Scarlett Pritchett
Uma mulher de poder magnânimo, uma mulher de renome, uma mulher que arrasta multidões com um mero sorriso, uma mulher que exala feminilidade, uma mulher com fortuna pródiga, capaz de garantir o futuro de mais de 30 gerações. Essa é Scarlett Pritchett.
Há quem diga que ela foi e ainda é uma das mulheres mais belas de todo o século XX, mas há quem diga que seu tempo já se esgotou. Ela afirma estar na flor da idade, com seus 65 anos a mulher esbanja feromônios como se tivesse 15, mas as plásticas já não vem sendo capaz de garantir uma beleza congelada no tempo.
Eu me lembro de ainda em minha juventude admirar seus trabalhos televisivos, ela tinha todo um estrelato, ninguém chegava aos seus pés, seus filmes eram garantia de sucesso e fortuna, as grifes a queriam como modelo e os homens, esses se matavam para passar alguns segundos em sua presença.
A atriz Hollywoodiana já teve seus momentos de glória e hoje acha que ainda tem tanta influência como um dia teve, doce ironia, ela não passa de uma velha rabugenta que acha ter um rei na barriga. Ela perdeu seu espaço, seu glamour, seu reinado artístico. Poucos são os trabalhos para qual a chamam, ela também já não frequenta como antigamente os eventos da alta sociedade, ela tem seu mérito, mas já não tem os palcos.
A mulher também não precisa de trabalho para manter a vida de luxo, ela ganha rios de dinheiro a cada novo minuto já que soube muito bem investir sua fortuna e, hoje em dia, tem sua rede de grifes que até mesmo se paga para passar pela porta. A mulher é podre de rica.
E eu, eu sou eu.
______ é o meu nome, uma nutricionista recém formada, com pilhas de certificados, com boas referências, mas atual cozinheira. Uma mera assalariada é o que sou. Não que meu trabalho seja indigno ou algo do gênero, mas sendo sincera esse não era meu lugar de desejo.
Meu sonho real era ter meu próprio consultório, talvez até mesmo trabalhar para uma grande empresa alimentícia, mas ser cozinheira de uma mulher rica e esnobe não estava nos meus planos sob hipótese alguma. Eu aceito meu presente com desgosto, pois permanecer nesse trabalho é necessário, mesmo que não seja meu desejo.
Eu tenho dívidas estudantis que precisam ser pagas, portanto eu me arrasto nesses meses de trabalho até que uma proposta melhor venha surgir e eu possa enfim, trabalhar como quero e onde quero. A nova sineta barulhenta da mulher tilinta pela mansão, sei que é comigo, mas nem mesmo posso correr para atender o milésimo chamado do dia, ela diz que nossos sapatos arranham a madeira maciça do chão que reflete o brilho dos cristais.
Nos pés de cada empregado há pantufas escorregadias, elas deslizam sobre a madeira perfeitamente lustrada e impedem a possibilidade de arranhaduras sobre o piso, mas ainda assim a mulher vai além, ela proíbe passadas, só nos permite o arrastar lento e silencioso dos pés. Para mim é coisa de maluco, para ela é cuidado com seus bens.
A sineta barulhenta fôra a ideia brilhantemente ridícula da mulher para chamar-me até sua presença. A criatura acredita nos modos arcaicos de dinastias, ela acha e fantasia que como nos filmes em preto e branco que estrelou na juventude, nós, os pobres serviçais, ouviremos perfeitamente a mais de um quilômetro de si a sineta ressoar e prontamente aparecemos a sua frente.
Ela só pode estar maluca.
Scarlett não poderia simplesmente mandar um empregado ou guarda à paisana chamar-me? Ela não compreende que suas chamadas insistentes me atrapalham com o serviço e consequentemente me fazem perder a sua tão estimada pontualidade alimentar? Não, a velha não compreende que ela é um verdadeiro pé no saco de qualquer um, qualquer um mesmo. Ninguém é capaz de suportar seu narcisismo e megalomania, absolutamente ninguém.
Digo… Bem, sim, há quem suporte, nem que seja a base de dinheiro.
- Francamente..! - ouço a voz arranhada pela idade esbravejar - Onde estava garota? Não é capaz de ouvir o sino?! - ela sacode a sineta com ferocidade e o joga longe com a face retorcida de ódio - Quantas vezes eu terei que dizer, preste atenção ao som do sino! Você tem dez segundos para aparecer a minha frente, não mais que isso! Você é burra ou o que? É surda por acaso? Tem algum tipo de demência?!
Eu suspiro, ajeito a postura e engulo meu orgulho, é assim todos os dias, todas as vezes, a mulher já não parece estar em seu juízo perfeito, isso se caso um dia ela esteve. Eu tento manter todo um ar de neutralidade, faço-me mais uma vez de pobre moça acuada pela opressividade do patrão e curvo-me solene aos poderes da mulher.
Um sorriso enviesado e poderoso logo brilha nos lábios tingidos de vermelho sangue, as unhas postiças param de tamborilar a mesa de vidro cristalino e a postura da mulher se ergue altiva. Sei que a soberba se enerva em suas veias, ela não costuma ter escrúpulos, gosta da superioridade e a sensação de poder que exerce sobre mim e seus demais funcionários.
Eu odeio ter que me rebaixar, mas para me manter empregada por tempo suficiente até quitar a dívida estudantil eu tenho que ser forte o suficiente apenas para aguentar. Isso, aguente, ela é apenas uma megera desmedida, você consegue garota.
- Perdoe-me mademoiselle Pritchett - soei o mais baixo possível - eu não lhe ouvi chamar, precisa de algo?
- Óbviamente que preciso, para que mais eu teria que desgastar minha preciosa voz berrando você? - ela estala a língua em forma de afronta, cruza as pernas desnudas e empina o nariz afilado - O que temos para o jantar?
- Jantar? - balbucio inconformada, um vinco se forma em minha testa e a raiva borbulha no sangue, ela fez de novo.
Não é a primeira vez que a velha me sacaneia neste sentido, ela mente para me desgastar, omite para me irritar e muda as coisas para me fazer errar. Essa bruaca não tinha dito que jantaria fora?! Sinto ódio genuíno pela mulher que esbanja veneno, meu desejo neste momento é xingá-la, ela disse claramente ontem que não estaria hoje para o jantar e que eu teria o fim da tarde livre, a megera disse que sairia e passaria a noite fora. Sem jantar na casa.
Maldita velha abusiva.
- O gato comeu sua língua garota?! - ela irradia contra mim - Não está ouvindo? Estou falando com você. Responda quando eu lhe dirigir a palavra! Nas suas recomendações você parecia ser mais proativa, até uma porta me responderia melhor.
Uma porta? Essa..! Eu mostro a porta para ela, e vai ser bem no meio da cara falsificada.
- M-me perdoe… Mademoiselle não disse que jantaria fora hoje..? - um sorriso amargo surge nos meus lábios e a mulher puramente dá de ombros com desdém.
- Disse - disse..? Tá, se disse porque raios pergunta o contrário? Eu realmente não compreendo a mente doentia de Scarlett - Eu vou estar fora, no entanto tenho que me certificar que meu doce Éclair estará bem alimentado. Mas eu não lhe devo satisfações, diga garota, o que há para o jantar?
- E-eu não sabia… - afirmo atônita e uma risada sinfônica tilinta em meus ouvidos, encrespa meus nervos e me força a franzir o cenho com desgosto.
- Como não sabia? Meu doce Éclair precisa comer bem o suficiente para manter toda a sua beleza - a mulher desdenha descruzando as pernas exageradamente e refazendo seu movimento com a outra perna - não é mesmo Mon Chéri?
Éclair… Mon Chéri… Doce…
Desgraçado!
A risada nasalada ecoa o salão numa sinfonia tênue, escuto perfeitamente o ressoar calmo da sua respiração a alguns metros de distância, sinto o pesar lítico do olhar marcado e compreendo de onde o perfume de tabaco impregna meus sentidos.
