handporn.net
História Servidão e Liberdade (Malec) - Capítulo 48 - História escrita por Thalia_Miranda - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Servidão e Liberdade (Malec) >
  3. Capítulo 48

História Servidão e Liberdade (Malec) - Capítulo 48


Escrita por: Thalia_Miranda

Notas do Autor


Olá amores *-*
Este não é um capítulo totalmente focado em Malec, mas é muito importante para o final da história e vocês podem ver muitos detalhes da relação deles aqui <3
Já sinto saudades <3 aff
Boa leitura!

Capítulo 48 - Capítulo 48


Se algum dia os Lightwood tivessem subestimado a capacidade de Magnus Bane, eles teriam tido que engolir ela agora. Mas, por motivos óbvios, já fazia um tempo que Alec e Izzy tinham plena consciência do que ele era capaz e respeitavam sua Magia. Entretanto, eles ainda estavam se surpreendendo a cada dia com o poder que emanava do feiticeiro.

Izzy tinha a teoria de que ele nunca tinha mostrado sua real potência enquanto estava escravizado apenas para não ser mais explorado ainda. E que agora, livre para agir como quisesse, ele estava acessando e liberando toda sua capacidade. Ela não sabia que ainda tinha muito mais para ver. 

Naquele dia em que toda a Casa o viu em transe dentro do campo de Magia em implosão, os criados começaram a conversar entre si sobre como aquele rapaz esguio e reservado (porque ele estava tentando ser assim, para não prejudicar Alec) era mesmo um bruxo muito poderoso.

Antes disso,  quando Magnus desceu para a aldeia a fim de oferecer seus serviços, o cenário que encontrou foi um pouco diferente da primeira vez em que entrara ali. Muitas pessoas foram receosas, mas algumas das mulheres mais velhas o procuraram. Logo depois, as mulheres gestantes ficaram sabendo que ele poderia dizer como estava a saúde dos filhos que esperavam e podia prever com bastante precisão a data do parto. Elas também levaram suas crianças que estavam com tosses infindáveis e doenças na pele.

Já havia muito tempo em que o padre tinha ido embora da vila, e todos os moradores passaram a cultivar suas próprias formas de adoração a deus. As mulheres tinham voltado a plantar ervas medicinais e fazer chás e emplastros para seus doentes e os gatos voltaram a se proliferar.  

Magnus ficou contente ao perceber que bastante do que podia oferecer, em termos de cuidados com a saúde, já era um pouco conhecido das curandeiras. Ele tirou dúvidas sobre plantas, chás, infusões e banhos de assento. 

Voltou contente para a Casa, porque com as mulheres da vila sabendo usar as ervas medicinais, ele poderia se ater a serviços mais pontuais, como a segurança e proteção, além de um serviço mais sigiloso que vinha fazendo em parceria com Ragnor: rastrear as pessoas (feiticeiras ou não) que estavam sendo acusadas e condenadas de bruxaria, para tentar ajudá-las de alguma forma. 

Quando comentou sobre isso com Alexander, este tapou as orelhas e disse que ia fingir que não tinha ouvido nada. Mas quando Magnus se virou, Alec o encarou com um misto de admiração e preocupação. 

O fato é que Magnus Bane começava a gozar de certo status dentro da vila e na própria Casa. As pessoas não "gostavam" dele, mas estavam começando a se referir a ele com mais contenção e respeito. 

Por isso e por confiar inteiramente nele, Alec lhe deu permissão para fazer o que achasse necessário a respeito das hordas de demônios que se deslocavam do leste. Ele desceu para a vila, a fim de pagar o primeiro salário daquelas pessoas, mas seu pensamento ficou na Casa… precisamente em um certo feiticeiro. 

- Sir Lightwood - uma velha encurvada se aproximou dele, fazendo uma leve reverência, que a deixou mais curvada ainda - Bons dias. 

- Bons dias, senhora - ele respondeu, parando. 

- Se me dá a licença meu bom senhor, precisamos saber quando o feiticeiro vem novamente à vila. 

- Não tenho certeza, senhora - ele respondeu - Ultimamente ele está ocupado com questões de proteção e aliança com outros condados. 

Alec não fazia ideia do porque tinha explicado tanto a ela, mas a verdade é que ele gostava de deixar explícito que Magnus Bane estava trabalhando muito. 

