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História Sinners- Drarry - Conversão - História escrita por killou - Spirit Fanfics e Histórias
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História Sinners- Drarry - Conversão


Escrita por: killou

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 5 - Conversão



  Quando o loiro saiu correndo daquele banheiro, ele obviamente foi direto para casa, principalmente com o fato que seus pais iriam demorar para chegar aquela noite.

 Chegou desesperado dentro da casa, e foi correndo para o quarto, e fechou a porta.

 Não era gay. Isso era ridículo. Potter- Não tinha um “crush” nele! Não podia ter....
 Então ele pegou a Bíblia que tinha em seu quarto e leu. Assim sua cabeça ficaria cheia de coisas que eram boas. Nada de homosexualidade, nada Harry, nada de beijos.... Ele bateu a Bíblia contra a própria cabeça quando viu o que tinha pensado, de novo.
 
 Talvez as coisas não estariam assim se nunca tivesse conhecido Potter. Não teria pensamentos horríveis, pecar o tempo todo, correr o risco de desonrar seus pais e seu Deus.

 Porque um garoto tinha que mexer tanto com a cabeça dele?

 Rezou, rezou, rezou, rezou. Talvez assim, Deus não iria mandá-lo direto para o inferno. Talvez assim, conseguiria convencer a si mesmo que Potter estava errado.

Ou aqueles pensamentos iriam parar. Podia pensar em beijar em uma garota! Uma boa garota cristã, que seus pais não iriam se decepcionar se aparecesse para lhes apresentar um dia.
 Mas as garotas da idade dele na igreja não costumavam mostrar seus rostos. Usavam véus. E quando as via, tanto ele quanto elas ficavam nervosos demais para dizer alguma coisa.

 E também nunca tinha achado uma garota muito bonita. Tinham aquelas que eram menos feias que as outras, ou chegavam a ser agradáveis aos olhos. Mas nenhuma que fizesse ele parar e ficar “Caramba, essa garota é muito bonita”.

 Nunca aconteceu.

 Isso fez as lágrimas voltarem. E se Harry estivesse certo? E se fosse sujo como todos aqueles homos que seus pais falavam para ele ficar longe?

Ele seria morto. Seria morto sem dúvidas.

 As páginas ficaram difíceis de ler, e notou como algo caía nelas. Eram suas próprias lágrimas, molhando página por página.
 Queria que com elas sua dor e confusão também fossem expelidas de seu corpo. Não aguentava mais aquilo. Não aguentava mais temer todos os dias, chorar por qualquer deslize que fazia.

 Não conseguia mais.

 Iria queimar no inferno de qualquer forma, não iria? Se esforçou tanto, para no final, acabar ali... Ajoelhado, clamando por misericórdia, molhando uma Bíblia com suas lágrimas.

 Tanto esforço para ainda ser castigado! Tanto esforço para que....ainda fosse assombrado por aqueles pensamentos. E se Potter estivesse certo? E se...realmente não tivesse nada? E se todos estivessem mentindo para ele por todo esse tempo?!

 Começou a ouvir na sua cabeça, versos e preces sendo sussurradas ao mesmo tempo, seus pais gritando consigo e falando sobre como homossexuais queimavam no inferno. Como iria queimar no inferno se não resistisse a tentação.
 Todos gritavam ao mesmo tempo na sua cabeça, fazendo ela doer e ele entrar em pânico. Sua visão estava embaçada e agora ouvia vozes. Não entendia mais nada.

 - PAREM! ME DEIXEM EM PAZ! POR FAVOR! DEUS, TENHA MISERICÓRDIA DE MIM. EU LHE SUPLICO! SAIAM DA MINHA CABEÇA! DÓI, ISSO DÓI! POR FAVOR!

 Ele gritou até que sua garganta começasse a doer. As lágrimas ainda desciam pelo rosto, e agora agarrava seus próprios cabelos. Não sabia o que fazer.

 - Por favor.... Eu não quero mais... Eu não quero ir pro inferno... parem- Eu não quero.... Eu não gosto dele... Harry- Eu não posso gostar dele... Eu não quero ir pro inferno. Por favor, me livre desse sentimento!

 Ele tentou gritar, mas acabou saindo como um sussurro. Sua garganta estava machucada, e estava tão psicologicamente esgotado que influenciou seu corpo. Ele perdeu as forças, e caiu ali, no sono, sobre a Bíblia encharcada.

