Era Harry, o garoto que havia encontrado na igreja. Ele estava ao lado da Anne, porém, um pouco diferente de como estava hoje pela tarde. Seu cabelo estava jogado para trás. Sua jeans era escura e rasgada na região dos joelhos. Seu calçado lembrava o estilo de uma bota masculina. E sua camisa era branca, de manga curta, deixando a mostra as diversas tatuagens que cobriam seu braço esquerdo. Pela sombra que se formou em sua barriga e seu peitoral, pude decifrar que ele tinha tatuagens ali também.
– Ariana? - olhei para minha mãe, mas pude perceber os olhares de Anne e Harry em cima de mim. O garoto pareceu surpreso assim que me viu. – Não vem cumprimentar as visitas?
Desci as escadas e fui até mãe e filho, parando na frente de Anne e sorrindo fracamente. Harry continuava com seu olhar perplexo em cima de mim. Um sorriso malandro se formou em seu rosto.
– Olá Senhora Cox... - disse gentilmente.
– Olá querida. - olhei para Harry, que abriu mais o seu sorriso. – Oh! Onde estão meus modos?! - Anne se culpou pelo acontecimento. – Esse é Harry Styles, meu filho mais novo.
– Olá princesinha. Bom te reencontrar... - senti um desconforto em meu corpo, porém, nada poderia ser feito em meu favor.
– Vocês já se conhecem? - assentimos. - Da onde, filho?
– Nós já passamos uma noite juntos. - arregalei os olhos, o olhando surpresa.
Minha mãe e Anne olharam surpresas para ele, tentando achar respostas para o que ele havia dito, igualmente a mim. A possibilidade de termos passado uma noite juntos nem existia, até porque nos conhecemos nessa tarde. E mesmo se tivéssemos nos conhecido antes, eu não iria passar nenhuma noite com ele! Honrarei minha virgindade até o último segundo...
Harry olhou para as duas mães, e acabou soltando uma risada sarcástica. Nós três o encaramos confusas, e logo, Harry se pronunciou.
– Estou brincando! - suspiramos aliviadas. – Nos conhecemos na igreja. Nessa tarde...
Minha mãe sorriu, caminhando até a poltrona da sala e pegando sua bolsa, a pendurando em seu ombro direito. Ela voltou até a nossa direção, depositando sua mão nas costas de Anne, chamando nossa atenção.
– Podemos ir, Anne?
– Claro! É melhor irmos, antes que a loja feche... - minha mãe assentiu.
– Vamos Ari. Você vem conosco. - Louise ia segurar minha mão, mas eu a impedi.
– Por que tenho que ir junto?
– Porque nenhuma das vizinhas esta em casa. Você não tem aonde ficar...
– Mamãe, eu já tenho dezesseis anos! Eu posso me cuidar sozinha...
– Se acontecer alguma coisa com você, como vai se cuidar?!
– Pare de ser negativa, mamãe! Deus estará comigo...
– Ariana, pare de ser infantil!
– Mas mãe... - alguém me interrompeu, e quando achei que fosse minha mãe, uma voz incrivelmente rouca invadiu meus ouvidos.
– Não precisam discutir por isso! - olhamos para Harry, confusas. – Eu posso ficar com a Ariana... - quando ouvi ele dizendo aquilo, senti meu corpo se arrepiar inteiramente.
– Tem certeza, querido? - Anne perguntou, com uma expressão incrédula.
– Claro que tenho, mamãe! Eu não vejo problema algum nisso.
– Por mim tudo bem... - Anne olhou para minha mãe. – Pode ser assim, Louise?
– Claro! Eu não me importo se for assim.
Mamãe me deu um beijo no rosto, sorrindo fraco. Eu não consegui dizer nada, ainda estava surpresa por ela ter deixado o Harry ficar comigo. Eu preferia ir com as duas a tal loja! No mínimo Harry iria ficar me intimidando, e não ia me deixar em paz.... Odeio quando fazem isso!
– Deve ter alguma coisa para comer no armário. Mais tarde esquente no micro ondas.
– Tudo bem. Depois eu vou esquentar.
Anne pegou sua bolsa, se despedindo de Harry e de mim. Minha mãe acenou para o garoto e logo as duas sairão pela porta de casa, me deixando sozinha com ele. Harry me olhou dos pés a cabeça, com os braços cruzados e um sorriso se formando em seu rosto. Engoli em seco, brincando com a saia e meu vestido, como sempre faço quando estou em uma situação constrangedora.