- Compreendo senhor - a velha disse, erguendo os olhos, e Alec percebeu que um dos seus olhos era vazado - Se puder transmitir a ele a nossa mensagem de que a sálvia acabou, agradecemos. 

- Transmitirei. 

A velha se curvou mais uma vez, murmurando vários "obrigados", e se afastou, mais rapidamente do que Alec achava ser possível para sua idade. Ele continuou caminhando em direção à pequena praça no meio da vila. Lá os homens já lhe esperavam e o saudaram com uma animação contida. 

Depois de dois anos de uma vida bastante penosa, sob o domínio de Robert, eles iam receber novamente um pagamento. Esse pagamento consistia em duas moedas de prata e permissões para retirada de mantimentos durante o mês. Era nesse momento que os aldeões também pediam permissões para criar porcos, galinhas, e animais diversos. Eles os comercializavam com moradores da própria vila e dos condados próximos. 

Quando Alec esteve no comando, ele costumava permitir sem problemas. Robert tinha impedido isso, alegando que eles ficariam preguiçosos para cuidar das terras dos seus senhores. Por este motivo, para o primeiro homem que lhe pediu, um pouco trêmulo, para que pudesse criar seus porcos, Alec sorriu e concedeu com muita alegria. 

Os outros homens, na fila, se entreolharam com surpresa e Alec quase se arrependeu porque de repente, quase todos queriam criar algum animal, e ele estava ansioso para retornar a Casa. 

 

Conseguiu terminar de atender a todos quando já passava de meio dia. Encaminhou-se para a Casa, perguntando-se o que Magnus poderia ter feito. Ele dissera que tentaria contatar os feiticeiros sob servidão dos senhores dos condados mais ameaçados a leste. Entretanto, era difícil realizar isso quando estavam Marcados. 

Caso não conseguisse, ele planejava abrir um Portal e ir, ele mesmo, em pessoa, avisar. Alec sentia o estômago formigando. Não queria que ele fosse. Tinha receio de que algo lhe acontecesse. Mas não podia impedi-lo. Restava torcer para que tudo desse certo e a prontificou para ir juntamente com ele. Mas Magnus não afirmou com certeza se aceitava essa proposta de ir acompanhado. 

Ele ignorou o almoço posto e subiu até o quarto de Magnus. Abriu a porta cautelosamente, mas não tinha ninguém ali. Ele respirou fundo. Será que ele já tinha saído? Como em resposta ao seu questionamento, Simon vinha subindo pela escada:

- Simon - Alec o chamou - Você viu Magnus? 

- Sim - ele disse - Abriu o Portal e foi para Durham. De lá ele ia para Lincolnshire e depois para Yorkshire. Foram os feiticeiros que não…

- Céus - Alec coçou a cabeça - Eu disse a ele que queria acompanhá-lo. 

- Ah… Izzy foi com ele - Simon disse. 

Alec respirou profundamente. Pelo menos ele não tinha ido completamente só. Isso era bom. 

- Obrigado Simon. Ele disse mais alguma coisa? 

- Hm… - Simon pareceu procurar na cabeça - Não que eu me lembre. 

- Certo - Alec parecia um pouco desapontado.

- Ah sim - Simon ergueu o dedo no ar - Ele disse que provavelmente não chegarão a tempo para o jantar. 

- Ótimo - disse Alec, ainda mais preocupado. - Isso certamente melhora tudo. 

- Bom… - Simon continuou andando - Ele sabe ser teimoso. Esperou por exatos cinco minutos por você. 

- Ele poderia ter me chamado - Alec balançou a cabeça. - Ele já saiu há muito tempo?

- Ele não queria atrapalhar - Simon disse - Saiu antes do almoço ser servido. Estou indo, boa tarde.  

Alec acenou com a cabeça. Não ia ser uma boa tarde. Mas respirou fundo. Precisava confiar que Magnus estava fazendo a coisa certa. Desceu as escadas pesadamente. Precisava almoçar. 

 

O que aconteceu no restante do dia foi que, dos nove condados que fazia fronteira a leste, seis responderam a Magnus. Ele e Izzy se deslocaram pelo Portal até Durham (o maior e mais próspero condado do reino), depois Yorkshire e então Lincolnshire. Em todos os três foram achincalhados pelos donos. Ninguém dava a mínima para uma herdeira renegada e um feiticeiro fugitivo.  Apesar dos apelos de Bane, eles não foram ouvidos. 

Ele estava muito chateado com isso quando retornou a Somerset. Alec o abraçou e beijou sua testa enquanto ele relatava como desdenharam deles. 