Algumas horas mais tarde, ele acordou no susto, com sua mãe abrindo a porta com tudo. Seu quarto não tinha trancas. Seus pais falavam que ele não precisava daquilo. Assim podiam entrar e ver ele quando precisassem.
 - Draco? O que estava fazendo no chão?
 - Mãe! Oh- Eu estava lendo... Acabei caindo no sono.
 - O que estava lendo?- A mulher entrou pegando o livro que estava no chão.
 Ela ficou contente quando viu que era a Bíblia.
 - Vamos. O jantar está pronto.
 - Ah! Eu não ajudei a senhora-
 - Não tem problema. Mal precisei fazer alguma coisa. Uma das irmãs da Igreja nos fez.
 - Tudo bem...

 Ele seguiu a mãe, que desceu as escadas silenciosamente. Nenhum deles fazia barulho quando andavam. Pelo menos não sem os sapatos. O loiro engoliu seco quando viu seu pai, sentado na ponta da mesa, sentado com aquela postura imponente que tinha. Fazia ele parecer ameaçador.
 - Pai.
 - Draco. O que estava fazendo?
 - Cai no sono. Fiquei cansado de tanto estudar.. fui ler um pouco e acabei dormindo.- Ele se sentiu pior que o diabo por ter mentido. Mas não iria falar que chorou. Seu pai odiava quando ele chorava.

 Falava que ele precisava virar um homem de verdade. Isso envergonhava ele.

 - Certo. Sentem-se de uma vez, estou cansado.

 Sua mãe se sentou à direita de Lucius, e ele à esquerda. Jantaram em silêncio, como normalmente faziam. Mas não antes de dar as graças, é claro.

 - Draco, sua mãe e eu estamos apoiando outro projeto.- Lucius comentou, assim que tiravam a mesa.
 - Que bom, pai. Espero que vá bem.- Ele não sabia muito o que falar quando seu pai o falava essas coisas.
 - Talvez seria bom comentar com aqueles pecadores perdidos do seu colégio.
 - Oh.
 - Sim, meu filho.- Narcissa se pronunciou.- Será bom para eles. Com uma conversão, ele voltaram ao caminho de Deus.
 - Conversão?
 - Sim. Nós resolvemos iniciar um projeto para o tratamento do homossexualismo. Dessa forma, podemos ajudar esses jovens perdidos. Não irão jogar suas vidas no lixo.

Draco ficou tão surpreso que não prestou atenção aonde ia, batendo com tudo o rosto no arco da porta. 
 - Ai! Me desculpe, eu ainda estou sonolento.- Ele riu nervoso.-Claro meu pai, faz sentido. Tomara que consigam concerta-los.- Draco falou segurando a ânsia de vômito que abateu a ele. Colocou a mão sobre o rosto, tinha doído pra caramba.

 Aquilo lhe deixou terrivelmente nervoso. Será que teria que passar por aquela conversão? Para ser normal?

 - Nós o educamos bem, meu filho.
 - Sim. Você sabe como esses....homos, se não renunciarem seu pecado irão direto ao inferno, não sabe?
 - Sim, pai. Eu sei bem disso.
 
 A conversa acabou ali, mas o desespero ficou do jovem aumentou. Ele dormiu chorando mais uma vez. Não sabia o que sentir. Quando imaginava aqueles beijos se sentia tão bem... E quando tirava tudo daquilo de sua cabeça, se sentia assustado, vazio.

Não sabia o que fazer.
————————————
  Já tinha trombado com aquele idiota no corredor, e ainda passado pelo “trio de ouro” do colégio. Não gostou nem um pouco do jeito que Potter tinha o olhado.

 E provavelmente iria ignorar ele pra não acabar confirmando o que não queria. Ele não podia gostar de Potter. Não queria ser gay. Tudo iria ficar pior se ele fosse.

As coisas não estavam boas. E não iriam ficar melhores.

 Principalmente agora que estava indo até a mesa de Potter e seu milhares de amigos. Precisavam terminar aquele trabalho desgramado.

 Sentiu o coração querer sair do peito quando chegou na frente da mesa. Todos viraram para ele, e suas expressões ficaram furiosas em questão de segundos.
 - Ah! Que ótimo!
 - Veio xingar a gente?
 - O que? Vai convidar pra ir para aquela conversão gay da sua Igreja, Malfoy?!- Algumas pessoas da mesa começaram a brigar. Principalmente Ginny, já que também era homossexual.
 
 Ele cruzou os braços tentando ignorar o quão nervoso estava.
 - Uh..- O loiro só olhou para o moreno, iria acabar aquilo de uma vez.- Nós precisamos terminar o trabalho. Eu faria tudo mas você ainda está com a linha do tempo.
 Harry parecia ser o único que não estava o olhando com ódio, o que lhe deixava estranhamente aliviado. E isso fazia ele ficar ansioso novamente.
 - Tudo bem.... Eu te vejo na mesma hora então.
 - Okay..- Draco só acenou com a cabeça, e foi embora do refeitório.