Meus músculos se retém abaixo do uniforme apertado, eu crispo os lábios inconformada, respiro pesarosa e acabo por revirar os olhos nas órbitas. Ódio é o que culmina em meu ser, quero berrar aos quatro ventos toda a ira que acumulei nos últimos meses por tal figura, mas simplesmente sou impedida.
Sua presença me oprime e antes fosse apenas de uma forma.
As pedras de gelo em seu copo dançam graciosas no líquido rubro, gotículas de suor escorrem pelo vidro embaçado até umedecer sua mão, os nós dos dedos esbranquiçam no aperto sutil contra o copo, as veias salientes no dorso da mão formam caminhos arredios, se enervam por baixo da derme levemente bronzeada e desaparecem no limiar da camisa dobrada em seus antebraços.
Seu caminhar é lento, arrastado e pecaminoso. Ele vem feroz e predador, bebericando vez ou outra o líquido de seu copo sem tirar os olhos felinos de mim. O homem esbanja graça e formosura, uma sensualidade incomum dentro do meu pequeno mundo, mas totalmente normal na sua vida libidinosa.
Éclair… De fato o homem é como um doce fino.
- Claro… Eu adoro os sabores únicos que ______ me proporciona…
Sua voz é rouca e melodiosa, ele parece cantar cada nova sílaba, sua boca é como sempre um tom vermelho chamativo, embebidos pelo conhaque que beberica, envenenados por sua lascívia. O homem se estaca ao lado da mulher senil, dedilha o rosto esticado por plásticas com a ponta dos dedos e a faz submissa.
O olhar do homem é obscuro, um sorriso soberano se enviesa no rosto e o leve resvalar de narizes arranca um suspiro erógeno de Scarlett. A mulher se derrete sobre a prepotência que o homem esbanja em sua pura e avassaladora testosterona, eu vejo a troca de olhares infames, os sorrisos lânguidos e a promessa silenciosa de mais uma noite calorosa.
É, eu estou vendo. Fornicadores.
- Você precisa mesmo sair hoje..? - há uma ênfase exagerada na sua voz com relação ao dia de hoje, como se algo fosse especial quando na verdade não é. Mentiroso de uma figa.
- Eu… E-eu… - Scarlett engasga e se sufoca com o domínio do homem com seu corpo, mas se recompõem e choraminga como uma criança - Eu sinto muito Mon Chéri - ela suspira -, mas é uma grande chance de encontrar Arnon Milchan nesse evento. Soube por fontes seguras que ele está com um roteiro pronto e selecionando secretamente o novo elenco de um filme, é minha chance de conseguir o papel da protagonista.
Eu seguro minha risada ao máximo, a ironia se espalha por minhas veias e se não mordo a própria língua meu veneno se escapa. Em que mundo essa mulher acha que pode conseguir algum papel de protagonista quando ela muito mal consegue parar em pé no seu salto 15cm? Com certeza não no planeta terra e muito menos em nosso século XXI.
O homem suspira conformado, acena com a cabeça positivamente em concordância com o que diz e entorna de uma única vez o líquido que jaz em seu copo. Uma leve careta marca o rosto viril, ele estala língua agradando-se com a amargura do conhaque e sorve seus resquícios ao passar a língua sobre os lábios vermelhos. Maldito seja Jeon Jungkook e toda sua testosterona desnecessária.
- Mon Chéri… - Scarlett usa de uma voz manhosa e aguda, como se falasse com uma criança quando na verdade fala com um rapaz com pouca diferença de idade com relação a mim, ele serve de seu neto - Não fique assim, eu prometo lhe trazer um mimo quando voltar uh? O que quer dessa vez? Boss? Burberry? Zegna? Prada? Dolce & Gabbana? Gucci? - a mulher dispara animada num intuito estúpido de mais uma vez prender o homem a si; ela está o comprando - Ou você quer um de cada?
- Eu não preciso disso, eu só preciso de você Mon Trésor... - um beijo nada casto é favorecido a mulher sedenta que agarra Jeon como se ele fosse a última peça da coleção de inverno da Prada.
Eu contenho minha ânsia de vômito, sinto nojo de tal cena, a falta de pudor e, principalmente de encaixe, revira meu almoço encarcerado no estômago e a náusea cria ondulações em meu abdômen. Eu sinceramente não vejo problema pela diferença absurda de idade entre o casal, mas o oportunismo presente em ambos os lados me atiça a ira e consequentemente o desgosto de presenciar tal cena.
Não é a primeira vez e nem mesmo será a última, eu vejo e ouço a tudo, apenas não tenho direito de opinar ou me expressar devidamente. Que belo infortúnio.
Jeon Jungkook. 25 anos, um mestiço. Nascido na Coréia do Sul, com pai coreano e mãe francesa, se criou no Kansas - Flórida, ainda jovem adentrou o mundo da cenografia e aos 18 anos estreou em seu primeiro filme. Pôrno.
É, um ator pôrno.
Nada contra aos adeptos do gênero nem aos profissionais da área, mas… Eu não curto muito a dramaturgia.
Faz exatos dois anos que Scarlett comprou Jungkook, exato, comprou. Eles se conheceram através de um amigo de um amigo que era primo de Jeon e ex-colega de trabalho de Scarlett. Tudo começou com… Serviços prestados.
Pelo que ouvi de um empregado e outro, Jeon não apenas atuava cenas quentes em filmes adultos, mas também trabalhava para uma agência de acompanhantes de luxo, seus serviços eram caros e difíceis de se conseguir, dizem que ele era uma verdadeira estrela nesse mundo infame e que para ter uma mísera hora de prazer ao seu lado você teria que vender um rim ao mercado negro. Exagero ou não, realmente não sou capaz de duvidar.
Entre seu mundo de estrelato Jeon caiu nas garras de Scarlett, atriz de prestígio, afastada do mundo da fama, porém podre de rica. Um verdadeiro Trésor como ele costuma chamá-la. Os empregados da casa dizem que Jeon não tinha apreço pela vida do estrelato e nem pelo mundo da prostituição, ele apenas queria vida boa e pouco trabalho; um verdadeiro vagabundo ao meu ver.
Eu acredito fielmente que Jeon viu em Scarlett todas as suas necessidades atendidas com uma mera foda casual. Ele fazia o trabalho sujo e em troca ganhava o mundo com um simples estalar de dedos. Não há nada que Scarlett não o dê, se ele quer ele terá; é assim que é. Há quem diga que Jeon é o cão de estimação de Scarlett, mas eu penso justamente o contrário, quem dita as regras não é a mulher que acredita dominar, é Jeon que usa e abusa de tudo que a mulher pode lhe dar.
Eu vejo na imagem de Jungkook um homem promíscuo e oportunista, ele usurpa de um tudo da mulher, dinheiro, carros, roupas, relógios, sapatos, celulares… Absolutamente tudo. Eu realmente vejo tudo, Jeon não repete roupas, troca de celular a cada semana, troca de carro a cada dois meses e esbanja a fortuna que usurpa de Scarlett em festas badaladas que dá na mansão, claro que, ironicamente, também ganhou da mulher.
Jeon não é capaz de enganar ninguém, fica óbvio que tem diversas mulheres aos seus pés, ele jamais se prenderia a uma mulher de idade que banca sua vida boêmia, todavia ele prega aos quatro ventos que a mulher de sua vida é unicamente Scarlett, sua soberana. Realmente, Jeon é um bom ator ou Scarlett é demasiadamente burra.
O amor a cega e o dinheiro o deturpa.
O beijo babado é afoito, o que assisto deve ser algo semelhante aos filmes em qual o rapaz estrelou, nunca vi nenhum para ter certeza, mas a forma minuciosa como Jeon sabe lidar com a euphoria de Scarlett delata-o. Aos poucos Jeon se afasta, ele quer insinuar que possui amor profundo pela mulher, quer que Scarlett pense que ele não sabe viver sem ela e que quando ela se for ele se entregará a bebida em uma fossa profunda.
Que bela mentira.
