Nick Jonas P.O.V
Mas uma semana tinha se passado e eu deixei Demi se ver livre de mim por alguns dias.
Comecei a pensar mais sobre o meu trabalho e que eu deveria diminuir essa rotina, eu poderia trabalhar em casa, eu conheço muitas pessoas e um grande porcento dos clientes que chegam até a mim pedindo ajuda é por indicação, então porque eu perderia meu tempo ficando em um escritório o dia inteiro recebendo e lendo emails, separando alguns casos já resolvidos, quebrando a cabeça com casos arquivados — definitivamente é a coisa que eu mais gosto de fazer — Eu fiz questão por um escritório descente pelo fato de que por ser tão conhecido na cidade eu precisava parecer profissional o bastante mas isso tudo está cansativo, pareço um velho, mas é isso aí.
Essa manhã eu decidi que eu poderia sair pra tomar café em algum lugarzinho aconchegante, e bem, tem aquela lanchonete que mais parece um mini restaurante perto do prédio onde eu trabalho. É uma pena que eles só servem café da manhã, eu amo as panquecas desse lugar.
Sentei na mesa e fiz o meu pedido, a doce senhora que me atendeu até ficou surpresa em me ver, eu realmente nunca mais apareci, fico feliz que ela ainda se lembre de mim.
Fui para o canto da parede me encostando ali e esticando as pernas em cima do sofá(booth), fiquei rodando o celular na mesa enquanto esperava a minha comida ficar pronta, passei a mão no cabelo e pensei que eu deveria cortá-lo mas nem ao menos tive tempo de pensar detalhadamente sobre isso quando alguém senta a minha frente.
Desviei o olhar do celular e me deparei com Demi. Franzi o cenho, ela realmente estava na minha frente ou de repente eu fiquei maluco da cabeça?
— Oi Nicho.
— Oi? — Eu ainda estou confuso.
— Você já comeu?
— Não.
— Eu posso comer aqui com você?
— Se você quiser — dou de ombros.
Demi pega o cardápio e passa alguns minutos olhando, a mesma moça que me atendeu voltou a mesa pra atender Demetria.
— Demitria!
— É Demetria, dona Grace.
— Ah sim, você já escolheu, querida? Vai querer o mesmo que o... — Ela me olha confusa — Nicholas!
— Isso mesmo! — falei rindo e ela acabou rindo junto.
— Eu não sei oque ele pediu...Mas olha só...
Demi começou a falar oque ela queria, foi basicamente quase a mesma coisa a diferença é que ela pediu um pedaço de torta daquelas de arco íris por um motivo que eu não sei qual e waffles.
— Você come muito pra uma garota tão pequena.
— É que tem um bebezinho crescendo dentro de mim.
E assim começou a emoção, eu juro que pensei que dona Grace fosse dar pulinhos de alegrias, Demi levantou, elas se abraçaram e eu apenas fiquei olhando.
— Você é tão linda, seu bebê vai ser tão lindo.
— É, se depender do pai ele vai ser mesmo.
Demi me olhou de relance e eu franzi o cenho não entendendo o porquê daquele comentário, a moça me fez levantar para me abraçar e parabenizar pela gravidez.
— Vocês são lindos juntos, ah Demitria, eu estou tão feliz que você tenha encontrado um rapaz tão gentil como Nicholas! Ele é um bom rapaz, é sim, há anos eu o conheço, já me ajudou muito com esse negócio aqui, eu gostaria de saber quando esse bebê nascer, okay?
— Na verdade a gente não... — Eu estava prestes a falar que não estávamos juntos quando Demi me chutou provavelmente não querendo acabar com a felicidade da senhora.
— Você já a pediu em casamento, rapaz?
— Quem? A Demi? — Perguntei meio assustado.
— Claro! Você precisa casar com ela, mas essa geração de hoje em dia é tão complicada, é, eu sei, sentem, eu vou levar seu pedido pra cozinha e ver se o do seu namorado já está pronto.
E simplesmente saiu, dei uma risada baixa voltando a sentar.
— Ela sempre foi bem animadinha né? — Demi fala rindo.
— Nem sempre ela foi assim mas.... É, pode ser — dou de ombros.
Na verdade quando eu comecei a trabalhar no escritório dona Grace tinha acabado de perder o marido para o câncer, e bem, eu realmente era um cara bem legal naquela época e tentei ajudar ela. Durante uma das nossas conversas ela comentou que o marido sempre teve o sonho de transformar a lanchonete em algo como nos anos 70. Eu ajudei, procurei as pessoas certas pra mudar o visual do lugar, até paguei algumas coisas mesmo com a senhora negando a todo momento, hoje ela está feliz e eu também fico feliz em ver que ela voltou a aproveitar sua vida. Quase dois anos depois disso eu contratei Demi.