– Quer que eu esquente alguma coisa para você?
– Não precisa! Se eu quiser alguma coisa, eu mesmo esquento... - subi o primeiro degrau da escada, e antes que eu pudesse subir os outros, a voz de Harry me impediu.
– Aonde você vai? - ele perguntou.
– Vou ler algum livro no meu quarto. - avisei-o. – Se quiser comer alguma coisa, pode pegar no armário da cozinha.
– Você não vai ler nenhum livro.
– Eu quero ler o livro! - Harry me ignorou, sentando no sofá. – Por que não posso ler nenhum livro?
– Porque eu estou no comando agora. E eu estou dizendo que você não vai.
– Olha, eu não tenho nada para fazer! E gosto de ler... Então, eu vou ler! - tentei deixar o mais claro possível.
– Ariana, por acaso você é surda?! Eu acabei de dizer que você não vai ler esse maldito livro!
– E quem vai me impedir de ler o livro? - cruzei os braços, o desafiando. Não deveria ter feito isso, claramente...
Harry caminhou em minha direção, com passos pesados. Ele subiu os mesmos degraus, parando em minha frente. Como tínhamos uma pequena diferença de tamanho, ergui meu olhar, para encarar as belas esmeraldas do garoto.
– Quer mesmo saber quem te impedirá? - Harry sussurrou em meu ouvido, se aproximando. – Seria uma pena ter que rasgar esse vestido tão bonito...
Ele percorreu seu olhar por todo o meu corpo, mordendo o seu lábio. Era como se eu tivesse nua em sua frente. Seu olhar em mim era tão impactante... Senti cada célula do meu corpo a flor da pele. Harry realmente era um homem atraente, obviamente desejado por todas as mulheres que via. Mas como já prometi para mim uma vez, vou honrar a minha virgindade.
– Para uma jovem de dezesseis anos, você tem um corpo escultural, Ariana... - arregalei os olhos, incrédula. – Hora de usar ele...
Me surpreendendo, ele me agarrou pela cintura, fazendo nossos corpos tomarem uma aproximação bem maior. Com o susto que tomei, minhas mãos foram para seus ombros, automaticamente. Estávamos muito perto, as nossas respirações ofegantes poderiam ser considerada como uma. Com sua mão esquerda, Harry retirou os fios de cabelo que estavam em meu pescoço, o deixando totalmente a mostra.
Não consegui processar nada, apenas senti o hálito fresco de Harry se chocar contra minha nuca. Ele passou a mão por meu pescoço, depositando um beijo ali. Percebi minha respiração arfa ecoando pelo cômodo. Depois de rápidos segundos, Harry chupou levemente o meu pescoço, depositando uma mordida, logo em seguida.
As minhas forças estavam acabando. A vontade de fugir dali era imensa, mas a outra vontade, de continuar sentindo o seu toque, era maior ainda. Juntei coragem e empurrei o Harry, fazendo ele bater as costas na parede da escada, levemente. Ele pareceu surpreso, pois me olhou com confusão em seu olhar. Provavelmente, se não fosse o corrimão da escada, ele teria se desequilibrado e caído.
– Qual é o seu problema, garota?! - disse, perplexo.
– Me desculpe se te machuquei... Mas você não deveria ter feito isso! – me justifiquei.
– Por que não?!
– Porque eu acabei de te conhecer, Harry.
– Qual é o problema nisso? Isso não quer dizer nada...
– Significa sim! Temos que ter intimidade.
– Intimidade? Tudo bem. Arrumamos isso bem rápido. – ele se aproximou de mim, porém, eu subi mais uns dois degraus, o impedindo.
– Não chega perto de mim! Você fica na sala e eu no meu quarto. Até as nossas mães chegarem, seu limite é ficar, no mínimo, 10 metros longe de mim! Não mais do que isso... Entendeu?! - Harry riu, assentindo.
Subi os degraus rapidamente, abrindo a porta de meu quarto e entrando no mesmo. A fechei e tratei de virar a chave na fechadura, para Harry não me perturbar em nenhum momento. Bufei, me sentando na mesa da penteadeira e me olhando no espelho. Joguei a cabeça para trás, respirando profundamente.
– O que eu fiz para merecer isso, meu Deus?
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