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História Sinfonia Nas Ruas Da Noite - Capítulo Quatro: Tudo ficará bem - História escrita por louisat - Spirit Fanfics e Histórias
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História Sinfonia Nas Ruas Da Noite - Capítulo Quatro: Tudo ficará bem


Escrita por: louisat e dearchanbaek

Capítulo 4 - Capítulo Quatro: Tudo ficará bem


A claridade que invadia as cortinas da sala começou a incomodar os olhos do Baekhyun e  despertá-lo de um sono profundo e satisfatório. Ao abrir os olhos e perceber que não estava no seu quarto, foi inundado pelas recordações da noite anterior e se sentiu nauseado, levantando-se em um sobressalto, correndo ao banheiro e colocando tudo para fora. Havia perdido a sua dignidade, a jogado no lixo, mas por que não se sentia mal por isso e sim realizado pela imprudência juvenil?

Merda! Nunca havia bebido nessa quantidade, ou melhor dizendo, flertado descaradamente, beijado loucamente e falado tão abertamente sobre a sua falta de experiência em outros setores. O que passou na sua cabeça? Álcool! Sentia-se envergonhado, portanto, não arrependido.  Chanyeol não avançou o estágio, na verdade, ele recuou ao notar o desconforto do Baekhyun, sendo honesto sobre guiá-lo quando fosse a hora adequada para mais entre eles.

Bebeu muito? Óbvio, mas não ao ponto de perder a memória e não se arrepiar com as recordações que invadiam a sua mente, sentindo uma vontade assustadora de repetir tudo mais uma vez. Droga! Querer repetir não é um bom sinal, né? Significa que foi bom o suficiente  para viciar em pouco tempo? Essas perguntas rodeavam a mente de Baekhyun que resolveu tomar um banho para tirar toda a caatinga de álcool e barzinho rústico de si.

Saiu do banheiro e correu ao seu quarto, colocar uma roupa e ir para a universidade, mas ao ver o horário no seu relógio, quis se enterrar vivo. Era início de tarde. Perdeu mais um dia de aula. Apostava que os seus melhores amigos estavam desesperados para saber o que havia acontecido, então, colocou uma roupa qualquer e voltou para a sala atrás do seu celular.

No meio do percurso foi interrompido por seu irmão mais velho o chamando. Será que iria levar uma lição de moral? Ouvir de Minho que era uma decepção para todos? Não estava com cabeça para lidar com isso, mas recuou os passos, olhou para o irmão e percebeu que ele segurava um copo com um líquido verde.

— Bebe isso, vai te auxiliar na ressaca. — orientou o irmão, lhe dando o copo e notando a relutância do Baekhyun em beber.

— Como sabe que estou de ressaca? — questionou, pegando o copo na mão e levando para o nariz para sentir o cheiro e sentiu ânsia. 

— Você fedia a álcool, Baekhyun. — explicou, revirando os olhos. — A mãe te esperou por horas, mas, ao perceber que não chegaria, foi dormir, eu desci para beber água e ouvi você roncar na sala.

— Caramba… — desviou o olhar envergonhado.

— Ainda bem que o pai não estava em casa… Porque se estivesse, o barraco seria instalado.

— Para variar, não? — Baekhyun debochou da situação, querendo rir.

— Nós não podemos fazer nada, Baekhyun, depende unicamente da nossa mãe. — Minho o repreendeu. — Na real, sinto que as coisas estão desmoronando. 

— Demorou muito para isso acontecer, Minho. — Baekhyun deu de ombros, seguindo para a sala para buscar o seu celular.

— O que você quer dizer com isso? — o irmão indagou, cruzando os braços e preparado para uma conversa difícil.

— O controle que os nossos pais têm sobre a nossa vida não depende mais deles, Minho, estamos ficando mais velhos, vivendo o que queremos, isso é perturbador para eles, principalmente ao nosso pai que nos tratou na régua sempre, o que está acontecendo com a Minji será uma loucura. 

— Começou por ela… — Minho lamentou.

— Você acha? — Baekhyun arqueou a sobrancelha, segurando o riso. — Não começou por ela, isso é mito, há muito tempo acontece, mas ignoramos isso.

— Quer dizer que tudo começou com você então? — Minho estava atônito. — Por favor, Baekhyun, você sempre foi o rebelde. 

— Justamente por isso! — Baekhyun achou o celular e o segurou em mãos, desbloqueando a tela e vendo a enxurrada de mensagens que preenchiam o seu aplicativo de comunicação. — Nunca fui o filho que eles queriam e nem sigo o que eles querem, caminhei com as minhas próprias pernas e fui deserdado, Minho. — suspirou, sentindo raiva por ter que lembrar o irmão.  — Vocês três ignoraram isso a vida inteira porque estavam preocupados em satisfazê-los, mas não precisam fazer isso para serem felizes. 

— Você sempre foi o filho perfeito, Baekhyun.

— Na verdade, educado, prestativo é perfeito? É o mínimo para eu ser respeitado, Minho. — Baekhyun ergue a voz. — A Minji vai passar pela maior transição na vida dela, tudo o que desejo é que nós quatro não estejamos em um pé de guerra, mas sim unidos para apoiá-la.  — expressou a sua genuína vontade, vendo a surpresa no olhar do irmão. — E você não pode julgá-la, ou pensa que não sei o que fez a sua primeira namorada fazer? — tocou num assunto polêmico impulsivamente e viu o irmão ficar nervoso. — Não quero prolongar essa conversa, você não entende e eu não estou disposto a fazer isso por agora, mais tarde conversamos. — deu de ombros e saiu do ambiente que o irmão estava, subindo as escadas e se trancado em seu quarto.

Jogou-se na cama e foi responder às mensagens que chegavam a cada um minuto, com os seus amigos e irmãs preocupados com a sua ausência inusitada nas redes sociais.

Resolveu, primeiramente, responder o grupo que participava com o Minseok e Jongdae.

 

Minseok diz:

Caralho, Baekhyun, que porra de sumiço é esse?

Foi inevitável um sorriso surgir.

Jongdae diz:

Se você não nos responder, seremos obrigados a mandar mensagem para algum dos seus familiares.

Eles seriam loucos de fazer isso.

Baekhyun diz:

Rapazes, me desculpem pelo sumiço, não estava nos meus planos fazer isso…

Não deu nem tempo dele continuar que duas novas mensagens foram recebidas.

Minseok diz:

Seu filho da puta, como não estava nos seus planos, tá maluco?

Riu do desespero.

Jongdae diz:

Cara, você saiu com alguém, né? Só pode.

Um deles tinha razão.

Baekhyun diz:

Sim, eu saí com alguém e não foi só isso que aconteceu. 

Não, eu não transei, antes que me perguntem isso.

Não, eu não briguei com os meus pais.

Não, eu não estou me sentindo mal e sim bem.

Eu fiz uma entrevista de emprego.

Silêncio.

Os rapazes pensaram antes de responder.

Jongdae diz:

Foi a última parte na Lotte, né? 

Como foi?

Na verdade, como foi tudo?

Quem é o cara?

Deveria fazer mistério e só contar no dia seguinte?

Minseok diz:

Conhecendo o nosso amigo, Jongdae, só vai nos contar amanhã

Estou feliz em saber que ele está vivo.

É isso.

Que bom, mas, antes que ele continuasse no grupo com os melhores amigos, um número desconhecido lhe mandava mensagens!

 

Desconhecido diz:

Oi, Baekhyun

Boa noite

Desculpa o horário

Quero saber, como você está?

Ah, antes de mais nada, sou o Chanyeol.

As mensagens foram enviadas de madrugada, mas não parou por aí, imediatamente Baekhyun salvou o contato do motoqueiro em seu celular.