- Os feiticeiros queriam ouvir - Magnus disse - Eles sabem que há algo de errado. Mas estão submetidos a uma amarração tão poderosa que não ousam dizer nada. 

Alec acariciou suas costas. 

- Tudo bem, não se preocupe - ele disse, ao namorado - Você fez um ótimo trabalho. 

- Mas eles são os condados onde há maior parte de caçadores e feiticeiros - Magnus argumentou - Seria ótimo tê-los ao nosso lado. 

- Uma hora eles vão entender que estão errados. 

- Aí será tarde demais para as terras e moradores. 

- Não podemos obrigá-los a entender. 

Magnus levantou a cabeça, que tinha encostado ao peito de Alec. 

- Amanhã iremos trabalhar nos outros condados - disse - embora alguns curadores estejam receosos,confiam em seus feiticeiros e disseram que disponibilizarão também alguns caçadores. 

- Certo - Alec suspirou - Vai começar por Norfolk? 

- Sim - Magnus - É o extremo-leste. Deve começar por lá. 

- Você quer que eu vá? - Alec olhou para os olhos amarelos de Magnus, com receio do que ouviria.

- Você pode ir? - foi a pergunta-resposta. 

- Sim - Alec disse, com sinceridade - Tudo está em ordem. 

- Então eu quero que vá - Magnus disse. 

Alec suspirou aliviado e depositou um beijo suave nos lábios do feiticeiro. 

- Então iremos - sorriu. - Precisamos dormir agora, se planejamos sair de madrugada. 

- Sim - Magnus soltou-se do abraço e se encaminhou para a cama - Vamos dormir. 

Depois, na escuridão, Alec se lembrou de uma coisa:

- Magnus, uma senhora da vila disse que precisa de sálvia. 

- Você pode liberar para que elas peguem na casa de mantimentos - ele respondeu, sonolento. 

- Ah sim. Farei isso. 

Sentiu a mão de Magnus apertar a sua, e logo depois ele se aconchegou mais contra seu corpo. Alec apertou o corpo dele suavemente. Precisava acreditar que tudo ficaria bem, porque ele ainda precisava viver muita coisa com esse homem corajoso ao seu lado. 


 

Muito antes do dia raiar, eles já estavam bastante acordados e vestidos. Alec avisou todos os caçadores de sombras que conhecia e com quem ainda mantinha contato. Izzy reforçou a mensagem. Eles estavam prontos para ir. Magnus caminhava na escuridão da madrugada, levantando uma tocha acesa, as longas vestes enfunando atrás, enquanto ele andava rapidamente. 

Alec achava-o incrivelmente bonito durante a noite. Ele sempre era bonito. Mas durante a noite, parecia mais selvagem, mais felino, mais dono de si. Chegaram ao local onde abririam o Portal. Enquanto Simon e Izzy se aproximavam, Magnus estendeu a tocha para Alec e abriu Portal. 

- O ideal seria que ele fosse permanente - Magnus disse - Assim poderíamos passar por ele para voltar para Casa se algo der muito errado. Entretanto, como não podemos desperdiçar contingente para vigiar a entrada, melhor fechá-lo, ou poderão vir seres indesejados. 

- Entendo - Alec olhou em volta. Na Casa, ao longe, uma única luz brilhava acesa. Na muralha, várias - Mas não se preocupe, voltaremos em segurança. 

- Acho que alguém os soltou ou convocou, Alec - Magnus disse, sem muita esperança - Essa pessoa sabe bem o que está fazendo. Não será fácil. 

Simon e Izzy chegaram, ambos parecendo cansados. 

- Malalei os espera na entrada da vila de Norfolk - Magnus disse a eles.  

Os dois assentiram e passaram pelo Portal juntos. Malalei era uma feiticeira que trabalhava para os donos de Norfolk, a família Edwards. De acordo com o plano realizado na noite anterior, Alec e Magnus estariam mais a norte um pouco, mas ainda dentro de Norfolk, fixando as proteções e conversando com os feiticeiros que Magnus tinha convidado. 

Assim que Izzy e Simon sumiram, Magnus estendeu a mão para o cotovelo de Alec e os conduziu, em um redemoinho enlouquecedor, até o destino deles. Pousaram em uma pequena colina. Alec manteve os olhos fechados até que a tontura passasse e quando os abriu, tomou um pequeno susto com as pessoas que os encaravam. 

