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História Singular e não recíproco. - Extra: Blooming, Jeon. - História escrita por jimineutron - Spirit Fanfics e Histórias
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História Singular e não recíproco. - Extra: Blooming, Jeon.


Escrita por: jimineutron

Notas do Autor


Esse extra é um pouco diferente dos outros, porque nesse o Jeon já está quase na idade atual, então ele tenta ser menos infantil e mais poético, porém... KJASDJGH
Ele é como eu, tentando ser poético > :(
Leiam ouvindo CBX- Blooming days instrumental

Capítulo 10 - Extra: Blooming, Jeon.


Fanfic / Fanfiction Singular e não recíproco. - Extra: Blooming, Jeon.

O inverno se foi e com ele todo o gelo que podia ter, de alguma forma congelado o meu coração. Aqui, sentado do lado de fora de minha casa, observo minha mãe cheirar o primeiro broto de jasmim que aparece no jardim, esperando dar a hora em que seja propício ir observar as flores. A primavera na Coréia é bonita, claro que as flores de cerejeiras não são um espetáculo japonês primaveril, mas são lindas, são quentes e me aquecem. Porém, sei que o que me aquece não são realmente as flores.

Enquanto caminho pela casa, os braços para trás, prendendo as mãos e apertando os pulsos, ensaiei o dia inteiro aquilo, ter quinze anos vem com todos esses problemas, a carga emocional e um punhado de notas vermelhas quando você, assim como eu mantém a cabeça muito longe das aulas.

Subia e descia as escadas, quando me cansava, debruçava-me novamente na janela e observava minha mãe, dessa vez cheirando uma rosa. Aquela rosa era especial, pois tinha furado minha mãe inúmeras vezes. Mas é isso que faz de algo marcante, não é? As marcas que deixam, suficientes para te impedir de esquecer. Aquela rosa foi a mesma a qual minha mãe chorou por cima quando não tinha outra alternativa além de chorar, e foi a mesma sobre a qual praguejou em momentos indelicados, pois ela era a sua rosa e o que faz de uma rosa especial não é o momento em que vocês estão de bem, e sim o tempo que dedicou a ela.

Ah, o pequeno príncipe e suas analogias primaveris.

Eu amo a primavera, amo as cores e a beleza, amo o nascimento, amo o existir, amo a incapacidade da morte, não das pessoas e sim das flores que começam um novo ciclo, gosto de observá-las desabrochando, eu gosto de observar coisas novas nascendo. E era justamente por causa de um novo nascimento que eu estava apreensivo.

Não me importava com mensagens no celular, não era isso que eu queria, eu queria a cor e a doçura, eu queria o fim dos meus dias em preto e branco.

Ultimamente tem sido tudo monocromático, gosto quando ele pinta flores por mim, quando seu sorriso pinta flores para mim. Eu gosto quando Park Jimin é minha primavera, quando seus lábios rosados são da cor da primeira cerejeira que desabrocha, ele é sempre o primeiro que desabrocha meu coração. Gosto do seu corpo quando ele dança, é como o vento que leva os grãos de pólen, para muito longe, onde podem recomeçar o belíssimo ciclo de beleza que é a vida. Eu gosto da sua fluidez, da presença suave, do cheiro doce, eu gosto de como ele impregna o ar, todo o tempo.

Nunca compreendi muito bem se o mundo via Jimin como uma primavera também, ou aquilo era uma dádiva apenas minha, tinha medo de que a resposta fosse que sim, que eles viam, mas se ele nascia para todos, qual seria a probabilidade de eu começar a me pôr para ele?

A verdade é que o amor é um pouco egoísta, ele não tem medo do afastamento, não tem medo que a pessoa vá embora, tem medo de que outra pessoa descubra-o, cada sorrio é um tesouro, e quando Park sorri eu tenho certeza que tenho constantemente seguido o mapa que me leva a ele.

                             

Dias cinzas são aqueles em que o peito aperta e o sol é o mesmo de sempre, passa despercebido, o mundo inteiro não é perceptível, talvez seus olhos estejam sobre outra coisa, quem sabe.

Todos os anos eu e Park Jimin vamos ao Parque Estadual de Busan observar a primavera chegar, como se viesse de trem e pousasse em nossa frente quando as flores se abrem, preguiçosas, derretendo o último floco de neve, no entanto, há algum tempo que minha primavera não tem sido apenas os botões de girassol.

