POINT OF VIEWS ARIANA'S
Abri meus olhos lentamente, sentindo a forte claridade solar invadir o meu quarto. Saindo de minha cama e caminhando até a pequena varanda de meu quarto, pude ver a cidade perfeita... Pássaros cantando sobre os galhos das árvores. Crianças correndo pelas calçadas, brincando com seus carrinhos elétricos e suas bonecas penteadas e maquiadas. As senhoras de idade e as mães das crianças sentadas no banco central do pequeno parque da rua, observando seus filhos a brincarem. Tudo isso poderia ser verdade, mas era somente uma ilusão de um final de semana alegre e contagiante.
Caminhei até o banheiro, lavando o meu rosto e prendendo os fios de meu cabelo ao redor de um elástico escuro. Depois de colocar um vestido qualquer, sai do meu quarto e desci as escadas do corredor, me dirigindo até a cozinha e encontrando Louise lá, preparando a mesa para o café da manhã. Pela roupa que usava, pelo modo que seu cabelo estava arrumado e pelo fato de sua bolsa estar pendurada na cadeira, pude concluir que ela já estava pronta para ir á igreja.
– Bom dia mamãe. – disse me sentando na cadeira, preparando um sanduíche.
– Dormiu bem? – assenti. – Se prepare; hoje vamos para a igreja mais cedo.
– Há algum motivo especial para irmos mais cedo?
– Como hoje é um dia especial para a igreja, o padre quer decorar o altar para a missa de hoje, que será a noite, em comemoração. E eu me ofereci para o ajudar.
– Oh, tudo bem! Eu irei junto com você?
– Eu adoraria que fosse, filha. Quanto mais pessoas ajudando, mais rápido terminamos.
– Só nós duas vamos ajudar a decorar a igreja? – beberiquei do meu suco.
– O padre não comentou nada comigo. Mas acho que sim, querida...
[....]
– Padre Richard! – minha mãe gritou.
O padre, que estava no altar, se virou e sorriu ao nos ver na porta da igreja, caminhando em nossa direção. Depois que terminei de comer, eu e minha mãe arrumamos a mesa de jantar e saímos de casa, vindo aqui, para ajudar a decorar a igreja.
– Olá, queridas. Vieram me ajudar a decorar a igreja?
– É claro que sim! É sempre uma honra poder ajudar.
– Oh, que Deus as abençoe! – sorrimos, agradecendo. – Tenho algumas coisas para que vocês possam me ajudar, certo? – assentimos.
O padre nos levou até o altar da igreja, mostrando a nós duas afazeres para ajudarmos ele. Enquanto minha mãe colocava alguns alimentos numa mesa, para servir aos frequentadores da missa, o padre me mostrou uma escada que levava até o teto da igreja, onde haviam algumas decorações penduradas pela metade. Peguei as decorações que faltavam e subi os degraus com cuidado, chegando ao penúltimo degrau e começando a pendurar as decorações, as entrelaçando.
Haviam se passado alguns minutos, e eu continuava a ajudar na decoração da parede da igreja, com adesivos e papéis especializados. Foi quando o som de uma batida na porta da igreja chamou a minha atenção, de minha mãe e do padre. Eu observava a porta da igreja confusa, igual a minha mãe, enquanto o padre caminhava até a grande entrada. Encarei minha mãe e dei de ombros, voltando minha atenção para a decoração. Pude ouvir a porta da igreja sendo aberta, e tive uma pequena surpresa ao ouvir o padre falando com Anne. Confesso que fiquei feliz ao saber que ela teria vindo.
– Anne! Que bom te ver por aqui! Vejo que trouxe o seu... – pude perceber Anne falando algo, mas não entendi o que era. – O seu filho, é claro! – arregalei os olhos.
O que Harry Styles estaria fazendo em uma igreja?! No mínimo, a mãe dele o obrigou a vir para cá. Quero dizer... Harry não tem a aparência de ser um garoto que acredita nas palavras de Deus. Não o Harry que conheci ontem... Aquele devia acreditar mais nas palavras do Diabo; a sedução.