Chanyeol diz:

Baekhyun, não me preocupa assim

Você está bem?

Porra, não deveria ter deixado você beber daquele jeito

Ele estava preocupado mesmo?

Mais mensagens.

Chanyeol diz:

Eu estou cogitando a possibilidade de aparecer na sua casa e ver se está bem

Baekhyun, não vai me responder?

Caramba…

Será que o Chanyeol imaginou que ele estava dando um sumiço?

Chanyeol diz:

Você não tem o perfil de dar ghost em alguém

Se isso acontecer

Será triste

Mas… Ok…

Automaticamente ele digitou uma resposta, pois a sua fama de dar sumiço nos caras com quem saía era bem grande.

Baekhyun diz:

Bom dia, Chanyeol

Estou bem

Não estou te dando sumiço

Só acordei tarde, perdi hora de tudo

Nem almocei

Chanyeol visualizou.

Chanyeol diz:

Porra, estou aliviado

Quer sair para almoçar comigo?

O que gosta de comer?

 

Almoçar juntos? Sério?

Baekhyun diz:

Sou taurino, Chanyeol

Óbvio que quero comer alguma coisa

Gosto de tudo

Deixo por sua conta

Onde será que o motoqueiro o levaria? Adorava surpresas.

Chanyeol diz:

Me admira a sua confiança na minha capacidade

Em 20 minutos passo para te pegar

Não precisa se preocupar

Como já estava de banho tomado, o processo de colocar uma roupa apresentável não demorou muito. Baekhyun resolveu se vestir de maneira simples, afinal, Chanyeol não se importava muito com isso e já havia deixado claro, então colocou uma roupa confortável e ficou satisfeito com o resultado.

Não sabia que horas retornaria para a sua casa desse almoço, então arrumou toda a sua mochila, com as roupas do trabalho no Fast Food, pois pediria ao motoqueiro deixá-lo lá, caso não desse tempo de retornar e foi o esperar no andar debaixo, com o coração super agitado dentro do seu peito.

Imaginou que fosse estar sozinho, mas ficou frustrado ao ver que a sua mãe estava sentada no sofá, assistindo ao programa de culinária na televisão, sem parecer a médica oncologista renomada que ela é.  Desejava passar despercebido, mas era impossível acontecer isso, pois a sua mãe se virou e o viu ali.

— Filho, tudo bem? Faltou aula hoje… — analisou o comportamento do mais novo, que se incomodava com isso. — Estou ficando preocupada, Baekhyun, você anda estranho.

— Não, mãe, eu estou bem. — respondeu, respirando fundo. — Fica tranquila, nada de anormal está rolando. 

— Sei disso, é que você é tão fechado… — reclamou desse traço da personalidade de Baekhyun, que a encarou. — Sei que a culpa disso é minha e do seu pai.

— Mãe, a senhora não precisa ficar se culpando por isso… — Baekhyun engoliu em seco, pois queria ser idiota e falar que a culpa era deles mesmo. — Há tempo ainda de reverter isso, eu não sou um sem noção que não deixaria acontecer. — pontuou sincero, vendo-a dar um meio sorriso, mas foram interrompidos pelo ronco do motor da moto de Chanyeol.

— Você está saindo com um motoqueiro, né? — a Senhora Byun indagou, curiosa, dando abertura para Baekhyun falar com ela sobre sua sexualidade, algo que nunca fizeram anteriormente.

— Ah… — Baekhyun ficou constrangido, de fato. — Assim, digamos que eu esteja o conhecendo melhor. — respondeu entre linhas, tentando compreender o rumo que o diálogo tomaria. 

— Imaginei… — ela riu nasalado. — Quando mais nova, na época da universidade mesmo, antes de conhecer o seu pai, saí com uns três rapazes motoqueiros. 

— E casou com o meu pai? — Baekhyun perguntou retoricamente, mas se arrependeu.

— Há coisas na vida que não existem explicações, Baekhyun. — a mãe lamentou. — Não que eu me arrependa das minhas escolhas, provavelmente faria diferente se houvesse outra chance, mas esse papo é para outra hora, não deixe o rapaz esperar muito. 

— Mãe…

— Precisamos ser sinceros um com o outro, filho, para isso quero fazer um jantar com você e os seus irmãos. — confessou, levantando-se e indo na direção de Baekhyun. — Mas quero que saiba uma coisa antes de montar na garupa do rapaz: independente do que você seja, eu o amo da mesma forma. — puxou Baekhyun para um abraço, mas ele estava tão atônito que mal correspondeu o ato.

Se separaram e ela deixou a sala, mas Baekhyun saiu de sua casa um tanto quanto pensativo, querendo contar isso para alguém. Chanyeol já o aguardava escorado na moto, segurando o capacete e com um sorriso ladino nos lábios e  Byun sentiu-se energizado ao ver aquele homem na sua frente, o aguardando.

Correu até o Chanyeol e o abraçou, sendo surpreendido por um abraço correspondido e uma troca de olhar intensa. Queria beijá-lo, ou roubar um selinho, mas será que seria invasivo demais? Suas perguntas foram respondidas ao sentir as enormes mãos de Chanyeol em suas costas e os lábios dele preencherem os seus em um casto selinho. 

Involuntariamente fechou os olhos e permitiu viver esse sentimento que o dominava. Era a primeira vez que um cara o beijava em frente à sua casa, sem se importar se iriam ser vistos juntos. Estava adorando todas as primeiras vezes com Chanyeol.

— Estou feliz em te ver. — o motoqueiro acariciou as costas do Byun, que estreitou os olhos e sorriu, querendo gritar em resposta.

— Ah é? — respondeu, se corroendo por dentro, mas fazendo charme. 

— Claro, por isso estou aqui para te levar para almoçar. — falou como se fosse óbvio e Baekhyun se envergonhou.

— Desculpa, é que…

— Não precisa se explicar, Baek… — Chanyeol era empático absurdamente. — Não é como se você me devesse alguma explicação, certo? Só aproveitaremos. 

— Chanyeol… — Baekhyun queria ser sincero, mas não conseguiu e ficou constrangido. — Vamos então, para onde vai me levar?

— Monta aí e descobriremos junto. — Chanyeol deu o capacete para o rapaz, que imediatamente o colocou na cabeça e já se posicionou na garupa do motoqueiro.

Baekhyun já estava desinibido, então abraçou a cintura de Chanyeol sem preocupação e fechou os olhos, aproveitando o vento que o reconfortava, dando-lhe espaço para pensar, ou até mesmo reorganizar os seus pensamentos.

Tinha consciência que tudo estava indo muito rápido com o motoqueiro, mas, ao contrário das outras vezes, não se sentia intimidado por ele. Não tinha medo de arriscar, na verdade, sentia-se acolhido, como se Chanyeol o compreendesse e fosse seguindo os passos certinhos para conduzi-los a algo que fosse prazeroso para ambos.

O seu sexto sentido, digamos que intuição, não estava aguçado para terminar, ou até mesmo sumir. Ele dizia para prosseguir, que daria bom, por isso não cortou o mal pela raiz, apenas se entregou para a experiência e estava gostando muito de toda essa nova fase, independente dos problemas que enfrentava em casa.

Chanyeol fez uma curva aberta e Baekhyun ficou com medo, abraçando e apertando a sua cintura, deixando o motoqueiro animado pela atitude e acelerando assim que saíram dela. As ruas de Seul estavam sendo a caneta que escrevia a história deles, pois estavam andando por elas.

O motoqueiro estacionou a moto em frente a um restaurante japonês e com isso o estômago de Baekhyun se manifestou, fazendo com que os dois rissem pelo barulho alto que fez.