O menor não sai de minha mente, sinto que ele tem criado raízes em meu peito e está florescendo em meu interior, tenho colhido os frutos dessa admiração silenciosa, ou simplesmente estou próximo de enlouquecer, é uma inflorescência de amor, subentendido e apenas poético, nada físico. É claro que eu jamais beijei outro alguém, ele, da mesma forma, sei que o amor é muito mais do que isso, sei que talvez a primavera só seja assim para mim, mas quando vejo seus cabelos loiros flutuando enquanto ele corre em minha direção, sinto cheiro de felicidade. Se a felicidade fosse alguém e não algo, qual cheiro Jimin teria?

 

Estou apenas esperando a ligação dele, confirmando que já está saindo de casa para que eu vá também, enquanto isso, organizo em minha mente qual o plano dessa vez, com o tempo, comecei a sentir que nosso relacionamento era baseado num puzzle eterno, onde eu estava sempre encaixando a peça no lugar errado, estraguei todas, mas dessa vez prometi que faria diferente.

A pressa é a inimiga da perfeição, mas cada segundo que ele demora um pouco mais, eu murcho. Sinto-me como uma orquídea, cada pétala cai calmamente toda vez que desejo vê-lo, mas por algum motivo, não posso, é como cortar pelo caule, caio, pedaço por pedaço.

 

Quando o vejo, tenho vontade de pedi-lo que não se mova, enquanto eu tomo consciência de que ele é real, tenho ido muito longe com essas lembranças, de repente eu pisco e estou beijando-o debaixo do brinquedo no parque, ou meu coração está acelerado por estarmos de mãos dadas na praia. Quando ele me toca, seu amor floresce dentro de mim.

Comecei a cultivar tulipas em minha janela, pois é sua flor favorita.

Sinto sono, mas sinto também um turbilhão de outras coisas, o amor faz com que tenhamos certeza de que é ainda mais belo morrer de amor, mas já pensou que belo preencher o peito com lilases? As flores delicadas me lembram o rosto de Park quando acorda ao meu lado na cama, então rola por cima de mim e pede que nos cubra, e eu cubro, eu cubro-o para que o mundo não conheça a primavera. Não desejo a Era do Gelo, mas o girassol ao amanhecer é apenas meu.

 

E eu sinto como se pudesse fazer tudo por ele, sinto como se estivesse perdidamente apaixonado, mesmo que estar apaixonado não seja o que ele iria querer ouvir, e se me perguntasse o que paixão significa, eu certamente não saberia dizer, no entanto, as coisas mais bonitas são ditas no silêncio de um olhar, profundo, certeiro, capaz de deixar gravado em sua mente, a única coisa mais brilhante que se conhece, depois do sol.

 

Minhas pernas tremem enquanto caminho em direção ao parque, imagino com que roupa provavelmente estará vestido, e a mente flutua muito longe da simples zona de aceitação. Eu o amo, imagino como ele faz para ser incrível. Temo que algumas pessoas gostem, pois também gosto. Será que já observaram sua mania de pôr a mão em seu cabelo quando está nervoso ou quando não sabe o que dizer? Eu estava sendo guiado para uma vontade inerente de me apaixonar novamente, paixão, essa coisa estranha que nunca vi, mas meu peito aquece com a sensação.

 

As pessoas estão juntas como uma inflorescência de margaridas, os braços entrelaçados e o sorriso caminha junto, como quando preciso estudar alguma coisa e tudo o que consigo aprender sobre o mundo é o ângulo reto entre os olhos que se esgueiram quando ele sorri e os lábios grossos quando chamam meu nome.

“Jeon, você não vem?”

 

Ele me chama, como se não fosse óbvio que eu vou para onde ele for. O mais velho sempre me pergunta se não irei com ele, me pergunto se tem o mesmo medo que eu, medo que alguém me roube, mas ele sabe que tenho feito tudo ao meu alcance, para ser seu único. Será?

Desde que o cravo da janela do fundo desabrochou, perguntei se Jimin bem me queria ou mal me queria, umas duzentas vezes. Eu costumo misturar tudo, o frio na barriga e a vontade de vê-lo.