- Eram cerca de quinze… submundanos, com certeza. Magnus olhou rapidamente para Alec, a fim de checar se ele estava bem, e logo depois o soltou suavemente, virando-se para os presentes. 

- Obrigado por terem vindo - disse - Nosso povo corre perigo, é bom contar com vocês aqui. 

Alec se perguntou se todas aquelas pessoas eram feiticeiros. Aparentemente sim. Era gente de todo o tipo, alguns estranhamente bonitos, outros excessivamente estranhos. O dia começava a clarear, e fazia frio. 

- Cada um de vocês vai cobrir um ponto estratégico e pensamos que caso os caçadores de sombra respondam, podem formar duplas ou grupos e lutar com eles - Magnus continuava. 

- Caçadores? - uma mulher alta e ruiva sorriu - Ora, Magnus Bane. Se não o conhecêssemos, poderíamos pensar que se trata de uma emboscada. 

- Enfatizo a parte que me conhecem - Magnus se adiantou - E sabem que não pediria isso, se não fosse um caso tão extremo quanto esse. 

- E esse… caçador aí? - um homem de estatura muito pequena ergueu a voz -  Ele não é seu senhor? 

- Ele foi meu senhor - Magnus disse - Mas rompi a ligação - ele estendeu a mão, mostrando o pulso limpo. 

As pessoas se alvoroçaram e cochicharam entre si. 

- Rompeu a ligação? - o homem continuou -  Como acreditaremos nisso?

- Rompi, Matteo - Magnus olhou para o homem pequeno com certa impaciência - e vocês sabem dessa história. Tenho certeza de que muitos de vocês falaram sobre isso durante esse tempo. 

- A questão é - outra mulher de pele quase amarelada deu dois passos a frente - Nós sabemos sim que eles estão vindo. Sabemos que não mentiria para nós e nem nos colocaria numa emboscada. Mas não confiamos neles ela relanceou os olhos para Alec - e você não pode nos pedir que confiemos. Podemos lutar. Iremos lutar. Mas não nos peça para aliar a eles. 

Alec pensou em dizer alguma coisa, mas o olhar de Magnus para ele foi taxativo. 

- Alexander Lightwood e sua irmã Izabelle estão ao nosso lado - o feiticeiro disse - Quem lutar, verá. E nós já nos aliamos aos caçadores em mais de uma ocasião. Mas se for impossível para vocês, lutem em pares entre si. 

Isso pareceu mais palatável a eles, que começaram a relaxar e desfazer as carrancas. Alexander permaneceu sempre um pé atrás de Magnus, sem dizer uma palavra e tentando não parecer hostil. O sol surgiu no horizonte e por fim eles terminaram de repartir as áreas. Magnus permaneceu no local em que estava, onde acreditavam que seria o ponto principal de ataque. 

Mais quatro feiticeiros permaneceram, inclusive a mulher alta e ruiva e o homem pequeno. Eles começaram a trabalhar, fixando as barreiras de proteção. Alec estava numa situação muito estranha e muito nova. Sempre tinha ocupado um papel de proeminência nas estratégias e lutas de que participava. Aqui sentia-se totalmente coadjuvante. Ou menos que isso. 

Mas ainda assim, sentia-se fascinado ao ver Magnus trabalhando. Ele era espetacular e intuitivo, naturalmente assumindo a liderança da situação. Depois de andar vários passos atrás de Magnus sem necessidade, Alec decidiu por ficar na sombra de uma árvore. O dia estava esquentando consideravelmente. Ele bebeu um pouco de água do bornal. 

- Alexander - a voz de Magnus o alcançou e ele levantou os olhos, atento - Você pode nos trazer um pouco de água também? Está bastante quente. 

Ele acenou que sim e se deslocou pelo espaço entre eles, levando o bornal. A mulher ruiva e o homem pequeno o encaravam com perplexidade. Magnus ofereceu água a eles também, que recusaram com acenos de cabeça. 

- Obrigado - Magnus disse, sorrindo um pouco, e o coração de Alec se derreteu - Sei que já está quente, querido, mas preciso que fique por perto, pois sinto minha energia acabando. 

- Sim, claro - Alec fechou o bornal e cruzou os braços no peito, a espera de uma nova requisição. Magnus estava chamando-o de querido na frente daqueles feiticeiros. O que será que ele queria dizer? 