— Isso é fome? — Chanyeol indagou divertido, segurando na mão do Byun que assentiu, mas não recuou. — Esse restaurante é de um dos meus amigos mais antigos. — anunciou e Baekhyun ficou ansioso.

— Espero que a comida seja boa, pois a fome que estou sentindo é absurda, só tomei um suco verde para ressaca.

— Confia, vai sair daqui querendo trazer todos os seus conhecidos. 

Ao abrir a boca para responder, um homem de meia-idade abriu à porta e cumprimentou Chanyeol, que apertou a sua mão e em seguida lhe deu um abraço, dizendo que estava com saudades e que fazia muito tempo que não se viam e o homem lhe respondeu que Chanyeol sumiu e óbvio que isso envergonhou o motoqueiro. 

— Me desculpa, Hyunbin. — se desculpou, mas o homem riu e disse compreender a rotina louca que ele leva. — Ah, para que fazer isso? Então prepara o melhor Yakisoba da casa para mim e para Baekhyun. — pediu, procurando por uma mesa para sentar e puxando o estudante para ir com ele. 

Os dois se sentaram e ficaram se encarando por alguns minutos, apenas se admirando e com inúmeros pensamentos. Chanyeol queria conhecer mais do estudante, enquanto Byun queria mais informações sobre o tatuador, sabia muito pouco sobre ele. 

— Você conhece bastante pessoas, né? — Baekhyun abordou o assunto. 

— Ah, acho que é consequência da minha vida mesmo. — lamentou involuntariamente. 

— O que quer dizer com isso? 

— Bom, não tive uma infância muito legal, Baekhyun. — respondeu, sem rodeios. — Meus pais faleceram quando eu minha irmã éramos crianças, fomos criados por terceiros. 

— Vocês não tinham família viva? 

— Tínhamos, sim, mas eles não se importaram muito com a nossa situação. — riu, encostando as costas no encosto da cadeira. — Os meus pais eram os renegados da família, eles eram motoqueiros como eu, sofreram um acidente em uma aventura e faleceram, os meus avós nunca aceitaram a morte deles e não quiseram nos criar, então quem me criou foram os meus padrinhos. 

— Caramba…

— Não quero que sinta pena de mim, não gosto de contar essa história aos outros porque acham que sou um coitado, mas pelo contrário, fui muito bem cuidado. 

— Calma, não estou com pena de você. — Baekhyun pontuou firme. — Estou surpreso, entende? As pessoas têm histórias, têm bagagens, você tem a sua sendo pesada, mas nem por isso deixou que isso conduzisse a sua vida para um caminho ruim.

— Deixei sim, fui um adolescente bem problemático. — Chanyeol não gostava de falar sobre, mas como já sabia da vida do Byun, quis compartilhar a sua com ele. — Fui para um caminho errado, mas aí… Meu padrinho resolveu me dar a minha primeira moto, me apresentar ao motociclismo e, com isso, comecei a conhecer pessoas legais, de boa índole e tudo começou a mudar. — suspirou. — Sempre tive aptidão para a arte, já tinha algumas tatuagens, então fui incentivado a fazer o curso e uma coisa levou a outra, estou aqui, com um estúdio muito renomado, guardando dinheiro para comprar a minha segunda moto de colecionador e conhecendo um cara muito bacana.

— Espero chegar nesse nível. — Baekhyun confessou, desviando o olhar. 

— Qual? 

— De ser bem resolvido na vida, Chanyeol.

— Ah, Baekhyun, você é. — Chanyeol analisava as pessoas e sabia que Baekhyun tinha questões e qual caminho seguir, mas o receio o impedia. — Você precisa conversar com os seus pais, falar sobre como se sente, quem você é e, caso não aceitem, aí não é algo seu, mas sim deles, o que te deixa preso é essa questão sua com eles. 

— Bom, hoje minha mãe me perguntou se estava saindo com um motoqueiro. 

— E você?

— Disse que estava o conhecendo melhor. — revirou os olhos. — O que me surpreendeu foi a simplicidade da pergunta, como se não importasse para ela. 

— Talvez não importe, mas você tem na cabeça que eles não vão aceitar. — Chanyeol explicou. — A vida é um risco, Baekhyun, o que você prefere, continuar vivendo nas sombras do que você acha ou na liberdade de ser você mesmo?

A pergunta pegou o estudante desprevenido, pois o grau de profundidade o atingiu em cheio, deixando-o em silêncio, refletindo sobre a conversa, sem querer continuar com o diálogo. 

Chanyeol soube que o rapaz precisava de uns minutos e o deixou perdido na própria reflexão, mas foi certeiro, pois a comida chegou sendo servidos. 

Comeram em silêncio, degustando o delicioso Yakisoba. Óbvio que se encaravam, mas Chanyeol não era um cara para se perder e queria reconfortar o estudante, com isso, levou a sua mão para a de Baekhyun e a segurou firme, entrelaçando os seus dedos e tentando demonstrar que estava ali e que tudo ficaria bem. 

A conversa retornou, claro, mas com outro foco. Baekhyun era curioso, mesmo não aparentando, quis saber se o motoqueiro já tinha tido relacionamentos sérios e duradouros, mas a resposta o surpreendeu. Chanyeol era um rapaz centrado, mas nunca tinha se envolvido sério com alguém ao ponto de mostrar para a sua família, porque todas às vezes que cogitava a possibilidade, algo acontecia e terminava antes de começar. 

Baekhyun ficou feliz por dentro, afinal, caso eles dessem certo, não teriam medo de ter um ex na vida de Chanyeol, ele seria o último e único.

Terminaram a refeição e Chanyeol fez questão em acertar a conta, sendo perseguido por um protesto pela parte do estudante, que se silenciou ao ver que a batalha estava perdida. 

— Estou com vontade de comer um doce. — Chanyeol ditou, vendo um sorriso aparecer no canto da boca de Baekhyun. 

— Gosta de Milk Shake? — indagou de maneira despretensiosa, vendo o positivo no aceno de cabeça de Chanyeol. — Conheço um lugar que tem o melhor Milk Shake da cidade, venha, chegou o momento de eu apresentar alguma coisa para você! 

— Estava doidinho para isso acontecer, né?

— Qual é, eu também tenho algumas cartas na manga, sério.

— Baekhyun, você vale o baralho inteiro, entenda. — Chanyeol afirmou, envergonhando o estudante, que escondeu o rosto entre as suas mãos. — Ah, por favor, ficou com vergonha, foi? Olha para mim…. — segurou nas mãos do rapaz, que desviou o olhar. — Baekhyun…. — o chamou, surpreendido com o próprio tom, percebeu Baekhyun o encarar sério. 

— Não estou acostumado com esse tipo de elogio, fico tímido, ok? — confessou, Chanyeol assentiu e beijou os nós dos dedos do rapaz. 

— Estou com disposição de te mostrar tudo o que há de bom na vida, sei que está com vontade de experimentar essas coisas, então, não fique envergonhado, apenas aceite, a minha linguagem de amor é palavras de afirmação. 

Baekhyun riu, agradeceu por isso, obviamente que mais uma vez se envergonhou, mas deu um selinho repentino no motoqueiro, que percebeu que a linguagem de amor do Byun era o toque físico, que ele gostava de sempre estar tocando nos outros, mas isso não seria um problema, pois gostava. 

Mais uma vez, os dois estavam na moto e andavam pelas ruas de Seul, conversando sobre o endereço da sorveteria que Baekhyun conhecia, foi quando Chanyeol deu conta que era perto da universidade, no meio do caminho do próprio Fast Food que o estudante trabalhava.