– Isso, padre... Espero que não se importe... – percebi que estava entrando na igreja, pois ouvi o barulho da porta se fechando.
– Claro que não! Um membro de Deus sempre é bem vindo! – as palavras e os nomes dado pelo padre, não se encaixavam com Harry.
– Então... No que podemos ajudar vocês?
Sem que ninguém pudesse perceber, olhei para eles de relance, vendo Harry e Anne de costas para mim, e de frente para o padre. Harry estava com uma roupa parecida com a de ontem, mas não idêntica. A única diferença era que seu cabelo estava preso num bandana com desenhos, novamente. Suas mãos estavam nos bolsos de sua calça.
– Anne, você pode ajudar Louise com os alimentos da missa. – pensar na possibilidade perigosa de que o padre poderia pedir para Harry vir me ajudar, me deixava assustada. – E Harry, você pode... – pai nosso que estás no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no céu... – Você pode ajudar Ariana com as decorações da parede. – merda, merda. Mil vezes merda!
Eu olhei para trás, vendo Harry e Anne me procurando com o olhar. Assim que me viram na escada, os dois sorriram. O sorriso de Anne poderia ser apenas um sorriso gentil, mas no sorriso de Harry, era perceptível total malícia. Engoli em seco, e rapidamente, voltei a minha atenção em decorar a igreja para a missa. Olhos e mente na decoração. Coração e corpo no garoto que se aproximará de mim.
– Ora, ora. Vejamos só quem está aqui... – aquela rouquidão em sua voz... Ninguém poderia se enganar em dizer que o dono daquela marcante voz não era Harry.
– É bom te ver também, Harry. – disse, tentando transparecer a maior ironia possível.
– Eu sei disso. – revirei os olhos, tentando me concentrar naquele maldito enfeite que não ficava no lugar certo. – Não vai nem olhar para mim, Ariana? – poderia perceber a longa distância que Harry estava tentando me provocar. E estava quase conseguindo...
– Eu não posso, desculpe. Estou concentrada nesses enfeites para a parede!
– Oh. Eu também estou bem concentrado. – arqueei a sobrancelha, confusa. – Que pena que essa maldita calcinha cobre o que tem por baixo. – arregalei os olhos, olhando para ele.
– Você está olhando por baixo do meu vestido, Harry?! – ele riu, mordendo o lábio maliciosamente.
– Você tem pernas lindas... – passei a mão pela saia do vestido, tentando cobrir o que, provavelmente, estava deixando a mostra. – E para completar; um bumbum maravilhoso. – pela queimadura que pude sentir em meu rosto, havia corado violentamente.
– Oh, céus! Você é um tarado, Harry Styles! – tentei demonstrar o quanto incrédula estava com tudo aquilo.
– Obrigada pela parte em que me toca.. – bufei, revirando os olhos. – Quer uma ajuda com os enfeites?
– Não. Obrigada por perguntar.
– Oh. O padre pediu que eu lhe ajudasse.
– Já disse que não precisa! – ele arregalou os olhos. – Isso é fácil. E além do mais, estou quase acabando.
– Tem certeza de que não precisa de ajuda? – assenti. – Tudo bem. Se alguma coisa acontecer, não venha me pedir ajuda!
– Que tipo de coisa poderia acontecer, Harry?!
– Não sei. Quem sabe, isso... – ele puxou a escada com toda a sua força.
Eu tentei me equilibrar, mas quando percebi já era tarde demais. Foi tudo tão rápido. Tive medo de cair no chão e me machucar, mas quando senti meu corpo sendo poupado de ter um contanto frio com o chão, senti um alívio tomar conta de mim. Pude perceber que eram braços fortes me segurando, o que me fez me sentir mais aliviada ainda. Assim que abri meus olhos e voltei a realidade, vi as lindas Iris esmeraldas de Harry me encarando. Arregalei os olhos assim que o garoto piscou para mim, e me mexi em seu colo, fazendo com que ele me colocasse no chão, cuidadosamente, e me deixasse em pé, em sua frente.
– Você está bem? Se machucou? – Harry se pronunciou, me deixando vermelha de raiva.