O pior em toda cena que presencio é ver que a mulher nutriu sentimentos verdadeiros por Jeon que apenas a usa, ela não vê a verdade que se estampa em sua cara ou fingi perfeitamente para que possa desfrutar de tudo aquilo que Jeon tem para lhe proporcionar. Sexo, pressuponho.
Entre arfares e lamúrias eles se despedem, Scarlett resiste em soltar Jeon de seu enlace, mas o rapaz é astuto como uma raposa, ele foge com perfeição e lança seu perfume amadeirado ao jogar todos os fios para trás de forma sensual.
Jeon é uma verdadeira bomba de hormônios.
- Se você quer o papel principal precisa correr e se arrumar, quero que fique magnífica, estupenda, faça aquelas atrizes meia boca comerem poeira - Jeon sussurra rude e mandão a mulher que confirma que fará o ordenado com todas as suas forças - boa garota.
Não há nem mesmo uma palavra a mais de Scarlett, a mulher simplesmente o obedece como um cãozinho adestrado, mas vejo que as palavras do gigolô surtem efeito positivo, é como se Scarlett revigorasse suas forças e se tornasse a mulher mais bela já vista sobre a face da terra nas próximas horas. Realmente, Jeon é um mal necessário na vida de Scarlett.
A cabeleira ruiva de Scarlett se esvoaça ao passar rapidamente ao meu lado, sou ignorada por completo e não sei se isso é algo bom ou de fato algo rude de sua parte. Primeiro a mulher me berra com todas as suas forças para depois me ignorar e me tratar como mais um de seus enfeites caros e desnecessários que se perdem na gigante mansão.
Eu bufo indignada, corri tanto para nada e ainda ganho o infortúnio de saber que mais trabalho me foi dado para essa tarde. Meus olhos se prendem na figura desdenhosa que morde o lábio inferior por algum motivo estranho e mais uma vez um suspiro me foge. Esse trabalho é mais cansativo do que parece de fato.
- O que deseja para o jantar senhor Jeon? - minha voz soa rude até mesmo para mim, mas nada posso fazer para mudar, eu simplesmente não engulo a presença infame do homem.
- Sem o “senhor” comigo ______… Eu já lhe disse, me chame apenas de Jungkook - diferente de quando está na presença de Scarlett, mais uma vez vejo Jeon usar termos informais para lidar comigo e, principalmente, para o meu total desgosto, ele se torna apenas um rapaz normal - Pode ser qualquer coisa pra mim, sabe que eu verdadeiramente não me importo com o que faça desde que seja comestível.
- Sim senhor Jeon, farei o meu melhor para agradar seu gosto - afirmo sem ânimo lhe dando as costas.
Ao fundo eu escuto mais uma vez o melancólico suspirar de Jeon, ele parece irritado, mas verdadeiramente não demonstra nem fala. Eu não compreendo a dualidade do homem, é sempre a mesma coisa, ele veste uma máscara diante de Scarlett, se mostra possessivo e libidinoso, mas basta a mulher sair de perto que ele se torna um homem completamente normal.
Quem olha Jeon longe de Scarlett jamais pensaria que ele é um ex-ator pornô, na realidade ele parece apenas um filhinho de papai e nada além disso. O que me irrita na figura de Jeon é sua simplicidade longe do olhar analítico de Scarlett. Lembro até hoje da primeira vez que ele me pediu para fazer um mero macarrão instantâneo e Scarlett quase o decapitou.
Desde então Jeon come o que a mulher quer, pelo menos na frente dela é assim, pois basta a mulher sair que a primeira coisa que o homem me pede é alguma comida banal como ovos fritos com bacon. Jeon vive largado pelos cantos da mansão na ausência de Scarlett, sem roupas formais e sapatos lustrosos, um pijama ou roupas de flanela parecem o suficiente a Jeon.
A dualidade do homem com Scarlett e sem ela se torna mais gritante conforme os meses passam dentro desta mansão e, sinceramente, pouco entendo do que ocorre, cheguei a pensar que ele fosse bipolar, mas não seria bem o caso já que não é algo controlável, portanto me firmo no meu melhor palpite; Jeon é um excelente ator.
Eu não sei bem o que cozinhar quando Scarlett está em casa da mesma forma que não sei o que cozinhar quando ela não está, o gosto do casal é bem divergente e me leva a dois extremos culinários. Eu não ganho bem o suficiente para receber tanta pressão sobre mim.
Opito por um prato simples e do gosto do homem, uma macarrão com almôndegas é o meu escolhido já que uma vez o vi comendo em segredo na cozinha, pelo jeito ele aprecia a comida da criadagem. A culinária simples é minha favorita, mas ainda assim eu não tinha pretensão de dirigir uma cozinha, eu prefiro o enfoque nutricional dos alimentos.
As horas passam rápido enquanto ajeito as coisas na cozinha, a noite cai furtiva e ao me dar conta tudo está devidamente preparado. O cheiro das especiarias dançam no ar junto ao cítrico maduro do molho de tomate, me sinto inebriada pelo cheiro de comida caseira e sorrio satisfeita com o resultado, pois acredito que o sabor esteja tão bom quanto o cheiro.
Não é nem que eu não goste de cozinhar, me divirto ao criar inúmeras variações dos alimentos, mas este ainda assim não era meu sonho distinto. É nessas horas que me pego pensando até quando eu continuarei neste serviço, ainda me resta bons anos da dívida, 6 para ser mais exata, e eu não consegui nenhuma proposta melhor nesse quase um ano de trabalho.
Eu não pretendo passar o resto da minha vida cozinhando para uma rica esnobe, mas conforme os anos se passam eu começo a temer que esse sim pode ser meu final. Ainda que eu não queira aceitar, Scarlett paga bem, bem mais do que restaurantes e afins, mas trabalhar para si toma tempo e desgasta a mente me deixando fatigada, sem ânimo até mesmo para continuar buscando outro serviço.
Pensando bem eu não sou tão diferente de Jeon, ele tem Scarlett como uma fonte de renda para sobreviver - mesmo que de uma forma completamente errada - e eu a tenho da mesma forma. É com o que Scarlett me paga que sobrevivo, no fim sou apenas mais uma parasita usurpadora. Doce ironia, é o sujo falando do mal lavado.
- Eu gostaria muito de saber o que tem de tão interessante dentro desse molho de almôndegas para você estar aí a quase vinte minutos olhando - a risada nasalada é inconfundível e sobressaltando eu esbarro na panela quente sentindo meus dedos queimarem de imediato.
- Aí!! Droga! - urro enfurecida comigo mesma sentindo o ardor nos dedos.
- Desculpe, eu não queria te assustar - o homem vem ao meu socorro com o olhar aflito - queimou muito? Deixa eu ver…
- Não encosta em mim! - revérbero me afastando atormentada e Jeon me olha assustado pela raiva incomum de minha parte.
- Mas a sua mão..
- Eu disse para não encostar em mim!! - grito sentindo a dor adormecer os dedos e vejo ele enfim recuar. Erro meu. Merda.
- Desculpe…
Os olhos de Jeon se tornam opacos num piscar de olhos, a frustração desenha os traços finos do rosto e só então me toco que a raiva que despejo em si não tem nenhuma relação com sua brincadeira de poucos minutos, é apenas raiva de mim mesma com a constatação da verdade. Sim, eu definitivamente cometi um erro.
- N-não..! - gaguejo tentando me consertar - Me desculpe eu só… - minha voz se perde no caminho, pois sequer tenho coragem para lhe dizer que sinto ódio próprio.
O silêncio culmina na cozinha, não há uma só palavra que escape de mim em covardia, sinto a dor na mão se amenizar com os minutos e a angústia crescer. Um nó se forma em minha garganta arranhada pelo recente grito, o suor encrespa-se pelos poros em camadas finas e meu peito se enche de ar com dificuldade. Droga.
- Eu entendo…
A voz melódica de Jeon se torna mais grave, eu o analiso e sinto que algo está errado, a postura dura, os músculos retesados sobre a camisa de algodão, os punhos cerrados e o olhar frio, vejo que mais uma vez o homem tem a máscara posta, mas é evidente que a amargura encravada nas palavras duras é sua natureza crua; este sim é Jeon Jungkook.
