Oh, o passado me atormentou
Mas a batalha foi perdida
Palavras: 3500
Quando Jimin abriu os olhos, uma sensação conflituosa havia se apossado de seu interior. Havia um sentimento estranho que o fazia olhar ao seu redor com os olhos se estreitando em familiaridade e ao mesmo tempo que tudo parecia tão comum, parecia que algo estava errado. Aquele lugar se tratava da área desabitada logo ao lado direito do castelo de Blomstrende, do lado de fora dos muros altos, era um lugar que Jimin considerava bonito embora não costumasse ir com tanta frequência e isso se dava ao fato de que permanecer ali sozinho, trazia uma amargura imensa ao seu subconsciente e ele desconhecia os motivos.
Era um lugar de árvores altas e inúmeras flores, de diferentes e chamativas cores, perfumes maravilhosos que se podia sentir de longe, além de possuir um lago não muito grande e nem tão fundo de águas claras, era o lar de muitos animais. Com certeza lindo, mas silencioso e assustador.
– Jimin, você sabe que eu te amo.
Ao ouvir a voz grossa soar próxima a seu ouvir, o ômega virou o rosto no mesmo instante e só então notou a presença daquela pessoa. Ambos estavam sentados no gramado, Jimin usava roupas brancas e por isso havia um tecido de seda abaixo de seu corpo para impedir que ele se sujasse com aquela terra úmida e o alfa a sua frente, embora tivesse a postura relaxada ao olhar para a água do lago, tinha o tom de voz hesitante.
– Não sabe, querido? – Ele indagou mais uma vez quando Jimin não respondeu, completamente perdido sobre o que estava acontecendo ou quem era aquela pessoa dizendo o amar. Quando o alfa o encarou, seu rosto parecia um borrão no primeiro momento e aos poucos, com certa dificuldade, passou a tomar forma. Era um alfa alguns anos mais velho, provavelmente estava na faixa dos trinta anos e possuía traços marcantes em seu rosto, sobrancelhas bem marcadas e expressivas, seu nariz era de certa forma delicado e seu olhar era firme, seus olhos possuíam um tom esverdeado que Jimin nunca havia visto antes e achou combinar muito com seus fios de cabelo que eram como mel. Ele era muito bonito, exalava charme ao falar e o sorriso no mínimo sedutor, nunca abandonava seus lábios. Incrivelmente bonito e maduro. – Jimin, meu garotinho, me responda.
Como se fosse um adolescente bobo, o ômega sentiu imediatamente a famosa sensação de borboletas no estômago quando foi chamado de forma tão calorosa, mas tão rápido quanto esta sensação apareceu, ainda mais rápido ela foi embora e aquele encontro dos dois não parecia correto. Ele sentiu medo daquele alfa, medo como nunca havia sentido antes.
– Sabe que é porque eu te amo que tenho que fazer isso, não sabe?
– Não.. – Sua voz saiu trêmula, o alfa havia se inclinado em sua direção e se aproximava devagar, como um leão que observava uma presa. – Fique longe de mim! – Inexplicavelmente quanto mais ele pedia e gritava para que ele se afastasse, mais ele se aproximava e pouco demorou até que Jimin se encontrasse deitado sobre a terra, sua roupa branca se sujando a medida em que se debatia tentando sair daquela situação. Seus pulsos estavam presos por algo que ele não conseguia enxergar, colados ao gramado ao lado de seu corpo e seu rosto, era a todo momento tocado pelas mãos grandes do alfa. – Jihyun!
A risada saiu pelos lábios do outro quando Jimin chamou pelo irmão.
– Ele deve estar te esperando, se esqueceu? Mas não se preocupe, ele vai ter o que merece. – Sua mão deslizou de seu rosto até os botões de sua camisa, onde um por um foi aberto sem pressa. – Eu te disse para controlá-lo, mas parece que deixei você soltinho por muito tempo.. desaprendeu como um ômega deve se comportar.
– Não!
– Jimin! – Ele esbravejou em frente ao seu rosto, irritado pelo jovem príncipe Park estar dificultando as coisas ao se debater incansavelmente, lutando para fugir e usando as pernas para tentar chutá-lo. Quanto mais irritado ele parecia, mais rápido seu rosto voltava a se parecer com um borrão e mais assustado Jimin ficava, tão amedrontado e desapontado que seu corpo tremia e o choro ficou preso em sua garganta, ele não conseguiu encarar aquele rosto por muito tempo, fechando os olhos com força.
