Quando o assunto é secretária a primeira coisa que deve vim na mente das pessoas é uma mulher alta, gostosa, com um decote espetacular e que faz qualquer homem cair em seus pés.
Quem me dera que todos os homens caíssem aos meus pés, mesmo eu tendo minhas preferências não acho que isso um dia irá acontecer.
Eu não tenho do que reclamar do meu trabalho, tinha conseguido um ótimo cargo como secretária de um dos melhores advogados de Los Angeles — Que é um homem maravilhoso, e coloca maravilhoso nisso — sem falar que eu recebia uma quantia absurda de dinheiro oque me deixa bastante feliz.
Todos os dias é sempre a mesma rotina, eu saio do meu apartamento, passo no Starbucks, compro meu café e vou para a empresa. Um prédio enorme onde cada andar tinha um setor diferente.
Meu trabalho é separar as pastas de todos os casos, tanto resolvidos quantos os que ainda não foram abertos. Falo com os clientes, marco horário, cuido de algumas papeladas que o chefe me entrega. Não é algo que eu possa reclamar, eu gosto do meu trabalho.
O elevador abriu e Nicholas apareceu com seu terno perfeitamente arrumado, caminhou até onde eu estava e resmungou um "bom dia" entrando na sala em seguida.
Poderia esperar eu responder.
Há cerca de dois anos eu trabalho com Nicholas e nunca o vi tão mal humorado como nas últimas semanas, oque me deixa apreensiva de fazer algo errado e acabar sendo demitida.
Mantinha minha atenção nos papéis à minha mesa, Nicholas me deu o prazo de dois dias para que eu organizasse em ordem alfabética cada caso resolvido nos últimos 14 meses. A cada letra terminada eu xingava ele por ter me colocado pra fazer isso, é a tarefa mais estressante que alguém pode ter principalmente quando a hora de ir embora já está chegando.
— Demetria — Ouço a voz do meu "querido" chefe atrás de mim e apenas resmungo "hum" esperando que ele falasse rápido oque queria — Quero você na minha sala, agora — Paro oque estava fazendo e congelo sem reação.
Ele deve ter ouvido eu xingar ele.
Mas eu não falei nada em voz alta.
Levantei da minha cadeira e passei as mãos em meu vestido caminhando até a porta que se encontrava entreaberta, empurro a mesma um pouco e entro na sala fechando a porta atrás de mim. Nicholas estava sentado na cadeira com os pés em cima da mesa enquanto tinha um copo em mãos com alguma bebida que eu não fazia idéia do que era, seu terno jogado em cima de uma das cadeiras, ele estava bebendo no trabalho eu acho que isso não é um bom sinal.
— Não vai sentar? — Só ali fui perceber que estava parada o encarando sem reação.
Coço a garganta e caminho até sua mesa.
— E-Eu preciso acabar oque me pediu, já está ficando tarde e eu...
— Sente-se Demetria — Ele repete mas dessa vez não foi um convite.
Sento na cadeira e fico o encarando esperando que falasse, o único problema é que Nicholas não abriu a boca pra se pronunciar e aquilo já estava me deixando nervosa. Sentia meu rosto esquentar sobre seu olhar e eu tive vontade de sair correndo daquela sala.
— Preciso da sua ajuda — Ele finalmente fala.
— Com oque exatamente?
— Sabe Demetria, eu gosto de você! Você é ótima no seu trabalho e tem minha confiança.
Eu deveria ficar com medo desses elogios?
— Oque eu vou pedir é algo que só pode ficar entre eu e você — Nicholas fala em um sussurro dramático como se alguém naquela sala fosse ouvir além de mim.
— Só fale logo oque é.
— Quero que viaje comigo pra Manhattan comigo.
— Só isso? Quando?
Eu esperava algo bem maior que só uma viajem.
— Amanhã de manhã...Mas não é só isso.
Estava bom de mais pra ser verdade.
— Continui — Falo já impaciente com toda aquela enrolação.
— Quero que finja ser minha namorada para a minha família.
— Oi?
— Serão apenas quatro dias, você é minha única e melhor opção.
— Mas...Você tem uma noiva! — Falo em um tom de indignação e cruzo os braços.
— Eu tinha, por favor Demetria.
— Como assim você tinha?
— Descobri que ela me traía com o melhor amigo dela e o resto não é da sua conta — Ele dar de ombros.
— E porque pediu a garota em casamento? Se ela te traiu não gostava de você...
