a ele também.
- Não acho que seja justo - disse.
Alec franziu a sobrancelha.
- O que não é justo?
- Eu sou seu - ele disse, notando o brilho satisfeito e quente nos olhos de Alec, quando disse essas palavras - Mas e você?
- O que tem eu?
- Você é de quem?
O brilho nos olhos de Alec se tornou mais intenso.
- Eu também sou seu, obviamente - ele respondeu.
Magnus não se importou com o fato de que estava nu. Abraçou Alec, os braços rodeando seu pescoço.
- Você está dizendo isso na hora errada, Alec - disse.
- O que quer dizer com isso? - o caçador afastou-o um pouco, para olhar em seus olhos.
- Você só deveria me dizer essas coisas quando a gente pudesse ficar ali - ele apontou a cama - pelo tempo que quisermos.
Alec sorriu, avançou para dar um beijo rápido na testa de Magnus e gentilmente desenlaçou os braços do feiticeiro de seu pescoço.
- Eu estou mesmo atrasado, Izzy vai estar uma fera.
- Tenha um bom dia de trabalho - Magnus desejou.
- Terei, e lhe desejo o mesmo. - Alec olhou para ele, já quase saindo pela porta - Esta noite eu também não pretendo dormir longe de você.
Magnus não teve tempo de formular uma resposta, pois o caçador saiu para o corredor e fechou a porta.
O feiticeiro caminhou até à cama e deixou-se cair sentado nela. Estava um pouco dolorido do ato, mas absurdamente feliz. Sentia-se flutuando. Alec era uma tempestade de coisas. Coisas boas. Coisas fascinantes. Estava mais feliz do que jamais estivera em seus muitos anos de vida.
Após pensar pela milésima vez no episódio animador do início da manhã, Magnus decidiu, com pesar, que não poderia ficar o tempo todo relembrando aquilo, ou não teria condições de trabalhar. Sacudiu a cabeça e levantou-se novamente. Veria Alec a noite, e poderia matar a saudade que já lhe maltratava. Por hora tinha que cuidar e preparar algumas coisas para a partida de Ragnor.
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