- Me descul-pe senhor J-jeon..!
- Cale a boca - a ordem vem rígida e eu me encolho assustada - eu sei bem o que você quis dizer com não encostar em você - me perco nas palavras do homem que observa a própria mão com desdém - deve ser repugnante ser tocada por um homem como eu… Eu sei que você tem nojo de mim.
- E-eu… Jamais senhor Jeon! - nego de imediato e um sorriso frígido dança nos lábios avermelhados.
- Mentirosa.
Mentirosa…
Exato, sou uma grande mentirosa, estou mentindo desde o princípio, eu realmente fujo de si a muito tempo, não me sinto confortável na sua presença, me sinto oprimida e sufocada, simplesmente sou incapaz de permanecer sob seu olhar. A verdade é simples e corriqueira, a luxúria de Jeon é devastadora e, para alguém como eu, isso pode ser perigoso.
Tenho medo de cair em seus falsos encantos.
Eu olho para o homem com dor, eu não queria expor esse ressentimento de uma forma tão bruta, por mais que não fosse do meu agrado sua presença e sua forma de viver, eu ainda não tinha direito de afastá-lo como uma pessoa infecciosa.
Ainda que deseje infimamente desculpar-me neste momento, eu simplesmente me mantenho silenciosa, quase cautelosa; sinto que acabo de mexer em uma ferida profunda do homem. A respiração pesada de Jeon é um claro sinal que está irritado comigo e meus dizeres, sinto seu olhar feroz sobre meu corpo menor e a única coisa que faço é me encolher, talvez fugir seja uma opção viável.
Jungkook é sensual e assustador de igual modo.
Apesar de tudo eu ainda tenho um medo maior, devo ter em mente que Jeon é o precioso brinquedo sexual de Scarlett e, ferir seus sentimentos pode ter o mesmo peso que estapear a mulher impiedosamente. Se dessa vez eu não for demitida, provavelmente nunca mais serei.
Jeon me surpreende ao sorrir astutamente, é quase como se lesse meus pensamentos e sobre seu olhar desafiador eu recuo dois passos. A altivez de Jeon é voraz, o corpo parece mais robusto e imponente, talvez a luz da cozinha de alguma forma o favoreça ou talvez o homem tenha acionado seu próprio gatilho de sedução, não importa verdadeiramente, Jeon Jungkook, neste exato momento, está definitivamente tripudiando sobre o poder que tem.
Filho da mãe, Jeon é um filho de uma boa mãe e, que mãe maravilhosa, diga-se de passagem.
O homem caminha de forma vagarosa pela cozinha, me analisa por inteiro sem desmanchar o sorriso travesso e parando a poucos centímetros de mim pousa as mãos sobre a bancada de mármore para me prender. Estou ferrada.
Eu engulo a saliva com dificuldade, minha respiração farfalha e o perfume amadeirado de Jeon me envolve rapidamente. Sob o mesmo olhar lascivo da tarde me prendo, não é minha intenção ser manipulada tão facilmente, mas Jeon não colabora para que minha sanidade mental se mantenha intacta. É tão errado, mas Jungkook é malditamente sensual.
Seus movimentos são tão sutis que eu não sou capaz de contradizê-lo ou impedi-lo, sorrateiro e tóxico, a face bela do rapaz serpenteia meu rosto com maestria, sua passagem é a milímetros de roçar sua barba por fazer em minha bochecha, mas seu alvo é meu ouvido. A risada nasalada é venenosa, ela ressoa com ganância e faz meus pelos se arrepiarem em uma onda arredia. Eu me enganei, não estou ferrada, estou fodida.
- Sabe ______, eu sempre achei você muito sexy neste uniforme… - Jeon teve a audácia de mordiscar o lóbulo de minha orelha bem lentamente - Eu mesmo que escolhi para você… Scarlett não costuma contradizer minhas vontades.
Um suspiro sôfrego perpassou por meus lábios no mesmo instante, o hálito quente de Jeon contra minha pele úmida de sua própria saliva, o perfume amadeirado marcante, os pelos ralos e salientes de sua barba arranhando minha bochecha despreocupadamente… Tudo era uma combustão perigosa, Jeon era perigoso.
A dormência nos dedos faziam minha mente se enevoar, era relativamente difícil pensar com as carícias nada castas de Jeon contra minha pele, cada selar causava um formigamento, a pele queimava, seus rastros ardiam como brasa e eu, como uma louca, estava realmente me deixando levar.
Nem mesmo me importava com a frase desconexa solta pelo rapaz, Jeon era um poço de palavras sujas, seu vocabulário era bem diversificado até onde eu podia me recordar, incontáveis vezes eu o ouvi balbuciar sacanagens a Scarlett. Os corredores daquela mansão ressoavam perfeitamente todas as promessas de noites fervorosas entre o casal, eu não era a primeira a saber e nem seria a última.
As mãos de Jeon eram grandes, eu só pude constatar isso quando a mesma pousou sobre a lateral do meu quadril com possessão, a pressão e o calor que ela transmitia causava calafrios pelo meu corpo, me sentia suja naquele momento por apreciar suas carícias, mas a forma como meu corpo cedia era desconhecida até por mim. Jeon era profissional no fim das contas.
Mesmo que não fosse do meu desejo ou consentimento, meu corpo agia por si mesmo, abria espaço para o desbravar de Jeon e o sorriso debochado contra minha pele servia de alerta para a merda que eu estava fazendo, uma bem grande por sinal.
- N-não..! - resmunguei sentindo os lábios de Jeon descerem por meu pescoço - Senhor Jeon!!
- Isso não! - a voz grave de Jeon me repreendeu com firmeza me fazendo arfar - Eu odeio quando me chama assim… - os olhos escuros me demonstraram toda sua raiva.
Com a mão livre Jeon agarrou meu queixo elevando meu olhar para si, senti seu olhar me queimar, me senti insolente e por um breve instante desejei infimamente que Jeon me punisse por tal ato. Eu estava louca e a culpa era dos hormônios vadios de Jeon Jungkook.
Ainda erguendo meu rosto senti seus dedos dançarem sobre minha face, com carícias aleatórias e despreocupadas eu sentia meu corpo perder as forças gradativamente, mas foi necessário me apoiar na bancada quanto seu polegar raspou-se com agressividade em meus lábios.
A carícia rude era calorosa, trazia arrepios ao meu baixo ventre e sem pensar fechei meus olhos com força, era muita energia perpassando meu corpo de uma única vez, me sentia necessitada de um toque mais próximo apesar de saber que tudo era absolutamente errado, mas o tempo para raciocinar estava estagnado para mim, eu preferia sentir aquela coisa estranha acontecendo do que processar as informações. Jeon fodia com qualquer pensamento naquele momento - em quase todos os sentidos.
Em um segundo eu sentia os dígitos rasparem com certa força sobre meus lábios e em outro minha respiração foi cortada, lábios famintos se prensaram contra mim, com uma mão emaranhando-se em meu cabelo preso em coque e a outra agarrada a meu quadril Jeon chocou o corpo robusto contra mim. Feroz, possessivo e doce, os lábios de Jeon eram mais habilidosos do que eu poderia imaginar.
Entre um encaixe desajeitado eu senti meu corpo arquejar, minhas mãos travaram sobre o tórax definido na tentativa mínima de afastar-me do ataque, porém era venenoso, os lábios que quase sempre eu via um sorriso lascivo estampado tinham um magnetismo anormal, eu sequer sabia notar tanto as feições e traços másculos de Jeon, mas no momento que o toque macio roçou contra mim eu pude recordar as inúmeras vezes que eu desenhava ao longe os finos traços daqueles lábios rubros.
Não demorou até a língua astuta do rapaz se insinuar sobre meus lábios, arrastando-se com lentidão desmedida pedido silenciosamente espaço que eu nem sequer pensei em negar. Eu sabia que o perigo nem passava perto de mim naquele momento, a invasão de Jeon em meu espaço pessoal já tinha sido esquecida a muito tempo, aquele homem sabia exatamente como envolver alguém e, eu não podia negar que estava relativamente satisfeita com aquela invasão. Jungkook sabia como envenenar alguém com um mero beijo.
