POV EMILY
—Boa tarde! – Desejei assim que alcancei a mesa de Alison. Mona havia acabado de ir embora, mas eu não sei se ela falou com minha recepcionista ou não.
—Boa tarde! – Alison respondeu sem me encarar.
—Pode vir até a minha sala?
—Claro! – Alison respondeu prontamente e me seguiu até a sala com minha agenda em mãos.
—Pode se sentar! – Falei e Alison me obedeceu. Ela sentou na cadeira disposta de frente para minha mesa, abriu a agenda e a encarou com sua caneta em mãos. —Alison… – Comecei e ela se preparou para escrever. —Não vamos discutir minha agenda ainda, pode ficar calma. – Pedi e ela assentiu. —Queria saber o que você viu aqui na minha sala?
—Eu não vi nada, só vi que estava acompanhada e saí!
—Mas você saiu correndo, me fala o que viu!
—Eu não vi nada, Emily! – Ela afirmou com a voz firme e eu a encarei com uma das minhas sobrancelhas arqueada.
—Você pode me contar…
—Eu já disse que não vi nada! – Alison me interrompeu e dessa vez me encarou. Eu sabia que ela estava mentindo, a garota parecia ter visto um fantasma e agora me dizia isso?
—Ótimo! E mesmo que tenha visto, queria deixar claro que nada disso é da sua conta! – Falei a encarando. Ela assentiu e voltou a olhar para a agenda.
—Hoje terá duas sessões de fotos com as modelos que ligaram na semana passada. – Alison informou e eu assenti. —Amanhã tem somente uma modelo e a Verônica ligou para saber se tem um horário vago para falar com você, ela disse que é importante.
—Tudo bem, ligue para a Verônica e peça para ela vir hoje no final da tarde, eu já terei terminado as fotos! – Afirmei e Alison fez anotações.
—Já posso ir? – Ela perguntou me encarando.
—Já, você tem trabalho a fazer. – Falei com indiferença. Alison se levantou, fechou a agenda e se virou para sair da sala. —Alison! – A chamei e ela virou-se para me encarar. —Não esqueça meu café!
—Claro! – Ela falou sem nenhum sorriso e saiu da sala rapidamente.
O que deu em mim? Desde quando eu me importo com essa garota? O que importa o que ela viu? Ou o que ela acha que viu? Eu não devo explicações a Alison, tenho que deixar isso claro para ela, só assim ela saberá quem é que manda aqui nesse lugar.
Olhei em volta e pousei minha visão na pilha de pastas que estavam em minha mesa. Peguei as mesmas, olhei uma por uma e as peguei para levá-las até a mesa de Alison. Quando abri a porta minha recepcionista me surpreendeu e o copo de café descartável se desfez ao entrar em contato com meu corpo.
—Alison! – Gritei impaciente e senti o líquido queimando minha pele.
—Me desculpa, eu ia entrar e ai você saiu… Me desculpa! – Ela pediu desesperada e começou a tentar limpar minha blusa.
—Para com isso! – Ordenei e a afastei de mim. Entrei de novo em minha sala, tirei minha blusa e olhei para Alison que me fitava de forma curiosa. —Não olhe para mim assim garota! Vá logo até minha casa buscar uma muda de roupa! Ou quer que eu trabalhe sem roupa o resto do dia? – Perguntei e Alison negou freneticamente com a cabeça, mas permaneceu parada. —Vai logo Alison! – Gritei e a garota sumiu de minha vista.
…
Alison tinha ido e voltado rapidamente, nem sabia como ela tinha sido tão rápida, mas isso não me importava. Me troquei, peguei novamente as pastas na mão e fui em direção a mesa de Alison. Joguei as pastas na frente da garota que me encarou surpresa.
—Ligue para essas modelos, peçam para elas virem até aqui! Imprima aquele formulário de autorização para essas meninas assinarem e diga que eu pagarei caso for usar as fotos em alguma exposição, ok? – Perguntei e Alison assentiu. —As fotos que eu selecionei estão marcadas, o resto delas pode jogar fora ou pergunte para as modelos se elas querem ficar com elas já que são lixo.
—Mas estão ótimas! – Alison falou olhando para as fotos descartadas.
—Para uma amadora! – Falei revirando os olhos.
—Bom, eu ligarei assim que chegar!
—Onde vai?
—Buscar outro café! – Alison falou colocando sua bolsa em seu ombro.