Chegaram e entraram de mãos dadas, mas foram recepcionados apenas pela única atendente do estabelecimento, que achou bonitinho eles não terem receio de serem vistos juntos, mas, na real, foi tão automático estarem de mãos dadas que nem perceberam, só foram notar quando a moça os encarou demais. 

Baekhyun não recuou, olhou para a mão de Chanyeol, que cobria a sua, e logo encarou o motoqueiro que devolveu a encarada, dando de ombros e indo pedir o doce que tanto estava ansioso para tomarem. 

Em menos de vinte minutos estavam sentados, um defronte ao outro, silenciosos, apenas aproveitando a companhia agradável que compartilhavam. Enquanto um pensava na grande sorte que estava tendo em conhecer um rapaz bacana, o outro tinha tantas questões para resolver que não se achava no direito de estar vivendo aquilo.

A conversa no horário do almoço rodeava os pensamentos de Baekhyun. Será que a vida toda foi rígido com a sua família por vontade própria e não por que eram rígidos consigo? Era algo a se considerar, devido às várias tentativas que eles tiveram ao longo da adolescência e jovem adulto em se aproximar. 

Bufou, frustrado, e isso chamou a atenção do motoqueiro, que imediatamente quis saber o que afligia o estudante, mas Baekhyun não quis se explicar, disse que estava reflexivo e precisava agir, caso contrário, se sufocaria e não queria ter essa sensação nessa nova vivência que estava.

O estudante olhou para o relógio e percebeu que estava quase na hora de ir trabalhar, avisou Chanyeol e, obviamente, ele ofereceu uma carona para Byun, que se levantou, segurou na mão do motoqueiro e saíram da sorveteria sorridentes e com uma energia diferente, como se soubessem que tudo daria certo.

Montou na garupa de Chanyeol, se sentia confortável por estar atrás, porque isso o possibilitava de tocá-lo, aprofundar um contato e o motoqueiro adorava ver que Baekhyun, mesmo relutante, seguia alguns extintos que estavam adormecidos. 

Chegaram no Fast Food e Baekhyun desceu da garupa, entregando o capacete para Chanyeol, que o pegou e puxou Byun para perto, segurando seu rosto na mão e dando um selinho, prolongado de um beijo rápido, fazendo com que o coração do estudante ficasse pulsando freneticamente em seu peito. Esse foi o sinal que recebeu sobre o que estava rolando entre eles, não apenas algo casual, mas agora para a vida em si. 

Despediu do Chanyeol e entrou na lanchonete e sua colega de trabalho lhe olhava de soslaio, toda desconfiada e com um sorrisinho irônico nos lábios, pois havia visto a cena e queria comemorar com Baekhyun o que havia acabado de acontecer.

A noite rolou de maneira tranquila, o seu turno não foi exaustivo e não teve tantas intercorrências, conseguiu lidar com tudo de bom humor e, ao sair do local, sua irmã Suzy havia o buscado.


 

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— Filho, acorda! — Baekhyun ouviu a voz de seu pai do seu lado direito e levantou o rosto para encará-lo. 

— Perdi hora? Meu Deus, hoje é sexta-feira! — entrou em desespero, não podia perder mais um dia de aula. 

— Não, sua mãe me pediu para acordá-lo meia hora mais cedo devido aos últimos dois dias, vai se arrumar que o café logo estará servido! — orientou, dando um tapinha nas costas do filho, e se retirou. 

Baekhyun sentou-se na cama e esfregou os seus olhos. A sua vida estava estranha, não de uma forma negativa, mas sim positiva. Há muito tempo não rolavam essas emoções na vida da família, mas a melhor parte é que todos pareciam conformados com o que acontecia e dispostos a aceitarem a nova rotina.

Pegou seu celular, mandou mensagens no grupo com os seus melhores amigos avisando que iria para a universidade hoje, respondeu o bom dia de Chanyeol e isso fez seu coração aquecer e logo se lembrou que precisava fazer a sua higiene matinal.

Vinte minutos foi o necessário para estar descendo as escadas da casa dos seus pais, sendo recebido pelo delicioso cheiro de café, e notar que toda a sua família já o esperava para o café da manhã. 

No começo da semana iniciou uma briga, mesmo não querendo, agora tentaria evitar o máximo possível, pois criava coragem para conversar com aqueles que lhe deram a vida e falar sobre como se sentia em um contexto geral.

Sua mãe colocou o café na xícara e todos estavam apreensivos. Normal, mas…. Foi quando a conversa sobre a gravidez da Minji revisitou e todos ficaram atentos com uma provável briga, mas o patriarca da casa reafirmou que eles tinham um jantar marcado com a família do garoto, sendo que já sabiam sobre a gravidez da caçula e queriam fazer tudo tranquilamente. 

Baekhyun encarou os seus irmãos mais velhos. Eles devolveram a encarada. Ninguém ousou dizer nada, mas os olhares entregaram que eles se compreenderam com isso. Pela primeira vez, em muito tempo, a conversa não foi difícil, foi fácil, e eles acharam a solução mais tranquila possível.

O patriarca saiu da mesa, Minji e a matriarca em seguida, ficando apenas os irmãos mais velhos, que rapidamente confessaram estarem achando tudo muito suspeito, mas que estavam felizes com isso.

Baekhyun ouviu a buzina do carro de Jongdae do lado de fora, pegou a sua mochila, se despediu dos que sobraram e saiu relaxado da sua residência, sendo recebido por dois abraços apertados e uma enxurrada de perguntas, que ao longo do trajeto foram respondidas.

— Então quer dizer que…. — Minseok engolia em seco.

— O quê? — Baekhyun rebateu.

— Isso está parecendo muito coisa de filme, Baekhyun, com final clichê. 

— Ah, cara, mas é o que sempre desejei, né? — Baekhyun retrucou, sorrindo. — Chanyeol me fez pensar que talvez eu tenha criado algumas barreiras com os meus pais por medo do que eles “podem” achar. — fez aspas com a mão.

— Nem conheço esse motoqueiro, mas já considero ele pra caramba. — Jongdae afirmou. — O cara te conheceu há, sei lá, uns três dias e já tá dando pane no seu sistema. 

— Pane não, ele está normalizando o sistema. — Baekhyun fez uma piadinha de estudante de programação.  — Sobre a Lotte, ainda não recebi nenhum e-mail, ou telefonema, sei lá, parece.

— Dará certo! — Minseok saiu na frente. — Sinto aqui dentro, no coração. — levou a mão até o peito. — Enfim, o que querem fazer hoje à noite? Ou já tem planos com alguém, Baekhyun? 

— Por quê? Está com ciúmes?

— Cara, você nem nos contou direito como foi… — Minseok reclamou e emburrou. 

— Meu Deus, Min.. — Baekhyun riu. — O que está querendo saber? Bom, não rolou nada de mais, mas ele beija absurdamente bem.  — confessou, sentido-se vulnerável. — Não tenho do que reclamar e nem do que fugir, Chanyeol é diferente.

— O quê? — Minseok e Jongdae indagaram em conjunto. — Você… Não…Vai... Fugir?

— Para quê? Quero experimentar coisas novas, ele está respeitando o meu espaço e disse que tem paciência para rolar outras coisas.

— Caralho, Baekhyun. — Minseok parecia atônito. — Só tenha juízo, não haja com pressa.

— Calma, não é como se fosse casar com Chanyeol logo, né? 

— Sabemos disso, Baek, o que o Min está querendo dizer é para você não ficar emocionado, muitas coisas estão rolando e entendemos você estar agindo dessa forma, só queremos que você esteja feliz.  — Jongdae interrompeu o discurso. — Bom, nós estamos querendo ir no Dolores House hoje à noite, quer encarar a experiência? 