Era perceptível a leve excitação do homem contraindo-se contra meu abdômen a cada vez que Jeon prendia-me com mais força contra seu corpo, sua excitação era contagiante assim como seu beijo, meu corpo tremia extasiado com a sensação das suas mãos me desbravando e, entre minha perda de fôlego e o mordiscar abusivo de Jeon em meu lábio inferior, pude ver o brilho convencido incandescer nos oblíquos escuros de Jeon.
A risada inconfundível do homem brincou em meus ouvidos e um gemido sôfrego corrompeu minha garganta, aturdida com as sensações que dançam sobre meu orgulho eu senti meu corpo ser erguido sem nenhum esforço, meu quadril foi duramente torturado com os dedos longos de Jeon que sem pudor perambulou por baixo da saia do uniforme e, com um roçar nada sutil senti que a integridade da minha roupa íntima foi ameaçada.
O maldito estava brincando comigo.
- Scarlett - o nome da mulher sobressaiu em meus lábios e Jeon parou por um breve momento me observando.
Minha respiração falhava algumas vezes enquanto eu tentava me recompor do meu caos emocional, eu não era nenhuma santa e sabia muito bem onde aquilo tudo iria terminar, mesmo ansiosa por mais de Jeon eu lembrava que meu emprego estava pendurado por um fio, pois no momento que Jeon me delatasse a Scarlett todo o meu esforço iria ralo a baixo.
Eu observava a feição quase que neutra do homem predador, parecia tentar descobrir meus pensamentos e, se o mundo não fosse tão normal, eu arriscaria que Jeon era capaz de ler mentes mesmo, pois quase sempre agia exatamente como eu imaginava, ele era um homem esperto.
Por um momento um vinco se formou na têmpora do homem assim como um leve movimento de negação próprio, relutante vi a sua face sumir quando abaixou a cabeça, os ombros caídos a respiração entrecortada e o calor infernal de seu corpo eram as únicas coisas que eu podia captar aturdida.
A nuca exposta era chamativa a mim, sempre tive uma certa tara por aquela parte masculina e, devo dizer que Jeon tinha uma nuca muito sexy ao meu ver. O músculos trabalhados de suas costas pareciam alongados com a nuca rígida e a camisa branca translúcida era um pecado ao meu ver, mas nada era tão chamativo quanto a força compenetrante dos seus olhos furtivos.
Enquanto eu via Jeon pensar profundamente em algo eu podia sentir a falta que seu toque fazia, era tão errado aquilo, mas… Céus, eu tinha o homem entre minhas pernas, eu estava com fios fugitivos devido sua maneira bruta de me possuir, um zumbido permanecia em meus ouvidos não me permitindo ter noção do espaço onde eu estava e minha língua parecia dormente pelo recém beijo. Eu estava um caos e pior, eu havia gostado de constatar isso.
Havia tanto tempo que um homem não me tocava daquela forma… Para ser sincera, nestes poucos anos de vida adulta eu não tinha uma vida sexual tão ativa assim, eu não era santa ou puritana neste sentido, tive meus namorados e casos avulsos de apenas uma noite, mas não me lembrava de nenhum homem capaz de me deixar atônita com meia dúzia de palavras sujas e um beijo com pegada.
Eu odiava tanto Jeon que não entendia bem porque eu cedi com tamanha facilidade, talvez parte do meu desdém consigo fosse meramente inveja dele com Scarlett, ou quem sabe ainda fosse apenas desejo acumulado e reprimido, sinceramente estava meio que me fodendo para isso ali em cima da bancada de mármore, mas o peso das minhas dívidas ainda falavam mais alto que meu fogo reprimido.
Com os minutos passados naquela posição eu tentei arrumar minha postura, eu tinha que no mínimo me recompor, pois eu tinha certeza que Jungkook tinha entendido que o que estávamos prestes a fazer era errado, eu nem precisava me justificar ou dizer algo além, apenas o nome da sua dona já servia de aviso suficiente para interromper qualquer coisa que fosse acontecer ali, no meio da cozinha de Scarlett.
Contudo, porém e entretanto…
O gemido baixo e chiado de Jeon causou um arrepio profano em minha lombar e meus músculos retesaram imediatamente. Merda, mil vezes merda. Seria pecado demais da minha parte imaginar como seria ser fodida enquanto Jeon geme de tal modo ao meu ouvido? É, o céu não era um lugar de destino para mim, pois o próprio demônio parecia ter vindo me torturar ainda em terra.
- Jungkook? - chamei sem obter uma resposta do homem que mantia a cabeça baixa e portanto subi duas oitavas na voz para ter ênfase - Senhor Jeon..?
Bingo, a cabeça do homem não esperou nem mesmo seu sobrenome ser chamado por mim porque os olhos felinos me fitaram desafiadores. Eu sabia o quanto tinha desgosto por ser chamado assim por mim, mas como não obtive resposta ao chamá-lo normalmente… Eu tinha que usar das poucas armas que tinha, mesmo que não soubesse bem porque Jungkook se desagradava daquela forma por chamá-lo com seu sobrenome.
Ameacei descer da bancada, aquela brincadeira muda estava me dando nos nervos - de todas as formas possíveis -, eu não tinha paciência para aturar brincadeiras infames de meu “suposto” patrão quando poderia estar indo para o quartinho da empregada dormir até ter que aturar um novo surto de Scarlett por absolutamente nada. Doce engano da minha parte.
Meu erro foi exatamente no momento que meu corpo serpenteou pela bancada até parar na borda onde Jeon prensava o corpo, o contato mais próximo emitiu um alerta em minha cabeça quando o homem sequer moveu um músculo e olhou mais uma vez para baixo me fazendo copiá-lo por reflexo. Puta que pariu.
Será que eu já disse a mim mesma hoje que eu só faço merda? Porque se não… Bem, parabéns ______, você só faz merda.
Agora eu entendo porque Jungkook passou tanto tempo de cabeça baixa, e eu aqui de trouxa achando que ele estava pensando que quase fez merda e que por isso estava arrependido… Filho da mãe desgraçado. Eu definitivamente odeio uniformes a partir de hoje e para todo sempre.
As coisas aconteceram tão rápido que eu não pude notar no calor do momento o que acontecia ao meu redor, nem sequer me importei com o leve frio que fazia em minhas pernas, mas sinceramente, Jeon certamente não tem um pingo de vergonha na cara? O maldito gigolô se aproveitava do meu momento de devaneio para olhar, sem pudor algum, minha roupa íntima assim como as pernas desnudas. Idiota aproveitador.
Meu rosto enrubesceu e involuntariamente minhas pernas tentaram se fechar para esconder meu íntimo, mas para meu desagrado o quadril de Jeon era um empecilho e isso só serviu para trazê-lo mais próximo de um perigo iminente. O roçar de nossos íntimos foi tão sutil quanto o vermelho carmesim que pintava minha face, mas a mão fervorosa de Jeon não perdeu tanto tempo assim.
Apertando sem receio Jeon marcou os dedos longos no alto das coxas que a meia três quartos do uniforme não cobria, arrastou-se até o elástico da calcinha branca rendada e sorriu safado para mim. Isso iria acabar muito mal.
Por reflexo tentei para sua mão nervosa ao prender o pulso fino, mas infelizmente não pareceu surtir efeito, Jeon gostava de brincar, pelo menos era isso que me pareceu nos poucos minutos em que nos pegávamos na cozinha. A mão livre de Jeon fez o favor de soltar meu coque até então já quase desfeito e com um puxão mais firme fez meu corpo arquear.
Uma batida mais pulsante em meu coração fez meu sangue ferver, a língua astuta de Jungkook alcançou meu pescoço com possessão e alí eu soube que teria uma marca mais tarde, a sucção contínua sobre a minha pele me fazia tremular, meu rosto se contorcia vez ou outra, seja por prazer ou de dor, mas tudo que ele fazia era realmente bom, confesso que se sentir submissa nas mãos de Jeon não era de todo ruim.