Os outros dois menearam a cabeça, ainda incrédulos. Andaram ainda mais um pouco, fechando todos os possíveis espaços para passagem de seres de outro mundo. Quando o sol ainda estava mais alto, Alec sentia o suor pingando dentro de sua roupa. Deveria ter vestido algo mais leve. Então Magnus estendeu a mão para ele, um pouco pálido. 

Alec segurou a mão estendida, passando sua energia para Magnus, até que ele voltasse à cor normal. Ignorou os olhares dos outros dois, e ainda que a dupla que trabalhava mais longe tivesse virado o pescoço para olhar a situação. Estava se sentindo incomodado com tantos olhares sobre ele. Gostaria de poder fazer algo útil. Magnus se aproximou mais dele. 

- Alec - disse baixinho - Montar uma barreira contra milhares de demônios não é fácil. Suga toda minha energia. Você está sendo muito útil me ajudando aqui. 

Alec suspirou. 

- Eles não param de me encarar - sussurrou de volta. 

- Eles vão se acostumar. 

Ele assentiu que sim. E continuaram a trabalhar, pelo restante do dia. Os outros não se acostumaram, e Alec não se sentiu mais confortável com os olhares deles. Mas aguentou bravamente, pois Magnus ainda precisou de sua energia algumas vezes, e ele não poderia negar nada disso a ele. 

De acordo com a previsão de Magnus, a horda chegaria após a meia noite. Eles estavam de prontidão para lutar, mas também estavam montando barreiras para tentar atrasá-los. Assim teriam mais chances. Quando pararam para comer, eles se sentaram longe dos outros, e Magnus o olhou com carinho:

- Você é definitivamente a melhor pessoa para estar aqui comigo - disse, enquanto Alec mastigava um pão. 

Alec meneou a cabeça. Não tinha muita certeza disso. 

- É a primeira vez que lutaremos juntos - Magnus prosseguiu - Estou ansioso por isso. 

- Ansioso? - Alec riu e bebeu um gole de água - Você é uma figura estranha, Magnus. 

- De fato - o namorado respondeu e acrescentou malicioso - Será que teremos a mesma sintonia aqui como temos em outros lugares? 

Alec o encarou, incrédulo. Era uma pergunta audaciosa, atrevida e que deixava margem para todos os sentidos duplos possíveis. Obviamente os outros feiticeiros também estavam ouvindo o que eles conversavam, apesar de terem decidido não se juntarem a eles. Lá onde estavam, a conversa parou. Magnus o encarou, desafiante. Alec respirou fundo. Se Magnus podia jogar, ele também podia. 

- Não sei se será tanto quanto a que temos em nossa Casa - disse, se deliciando ao ver um brilho quase chocado no olhar de Magnus - Mas com certeza será ótima. Com o tempo aprenderemos melhor como lutar juntos. 

- Com certeza - Magnus respondeu, parecendo extremamente satisfeito. 

Alec se perguntou o que tinha levado Magnus a perguntar isso. Talvez ele achasse que Alec não queria expor o que eles tinham? Bom, expor ele realmente não queria. Mas também não negaria. A ninguém. 

Eles descansaram por algum tempo, e retornaram a lida. Quando a noite caiu, os outros feiticeiros começaram a retornar. Eles pareciam cansados, mas também animados, de certa forma. Logo, caçadores também começaram a chegar. Alec sentiu-se um pouco orgulhoso, ao ver nos olhos dos feiticeiros uma surpresa chocante. Muitos deles tinham pensado que nenhum outro caçador apareceria. 

Izzy e Simon apareceram acompanhados de Malalei e da família Edwards. Eles eram sete caçadores de sombras, taciturnos mas com aparência enérgica. Alec fez uma leve reverência a eles. Costumavam negociar sal e couro. Sir Edwards fez um mínimo aceno com a cabeça, enquanto os outros membros da família o olhavam com um misto de curiosidade e desprezo. Bom, era o máximo que ele conseguiria naquela noite. 

Os Cullen também vieram. Muito menos fechados que os Edwards, eles cumprimentaram Alec de longe e ficaram agrupados com sua feiticeira doméstica, Jessica. Eles também eram uma família de certo modo peculiar, pois tinham um lobisomem em suas terras, que chegou pisando macio, mas inspirou um certo temor cuidadoso a todos. 

Alec sentiu o coração tremer quando Jace apareceu, acompanhado de Clary e Cat. Como não era próximo de mais ninguém ali, o Wayland se aproximou dele, um pouco ressabiado. 