—Esqueça o café! Não quero outro banho daquele! – Falei sem humor e Alison assentiu.
—Foi sem querer…
—Não importa! – Vociferei e Alison me encarou sem graça. —Me avise quando a primeira modelo chegar!
Entrei em minha sala, fechei a porta com força e me joguei em minha cadeira. Que dia insuportável, não sei o que deu em mim ou motivo por Alison estar me irritando tanto hoje. Como se não bastasse o que ela supostamente viu, ainda ganhei um banho de café, que ótimo! Só espero que Verônica tenha boas notícias, pois se for algo ruim só servirá para fechar esse dia com chave de ouro.
POV ALISON
Cheguei no estúdio atrasada de novo, mas dessa vez foi porquê tive que ficar um tempo a mais na escola. Corri para minha sala, joguei minhas coisas sobre minha mesa e fui ao encontro de Emily. Entrei em sua sala e sua poltrona estava posicionada de costas para mim, me mantive em pé encostada na porta.
— Está atrasada Alison. – ouvi a voz firme de Emily.
— Desculpa, eu tive alguns contratempos na escola. Eu faço hora extra para compensar.
— Hora extra? Isso não vai adiantar de nada para mim. – a cadeira de minha patroa ainda estava de costas para mim, sua voz saía abafada e sexy.
— Eu posso compensar de alguma forma? Não posso perder esse emprego. – falei quase desesperadamente. Se Emily me demitisse, eu estava perdida, todos os meus planos iam por água abaixo e eu não poderia mais desfrutar de sua companhia, tão arrogante e doce ao mesmo tempo.
— Preciso dar um jeito nisso Alison. – Emily pronunciou cada palavra lentamente, e em câmera lenta sua poltrona finalmente se virou em minha direção.
Perdi o ar quando meus olhos encontraram os dela. Mas não demorou muito para que eu focasse em outro lugar que não era aquela imensidão castanha. Emily vestia apenas um sutiã rendado vermelho, mas não aquele vermelho xoxo, aquele vermelho vibrante, sangue e sedução.
— Eu posso voltar outra hora se preferir. – falei tentando manter o controle, mas estava muito difícil. Os seios fartos e duros de Emily não me deixavam desviar o olhar, e pude sentir que meu sexo latejava dentro de minha calcinha. O que estava acontecendo comigo? O que aquilo significava? Por que Emily estava apenas de sutiã? Quando tínhamos ficado tão “íntimas”?
— Quero que fique. – disse ela sensualmente. — Parece tão tensa Alison, por que não se senta?
— Claro. – falei com muito esforço.
Tentei caminhar, mas minhas pernas falhavam e não pareciam me obedecer. Deus, o que estava acontecendo comigo? Respirei fundo e tentei ao máximo manter a pose, eu não podia fraquejar na frente de Emily, não podia deixar indícios de que estava cobiçando e admirando seus belos seios.
Andei até a cadeira que ficava disposta em frente a sua mesa, mas quando fiz o movimento para me sentar, Emily me interrompeu:
— Não Alison, aí não. Quero que sente aqui. – disse ela se levantando de sua poltrona.
A parte debaixo estava bem pior que a de cima, Emily estava apenas com uma micro calcinha rendada na mesma cor que o sutiã. Tentei me controlar ao máximo, mas meus instintos estavam a flor da pele, tudo o que eu mais queria era tocar e explorar cada centímetro de seu corpo.
Respirei fundo mais uma vez e fiz um esforço sobre humano, sentei-me devagar em sua poltrona, fechei os olhos e aos poucos fui relaxando. Só se ouvia por todo o recinto nossas respirações.
Senti as mãos de Emily nos meus ombros e abri os olhos assustada. Sabia que era um sonho, eu provavelmente tinha dormido em algum momento, talvez assim que entrei na sala de Emily e imaginei toda aquela cena.
Mas não foi isso o que aconteceu. Virei lentamente minha cabeça na direção onde Emily estava, e ela ainda vestia apenas suas roupas íntimas.
— Relaxa Alison! – falou apertando meus ombros, seus dedões faziam movimentos circulares nas minhas costas e eu fui me deixando envolver pelas sensações que seus movimentos me proporcionavam.
Fechei os olhos outra vez, e passado algum tempo, senti algo molhado em minha bochecha. Eram os lábios de Emily. Ela foi beijando toda a extensão lateral do meu rosto, subiu até minha testa e depois voltou para a bochecha. O cheiro do seu cabelo invadia minhas narinas e eu pedi aos céus para que aquele momento não acabasse nunca.