– Jimin! – O aperto em seus pulsos pareciam muito leves agora e a voz que o chamava não estava com raiva, mas preocupada. Ele abriu os olhos novamente e quem estava diante de si era Jungkook, que anteriormente tentava acordá-lo por ter visto com preocupação como seu sono estava agitado e no meio deste processo, tentava se proteger dos golpes que Jimin tentava acertar em si com os braços e até mesmo com as pernas.
Jimin prendeu a respiração sem sequer notar e ambos se encararam em silêncio, o ômega ainda estava perdido sobre a situação onde se encontra e não parecia notar mais nada ao seu redor que não fosse as orbes ônix do Jeon grudadas em si, a respiração do alfa estava irregular e devagar ele soltava seus pulsos.
– Como você..
Jungkook então teve sua pergunta interrompida por uma joelhada extremamente forte e certeira em seu abdômen, que imediatamente o fez grunhir pela dor e cair para o lado, enquanto ele rolava de um lado para o outro no chão, xingando a Deus e o mundo.
– Por que??
Jimin rastejou indo alguns poucos centímetros para trás com sua respiração agora acelerada, ele olhou o alfa caído no chão e então olhou ao redor. Só então ele notou que estava na taberna do dia anterior, em uma cama improvisada com várias cobertas grossas da pele de algum animal em frente a lareira. Passos soaram apressados na escadaria e quando o Park olhou para saber do que se tratava, lá estava Baekhyun parado na metade dos degraus, encarando os dois com seu olhar confuso.
– O que aconteceu?? Jimin, você acordou! – Ele sorriu aliviado, pulando o corrimão diretamente para o piso do primeiro andar em uma ação totalmente impensada, surpreendendo o outro ômega.
– O que houve?
– Você não se lembra de ontem a noite?
– Ontem..? – Jimin desviou o olhar, erguendo as sobrancelhas quando se lembrou de cada evento da noite passada. Imediatamente suas mãos tocaram seu próprio corpo, como se analisasse a própria situação, ele não sentia dor alguma e de uma vez abriu a própria camisa branca, arrebentando alguns dos botões. Jungkook se levantava do chão naquele momento após se recuperar do golpe que havia recebido, observando com muita atenção às reações do príncipe. Mas Jimin estava ótimo, existia agora uma cicatriz pequena no meio de seu peito e ela possuía um tom azulado.
– O que será que é isso? – Baekhyun perguntou curioso, se inclinando o suficiente para ver a cicatriz mais de perto.
– Eu não sei, mas o que quer que tenha sido como só deixou uma cicatriz dessas? – Jungkook o respondeu, enquanto ambos olhavam aquilo atentamente.
Quando Jimin percebeu aquilo, imediatamente fechou a blusa constrangido com aqueles olhares sobre seu corpo. Embora sua mente se encontrasse uma imensa bagunça de informações, ele não pretendia deixar que ninguém percebesse aquilo e por enquanto guardaria o sonho confuso que teve só para si, esperando uma outra oportunidade para tentar decifrá-lo e de qualquer forma, nenhum deles poderia ajudá-lo com seus problemas. Eles já tinham os próprios para lidar, quando voltasse para o castelo contaria cada detalhe daquele sonho para Jihyun e tinha certeza que ele poderia ajudá-lo, ele era seu irmão mais velho, se ele não pudesse salvá-lo quem poderia?
Pretendendo desviar o foco daquela conversa de si, a noite anterior parecia uma ótima ideia.
– O que aquele homem disse.. é verdade?
– O-Oh, bem.. – Mesmo parecendo envergonhado sobre aquele assunto, ele não recuou. Ao contrário dele, Jungkook se afastou para colocar mais lenha dentro da lareira. – Depende do ponto de vista, alguns fatos são verdadeiros.. mas nunca chegamos a planejar algo contra o rei antes. A partir do momento que não quisemos mais viver sobre suas ordens, seguindo suas regras, debaixo do seu teto.. nos tornamos traidores e foi ainda pior quando nos unimos ao Yoongi. Mas como poderíamos deixá-lo? Vivemos juntos por anos, continuaríamos juntos mesmo que significasse colocar um preço em nossas cabeças.
– Yoongi então realmente é filho de Min Joon-gook?
Baekhyun assentiu, continuando:
– Mas eu não acho que seja eu quem tenha que te falar sobre isso, Yoongi não gosta de que o lembrem de quem ele é filho. Você entende, não é?