— Eu já disse que isso não é da sua conta, agora eu percebo que não a amava de verdade...Só me precipitei em pedir a vadia em casamento.
Tenho pena de qualquer mulher que se apaixone por você, meu bem.
— Mas... Por que precisa aparecer com uma namorada na casa dos seus pais?
— Pra não precisar dizer que sou um homem traído e solitário — Nicholas dar um suspiro dramático me fazendo gargalhar.
— Oque eu ganho com isso, Nicholas?
— Posso te pagar.
— Não precisa me pagar, eu posso fazer isso — Falo mesmo ainda não acreditando que teria que ser "namorada" de Nicholas Jerry Jonas por quatro dias.
— Você é a melhor! — Ele levanta e vem até onde eu estou me puxando fazendo com que meu corpo trombasse com o dele, Nicholas me abraça apertado dando um beijo em cada lado do meu rosto.
Eu sabia que iria acabar me arrependemos profundamente de ter aceitado isso.
— Calma, calma — O empurro e dou alguns passos pra trás — Eu vou ter que te beijar na frente deles? — Volto a cruzar os braços.
Eu não acho uma má idéia dar uns beijinhos.
— Eu acho que não — Ele fala meio envergonhado.
— Okay Nicholas, que horas é o voo?
— Vamos no meu jatinho, eu te mando uma mensagem com a hora.
— Você não tem meu número.
— Não, por isso que você vai falar agora Nicholas pega o celular e me olha esperando.
Reviro os olhos e começo a falar o número do meu celular.
— Obrigado, a gente se ver amanhã.
— Eu vou com você mas quero que saiba de algumas coisinhas também — Sento na cadeira e faço sinal para que ele sentasse também.
Provavelmente essa é a nossa primeira conversa mais longa que não seja sobre o trabalho.
— Primeiro, não me chame de Demetria na frente da sua família.
— Porque?
— Eu não gosto!
— Mas eu sempre te chamei de Demetria...
— Eu só aceito porque é meu chefe e como lá vai ser meu "namorado" — Faço aspas com os dedos — Quero que me chame de Demi..
— Entendi Demi — Ele fala com um tom irônico — Não me chame sempre de Nicholas é muito formal...Prefiro ser chamado de Nick por meus amigos e tal -
— Pensei que queria ser chamado de amor — Falo com deboche.
— Se for da sua preferência.
— Segundo, não venha com gracinhas pra cima de mim!
— Me explique oque quer dizer com isso.
— Gracinhas do tipo...Ficar pegando na minha bunda ou ser safado comigo!
— Tentador, levando em consideração que você tem uma bundinha muito linda que eu sempre quis pegar — Nick morde o lábio me olhando.
Sinto meu rosto esquentar imediatamente e mostro o dedo do meio pra ele.
— Nicholas!
— Desculpa, mais alguma coisa?
— Não — Levanto — Oque eu tenho que levar na mala?
— Serão só quatro dias, coloca qualquer coisa...Acho que vamos sair algumas vezes.
— Okay, boa noite — Falo saindo da sala.
Organizo as coisas que estavam em minha mesa e pego minha bolsa indo até o elevador apertando o botão. Nick aparece ao meu lado rapidamente e dar um sorrisinho oque me fez revirar os olhos.
— Quer carona?
— Quero.
O caminho até meu apartamento foi tranquilo, Nick não falou nenhuma palavra e eu muito menos. Agradeci quando o mesmo para em frente ao meu prédio e saio do carro.
A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi falar para Marissa — Minha melhor amiga que eu divido o apartamento — oque tinha acontecido no trabalho.
— Está me dizendo que Nicholas Gostoso Jonas vai ser seu namorado por quatro dias? — Ela fala como se fosse a melhor coisa do mundo.
— É, mais ou menos isso.
— Aaaaaaaa aproveita muito esse homem, amiga! — Mari me dar um tapa no braço.
— Para com isso, ele é meu chefe tá maluca?
— Não é porque ele é seu chefe que deixa de ser homem, e você sempre teve uma quedinha por ele.
— Não é uma quedinha, é atração... — Falo envergonhada.
— Com um homem daquele, quem não sentiria.
Reviro os olhos com o comentário dela e caminho até meu quarto.
As malas já estavam arrumadas e eu tomei um bom banho pra relaxar, a parede do meu quarto parecia bem interessante enquanto eu esperava o sono chegar e quando finalmente dormi foi com a imagem de Nicholas andando de mãos dadas comigo.
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