Os lábios de Emily encontraram meu pescoço e ela se sentou em meu colo. Coloquei minhas mãos sobre suas cinturas e me permiti viajar pelo seu corpo, acariciei suas costas, e apertei levemente suas coxas, até chegar em sua bunda. Sua boca encontrou o caminho até a minha, e uma explosão de sentimentos variados invadiram minha cabeça. Eu sabia que aquilo era errado, eu sabia que eu poderia ser só mais uma na vida de Emily, mas eu queria aquilo, queria seu corpo colado ao meu, queria sentir e dar prazer a ela.
Nossas línguas brincavam enquanto minhas mãos apertavam sua bunda. Ela dava leves gemidos entre um beijo e outro. Depois interrompeu meus movimentos, me ajudou a tirar minha calça e minha calcinha. Se ajoelhou em minha frente, seus olhos encontraram os meus por um breve instante, havia um misto de tesão e desejo neles, e aquilo me fez arrepiar dos pés a cabeça.
A língua de Emily estava prestes a encontrar meu sexo, até que uma força surreal e sobrenatural me tirou daquele momento. Parecia que algo me sugava e me puxava para outro lugar, minha visão começou a ficar turva e o rosto de Emily distante.
Tudo ficou escuro de uma hora para outra e um baque me fez pular.
SONHO OFF
Sentei na cama totalmente desnorteada, eu pingava de suor e senti um líquido quente sair do meu sexo. O sonho tinha sido tão real que meu corpo entendeu que realmente aconteceu. Mas não aconteceu.
…
Saí da escola e fui correndo para casa, praticamente engoli meu almoço, tomei um banho voando e quando estava prestes a sair de casa uma tempestade atingiu a pequena cidade de Rosewood.
Abri minha sombrinha, mas antes de chegar na metade do caminho para o estúdio ela entortou e voou de minha mão. A chuva ficou cada vez mais forte e para ajudar, eu estava de branco. Me escondi embaixo de uma árvore onde estava algumas pessoas, tive a impressão de ver Emily e o sonho daquela noite invadiu minha mente, eu nem consegui me concentrar nas aulas hoje, graças a esse sonho. Olhei de novo para a mulher que achei que fosse Emily, mas não era ela.
— Tá começando a delirar, Alison – sussurrei para mim mesma.
Me abaixei no chão e procurei por minha capa de chuva, mas antes que pudesse achá-la, o vento mudou de direção e molhou todas as pessoas que estavam embaixo da frondosa árvore, todo mundo começou a correr sem rumo pela rua e somente a idiota aqui ficou lá tomando a maior chuvarada.
— MAS QUE DROGA! – gritei aos quatro ventos.
Quando finalmente achei minha capa, eu já estava totalmente molhada. Se eu voltasse para a casa e pegasse alguma muda de roupa, provavelmente chegaria atrasada e Emily me comeria viva, desde o incidente do café, eu estava fazendo tudo com o maior cuidado do mundo, não queria que Emily gritasse comigo de novo ou chegasse a me demitir.
Vesti minha capa e fui caminhando o mais rápido que consegui para o estúdio, tive a impressão de ver Emily inúmeras vezes durante o caminho, mas quando olhava de novo, eu via pessoas completamente diferentes dela.
Passei na cafeteria e comprei o café de minha chefe, olhei o relógio e faltava 10 minutos para dar meu horário de entrada. Apertei o passo e consegui chegar a tempo. Assim que abri a porta Emily estava lá de pé na minha frente.
POV EMILY
Alison já havia ido embora quando Verônica chegou, mas, mesmo assim, seguimos para minha sala. Pedi para que minha agente se sentasse e ela sorriu largamente para mim antes que começássemos nossa conversa.
—Como Alison está indo? – Ela perguntou interessada.
—Está indo bem, acho que ainda estamos aprendendo a lidar uma com a outra… Você sabe, demora um tempinho até que aprendemos a lidar com o modo das outras pessoas trabalharem. – Falei dando de ombros e Verônica assentiu.
—Tem alguma reclamação?
—Sobre a Alison? – Perguntei e Verônica assentiu novamente. —Não! – Afirmei rapidamente. Eu poderia falar sobre o incidente do café, mas temia que Verônica quisesse demitir Alison. Eu não sabia exatamente o motivo, mas queria manter minha assistente/recepcionista por perto. Além de Alison trabalhar bem, ela me proporcionava uma bela visão a mim. Alison era linda e eu sabia disso. —Então, qual o motivo da conversa?