Jungkook me manuseava com maestria, o homem parecia saber exatamente onde tocar e como tocar, eu via como mantinha os olhos cravados em cada expressão em meu rosto e como se divertia toda vez que meus lábios eram maltratados na minha tentativa de reprimir todo e qualquer som.
Foi entre os selares, sucções e mordidinhas em meu colo que a invasão do meu espaço pessoal foi completa. Um grunhido se prendeu no fundo da minha garganta e a resposta do meu corpo foi cravar as unhas nos ombros de Jeon com o máximo de força possível. Maldito gostoso.
Sem se preocupar com um aviso prévio o homem invadiu a pequena peça rendada que me cobria, os dedos dançaram sobre minha fenda encharcada e uma pressão gostosa foi feita no clitóris intumescido, um arrepio me fez estremecer dentro do enlace de Jeon e com os olhos semicerrados vislumbrei o sorriso vitorioso de sua parte.
O dedilhar lento e invasivo era maravilhoso, uma tortura de qualquer forma, mas ainda maravilhoso. O prazer em meu corpo aumentava em ondas calorosas e aos poucos me senti amolecer, com penetrações lentas e fundas eu me sentia ir ao limite e retornar, lamuriar e ciciar era meu único feito, observar as faces divertidas de Jeon também se tornava um pequeno vício nos poucos minutos corridos.
Eu estava enlouquecendo com apenas uma masturbação digna de óscar, se aquele homem decidisse prolongar isto ao próximo nível eu sinceramente não seria capaz de negá-lo. Eu estava entregue de corpo, mas refutava-o em palavras.
- Nós deveríamos parar... - forcei minha voz sentindo como os lábios famintos passeiam por meu pescoço sem me dar a devida atenção.
- Não acho que queira parar…
- Sim, eu quero..! Você não devia faahh.. - um gemido esganiçado me cortou no momento que seus dedos trabalham com mais velocidade em meu íntimo.
- O que dizia? - a risada abafada de Jeon aqueceu minha pele em um rastro fervoroso - Você disse para fazer mais rápido? Ou será que mais fundo..? Você consegue sentir como meus dedos dançam perfeitamente bem aqui - a mão livre do homem se arrastou pelo púbis contraído me fazendo resmungar - Sabe o que eu quero fazer com você ______? Primeiro eu vou te chupar como nenhum outro homem fez, eu vou tocar cada pedaço da sua pele até você perder as forças para falar e depois eu vou te foder gostoso até você confessar que desde que me viu você queria ser fodida de quatro nesta cozinha. O que me diz, você se rende docinho..?
As palavras de Jeon se embraralharam em minha mente enquanto me sentia contrair mais com a velocidade imposta por seus dedos, eu ofeguei rente ao seu pescoço sem forças para contrariar ou para implorar que prosseguisse naquele ato infame, Jeon gargalhou triunfante quando no desespero por gozar repuxei seus fios negros com toda minha força.
Um selar desengonçado foi iniciado por mim, sem pressa, porem com gana, era minha angústia com as contrações dolorosas em meu baixo ventre toda vez que seus dedos fugiam de meu íntimo, eu estava perto, tão perto… Sentia as pernas bambas e o interno das coxas anestesiado, agradecia mentalmente a Jeon por ter me colocado sobre a bancada, do contrário eu já teria ido ao chão.
Meu peito subia e descia descompassado, me sentia rebolar contra os dedos de Jeon involuntariamente e arranhando sua nuca com as unhas eu pude ouvir o gemido moroso do homem se abafar contra meus lábios inchados. Não precisou de muito além disso para que meu orgasmo viesse, gemi baixo afogando meu rosto na curvatura do pescoço de Jeon e minhas mãos dançaram sobre a bancada buscando qualquer objeto para descontar toda a explosão de hormônios no meu corpo.
Ao longe ouvi o som de coisas caindo, talvez algumas panelas ou até mesmo potes de tempero, eu não sabia ao certo, meu corpo ainda se contraia deleitosamente com o orgasmo já que Jeon fazia questão de prolongar os efeitos ao acariciar lentamente toda minha intimidade com foco em meu ponto mais sensível.
Tudo bem eu confesso; ele é bom.
- Você é louco - resmunguei ofegante apoiando minha cabeça em seu ombro, precisava me recompor - nunca mais me chame de docinho.
- Você é gostosa - ele afirmou risonho retirando os dedos de onde mantinha uma carícia agora lenta e se afastou o suficiente para que eu visse seu ato libidinoso de lamber os dedos em uma sucção que estalava a língua.
Filho da puta.
Vi Jungkook sorrir venenoso ao terminar de sorver até os últimos resquícios do líquido em seus dedos, era tão sujo, mas ao mesmo tempo tão sexy, a ereção proeminente e viva marcava-se perfeitamente na calça moletom e isso me fazia imaginar muitas coisas, incluindo coisas tão sujas quanto ao que o vi fazer e se deliciar.
As mãos com dedos tão esguios foram a própria camisa e para meu total deleite ele a tirou, era a visão dos deuses para uma pessoa sem homem a alguns anos. Os músculos bem trabalhados no trapézio davam uma estrutura altivez a Jeon, os bíceps contraídos e os gominhos detalhados do abdômen eram uma perdição, mas as covinhas na cintura que se desviavam ao cós da calça era o que chamava minha atenção para saber o que estaria guardado logo mais abaixo
Ele só podia estar de sacanagem com a minha cara.
Se não bastasse invadir meu espaço pessoal com toda aquela testosterona e lábios venenosos, ele queria me torturar com seu corpo esbelto e malhado; não que eu estivesse reclamando da visão, longe de mim, mas aquela coisa toda sem nome estava me dando nos nervos.
O erro já havia sido cometido, disso eu tinha absoluta certeza, no momento em que permiti sua presença maior sobre mim e os beijos em meu colo, quando o deixei me tocar, quando me abri mais para que seus dígitos fosse mais fundo… Eu lhe abri os espaços, pensando bem, talvez todas as vezes que me teve o observando pelos arredores da casa tenham sido interpretados como um interesse carnal de minha parte.
Sinto que tudo não passa de especulação de minha parte, como uma adolescente que acaba de fazer amor com o cara que ama e espera que ele lhe prometa o mundo e as estrelas no céu, é uma pena que na grande maioria dos casos os homens apenas desejam um segundo round ou apenas dormir, não há promessas de um futuro juntos e nem juras de amor, para os homens quase sempre é tudo carnal.
Se foi erro meu ou equívoco dele já não faz tanta diferença, não quando eu tenho um homem de tal porte a minha frente totalmente disposto a me fazer gemer sobre a bancada de mármore que mais odiei nos últimos meses. Essa não é uma oportunidade para se deixar passar.
Que estarei no olho da rua depois disso eu já sei, mas se ao menos eu puder tirar uma casquinha da situação…
Desta vez quem sorri sou eu, foda-se que Scarlett já usou e abusou deste corpo, foi ela e mais trocentas mulheres que puderam pagar pelos serviços e, bem, Jeon até então me oferece de graça, por que não usufruir do que a vida me oferece? Nem é meu aniversário para ganhar um presente assim.
Ah se minhas amigas vissem esse homem… Elas disseram que homens desse tipo podiam nos fazer revirar os olhos apenas com os dedos e agora entendo porque. Os dedos de gigolôs são bons, muito bons.
Jungkook parece entender bem o que meu sorriso significa, ele sorri de igual modo, porém ele é mais lascivo, quase sempre sua língua dança sobre os lábios famintos e isso é algo apreciável do meu ponto de vista porque tudo nele é sensual e sinuoso. Jeon é um pecado ou talvez dois, quem sabe os sete.
Eu gostaria de memorizar lentamente cada movimento seguinte do rapaz, mas é impossível, porquê da lentidão torturante Jeon se torna feroz, com um sorriso cínico ele segura a gola do uniforme que me cobre e num movimento único parte o tecido em dois. Meu choque é tão grande que a única coisa que posso fazer é observar minha seminudez e os pedaços de pano que se prendem em minha cintura.