- Você veio - Alec deixou escapar, sem conseguir esconder sua animação. 

- Sim, Lightwood - Jace disse - Não perdemos uma boa briga. 

- Obrigado por terem vindo - Magnus disse, apesar de que estava voltado totalmente para Cat - É importante para todo o Reino. 

Outros caçadores continuaram chegando, acompanhados de feiticeiros marcados. Magnus recebia a todos, agradecendo por terem vindo. Alec tentava fazer o mesmo, mas sentia o desprezo por parte de muitos deles. 

Ao mesmo tempo em que estava feliz por terem vindo, Alec sentia-se incomodado. Ali estavam feiticeiros livres, e eles estavam decididamente infelizes vendo os outros de sua espécie subjugados. Alec também sentia o mesmo incômodo. Era nítida a diferença de como os feiticeiros livres pareciam vivos e os feiticeiros subjugados pareciam estar exauridos de toda sua força e vivacidade. 

O último a chegar foi Ragnor, ele saudou algumas pessoas e olhou entre a pequena multidão (Alec calculou rapidamente: estavam em cinquenta e duas pessoas, entre feiticeiros e caçadores), e encontrou Magnus. Marchou para ele, o sorriso de Magnus se abrindo por inteiro, e Alec sentindo vontade de revirar os olhos. 

- Amado - ele saudou a Magnus e se adiantou, abraçando-o,  ignorando os olhares repreensivos dos caçadores - Desculpe pela demora. 

- Contanto que tenha feito o que pedi, está perdoadíssimo - Magnus disse, sorrindo.  

- Sim, fiz - a expressão de Ragnor se tornou pesada - As notícias não são boas. 

As pessoas pararam de conversar, e focaram a atenção neles. Magnus respirou fundo. Alec também. Ele percebeu que todos estavam fazendo a mesma coisa, inconscientemente ou não. 

- Acredito - Magnus disse - Espere um instante - ele ergueu a voz - Senhores e senhoras, quando recebi o alerta de que alguns seres foram liberados de Edom, logo pensei na possibilidade de estarem sendo liderados por alguém. Dei a Ragnor a missão de tentar descobrir o máximo sobre isso. Ele retorna com as notícias. Por favor, se aproximem para que todos ouçamos. 

As pessoas se aproximaram, farfalhando as vestes. 

- Bom - Ragnor pigarreou - Eles realmente estão sendo conduzidos por alguém. Na verdade, duas pessoas de quem já ouvimos falar. Há boatos de que eles estejam sendo conduzidos por Valentim - alguns dos caçadores de sombra fizeram o sinal da cruz e os feiticeiros se entreolharam, preocupados. Valentim era um famoso caçador de sombras que tinham feito um caminho sem retorno para o  mal. Estava dado como desaparecido há anos - e… bom… esse nome era inesperado, mas parece que há boatos consistentes de que está sendo acompanhado por … bem… Robert Lightwood. 

Alec sentiu essa informação como uma pancada na nuca. As pessoas o olharam com interesse redobrado. Alec sentiu o olhar de Magnus sobre ele, mas buscou o olhar de Izzy. A irmã parecia refletir sua mesmo estupefação. Sabiam que o pai era um homem violento, e até vil. Mas unir-se a Valentim? Como isso era possível? 

- Bem - a mulher ruiva e alta piscou os olhos para Magnus - Agora você há de concordar, querido Bane, de que isto realmente parece uma emboscada. 


Notas Finais


Amores <3 aí vem chumbo. Acho que teremos casos de família para resolver na parte II. kkkk
Queria compartilhar uma coisa com vocês: eu estou acompanhando uma fanfic que me prendeu pelo plot e continua me prendendo pela forma como é escrita, e sinceramente, vou ficar lendo ela quando estiver órfã de S&L (sim, a gente que escreve também sente imensamente a falta), então acho que nada mais justo indicar para vocês também, e espero que gostem igualmente. O nome da fic é Mercy, escrita pela CupkakeBaunilha, que está sempre aqui pelos comentários!
Tem uma proposta muito diferente de S&L, é bem mais leve mas ainda assim tem umas ceninhas de derreter o coração.
Se confiarem na minha indicação, façam essa aposta, acho que vai valer a pena <3
Deixem seus comentários aqui, gente pfv, to me sentindo mt carente kkkk nossa eu vou chorar demais no domingo que vem, quando postar o último capítulo, mdssssssss


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...