— Vou trabalhar, esqueceram? — Baekhyun lembrou.

— Na verdade, não. — Minseok sorriu maliciosamente. — Qual é, cara, você está com um pé dentro da Lotte, o que custa perder um dia de serviço? 

— Pensa com carinho, Baek. — Jongdae se levantou. — Estou indo nessa, rapazes, até mais tarde.

— Baekhyun… — Minseok o chamou. — Se esse cara te magoar, quebro ele na porrada. 

— Imagino que sim, Min. — Baekhyun riu, esbarrando no ombro do melhor amigo e indo para a aula.

Foi quase impossível prestar atenção na nova matéria que o seu professor favorito passava, pois os seus pensamentos estavam longe demais. Estava se dando bem com a sua irmã Suzy, teve uma conversa amigavelmente com Minho, sua irmã Minji estava grávida e isso não estava sendo um problema, por que não tentar seguir o seu coração e conversar com os seus pais?

Pegou seu celular nas mãos e encaminhou a mesma mensagem, tanto para sua mãe, quanto a seu pai.

Baekhyun diz:

Bom dia!

Obrigado por terem me acordado hoje.

Quero saber uma coisa, o que vocês farão no domingo?

Sei que precisamos ter uma conversa e quero a ter rápido.

 

Apertou em enviar e levou quase quinze minutos para ter uma resposta.

Mãe diz:

Oi, filho

Não foi nada, farei mais vezes se necessário

Estou sem planos para domingo, o que pensou em fazer?

O seu pai aceita, claro.

Precisamos conversar mesmo.

Deu risada! Seu pai, mesmo errando diversas vezes, ainda era um pau-mandado da sua mãe. 

Pai diz:

Oi, Baek

Estou livre domingo, como a sua mãe disse

Ansioso para essa conversa

Vou te levar em um lugar muito bacana.

Seu pai não perdia o costume de querer fazer as suas coisas.

Mãe diz:

O Baekhyun quem vai decidir

Ele quer conversar, pare de graça.

Certeira! Nunca errou!

Pai diz: 

Fiquei feliz pelo interesse dele em conversar

Vou me controlar

Conversamos mais tarde, entrarei em uma consulta

Tchau.

Encerraram a conversa. Baekhyun se sentia aliviado.

Olhou para o professor, mas sua atenção voltou ao seu celular com uma mensagem de Chanyeol.

Chanyeol diz:

Como está a aula?

Entediado?

Quer fugir?

Não seria ruim.

Baekhyun diz:

Estou surpreso com o meu desinteresse na aula

Entediado, talvez

Fugiria com você?

Com certeza.

 

Por que respondeu isso? Sabia que o motoqueiro era imprevisível e chegaria ali em menos de dez minutos.

Chanyeol diz: 

Estou terminando de organizar a minha agenda

Em quinze minutos consigo chegar aí

Para onde deseja ir, Baekhyun?

 

Baekhyun ficou sem fôlego.

Baekhyun diz:

Existe um parque perto daqui

Uma volta ao ar livre, talvez

Juntou suas coisas imediatamente, jogou tudo dentro da sua mochila e se levantou.

O professor o olhou, assustado.

Baekhyun sentia vergonha, mas não estava arrependido.

Seguiu pelo corredor do seu bloco e saiu da universidade.

O caminho foi longo, mas ao chegar do lado de fora, Chanyeol estava encostado na moto, com uma calça jeans cinza-escura, uma regata preta, com os seus braços tatuados visíveis, além do cabelo estar em um topete, deixando-o irresistível.

— Caralho… — Baekhyun chegou por trás, passando a mão nos braços do motoqueiro que se assustou.

— Vamos fugir? — falou, segurando Baekhyun pela cintura.

— Antes de irmos, não mereço nada?

— Por fugir comigo? Merece sim! — segurou na nuca de Baekhyun, que apenas apoiou as suas mãos nos ombros de Chanyeol e o encarou.

Se beijaram! Independente dos olhares curiosos, pouco se importaram com os comentários ácidos que ouviriam nos próximos dias, apenas mataram a maior vontade que sentiam desde que se viram a última vez.

É claro que o beijo não foi prolongado, encerraram com um selinho e logo em seguida estavam em cima da moto, agarrados e indo para o parque que Baekhyun comentou existir o mais próximo possível.

Chegaram lá e deram uma volta, juntinhos, tentando não chamar tanta atenção. Chanyeol descobriu que o estudante tinha um humor tanto quanto peculiar e ácido, fazia piadas pesadas sobre alguns assuntos, comentava sobre algumas pessoas, mas era extremamente carinhoso, na medida que gostava.

Mas, sobre falar das pessoas, isso foi a melhor coisa que rolou entre eles durante a caminhada, porque parecia que eles liam o pensamento do outro e falavam o mesmo. Davam risada!  Na verdade, gargalhavam tão alto com os comentários, que chamaram a atenção e se esconderam atrás de uma árvore.

Para quê? Encostados no tronco das árvores e escondidos dos olhares incriminatórios, aproveitaram a chance e se beijaram novamente, mas agora tiveram que se controlar. 

Chanyeol segurava firmemente na cintura do estudante, que não aguentou e suspirou durante o beijo, puxando os cabelos soltos da nuca do motoqueiro, que em uma atitude inusitada, empurrou o corpo do Byun no tronco da árvore, o encurralando e pressionando, fazendo Baekhyun sentir o volume na calça do Chanyeol.

Aquilo só despertou a vontade em Baekhyun, que desceu as mãos da nuca do Park para os braços, abraçando a sua cintura e tateando as costas de Chanyeol por dentro da camisa, arrepiando-o inteiro, sendo ainda mais malicioso, passando as pontas dos dedos no abdômen definido do rapaz, que a reação foi chupar a língua de Baekhyun.

O motoqueiro suspirou ao sentir a língua de Baekhyun deslizar pela sua, mas sabiam que, se continuassem nessa dança, ambos não iriam conseguir se controlar, então, apertou a região da cintura do Byun e mordeu o lábio dele, encerrando o beijo com as testas coladas, tentando controlar a respiração e manter o juízo que ainda não havia perdido. 

— Estou me sentindo um adolescente. — Baekhyun confessou com a boca colada na do Chanyeol, sentindo o hálito de menta em seu nariz. 

— Por quê? Por me dar uns beijos debaixo de uma árvore? Qual é, Baekhyun… isso é viver! 

— Exatamente por isso. — riu, passando o seu nariz no do motoqueiro, dando-lhe outro selinho. — Sabe, não pensaria nessa possibilidade alguns dias atrás, fugir da minha aula, encher a cara, dar uns rolês na sua garupa. — permaneceu com a boca colada na do motoqueiro, mas passou a sua língua pelo lábio dele. — Enfim, o que vai fazer hoje à noite? 

— Me chamando para sair?

— Pensando na possibilidade. 

— Tenho uma tatuagem enorme hoje à noite, meu plano é trabalhar mesmo.

— Ah, fica para uma próxima vez. — Baekhyun saiu do abraço de Chanyeol. — Vou no Dolores House com os meus amigos. — sorriu. — Estou com fome, vamos comer um milho? Mas, dessa vez, eu pagarei. 

Terminaram o passeio pelo parque ainda mais conectados do que nunca. Chanyeol perguntou onde tinha que deixar o estudante, ele respondeu para levá-lo para casa, hoje não iria para o Fast Food. 

A moto de Chanyeol deslizava pelas ruas de Seul, mas Baekhyun se sentia confortável agora, com a cabeça apoiada nas costas dele, abraçando-o apertadamente, aproveitando o máximo possível da companhia do tatuador, afinal, era sexta-feira e não se veriam mais e nem programaram nada para o fim de semana.