— No que está pensando?
— Nada, Lovato.
— Certo...
Minha comida chegou primeiro e enquanto Demi esperava a vez dela de comer ficou roubando os bacons que estavam no meu prato, resumindo ela comeu tudo.
— Por que você está aqui?
— Eu vim comer.
— Eu sei que veio, eu estou perguntando por que você está sentada aqui comigo e fingindo que nada aconteceu?
— Você quer que eu sente em outro lugar?
— Não Demi, só estou te fazendo uma pergunta.
— Não tem nada demais sentar aqui com você e comer meu café da manhã.
— Tem sim quando você fez questão de falar pra mim que... — parei de falar quando a mesma garota que trouxe meu pedido se aproximou com o de Demi e logo atrás dela estava Grace.
— Vocês vão passar o Natal aonde? — a senhora perguntou sentando ao meu lado e nos encarando animada.
— Na casa dos meus pais, provavelmente.
— Em casa, provavelmente — Demi resmungo cabisbaixa.
— No dia 26 de Dezembro vamos fazer uma pequena festa aqui, como um baile dos anos 60, eu e minhas filhas estamos organizando isso desde o ano passado. Vocês vem?
— Com certeza!
— Eu acho que não — dou de ombros.
— Você precisa vir Nicholas.
— Não posso, desculpa.
— Vai deixar a sua namorada linda e grávida ir pra uma festa sozinha?
— Ela vai aparecer com outra pessoa.
— Seria bom se você viesse, eu espero te ver aqui no dia... Você ainda tem muito tempo pra pensar sobre isso, agora me deixe voltar ao trabalho.
Ela saiu e Demi ficou me encarando com uma cara nada boa.
— Oque foi, Demetria?
— Você poderia pelo menos fingir animação pra ela — reviro os olhos — E também poderia tentar aparecer na festa.
— Eu não quero, vou ter que falar quantas vezes?
— Tá, estressado.
— O seu novo namorado sabe que você está sentada na mesma mesa que o seu ex? — Cruzei os braços e a olhei com deboche — Ou que você está querendo que eu vá pra mesma festa que você vai?
— Ele não é meu namorado.
— Por que está aqui, Demi?
— Quer mesmo saber a verdade?
— Quero.
— Eu... Estou começando a sentir a sua falta.
— E oque teve que acontecer pra você começar a sentir a minha falta?
Eu realmente tenho o palpite que alguma coisa aconteceu até ela perceber toda a merda que fez, que dizer, eu não sou a pessoa santa desse relacionamento mas tudo isso começou com ela.
— As coisas são diferentes sem você.
— Ah.
— Essa semana eu não me senti muito bem, Marissa não estava em casa provavelmente estava curtindo a vida de solteira dela, liguei para o Léo... Não que você tenha perguntado o nome dele... Ele estava jogando futebol com os amigos e disse que apareceria em meia hora.
— Ele não apareceu.
— Não apareceu.
— Hum.
— Eu tive que chamar um táxi e fui sozinha para o hospital, quando eu desci do carro, desmaiei e acordei lá dentro.
— Ninguém apareceu.
— Ninguém — ela desviou o olhar para as mãos e eu pude perceber algumas lágrimas descendo por seu rosto — O celular da Mari estava desligado, eu falei com Léo e disse que precisava passar a noite no hospital por precaução e mesmo assim ele não foi.
— E você sentiu minha falta porque viu que nenhum cara no mundo vai cuidar de você do jeito que eu cuido.
— Você só trabalhava, Nicho.
— Eu sei disso.
— Você nem parecia mais meu namorado, não era mais a mesma coisa... No começo, você era diferente.
— Eu acho que você está carente.
— Talvez.
— Antigamente você me chamava pra sair, você ia no meu apartamento só pra ficar perto de mim e muitas vezes ia embora sem ter rolado nada entre a gente.
— Eu estava tentando conquistar você.
— E depois que conquista, você para?
— Não é bem assim.
— Você se afastou de mim por que eu comecei a trabalhar para o Henry.
— Você foi embora por que eu comecei a trabalhar para o seu pai.
— É diferente, você sabe disso.
— Eu sei? Você também ficou com outro cara enquanto eu desistia de trabalhar para o Patrick.
— Aquilo foi um engano.