Eu odeio a poesia desse amor adolescente, é a primeira vez que não me sinto infantil em pensar que é preciso que eu suporte uma ou duas lagartas, se quiser conhecer as borboletas, como disse O pequeno Príncipe. Nós éramos as lagartas, os pequenos no meio da estrada, aprendendo a andar de bicicleta, e ele me levando na garupa até o infinito. Ele é o meu infinito positivo, a única coisa negativa matematicamente falando, é a sua ausência.

 

E eu compreendo que o sol não tinha nascido esse tempo inteiro, porque não o tinha encontrado. Ele estava sentado numa toalha quadriculada na grama, os pés que caminhavam de forma pesada até aquele momento, agora flutuavam e sem precedentes, peguei-me cantarolando, conhecer o amor por meio de uma obra de arte é como admirar, num ciclo infinito, as belezas do mundo. Quando Park sorri, imagino meus filhos iguais a ele.

É claro que antes eu apenas podia dizer que o meu hyung dançava bem e tinha uma bela voz, agora eu posso dizer que quando ele me toca, eu floresço, que imagino o quão colorido o céu ficará, quando a gente se beijar uma terceira vez.

Nesses dez anos em que tenho amado Park Jimin, conheci todas as etapas do amor, conheci a beleza de tê-lo abraçando-me antes de dormir, e o calor terno de sua mão pondo o band-aid em meu joelho, ele foi meu construtor e meu jardineiro, me moldou tal qual seus conhecimentos do mundo, sou parte dele, eu sou ele e sou eu, sou nós, na mais bela forma. Agora, que já tenho idade suficiente para compreender a diferença entre amar e estar perdidamente apaixonado, temo que esteja os dois, é que sua presença me muda do positivo para o negativo e toda vez que fecho meus olhos, suas cores colorem meu mundo.

 

Da distância em que estou, posso sentir o doce de seu perfume, todos esses anos tenho me perguntado como baunilha pode me lembrar tanto do garoto baixinho de cabelos cor de quando a flor de laranjeira nada mais é do que um resquício do amarelo quando o sol está nascendo, ao longe. Fraco, como quando tento dizer que o amo.

Eu estou velho agora, quinze anos e o mundo é infinito, cada vez que seus dedos pequenos e quentes tocam minha face, meus pensamentos florescem como pétalas.

Eu me apaixonei por Park Jimin porque quando eu não conhecia o mundo, ele foi o meu, descobri que a beleza tem a ver com o quanto ele me salvou. E hoje em dia esse amor é nobre, tenho consciência de que me apaixonei por ele quando não tinha nada e nesse momento, mesmo aqui, no meio de tantas rosetas, ele ainda é meu único dente de leão.

Me sento na grama e seu corpo pequeno se joga sobre o meu, caímos rolando um pequeno morro com grama e sua risada gostosa e infantil se mistura com a minha, é como ouvir o barulho do mar ao entardecer, é como estar ao lado dele nas praias de Busan, ele me olha como se eu fosse único no mundo e eu tenho certeza que é somente em prol do seu sorriso, que vivo.

Tento escrever coisas que um adolescente não escreveria, tento ser belo e acabo escrevendo bobagens, tentando ser um bom poeta, mas eu não sirvo para isso, não sirvo para descrever aqueles segundos insanos de quando ele faz meu coração parar uma batida ou duas.

 

O que eu gosto na primavera é que ela me lembra Jimin, eu o amei tão intensamente e arduamente todo esse tempo que ele floresceu dentro de mim, e cada ramo do meu ser brota um motivo para dizer que quando seus lábios avermelhados me perguntaram “Então Jeon, o que você quer fazer?”, enquanto seus olhos negros refletiam os meus, eu só pude dizer, sem querer, o que sempre fingi que era um delírio dizer.

“Eu quero ser seu namorado. Posso?”

É que Park, te amar é um precipício, você é minha pequena muda de hibisco, eu não conheço o amor, mas por você, ah, minha primavera! Por você eu me arrisco. Belo amor egoísta, você é apenas uma Peônia e eu, Narciso.


Notas Finais


Eu não dormi até agora, porque tive a ideia para esse capítulo, porém, a história saiu rápido, mas quem disse que eu conseguia fazer uma capa mediante minha imaginação? KSJDGF
Eu espero que tenham gostado, não sei se o Jeon conseguiu ser poético... >:(
Agora vou dormir, amo vocês, obrigado por estarem aqui <33


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