A moto foi estacionada em frente à mansão dos Byun. Baekhyun percebeu que ninguém estava em casa. Deveria chamá-lo para conhecer o seu quarto? Estava muito cedo para isso? Chanyeol leu aparentemente os pensamentos de Baekhyun.

— Adoraria ficar mais tempo contigo, mas tenho outra tatuagem marcada. — explicou, sentido-se angustiado. — Deixa eu ver um negócio. — saiu de cima da moto e foi avaliar as janelas da casa do Baekhyun. — Olha só, dá para eu subir por ali… — apontou, segurando a risada.

— Entrar escondido no meu quarto pela janela? Eu seria doido de abrir a porta para você. — Baekhyun gargalhou, segurando na mão do motoqueiro. — Enfim, obrigado por me buscar e me trazer hoje, foi gostoso. — levantou os pés para beijá-lo. — Até mais, Yeol. — colocou um apelido no rapaz de maneira inusitada, mas percebeu ele gostar.

— Até, Baek. — Chanyeol o surpreendeu com um beijo roubado, rápido, mas o suficiente para dar um gostinho de quero mais.

Baekhyun entrou flutuando em sua casa, mas o clima melhorou ainda mais quando o seu celular disparou no bolso do seu jeans e, ao pegar o eletrônico em mãos, perceber que era da Lotte.

A conversa durou, literalmente, dez minutos. Era a gestora do setor de recursos humanos da empresa, o parabenizando pela nova oportunidade de ingressar na equipe de desenvolvedores, que estavam felizes com o resultado dele no processo seletivo e ansiosos para o verem colaborar com os demais membros da equipe.

Ao desligar o telefone, Baekhyun segurou toda a emoção que percorria cada célula do seu corpo, pois a vontade era de gritar e extravasar aos quatro cantos a novidade, mas ficou em silêncio porque faria isso a noite, com os seus melhores amigos, contaria em primeira mão para eles, assim poderiam celebrar com dignidade.

Antes de fazer qualquer outra coisa, precisava ir ao Fast Food que trabalhava para pedir a conta, então, deu meia volta e retornou para perto da universidade, sem avisar ninguém. Assim que adentrou no estabelecimento, o seu gestor estava na linha de frente, no balcão, dando conta de alguns clientes inconvenientes e ao ver o seu melhor atendente ali, fora de hora, soube que alguma coisa tinha acontecido. 

Baekhyun esperou quase meia hora para poder conversar com o rapaz, mas logo foi recebido e entraram na sala dele. É claro que o estudante não sabia muito bem por onde começar, então foi direto ao ponto, pedindo demissão. Os olhos arregalados do seu superior foram uma surpresa para o Byun, que explicou o motivo, dizendo que não era nada pessoa e que não arrumou briga com ninguém, apenas havia surgido uma oportunidade melhor e na sua área, sendo impossível de recusar. 

O rapaz, obviamente, ficou entristecido pela notícia, mas deu um aperto de mão forte em Baekhyun, desejando que o rapaz fosse muito bem-sucedido nessa nova jornada, que torcia pelo sucesso do estudante, pois os dois anos que ficou na lanchonete, entendendo e aguentando várias humilhações, mostraram uma maturidade que muitos não tinham e isso o levaria longe.

Assinou a papelada do desligamento e se despediu dele, descendo a escadaria para conversar com os seus colegas de turnos, que foram pegos desprevenidos com o anúncio e caíram em choro, mas vários incentivos foram feitos e isso só deixou Baekhyun grato por viver esse tempo em uma lanchonete.

Saiu de lá e retornou para a sua casa, mas agora sua mãe estava presente, Minji estava na sala fazendo os deveres de casa para não sacrificar o seu final de semana e Suzy falava ao telefone com as suas melhores amigas para saírem.

— O que você vai fazer hoje, Baekhyun? — Suzy perguntou curiosa. 

— Vou ao Dolores, está afim de ir? — respondeu com um convite, vendo-a franzir as sobrancelhas.

— É um lugar meio suspeito, não acha?

— Acho ótimo, gosto bastante. 

— Não vai trabalhar hoje, filho? — a mãe se intrometeu na conversa.

— Nem vou, mãe, estou de folga. — mentiu descaradamente, mas é que se fosse sair com os pais no domingo, daria a novidade no dia.

— Olha lá, Baekhyun, vá com calma. — a mãe o advertiu, mas ele não entendeu o motivo.

— Tenho juízo, gente, calma! — se justificou, mas ninguém acreditou e riram. — Estou sem credibilidade, por isso vou me retirar e ir me arrumar. 

— Arrase! — Suzy brincou, Baekhyun revirou os olhos e foi ao seu quarto. 

Abriu o guarda-roupa e ficou idealizando a melhor roupa para ir ao, Dolores. Não era um local de grandes produções, mas estava inspirado para se sentir bem consigo, então separou uma calça skinny clara, toda rasgada nos dois joelhos, uma blusa em gola v branca, apertada nos bíceps e um moletom vermelho, apenas para garantir o quentinho de uma madrugada feia. 

Com tudo isso pronto, foi ao banheiro e se permitiu viver um banho Premium, mais demorado que o normal, mas quando saiu de lá, enrolado em uma toalha, sabia que estava feliz. Há muito tempo não vivia essa sensação, a da felicidade e principalmente da realização. 

Adentrou no seu quarto e foi se arrumando, acompanhando as mensagens no grupo dos rapazes, que já estavam eufóricos com a noite, mandando fotos sem parar de tudo o que faziam, mas a última era de Jongdae no carro indo buscar Minseok e, por último, Baekhyun. 

Em quinze minutos, Baekhyun estava no carro de Jongdae. A música estava estralando, eles estavam sincronizados com a euforia, cantarolavam uma música aleatória da Ariana Grande na rádio pop e pouco se importavam com quem os julgava no carro do lado.

Jongdae estacionou o carro no estacionamento do Dolores e saíram juntos, dando várias risadas. Logo na entrada, foram parados para serem questionados de qual faculdade eram e se queriam participar do Open Bar que estava tendo.

Aceitaram o Open Bar. Isso seria um evento canônico na vida do trio, mas para que se importar? Adentraram no estabelecimento, a meia luz acesa, com várias luzes coloridas preenchendo o ambiente, dava o charme para eles irem atrás do primeiro copo de cerveja que beberiam durante à noite fora. 

Minseok iniciou a sessão fotográfica, pedindo para que Baekhyun tirasse várias fotos deles, pois, segundo ele, o Byun tinha uma visão boa para ângulos e sempre tirava as melhores fotos possíveis. Esse elogio era válido, Baekhyun aceitava e tirava várias fotos, com diversas posições, elogiando a beleza do amigo, reforçando o quão bonito e gostoso era e arrasaria durante à noite. 

Jongdae tirou uma foto espontânea do Baekhyun e encaminhou para o mesmo e assim que o Byun viu o conteúdo, mandou para Chanyeol e se arrependeu amargamente. Por que raios mandaria para Chanyeol sua foto curtindo uma balada? Queria causar desconforto entre eles, ou provocar ciúmes no motoqueiro? 

Ignorou os seus pensamentos, guardou seu celular pelos próximos vinte minutos e se juntou em uma roda de dança, onde todos cantavam alegremente e sincronizados dançavam uma coreografia antiga da Lady Gaga, sendo ela a responsável por moldar várias personalidades no começo dos anos 2000. 