— Não importa se foi um engano, eu deixei isso de lado e nós voltamos.
— Você está tentando colocar a culpa em cima de mim? Você lembra que quando eu voltei e deixei minha melhor amiga que é literalmente a minha família pra trás pra ficar com você e sabe oque você fez? Saiu com seu irmão pra encher a cara.
— Já discutimos sobre isso, Demetria! E de toda maneira, não foi nada demais, você que se tornou uma insuportável.
— Eu estou grávida!
— Nem toda grávida vira uma insuportável.
Ela resmungou alguma coisa e começou a comer, eu fiquei encarando a morena que me olhava uma hora ou outra de cara feia.
— Eu sei que eu quebrei seu coração quando disse aquelas coisas pra você... — Demi falou depois de alguns longos minutos.
— De qual das coisas você está falando?
— Sobre não está apaixonada por você e sobre não está mais feliz com você.
— É, já passou.
— Eu também ouvi você conversando com a sua mãe.
— Hum.
— Você vai ser um pai incrível, Nicho.
— Você fala como se estivesse sendo a melhor pessoa do mundo não é? Você não me quer na vida do meu próprio filho e agora vem com o papo de que vou ser um pai incrível.
— Você pode... Esquecer todas as coisas que eu disse, pelo menos agora?
— Não, eu não vou esquecer.
— Nicho, eu estou tentando resolver as coisas com você.
— Pare de me chamar assim! E esse seu jeito de pedir desculpas não é nada pra mim porque você literalmente só está falando isso pra mim porque foi deixava sozinha no hospital.
— Não é só por isso.
— Ah por favor.
— Está vendo só? Como você espera que eu continue apaixonada por um cara que só me trata desse jeito?!
— Eu fico surpreso com o fato de que eu continuo apaixonado por você mesmo depois de tudo que você fez, não me venha com isso, eu cansei de tratar você bem e ser tratado feito lixo.
— Ah então desculpa por magoar o seu coraçãozinho Sr. Menino sensível.
— Você acha que isso é algum tipo de piada?
— Talvez seja — Revirei os olhos — Nicholas, você nunca me entende.
— Realmente.
— É por isso que é tão difícil manter um relacionamento com você.
— Eu digo o mesmo.
— Okay...
Ficamos em silêncio e Demi começou a comer aquela torta ridícula colorida, eu fiquei olhando para a morena enquanto falava coisas em minha cabeça que eu não estava afim de falar pra ela. Algumas coisas é bem melhor guardar para mim mesmo.
— Você me culpa por não está mais apaixonada mas você foi e é o único motivo para todas as coisas que aconteceram.
— Tudo começou quando você me deixou de lado.
— Você deveria ter me entendido, ou conversado comigo. Mas você optou por brigar todo santo dia.
— Como eu poderia entender o meu namorado que não faz nada além de passar o dia trabalhando? E não me venha com o papo de que o trabalho é importante.
— Você ficou grávida e terminou comigo, Demi, eu estava super disposto a mudar a minha rotina.
— Mentiras e mais mentiras — Ela fala ainda encarando a torta.
Balancei a cabeça negativamente e suspirei pesado chamando a garçonete pedindo a conta e também pedi pra que incluísse as coisas que Demi pediu, eu pagaria tudo.
— Eu posso pagar.
— Deixa que eu pago, não faz diferença.
— Idiota — Ela resmunga.
— Obrigada — falo rindo.
A garota veio até onde eu estava e me entregou um papel com a conta, tirei a carteira do bolso e paguei deixando que ela ficasse com o troco.
— Ok Demi, foi bom te ver, eu acho — levanto — E se cuida, se precisar de mim pode ligar, você não merece mas o bebê não tem culpa de nada que acontece entre a gente.
Ela não falou nada e eu saí do estabelecimento, estava praticamente entrando no meu carro quando ouvi Lovato gritar meu nome e corre em minha direção.
— Oque vai fazer agora?
— Não sei... — Dou de ombros.
Cortar o cabelo seria uma boa coisa ou não, eu tenho preguiça.
— Quer dar uma volta?
— Fazer oque?
— É, eu sei oque você está pensando mas vamos fingir pelo menos por alguns minutos que nós não nos odiamos... Vamos dar uma volta, andar, conversar...
— Primeiro, eu nunca disse que te odeio. Segundo, nós acabamos de conversar.
— Vamos.
Ela pega em minha mão e sai me arrastando pela rua contra a minha vontade, eu só não faço um escândalo e vou para o carro por que ela está grávida, eu juro que se não fosse por isso ela estaria sozinha agora.
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