—Bom, eu vim aqui para lhe informar que recebeu uma bela proposta de trabalho, Emily! – Verônica falou animada e eu me interessei. Me ajeitei na cadeira e a encarei. —Fiz alguns contatos e consegui uma exposição para você em Paris! O dono de uma galeria ficou bastante interessado e animado com suas obras. Ela gostaria de expô-las em sua galeria nesse fim de semana, tudo bem por você?
—Esse fim de semana? – Perguntei insegura e Verônica assentiu.
—Não se preocupe, a agência bancará tudo!
—Não me preocupo com dinheiro, Verônica! Mas está muito em cima, não sei se meus pais poderão me acompanhar!
—Leve a Alison, Emily! Ela te ajudará em tudo e você pode proporcionar uma bela viagem a essa garota! Deixe seus pais cuidarem do negócio deles e você cuida do seu! Se quiser eu posso te acompanhar também! – Verônica falou sugestiva e eu a encarei.
Só de pensar em ficar um fim de semana inteiro com aquela mulher eu já sentia enjoos. Verônica era muito exigente e parecia uma viciada em trabalho. Eu temia que ela me arrastasse para diversas reuniões de negócios, que ficasse ditando como deveria me comportar na minha própria exposição ou qualquer outra coisa desse tipo.
—Não precisa! Tenho certeza que Alison fará bem seu trabalho! – Respondi convicta e Verônica sorriu. —Pode pedir para o seu pessoal vir buscar as obras amanhã! Peça que tenham cuidado, por favor!
—Pode deixar! Amanhã envio as passagens! Vocês deverão embarcar na sexta-feira a tarde, tudo bem? – Assenti e sorri. Ficamos mais um tempo discutindo os detalhes da viagem e confesso que no fundo estava empolgada por isso.
…
Uma chuva forte caía do lado de fora do estúdio, Alison ainda não havia chegado e eu estava começando a ficar preocupada. Será que ela tinha ficado presa na escola ou em algum outro lugar por conta dessa chuva?
Olhei no relógio e vi que ainda faltava alguns minutos para dar o horário de Alison, acho que eu só estava preocupada ou ansiosa para contar-lhe da viagem. Será que ela ficaria animada ou acharia um saco ficar comigo? Andei de um lado para o outro, mexi em meus cabelos, me sentei na cadeira de Alison, remexi em alguns papéis e vi os bilhetes da Alison espalhados por seu local de trabalho. “Pegar o café da Emily”, “lembrete: Emily gosta de café puro”, “lembrete: Emily tem os dentes sensíveis, água gelada é uma arma para ela”, “ligar para as modelos”, “Verônica ligou, avisar Emily”… Nossa, ela era muito organizada. Ela anota até coisas sobre mim.
Me levantei, fui até perto da janela da frente do estúdio e encarei a forte tempestade que caía. Olhei para o relógio que marcava a hora exata que Alison devia entrar, minha visão focou novamente a chuva que caía lá fora e eu engoli em seco. Será que deveria sair para procurá-la? Antes que eu pudesse pegar minhas chaves ou fazer qualquer outra coisa Alison entrou pela porta toda molhada com uma capa de chuva ridícula na cor amarela.
—Você está bem? – Perguntei fitando minha assistente.
—Estou! Só tomei chuva… – Ela falou sem graça. Notei que ela estava completamente molhada e consequentemente molhava o chão. Alison estendeu um copo de café para mim e eu sorri sem graça.
—Obrigada, mas não precisava ter parado na cafeteria com essa chuva!
—Eu sei que gosta de café antes de começar seu trabalho. – Ela falou e deu de ombros.
—Bom, Verônica esteve aqui ontem… – Comecei dizendo e fui até a mesa de Alison deixar meu café ali. —Recebemos uma proposta de expôr algumas obras minhas em Paris e eu queria saber se… – Paralisei ao olhar novamente para Alison. Minha assistente estava com uma blusa social branca totalmente transparente e colada em seu corpo. Perdi o fôlego ao fitar seus belos e volumosos seios que até então eu não havia notado.
—Saber se? – Alison falou chamando minha atenção, mas foi em vão. Eu não conseguia desgrudar meus olhos do corpo dela e nem sei se queria fazer isso.
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