Baekhyun sentiu sede e foi ao bar pegar mais um copo de cerveja, nesse tempo pegou seu celular e viu que Chanyeol respondeu à mensagem, o elogiando, dizendo que estava lindo e atraente e que estava com muita vontade de beijá-lo, mas que ainda não terminou a sessão com o cliente, então essa vontade ficaria só na vontade mesmo.

O estudante emburrou, virando um copo todinho de cerveja de uma vez e pedindo outro, isso fez com que Minseok se preocupasse com a atitude do amigo e pedisse que ele fosse com calma, mas óbvio que Baekhyun não ouviu, porque na próxima hora já estava mais para lá do que para cá, sua voz embargada sinalizava que o seu sangue estava doce demais e precisava diminuir o ritmo, mas não, ninguém o convencia disso. 

Uma música sensual começou a tocar na pista de dança, Minseok e Jongdae, um ficou atrás do Byun, outro na frente, e os três protagonizaram uma das melhores cenas da noite, todos ficaram afoitos com a química que eles estavam e assim que terminaram a coreografia, Baekhyun desabafou.

— Eu passei na Lotte! — gritou a pleno pulmões. — Por isso estou extravasando! Eu sou um estagiário da Lotte! 

— Porra, nem fudendo! — Minseok exclamou, tão extasiado quanto o amigo.

— Caralho, Baekhyun, vamos tomar mais uma vez! — Jongdae arrastou os dois para o bar e pegaram mais um copo de cerveja. 

— Ao Baekhyun, porra! — Minseok gritou, com o copo para cima e logo brindaram essa conquista do Byun, que sentiu vontade de chorar. 

Os três estavam tão entretidos com a novidade que nem perceberam que algumas pessoas pararam tudo o que faziam para encarar o rapaz que adentrava no Dolores House. 

— O que aconteceu? — Minseok perguntou, mas se calou ao ver um rapaz de quase dois metros andando na direção deles. — Quem é esse poste vindo até nós? — indagou, sentido-se nauseado.

— Porra… — Baekhyun xingou baixinho.

— Você o conhece, Baek? — Jongdae quis saber.

— Chanyeol…. — Baekhyun murmurou.

— O motoqueiro? — perguntaram em conjunto e se calaram quando o rapaz parou na frente deles, com o semblante fechado, mas por dentro, achando divertido o que presenciava. 

— O que você está fazendo aqui? — Baekhyun perguntou de maneira ríspida. 

— Me chamou para esse rolê, ou esqueceu? — Chanyeol devolveu com uma pergunta, sem ter se ofendido com o tom usado. 

— Cala a boca, Baekhyun, o cara veio até aqui! — Minseok repreendeu o melhor amigo, segurando-o pelo braço e o jogando para o motoqueiro, que percebeu a intenção do outro. 

— Verdade, Baekhyun, vim até aqui e você não vai dançar comigo, ou para mim? — a malícia na sua voz era notória e o álcool instigou Baekhyun. 

— Foda-se então! — pegou na enorme mão de Chanyeol, puxando-o para a pista e ignorando todos que estavam atentos ao que eles fariam.

Baekhyun conduziu a dança, ou seja, lá o que estivesse fazendo, só queria provocar Chanyeol. Levou as mãos do rapaz até a sua cintura, ficando por trás e segurando no pescoço dele, movimentando o seu quadril lentamente, esbarrando a sua bunda na pélvis dele, sentindo-o ficar rígido atrás de si e por isso rebolou nele, sentindo-o apertar a sua cintura e prolongar a dança. 

Chanyeol estava testando todos os seus limites com o estudante de programação. Jamais teria deixado outro cara ir tão longe, ou ter conduzido a situação ao seu favor, pois ele que gostava de estar no centro de tudo, por isso, segurou Baekhyun firme pela cintura, virando-o de frente para si e o beijando afoitamente.

Estavam em uma balada, muitos se beijavam e, por isso, não puseram limites. Se tocavam em todos os pontos possíveis, até que as enormes mãos de Chanyeol seguraram na bundinha redonda de Baekhyun e a apertou, percebendo-o gostar da atitude e empiná-la para ele. 

— Eu juro para você que estou tentando controlar todos os meus instintos, Baekhyun, mas está insuportável. — Chanyeol sussurrou ao pé do ouvido do rapaz, mordendo o lóbulo da orelha dele. — Outra coisa, não vou avançar com você bêbado outra vez, qual seria a graça?

— Yeol… — Baekhyun falou manhosamente o apelido. — Não é para você se controlar, quero isso, nós queremos, não é? — encarou o motoqueiro, que suspirou. 

— Não é para nos controlarmos, mas quero você sóbrio, Baekhyun, para sentir o que posso te proporcionar. — verbalizou, abraçando o estudante que encaixou o seu rosto na curvatura do pescoço de Chanyeol lhe dando um cheiro ali. — Caralho… — gemeu, mordendo o canto da sua boca. — Venha, vamos ao bar tomar um pouco de água. 

Os dois retornaram ao bar e ficaram ali quase meia hora, mas Chanyeol sabia que seria impossível Baekhyun ficar sóbrio, ele estava tagarela, comentando várias coisas sobre diversas pessoas e se divertindo ao ver os seus melhores amigos pegando os caras que eles tinham crush.

O motoqueiro imaginou que precisariam de um motorista para levá-los embora, então não veio de moto e, quando comunicou isso ao estudante, foi repreendido de todas as formas, ouvindo da boca de Baekhyun que esperava terminar a noite, ou na garupa dele, ou até mesmo na sua cama.

A balada, lentamente, começou a se esvaziar e o trio a ficar entediado. Estava na hora de ir embora.

— Como vão embora? — Chanyeol indagou.

— Vou dirigindo. — Jongdae respondeu.

— Sem condições. — Minseok rebateu. — Não temos condições, larga o carro aí e vamos pedir um uber.

— Meu carro não vou largar! — Jongdae protestou.

— Eu levo vocês embora. — Chanyeol se ofereceu, mas é claro que ficaram com medo. — Amanhã você o pega no meu estúdio, pode ser?

— Ele é legal assim mesmo, Baek? — Jongdae indagou.

— Estou descobrindo também. — Baekhyun foi sincero na resposta e o trio gargalhou. — Afinal, você dirige carro também? Caralho, o que você não faz?

— Transo com quem está bêbado. — Chanyeol respondeu debochadamente e Minseok passou mal de rir.

— Porra, Baekhyun, se ferrou! — bateu no ombro do Byun que fez uma careta. — Olha, estou podre e aceito a carona, vamos?

— Vamos… — Jongdae pegou a chave e jogou para Chanyeol. — Se você está saindo com o nosso amigo, pode dirigir o meu carro.

— Valeu pelo voto de confiança, cara. — Chanyeol agradeceu e os quatro saíram do estabelecimento.

Baekhyun sentia a sua bateria social extremamente drenada, a sua vontade era de encostar no banco do carro e dormir ali mesmo, só acordar na tarde de sábado e preparar o seu discurso para o almoço de domingo com os seus pais.

Chanyeol chegou com o carro do Jongdae e todos montaram no automóvel. Em trinta minutos ele deixou Minseok e Jongdae e seguiu para a sua casa, ou melhor dizendo, para o estúdio de tatuagem. Já tinha levado Baekhyun alcoolizado uma vez para sua residência, não queria que isso acontecesse outra vez, pois o que os pais dele pensariam do próprio filho, certo? Ainda mais agora, que ele estava conseguindo quebrar algumas barreiras contra eles?

Estacionou o carro em frente ao estúdio e Baekhyun ficou paralisado.

— Vem, Baek… — Chanyeol o chamou, enquanto destrancava o portão.

— Vou dormir com você? — saiu do carro, batendo a porta e abraçando o próprio corpo.