Minha boca se abre e se mantém muda, penso em pronunciar-me sobre aquele ato grosseiro, mas sinceramente perco o raciocínio ao notar seu olhar promíscuo em meus seios cobertos pelo sutiã branco do conjunto. Este homem definitivamente não tem pudor ou limites.
A presença de Jeon logo toma o espaço desejado entre minhas pernas, o membro rijo roça em minha coxa desnuda e as mãos agarram minha cintura me mantendo perto. Os beijos quentes traçam uma linha desde minha boca até o vale dos seios onde Jeon puxa com os dentes o bojo do sutiã e o solta sorrindo de meu resmungo, sinto como a boca sibila palavras sujas contra minha pele, rastros de saliva ficam sobre meu ventre e a leve mordida em meu púbis arranca um gemido agudo de mim.
É a vitória de Jeon.
Os dedos do homem dançam pelas laterais do único tecido transparente que me cobre encharcado, e sob o olhar fervoroso que me lança eu sinto o elástico descer por meu quadril até desaparecer do meu corpo. Estou exposta para si e isso pouco me importa ou desagrada, eu sorrio gananciosa, me abro mais enquanto assisto o rosto belo do homem me devorar e suspirar; posso não ser a mulher mais sexy do mundo ou não ter tanta experiência como o gigolô, mas sei que não sou de se jogar fora.
Eu meu dou o próprio valor.
A boca faminta de Jeon avança sobre minha pele, sinto novas marcas se formando no interno das coxas que tremulam ansiosas e um sopro quente vai de encontro ao ponto mais sensível do meu corpo. Um arrepio torpe percorre meu corpo quando um beijo nada casto é depositado bem ali e o que vem a seguir deturpa meu corpo.
Estou em êxtase.
O percorrer lento de sua língua era uma tortura, sentia o músculo desenhando minhas formas, sugando meus líquidos e mordiscando meus lábios maiores até fingir penetrações rasas. Me sentia inebriada com as sensações daqueles lábios, Jeon era profissional, ele definitivamente era profissional! Meu corpo arquejava sobre a bancada, lamúrias percorriam meus lábios e meus olhos se fechavam toda vez que a sucção atingia meu ponto de prazer, eu jamais tinha sido tão bem chupada, isso era um fato concreto.
Novas ondas de prazer percorriam meu corpo, me sentia sensível ali, depois de um orgasmo não havia parte do meu corpo que não reagisse as mãos quentes ou os lábios devassos do homem.
Foram minutos ou horas, eu já não sabia quanto tempo havia passado, eu só sentia meu corpo se debater em busca do alívio que o homem não permitia, Jeon acelerava e depois diminuía, sorria contra meu sexo a assoprava meu clitóris cada vez que me sentia rebolar contra sua face. Maldito, ele sabia que tinha o poder sobre meu corpo, mas não parecia se importar com meu descontentamento.
Quando tudo parecia estar perto e meu ventre se contraía fui mais uma vez traída pela sua possessividade; ele parou. Me ergui sobre os cotovelos tentando visualizar o motivo de sua abrupta interrupção e só tive tempo de vê-lo contrariado mordendo o próprio lábio.
Jeon me puxou pelas pernas me colocando em pé e rapidamente me pôs de costas para si, assim, presa entre a ereção gritante e a bancada de mármore eu entendia perfeitamente o que viria a seguir, Jeon jungkook iria foder com tudo - literalmente.
Os beijos de Jeon desceram por minha nuca com fervor e eu gemi em deleite, as mãos agarraram meu quadril roçando o membro rijo com possessão e quando eu me empinei Jeon quase rosnou em meu ouvido. Um tapa, sim, um tapa, Jeon Jungkook teve a audácia de me dar um tapa na bunda. Abusado.
Eu poderia xingá-lo profundamente naquele momento que senti minha pele arder descomunalmente, mas para contrariar a mim mesma o que soltei foi apenas um gemido agudo e moroso, eu estava contundente com aquilo, a dor era tão gostosa que eu já não sabia o que tinha acontecido comigo.
Nunca fui adepta a violência na hora do sexo, mas a filhadaputisse de Jeon era maior e mais tentadora naquele momento.
As duas mãos de Jeon apertaram com força minha bunda, senti minha carne ser afastada com afinco e uma mordida em meu ombro me fez ofegar, eu rebolei, foda-se auto controle ou sexo convencional, eu só quero ser fodida com força por Jeon Jungkook.
Entrando em seu jogo eu me debrucei na bancada usando de toda sensualidade residente em meu corpo e deixei meu quadril elevado para si, a disposição para ser surrado ou qualquer outra safadeza que Jeon conhecesse, mas ele só ousou brincar com minha lubrificação exagerada, melando os dedos e brincando com meus sentindo, espalhando sobre a linha da minha coluna minha própria lubrificação para só então arrastar sua língua em minha pele. Aquilo era malditamente excitante, Jeon era malditamente excitante.
Aquela altura eu já nem temia se alguém nos ouvia, talvez algum empregado ainda perambulasse pela casa aquela hora da noite, Scarlett com certeza não retornaria e a única cozinheira que dormia na casa como uma verdadeira escrava era eu. Foda-se os vizinhos e empregados, foda-se Scarlett e seu egocentrismo, fodam-se!
Eu nem mesmo senti a movimentação de Jeon, ele não parou suas carícias em nenhum momento, mas algo quente e úmido forçou passagem em minha entrada. Seria inocência da minha parte não saber do que se tratava, aquele penetrar sutil e derradeiro me fazia ofegar ansiosa, Jeon ronronava como um gatinho sentindo meu íntimo contrair o umedecendo e roçando a barba por fazer em minhas costas eu sentia meus pelos se arrepiarem.
Aquela quase foda e tensão estavam me deixando fora de mim, pois ali nem eu me reconhecia.
Jeon poderia passar horas brincando e se divertindo com minha libido, se favorecendo do meu desespero por finalmente ser fodida por um homem de verdade, mas ele parecia tão necessitado quanto eu, fora ontem mesmo que eu ouvi os gritos de Scarlett ainda antes do café da manhã, eu tinha certeza que não fazia tantas horas que Jeon tinha desfrutado de uma boa transa, ou quase boa, não colocaria minhas apostas na performance de Scarlett na cama.
Entre um gemido e outro Jeon se afundou contra meu corpo, uma investida dura e impiedosa que me fez ressoar dolorida, mas satisfeita. Eu não tive a oportunidade de vislumbrar ao vivo e a cores o membro que me preenchia tão bem, mas… Céus, ele era digno de ser um ator pornô, eu não tinha certeza sobre tamanhos penianos e qual era melhor, nunca me importei de fato que fosse grande ou pequeno, grosso ou mais fino, mas Jeon Jungkook provavelmente era de todos o melhor.
Senti as mãos de Jeon brincarem sobre a curva do meu quadril e eu sabia bem o que tanto lhe interessava a região, arrepios profundos contraiam meu ventre preenchido com toda masculinidade de Jeon e o farfalhar desejoso que fluía do homem chegava aos meus ouvidos como uma sinfonia.
- Gosta do que vê..? - afirmei risonha ouvindo Jeon xingar e me olhar tentado a perguntar então matei sua curiosidade pousando uma das mãos sobre sua destra possessiva e meu quadril - Foi uma noite de bebedeira da faculdade, eu saí com minhas amigas e tomei 8 copos de tequila, depois da quinta dose eu não lembro mais nada, mas fomos a uma lojinha de tatuagem perto da faculdade e cada uma fez uma - expliquei vendo sua mão seguir os traços dos pássaros negros sobre a lombar - uma mandou escrever “fuck you” entre os seios e a outra uma lua no ombro direito - afirmei me lembrando - não me pergunte porque os pássaros eu só me lembro de acordar na manhã seguinte com uma ressaca maldita e a bunda dolorida.