– Não se faça de bobo! Foi você que causou tudo isso! Você que puxou a escada propositalmente, para que eu caísse!
– Só fiz isso para te deixar em alerta. – o olhei confusa. – Coisas assim podem acontecer a qualquer instante.
Revirei os olhos e arrumei a saia do meu vestido. Subi o primeiro degrau da escada e antes que pudesse subir os próximos, senti a mão de Harry entrando em contato com o meu braço, e uma corrente elétrica percorreu por todo o meu corpo. Me virei para ele e o encarei, extremamente confusa.
– Tem certeza que vai subir ai de novo?
– Se você não tentar me matar, sim. Eu preciso terminar de decorar aqui. E falta pouco.
– É melhor eu terminar o que falta. É mais seguro...
– Oh, tudo bem.
Dei espaço para Harry, que logo se tratou de subir o primeiro degrau da escada. Porém, antes que pudesse subir o outro degrau, ele parou, me fazendo o encarar confusa. Logo em seguida, ele me encarou, com uma expressão pensativa. Harry desceu o degrau que havia subido e me olhou. O mesmo eu fazia, o olhava, com uma expressão confusa.
– Eu acho que seja melhor você subir mesmo. – o olhei confusa, dando de ombros. – Assim continuo tendo uma visão privilegiada. – arregalei os olhos.
– Eu não vou subir nessa maldita escada até você sair daqui! – Harry riu.
Ele levantou os braços, querendo fingir que se sentirá ofendido. Logo, ele caminhou até o padre, o cumprimentando e se oferecendo para o ajudar. Enquanto o padre arrumava algumas coisas no altar, Harry olhou para mim, piscando e me deixando vermelha de vergonhada. Engoli em seco e olhei para frente, subindo os degraus da escada e tentando me concentrar em terminar de decorar a coluna da parede da igreja. Meu dia será longo, muito longo...
[...]
Depois de algumas horas arrumando, decorando e enfeitando a igreja para a missa de hoje a noite, havíamos terminado. Fomos até a porta do local, apreciar o resultado de nosso trabalho. Harry, que estava conosco, havia sumido, por isso fiquei sozinha, apenas observando os adultos. Anne, minha mãe e o padre conversavam sobre a felicidade em terem deixado a igreja daquele modo. De repente, pude sentir uma aproximação, e quando me virei, vi Harry atrás de mim, com os braços cruzados e um óculos escuro em seu rosto.
– Aonde você estava, Harry? – sussurrei.
– Fui a um lugar... – ele não me olhou.
– Posso saber em que lugar foi?
– Com todo respeito... – ele me encarou. – Isso não te interessa. – arregalei os olhos, incrédula com sua agressividade e grosseria ao se dirigir a mim.
– Bom, eu vou arrumar as bíblias para a missa. Com licença... – o padre caminhou até o altar, me deixando sozinha com minha mãe e Anne.
– Tenho certeza que os convidados vão adorar a decoração! – minha mãe disse, alegre. – Não acha, querida? – assenti, sorrindo gentilmente.
– Ari, querida, você viu o Harry?
A encarei confusa. Olhei para trás, e tive uma surpresa ao não ver Harry lá. Rodei meu olhar por toda rua á fora, fracassando na minha missão de o encontrar. Voltei meu olhar para Anne, dando de ombros. Onde esse garoto teria se metido?! Ele estava ao meu lado a menos de dois minutos, e agora sumiu?! Realmente acho que Harry tem super poderes.
– Ele estava do meu lado a pouco tempo atrás.
– Acho que ele foi dar uma volta... – Anne disse, me fazendo assentir.
– Mamãe, se não se importa, irei pegar um ar, lá fora. – minha mãe assentiu, sorrindo.