— Só dormiremos, Baek, acho melhor. — Chanyeol respondeu, suspirando. — Manda uma mensagem para seus pais dizendo que dormiu na casa de algum dos meninos, porque um deles passou mal.

— Não… — Baekhyun reclamou. — Me leva de volta, por favor.

— Você não está bem, só quero cuidar de você.

— Cuidar de mim? — respondeu retoricamente. — Chanyeol..

— Por favor, Baek, confia em mim, só isso que quero e prometo te levar em segurança amanhã para a sua casa. 

— É que..

— Eu sei, você nunca fez isso. — Chanyeol já tinha pensado na possibilidade. — O que prefere? Sua mãe o repreendendo por chegar tarde e bêbado, ou chegar amanhã bem?

— Certo… — se deu por vencido, vendo o motoqueiro empurrar o portão e adentrar.

Chanyeol o conduziu até o seu quarto, tudo estava escuro, mas, ao chegarem no cômodo, logo seguiram para o banheiro.

— Tem toalha e vou te trazer uma camiseta minha. — explicou, sumindo do campo de visão de Baekhyun.

O estudante retirou sua roupa, deixou-a num cantinho e adentrou debaixo do chuveiro, sendo confortado pela água quente que escorria pelos seus ombros, relaxando cada parte tensa do seu corpo, deixando-o relaxado e mais sóbrio de suas próprias atitudes.

Saiu do banho e percebeu que a roupa separada por Chanyeol já estava ali, então se secou, colocou a camiseta preta dele e a observou ficar enorme em seu corpo, mas ficou satisfeito ao vê-lo nela, estava bonito e com o cheiro do motoqueiro preenchendo a sua narina.

Saiu do banheiro e agora a luz do abajur estava acesa, deixando um pouco do quarto visível, além da enorme cama de casal que Chanyeol tinha ali. Ele já estava deitado, apenas de cueca box preta, fazendo com que Baekhyun salivasse ao vê-lo e sentisse uma vontade assustadora de tocá-lo.

— Deita aqui comigo, por favor. — Chanyeol bateu no lado vazio da cama.

Baekhyun se abraçou e foi andando lentamente até o colchão, colocou um joelho em cima e impulsionou-se para deitar, logo sendo acolhido pelos braços de Chanyeol, que puxou o corpo do estudante para perto de si, o abraçando.

— Por que está fazendo isso? — Baekhyun perguntou, abraçando as pernas de Chanyeol com as suas.

— Também não sei o porquê. — respondeu, sem responder de fato. — Só me deu vontade de dormir com você e acordar contigo ao meu lado.

— Chanyeol, eu estou…

— Não fale, por favor.

— Por que não, Chanyeol? Não posso falar que está fazendo de tudo para eu me apaixonar por você?

— Não, não é isso. — Chanyeol acariciou os braços de Baekhyun. — Estou correndo um grande risco de você ir embora.

— Não fui ainda, Chanyeol.

— Mas pode ir. — lamentou a possibilidade.

— Não… — Baekhyun bocejou, quase sendo vencido pelo sono, mas necessitava continuar essa conversa. — O que o faz pensar assim?

— Baekhyun, você é um cara incrível e tem medo de tudo, isso me fez concluir que tem até mesmo medo de se relacionar, por que não teria medo de viver algo comigo? O que me faz ser diferente dos demais?

— Você precisa de uma resposta, além de eu estar me permitindo viver a experiência?

— Quero uma garantia. — Chanyeol afirmou. Todos acham que, por ser tatuador e motoqueiro, era indiferente com o que sentia, principalmente com os seus sentimentos, mas era muito claro com o que sentia, inclusive quando se interessava genuinamente por alguém.

— Então saia comigo, Chanyeol. — Baekhyun sentou-se na cama. — Me busque na minha casa, toque a campainha, seja recebido pelos meus pais e vamos ao cinema.

— É… — Chanyeol engoliu em seco. — Posso ser atendido pelos seus pais?

— Muito! — colocou mais medo nele, mas se divertindo com o olhar assustado. — Nunca tive um encontro desses clichês, fugia quando me propunham, agora estou propondo a você. 

— Aceito, amanhã à noite. — Chanyeol estava apressado, sabia disso, mas necessitava curtir o máximo possível sem ter receio. 

— Combinado, Chanyeol, amanhã teremos um típico encontro clichê, mas…

— O quê, Baek?

— Não vou beber.

— Por quê?

— Porque quero poder beijar cada cantinho seu. — Baekhyun confessou, voltando a se deitar, mas agora em cima do motoqueiro, que arregalou os olhos. — Quero poder te beijar sem ter receio de me julgarem, quero aproveitar tudo o que queremos, então, depois que finalizarmos, ou te levo para conhecer o meu quarto, ou pode me trazer aqui outra vez.

— Você… — Chanyeol gaguejou. — Merda, você fica tão gostoso assim sentando em cima de mim.

— Eu aqui, tentando te garantir uma foda e me fala isso?

— Não, estamos garantindo o nosso primeiro encontro decente, a foda será um bônus.

— Você não existe, Chanyeol.

— Está me dizendo que eu não existo, sério? — Chanyeol segurou Baekhyun pelas coxas e o virou na cama. — Quer saber de uma coisa, Baek?

— Se for você me beijando, porra, quero saber de todas elas. — Baekhyun o provocou, massageando os ombros. — Agora você que está por cima, gosto disso e quero saber de outras coisas aqui, ó. — levou o indicador para o seu lábio.

— Do quê? Gosta que eu faça isso? — abaixou o rosto para próximo do de Baekhyun, soltou uma bufada de ar e simulando o beijar, vendo-o grunhir. — Ah, safado, quer que eu o beije, né?

— Por favor? — suplicou, deslizando a mão pela lateral do corpo de Chanyeol. — Estou deitado na sua cama, com você por cima de mim, pode só me dar um beijo de boa noite? Prometo virar para o lado e dormir.

Baekhyun não esperou terminar de falar, puxou seu pescoço e enlaçou os seus braços ao redor dos ombros de Chanyeol, o beijando.

Como estavam deitados na cama do Park, o beijo foi cinematográfico, com direito a mordidas nos lábios, chupadas na língua e a boca de Chanyeol deslizando dos lábios de Baekhyun para o pescoço, explorando a região sensível do estudante, que arqueou as costas ao sentir os lábios de Chanyeol raspar os dentes ali, além de soltar um gemido baixo.

— Você… — Baekhyun estava ofegante. 

— Eu, o quê? Está tentando me dar boa noite? 

— Sentindo você me pressionar assim, não estou conseguindo nem pensar. — confessou, se esfregando na ereção de Chanyeol, vendo-o fechar os olhos. — Pena que não estou sóbrio e que você não transa com quem está bêbado, por isso vamos dormir de pau duro. — ironizou, empurrando Chanyeol e vendo-o deitar do outro lado da cama, magoado.

— Terrível. — Chanyeol segurou Baekhyun pela cintura, o puxou para perto de si e se ajeitaram em uma conchinha. — Vou dormir de pau duro, Baek, mas você vai senti-lo atrás e ver o quanto me deixa doido. 

— Não que eu esteja muito diferente de você. — Baekhyun pegou a mão de Chanyeol e a deslizou para perto do seu membro rígido. — Boa noite, Yeol. — virou o rosto e sorriu, maliciosamente, dando-lhe um selinho.

— Boa noite, Baekhyun. — Chanyeol fechou os olhos, com o coração quentinho por também estar vivendo algo que sonhou por muito tempo, mas nunca teve a sorte de achar alguém que a química fosse magnética ao ponto de se entregar tão imediatamente assim.

 



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