- Boa história - Jeon sorriu ainda desenhando os pássaros com a ponta dos dedos - seria interessante se estivesse escrito “fuck me” - ouvi a risada nasal de Jeon e foi inevitável não rir, ora eu estava sendo fodida por um homem gostoso e ele ainda era piadista.
- Não acho que precise de uma para realmente o fazer - brinquei rebolando contra o membro latejante e Jeon agarrou meu quadril impedindo meu movimentar - Jeon!
- Vai machucar se fizer assim - observei o homem por cima do ombro sem entender a que se referia - não dá para fazer assim… Vai te machucar, com Scarlett é… Diferente.
- Por acaso você está insinuando que ela… - deixei minha voz morrer pensando no que Jeon dizia e minha vontade foi de gargalhar. Então aquela gritaria toda era por nada? Jungkook nem precisava terminar a frase, ele havia deixado explícito que Scarlett era uma mulher com experiência demais.
- Não ria, transar com ela é como brincar com uma sacola plástica, é larga e cheia de vento - o desgosto na voz de Jeon era perceptível, agora eu entendi porque tanto fogo acumulado - fique quieta e afaste as pernas um pouco, não quero te machucar.
- Não estou incomodada com o taman… - me engasguei ainda na primeira provocação quando Jeon moveu os quadris e eu pude sentir todo o comprimento do homem dançar em minhas paredes internas. Isso era bom demais.
- Dizia alguma coisa? - ouvi um risinho de Jeon enquanto uma das suas mãos guiou minha perna a se afastar para lhe dar espaço - Que tal você gemer para mim ao invés de desdenhar do meu tamanho, huh?
- Hum… Uh… Uhum! Isso é...
Não era possível falar naquele momento, não com um homem daquele movendo os quadris tão perfeitamente, a abertura entre minhas pernas havia aliviado a pressão forte das investidas e isso diminuía o incômodo pela invasão depois de tanto tempo sem sexo. Eu podia ouvir os gemidos graves de Jeon ressoando pela cozinha sem preocupações, meu ventre contraia a cada nova investida e pouco a pouco os líquidos de nosso sexo escorriam por entre minhas coxas num rastro quente.
O som do nosso sexo era tão excitante que eu permitia que todos os sons libidinosos que um dia escondi se liberassem, a bancada de mármore era meu apoio mais firme, pois as pernas eu já não sentia, minha respiração falhava e por pouco meus olhos lacrimejariam.
A respiração de Jeon pesava contra minha nuca, as mãos do homem usama os trapos presos em minha cintura para se impulsionar com mais fervor, era quente, duro, rápido, fundo… Sim, ele ia fundo, sem medo ou meios termos, carnal e voraz, Jeon revogava todos os gemidos presos em minha garganta.
A possessão de Jeon era devassa, me embebedava e se enervava em meu corpo, a euphoria rugia em meu peito e quando uma das mãos do homem prendeu meus fios em um rabo de cavalo mal feito eu me senti ser domada. De quadro, empinada para um gigolô, presa sob os emaranhados dedos, marcada pela mão quente, saboreada pelos lábios devassos, chamada pelas palavras sujas… Na bancada de mármore, eu senti meu segundo orgasmo destruir cada célula do meu corpo.
Ainda naquela posição, sem saber nem mesmo qual era meu nome eu senti uma das minhas pernas ser flexionada, não tinha nem chance de reagir ou contestar, Jeon se afundava com mais ânimo naquela nova posição, eu o sentia mais fundo daquele jeito, mais selvagem, ofegante.
A voz de Jeon saía esganiçada e entrecortada pelos movimentos contínuos, meu ventre se contraía, o suor encrespava-se por minha pele em camadas finas, o ar ao nosso redor se condensava no cheiro profano de sexo. Todo aquele lugar agora era um ambiente corrompido pela nossa libido.
Mais um tapa foi dado em minha bunda me arrancando um gemido dolorido, outro do outro lado foi mais forte, outro me fez gritar me empinando com mais vigor e o latejar contínuo do local me mostrava o quão possessivo Jeon era, um maldito dominador. Uma nova onda mais forte arrebatou meu corpo, arrepios lamberam minha pele desnuda e a contração indescritível em meu baixo ventre me fez gritar o nome daquele homem.
Desta vez ele veio junto, fundindo-se a mim o mais firme possível, Jeon parecia destruído fisicamente, por cima do ombro eu via suas mãos largadas sobre meu quadril dolorido, os fios negros colados à testa suada, os músculos retesados, os lábios vermelho sangue e os olhos vibrantes, era uma bela visão, a visão do pecado.
Ele saiu de mim me fazendo resmungar, estava sensível, muito sensível e ele me ajudou a erguer o corpo amolecido. Ofegantes e satisfeitos, assim estávamos diante um do outro. Jeon afastou meus fios os colocando atrás da orelha, desenhou meus lábios com o polegar me fazendo suspirar e prensou o corpo ao meu mais uma vez. Aquilo era um claro sinal de perigo, mas não é como se eu me importasse mais.
- Agora que eu já te comi gostoso na cozinha é hora de fazer o mesmo na área de serviço - Jeon sussurrou contra meus lábios mordiscando-os algumas vezes - sempre quis saber como era te comer em cima da máquina de lavar.
- Como é? - perguntei aturdida, mas confesso que estava achando engraçado a confissão repentina.
- Eu tenho uma lista de prazeres, primeiro tranzar na cozinha com você usando esse uniforme - ele ditou massageando um dos seios por cima do sutiã intacto - depois tranzar em cima da máquina de lavar, mas a centrífuga tem que estar ligada para ser mais divertido - ele gargalhou da minha cara de espanto ao imaginar - não se surpreenda, eu planejei tranzar em cada cômodo dessa casa, menos no quarto da Scarlett, aquele lugar me dá arrepios… Ah, mas a gente pode tentar porta da garagem, eu ainda não tinha pensado em fazer por lá.
- Jeon! - repreendi descrente, afinal eu não sabia se aguentaria mais uma rodada daquela.
- É brincadeira - se defendeu - sendo só na garagem já está de bom tamanho para mim.
- Vai sonhando que eu vou aderir à sua lista de pecado - debochei erguendo o rosto para fitá-lo com firmeza - eu sou boa demais para servir aos seus caprichos senhor Jeon...
- Posso garantir que a centrífuga ligada te faz mudar de ideia em um minuto - um sorriso sacana dançou nos lábios vermelhos que me roubaram um beijo profundo, as mãos contornaram minha cintura dolorida e os polegares faziam círculos em meu baixo ventre. Aquilo já era tortura - seu beijo vicia - confessou rouco contra meus lábios quando ofeguei - você é quente e apertada… Seu cheiro é doce e seus gemidos… Porra, eu poderia ficar o dia inteiro te fodendo de todas as formas possíveis que eu não me cansaria ______… Só mais uma vez...
A resposta nunca veio para aquele pedido torpe, não era necessário, pois no momento que Jeon sussurrava suas brincadeiras sujas eu já estava entregue, mais do que disposta a prosseguir com ela loucura, eu queria me afundar no mundo de Jeon, no mundo desconhecido e pornográfico de Jeon.
Eu ainda me lembrava como tudo aquilo havia começado, só não sabia onde iria parar. A vida é uma caixinha de surpresas.
Eu só desejava quitar minha dívida estudantil, viver uma vida calma e sem muitas preocupações, me realizar profissionalmente como qualquer jovem da minha idade, mas me tornar a companheira sexual de um ex ator porno sem sombra de dúvida não estava em meus planos.
Jeon tem a pessoa que lhe provém a vida boêmia, a mesma que me emprega e permite minha sobrevivência, eles são um casal oportunista a sugar tudo que o outro tem a dar, eu sou a empregada com dívidas a pagar; entre Jeon e eu supostamente não deveria acontecer nada, mas ouvi dizer que para um incêndio só é necessário uma fagulha, ou melhor dizendo: para cair na tentação só é necessário Jeon Jungkook.
- Você é apenas um maldito pecado, mas é um pecado que não sou capaz de negar.
~ I'm Sexy Porn Star ~
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