– Claro. – E como ele entendia, afinal, seu irmão reagia da mesma forma quando alguém falava sobre o falecido pai para ele. Ainda assim, cada palavra dita por aquele homem ainda era fresca em sua cabeça e ele ainda estava curioso para descobrir o passado daquelas pessoas, principalmente diante de cada reação diferente que ele via em cada rosto. Baekhyun parecia entender o que estava se passando em sua cabeça naquele momento, então ele se afastou indo até o balcão de madeira da taberna e se abaixou para pegar algo, antes de voltar a falar.
– Sou um ômega lupus, vindo de uma terra do outro lado do continente, com uma cultura.. diferente. – Ele colocou uma caixa de madeira sobre o balcão, suspirando. – Meu povo nunca teve um lugar fixo, então ficamos estabelecidos por um tempo em Blomstrende.. mas fomos banidos pelo falecido rei e houve tumulto, porque os mais velhos não estavam dispostos a sair daquela terras e ainda assim, fomos forçados. Todos os nossos alfas morreram nessa batalha, ou foram presos e enforcados.. depois disso deve imaginar o que sobrou para nós ômegas. Forçados a virem para Levetid, não demorou para que Joon-gook nos encontrasse e nos prendesse, nos obrigando a fazer parte de seu harém nojento. As crianças menores morreram, ficaram doentes ou foram assassinadas porque davam trabalho e com mais de dez anos já achavam que éramos crescidos o suficiente para trabalhar. – Ele pegou alguma garrafas de bebidas da prateleira na parede, colocando sobre o balcão antes de organizá-las dentro da caixa. – Com onze anos, Min Joon-gook gostou de mim por causa do meu cheiro.. e por ser diferente, mandou que um guarda me protegesse, ele não queria outra pessoa usando seu brinquedo e por sorte minha, o encarregado da minha segurança foi Chanyeol. Entende a raiva deles? – Colocou a caixa de lado, encarando Jungkook. Ele se aproximou e pegou a caixa, subindo as escadas com ela. – Ele me protegeu de todos e me ensinou o que sei com uma espada, sou grato a ele.
– Quando um ômega age como um alfa e tem suas próprias ideias, isso os irrita.
– E como irrita, eles me dão nos nervos.
Jimin levantou- se levantou, para si aquele assunto havia encerrado por enquanto e ele não tocaria nele novamente por hora, afinal, era uma escolha deles se o contariam ou não o que havia acontecido. A única coisa que o incomodava naquele momento não era uma surpresa, era Jeon Jungkook. O ômega se sentiu agitado quando o viu descer as escadas novamente e sem a caixa em mãos, ele caminhou para perto de si mas não disse nada e Jimin não podia culpá-lo por não falar consigo, não deveria ser todo dia que ele levava joelhadas aleatoriamente no próprio abdômen por ômegas que ele tentava ajudar. O Park se sentiu culpado, porém também achou que foi merecido. O que ele pensou que estava fazendo sobre si enquanto tinha um pesadelo? Estava claramente pedindo para que uma tragédia acontecesse, ele poderia ter o apunhalado ao invés de ter usado os joelhos.
Mesmo assim, ainda queria falar com ele e seria melhor se estivessem a sós.
– Baekhyun! – A voz de Chanyeol soou como se estivesse irritada, descendo as escadas com passos apressados. – Pare de fazer o Jungkook levar essas bebidas para mim, não vamos levar nada desnecessário.
O alfa tinha a caixa de madeira nos braços, abandonando-a sobre o balcão.
– Você é tão chato, senhor Park. – Baekhyun revirou os olhos, colocando uma das mãos sobre a caixa enquanto olhava para o companheiro com um beicinho nos lábios. – Porque não podemos levar?
– Não temos espaço, muita coisa só irá nos atrapalhar. – Explicou calmamente. Mesmo que aparentemente estivesse irritado, sua voz se tornou mansa ao falar com o Byun.
– Não são tantas coisas, são só algumas garrafas e bebida ajuda a lidar com o frio. – Pegou uma das garrafas de dentro da caixa, tirando a rolha que a tampava. – Alguém quer um pouco? É vinho de amoras-silvestres.
– Vai beber agora? Nós já estamos quase de saída, Baek.
– Só um pouquinho, Chanye.