 Precisava chorar. Era a única coisa que estava conseguindo fazer para não enlouquecer. Chorar não era pecado, então fazia isso à vontade.

 - Lá vai ele. O filha da puta ainda vem todo petulante aqui na mesa.- Ron resmungou.
 - Louco do caralho. Você parou com aquilo, não é Harry?
 - Sim, Gin. Ron e Hermione já me fizeram prometer. 
 - Ótimo. Não se mete com ele.
 Harry só suspirou. Seria difícil mentir para seus amigos, mas não iria deixar Draco pra trás.

Podia não perceber, mas precisava de sua ajuda.
————————————
 Harry ficou aliviado ao ver que Draco estava ali quando chegou. Pelo jeito as coisas estavam normais dessas vez. O loiro já tinha aberto os cadernos e livros, estava fazendo as coisas sem ele nem chegar.

 - Malfoy? Já começou sem mim?- O moreno riu um pouco, se sentando ao lado do loiro.
 - Achei melhor adiantar.
 - É, bem sua cara.

Potter percebeu o quão calado ele estava. Não que Malfoy fosse de muita conversa, mas ele não tinha sequer olhado para si.
 - Uh... Ficou melhor? Depois de ontem?
 O loiro suspirou, sabendo que as perguntas estavam por vir.
 - É. Acho que sim.
 - Aceitou que você é gay? Depois daquela conversa toda-
 - Eu não sou! Para de falar isso!- Finalmente o jovem olhou para si, que ia argumentar mas viu um roxo na maçã do rosto dele.

 - O que aconteceu?- Harry aproximou a mão, tocando de leve.- Alguém te bateu?
 - Não...- Draco sentiu-se corar um pouco.- Eu bati na porta.
 - Que mentira horrível.
 - Eu não minto. É um pecado.
 - Porque você iria bater na porta?
 - Eu...levei um susto.- O loiro realmente falou a verdade. O assunto da conversão assustou ele.
 - Com o que?
 - Não quero te falar.- Malfoy falou honesto, voltando a olhar para o caderno.

 - Qual é! Você me deixou curioso! Eu vou te irritar até você contar.
 - Você sempre me irrita. Me acostumei.
 - Credo...Uh- Então eu vou flertar com você.
 - Flertar? Não faça isso, Potter!- O loiro o olhou irritado e nervoso. Aqueles comentários faziam coisas com a cabeça dele.
 - Fazer o que ? Tem várias coisas que eu queria fazer com você..- Harry falou aproximando o rosto no rosto do outro. Draco corou ainda mais e o empurrou.

 - Chega! Tá bem! Pelo amor de Deus! Eu levei um susto... quando os maus pais falaram sobre a conversão. Só isso. Não estava esperando.
 O sorriso divertido no rosto de Potter caiu na mesma hora. Então era isso... Sentiu-se mal pelo outro. Devia ser horrível viver naquele ambiente! E ele ainda ficava negando quem era.

 - Então... Se te assustou significa que você não pensa assim, pensa?
 - Claro que penso! Vocês...precisam de ajuda! Deus pode ajudar.
 - Você rezou para parar de pensar nessas coisas. Mas ainda continuam. Nós, Draco. Não “vocês”. Aceite quem você é.
 - Cale-se, Potter. Me deixe em paz.- O loiro olhou para a lição novamente, sentiu os olhos queimarem e a garganta fechar. Precisava parar de chorar tanto.

 Harry notou o quanto os olhos do outro ainda tinham as pálpebras avermelhadas. Tinha chorado mais. E seu nariz continuava vermelho na ponta, mais do que antes. Era estranho achar ele bonito assim? Definitivamente. Mas ele parecia de porcelana daquele jeito. Uma pintura bela.
 
 - Você chorou de novo, não chorou?
 Draco travou um pouco.
 - O que te faz pensar nisso?
 - O fato que o seu rosto ainda esta vermelho de chorar. E você veio para a escola assim. Por favor, loiro... Você vai ficar louco se não aceitar que as coisas são como são. Aceite quem você é! Não é um pecado!
 - Para com isso! É sim! E eu não quero ir para o inferno! Não quero ser um pecador!
 Harry pegou a mão dele com firmeza, o que o surpreendeu um pouco.
 - Você não vai. As coisas vão ficar muito mais leves se você aceitar isso.

 - Não vão não... Tudo vai desmoronar, Potter. Você não entende.


Notas Finais


Obrigada pela atenção!!


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