Abri as portas da igreja, saindo do local e indo até o pequeno jardim que havia ao lado, com algumas árvores, arbustos e plantas. Vi uma flor vermelha, que chamou minha atenção. Fui até ela, a pegando em minha mão e a apreciando, sorrindo feito uma boba. Pude ouvir uma voz familiar a uma pequena distância, o que me assustou. Ainda com a flor em minhas mãos, caminhei lentamente e silenciosamente até onde a voz foi transmitida, me surpreendendo ao ver Harry de costas para mim, com uma mão no bolso e com um celular em seu ouvido. Como sou curiosa, me escondi atrás de um pequeno arbusto, para escutar a conversa. Infelizmente, não poderia ouvir o que a pessoa atrás da linha estaria falando. Mas me contentei em ouvir somente Harry!
– Se eu gostei de passar a noite com a Kendall? – ele riu, sarcástico. – Que pergunta idiota, Louis! É claro que gostei... Cara, ela é a mais gostosa das suas dançarinas. – arregalei os olhos.
Espere... Foi isso que eu entendi?! Harry havia ido em um ponto de prostituição? Passou a noite com alguma prostituta?! Porque foi isso que eu havia entendido com suas palavras ao telefone... Daria tudo para ouvir o que o tal de Louis estava falando do outro lado da linha. Não poderia julgar e acusar Harry de nada, antes de ter provas para afirmar com minha intuição!
– Pois é. As pessoas tem razão de preferir ela. – Harry riu. – Demorei para chegar ao meu ápice. Mas cheguei, e tudo por conta dela... – arregalei os olhos, incrédula. – Mas enfim, não é sobre ela que eu quero falar... – Louis disse algo. – Eu quero saber sobre o negócio que o Zayn estava usando ontem? Você mais por aí? – ele disse, abaixando o tom de voz. – Quanto eu pago por ele? – ele perguntou, eu estava confusa. – Tudo bem. Eu vou querer 3 pedras daquela. – de que tipo de pedras Harry estava falando?! – Quanto mais cedo, melhor vai ser, Louis.
Diversas possibilidades se passaram pela minha cabeça. Poderiam ser qualquer tipo de pedras. Mas pela convicção e pelo modo com que Harry falou ao telefone, eu realmente achava que só poderia ser uma pedra; a droga. Harry não era um garoto santo e ingênuo, mas nunca se passou pela minha cabeça que ele seria um drogado, ou que usava a substância algumas vezes. Não pode ser isso! Mais uma vez, preciso comprovar que é verdade para o acusar de algo assim!
– Claro! Amanhã está ótimo!
Eu estava realmente concentrada em cada palavra que saia da boca de Harry, mas de repente, algo me interrompe; senti algo incomodante em meu ombro. O remexi, sem me importar com o que seria, mas parecia que aquilo continuava lá. Revirando os olhos, pude ver o que estava em meu ombro, fazendo com que arregalasse os olhos e me assustasse: uma aranha, o inseto que mais tenho medo. Sem querer, soltei um grito e bati na aranha com o peito da mão. Percebendo a besteira que havia feito, tampei minha boca com a minha mão, revirando os olhos. A não ser que Harry seja surdo, coisa que ele não é, eu estava ferrada...
– Louis, aconteceu um pequeno problema aqui. – revirei os olhos. – Eu posso te ligar depois? – Harry resmungou algo. – Até mais!
Percebi que ele havia desligado a lição, colocando o celular no bolso. Podia ouvir passos lentos e uma sombra vindo em minha direção. Tentei me esconder o máximo possível no arbusto, para que ele não me visse ali. Porém, meu esconderijo fora em vão, a partir do momento que senti uma mão forte e grande agarrando o meu braço direito e me levantando. Assim que abri os olhos, pude ver um par de olhos esmeraldas me encarando friamente. Me culpei intensamente pelo acontecido.... Maldito garoto sexy!
– O que, diabos, você está fazendo aqui?! – pude perceber que a raiva estava o consumindo.
– E-eu... Eu estava procurando um colar que perdi. – tentei arrumar alguma desculpa.
– Oh, estava?! E eu sou a Cinderela! – disse ironicamente, apertando mais o meu braço. – Você estava me espionando? – engoli em seco.
– Não.. – disse baixo, encarando seus olhos..
– Se não estava me espionando.... O que estava fazendo aqui, Ariana Grande?!
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