Chanyeol suspirou quando viu o ômega virar a garrafa, dando um longo gole na bebida. Vendo que ele estava irredutível quanto aquilo, acabou cedendo a contragosto e pegou a caixa novamente nos braços, fazendo pouca questão de esconder sua irritação. Ele se afastou murmurando reclamações, coisas das quais Jimin ou Jungkook não puderam ouvir, mas aparentemente Baekhyun ouviu, porque seu rosto pareceu surpreso antes de se tornar raivoso e então um alfa irritado saiu pela porta da taberna, sendo seguido por um ômega ainda mais irritado e reclamão. Uma cena cômica, mas o assunto deveria ser sério.
Jimin se aproximou de uma das janelas do local quando algo havia chamado sua atenção, quando ambos passaram pela porta ele notou que parecia nevar do lado de fora e agora que ele encarava a paisagem branca, coberta pela neve, ele não conseguia acreditar. Jungkook se aproximou, parando ao seu lado.
– Como isso é possível? – Jimin perguntou incrédulo, vendo algumas pessoas bem agasalhadas andarem pela neve.
– Eu também não sei, mas desde o nascer do sol está nevando e a temperatura desceu tão rápido que as pessoas mal tiveram tempo de se preparar. – Como não houve uma resposta de Jimin, que estava surpreso observando o baixo fluxo de pessoas na rua, Jungkook continuou. – Deveríamos comprar alguns agasalhos, tenho certeza que perto da fronteira o frio deve estar mais congelante e eu não sei se os cavalos podem aguentar tanta neve.
Neste momento Jimin sentiu algo sobre seus ombros e quando se virou para olhar, as mãos do alfa gentilmente colocaram uma capa cinza sobre seus ombros, seu tecido era mais grosso e seu capuz continha pelagens de algum animal, com certeza deveria proteger do frio.
– Obrigado. – Desviou o olhar, encarando a janela mais uma vez. – E me desculpe.. pela joelhada.
– Está tudo bem, eu vi que estava agitado e tentei acordá-lo. – Sorriu pequeno. – Agora sei que não foi uma boa ideia.
Jimin estava constrangido demais para o encarar, mas não deixou de estranhar mais uma vez seu modo de agir. Ele havia voltado a fingir? Ou só estava agindo calmamente como faria com qualquer outra pessoa? De qualquer forma, o Park estava cansado demais para provocá-lo por isso e no dia anterior, havia tido uma ótima demonstração de sua verdadeira personalidade.
– Aliás, Jungkook, eu não irei com vocês.
– Pretende voltar sozinho à Blomstrand? – Jimin assentiu. – Pensei que fôssemos juntos.
– Eu tenho alguns assuntos para resolver sozinho, atrasaria vocês. – Virou-se para o alfa, dando um passo para trás anotar o quão incrivelmente perto ele estava naquele momento. – E devido aos acontecimentos de ontem, acho que é melhor cada um seguir seu próprio caminho.
– Mas você se sente recuperado?
– Claro, apesar de não parecer eu não me dou por vencido tão fácil. – Cruzou os braços.
– Eu tenho certeza disso, um teimoso de primeira. – Jungkook sorriu provocativo, rindo baixo quando viu Jimin revirar os olhos.
– Eu não vou entrar no seu joguinho mais uma vez.
– É o que vamos ver, príncipezinho.
Jimin bufou, batendo o pé.
– Quer parar de me chamar assim??
– Ele está te irritando para não demonstrar que não quer que você vá embora. – Foi Yoongi quem se pronunciou, ele havia acabado de entrar e tirava a neve da própria roupa a poucos passos de distância dos dois. – Jungkook nunca foi bom com sentimentos.
– Quer parar de dizer isso? – O alfa murmurou, sem parecer estar irritado de verdade. – Ele realmente é um principezinho, o que posso fazer? Acredita que no festival ele me perguntou se não havia talheres para comer uma pêra?
Ambos riram e Jimin se sentiu envergonhado, Jihyun havia o feito aprender tantas vezes códigos de etiqueta que tudo que não ia de acordo com aquelas regras chatas sobre como se portar à mesa parecia errado e em alguns momentos, ele se pegava agindo de acordo com as normas sem nem perceber. Mas aquele dia no festival, não era uma questão de etiqueta e sim de higiene, onde já se viu pegar uma fruta de um caldeirão com as mãos? Quantas pessoas já não deveriam ter colocado as mãos ali? Mesmo assim ele comeu e estava agradecido de não ter pegado nenhuma doença.
– Você deve conviver muito com a realeza para ter pego essas manias. – Yoongi disse após se recuperar do riso, caminhando em direção a lareira enquanto abraçava o próprio corpo.
Jimin escolheu não responder, afinal, nem mesmo era uma pergunta. Após um breve momento de silêncio, onde nenhum dos três se sentiu incomodado, o Min suspirou audível.
– Muito obrigado, Jimin, por ter me ajudado. – Esticou as próprias mãos para próximo a lareira. – Se você realmente tem que ir, tudo bem.. tome cuidado e faça uma boa viagem de volta.
– Obrigado. – Jimin não tinha nada para preparar para aquela viagem e no fim, apenas lhe restava ir até Blessy para seguir viagem. Ele tomou aquela conversa como uma despedida e se virou, saindo do estabelecimento. Jungkook o seguiu e do lado de fora, ambos foram recebidos por um enorme abraço de Baekhyun.
– Lamento dizer, mas nossos destinos se desencontram aqui. – Disse após se afastar, olhando os dois enquanto segurava suas mãos. – Mas não fiquem tristes, em algum momento sei que nossas histórias irão se cruzar novamente e tenham a certeza de que este ômega, teimoso e imaturo irá salvá-los.
– Baekhyun! – Chanyeol repreendeu, montando no cavalo.
– Teimoso e imaturo. – Suspirou, sorrindo. – Jungkook prometa ser mais cavalheiro e Jimin, seja paciente. A flor mais bela, sempre consegue transformar o pior dos ogros em um príncipe.
– Não prometo nada.
– Não sou uma flor.
– Ahahah, vocês dois são.. inacreditáveis. – Por fim, Jimin o ajudou a subir na parte de trás da carroça e Baekhyun acenou enquanto se afastava.
Jimin e Jungkook acenaram de volta, ambos ficaram ali até que o casal sumisse de vista. O ômega suspirou, caminhando até Blessy que estava presa logo ao lado da taberna em um poste fino de madeira, desamarrou o nó que a prendia e checou rapidamente a situação do animal, vendo que a égua estava em perfeito estado e pronta para partir. Ao se afastar alguns passos, acabou batendo as costas contra o peito de Jungkook e ele até poderia ter se assustado, se não estivesse se acostumando com sua presença sempre em suas costas. Vendo o modo como ele o encarava em silêncio, Jimin até pensou em perguntar o que havia acontecido, mas antes que tivesse a chance, Jeon estendeu a mão para si que foi aceita de bom grado. O Park assentiu em agradecimento, aceitando a ajuda para montar a égua mesmo que as mãos de Jungkook tivessem deixado as suas próprias quentes demais. Não era segredo algum a maneira como alfas eram menos atingidos pelo inverno e Jimin sabia exatamente que era nessa época do ano que ômegas procuravam ficar mais próximos a eles para se esquentarem, ele só não tinha ideia de que seria assim e agora sentia que demoraria algum tempo para que aquele calor sumisse de sua mão.
– Isso é um Adeus?
– Hm, acho que somente um até logo. – Jimin respondeu enquanto segurava a guia com firmeza com uma das mãos, subindo o capuz com a outra. – Quando chegar ao castelo de Blomstrende, pode dizer que é um amigo meu e talvez o rei Park abra uma exceção em seu caso. Espero que encontre o que está procurando.
– Eu também.
– Até breve, Senhor Jeon.
– Até logo, principezinho.
Ambos trocaram um último olhar antes que Jimin finalmente tomasse coragem para se afastar, galopando sem pressa alguma pelas ruas tomadas pela neve. Finalmente estava a caminho de casa, mas por algum motivo desconhecido, não se sentiu bem fazendo isso.
Algo parecia estar faltando e aquele sonho ainda estava em sua cabeça, ele estava se perguntando se aquilo realmente era apenas um pesadelo criado em sua cabeça ou então o fragmento de uma de suas memórias perdidas. Seja o que for, ele teria todo o caminho de casa para refletir e então decidir como confrontar Jihyun por respostas.
Por um momento, se pegou pensando em como Jungkook teria o ajudado se soubesse que algo tão ruim quanto o que sonhou poderia ter acontecido de verdade?
Mas ele descartou aquela ideia, não era da conta daquele alfa e tudo estava indo muito bem, não havia nada de errado com o seu corpo mas o mesmo não poderia ser dito sobre seu coração e sua mente.
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