História Skydive - Chanbaek (Reescrevendo) - 14

Narrador On 

Wu Yifan estava determinado á instaurar a ordem naquele lugar novamente, não aguentava mais tantas coisas dando errado, pelo simples motivo de não ter pessoas o suficiente para comandar uma máfia, claro que tinha diversos empregados, mas precisava de gente boa de verdade para ocupar tais cargos.

Sendo o chefe simplesmente não podia  tomar decisões erradas que os prejudicasem. Com muito custo e de muita relutância decidiu deixar o ego de lado e resolveu ir falar com Bang Yongguk, estava chegando em um momento que apenas aquilo resolveria.

Meses atrás uma batalha de egos fez com que a Skydive se dividisse em dois, culpa de Yifan e Yongguk que estavam disputando para serem chefes da máfia, e o ápice de tudo foi a morte da esposa de Bang, que todos juravam que os responsáveis eram Chanyeol e Yifan, coisa que nunca foi provada, mas só piorou o ódio que sentiam um do outro. Foram divididos depois de um acordo nada amigável envolvendo sangue da parte dos dois. Onde os integrantes escolheram o lado que ficariam, o nível ficou quase igualado, mas fez com que ambas perdessem a influência que tinham juntos, ficaram fracos.

A única coisa que elevaria o nível de ambos seria outro acordo, dessa vez de união e não de segregação.

Wu selecionou o contato que não havia discado desde muito tempo, apertou para ligar e esperou poucos segundos até que fosse atendido. Enquanto isso Zitao caminhava nervosamente pela sala, até porque achava a ideia do namorado uma completa besteira.

- A que devo a honra? - O tom rouco da voz do rival invadiu seus ouvidos.

- Fico surpreso em saber que tem meu contato salvo. - Yifan disse de forma sarcástica - Sentiu a minha falta?

- Eu não, mas não posso dizer o mesmo por você.

- Te liguei porque precisamos conversar sobre negócios.

- Diga o que quer.

- Pessoalmente

- A coisa deve estar feia por aí.

- Tão feia quando a sua, meu caro. 20:00 no Flavors.

- Fechado, eu não perderia por nada ver você implorando por minha ajuda.

Encerrou a ligação sem trocar outras palavras, precisava dele mas não significava que eles teriam que voltar a ser amigos - sim isso já havia acontecido em um passado nem tão distante - e Yifan não estava com o humor nada bom naquele momento. Respirou fundo jogando o celular na mesa que estava em sua frente, fechou os olhos e jogou a cabeça para trás bagunçando os fios negros. Zitao percebeu o estado que o namorado estava e foi para trás do outro, passando os braços ao redor dos ombros largos do mesmo, tendo sua mão acariciada logo em seguida.

- Você está bem? - Perguntou um pouco preocupado.

- Sim, acho que baixar a guarda é o melhor á se fazer nesse momento.

- Acha que seu pai e o Chanyeol vão gostar disso? - Perguntou e foi puxado para se sentar no colo do namorado.

- Eles não tem que achar nada, até porque eu sou o chefe agora. - Zitao não pode evitar o sorriso ao ouvir a forma que o namorado falava, já quele sempre obedecia o que o "pai" dizia. - Quero que vá comigo nesse jantar.

- É claro, eu sou o líder da persuasão. - Huang falou e Yifan o ajeitou melhor em seu colo, apertando a bunda do outro - Pode tirar o cavalinho da chuva, temos que trabalhar.

- Acho que eu deveria apertar mais sua coleira, está sendo muito muito malvado comigo ultimamente. - Disse mexendo no objeto de couro e ouro no pescoço alheio.

- Eu juro que quando as coisas voltarem ao normal, vai me ter por completo de novo. - Depositou um selar rápido nos lábios alheios.

Se levantou se sentou na cadeira de frente para Wu, pegou o notebook e voltou a fazer uma das coisas que mais sabia fazer, negociar a venda de drogas. Yifan ficou com uma cara emburrada por alguns minutos, geralmente Zitao não lhe negava fogo, mas se contentou e decidiu ir trabalhar como o namorado havia dito, deixou um selar nos lábios do mais novo e saiu da sala.

...

Baekhyun estava em uma das boates, um pouco frustrado em saber que ficaria encarregado de lidar com pequenas vendas de maconha. Ele estava realmente pensando que as negociações que faria seria com gente grande, e não com um bando de jovens querendo ficar chapado. A única coisa que teria que fazer era esperar alguém vir perguntar se ele tinha "a coisa", dizer o valor, receber o dinheiro e entregar um saquinho com a droga. Pelo menos poderia"trabalhar" e beber ao mesmo tempo, quer dizer, Sehun não tinha dito nada sobre poder beber ou não.

Byun já estava entediado, ninguém tinha lhe pedido nada, estava no lugar onde costumavam vender, mas provavelmente ninguém achava que um garoto como ele poderia ter drogas. Estava quase subindo no balcão e gritando como se estivesse em uma feira livre.

— Como está seu primeiro dia? - Sehun perguntou dando um gole no uísque que estava em sua mão.

— Vamos dizer que está péssimo, absolutamente ninguém comprou nada. - revirou os olhos - eu não deveria estar aqui, eu não sirvo pra isso. Aquele Junmyeon estava certo quando disse aquelas coisas.

— Com toda certeza você é meu pior vendedor... - respirou fundo - o Tao já disse que vai te encaixar com ele, mas com essa carinha a única coisa que você vai conseguir vender são biscoitos.

— Vou ficar aqui parado sem fazer nada?

— Um segundo.

Oh pegou um dos saquinhos com maconha que estavam no bolso de Byun, pegou um papel de seda e "bolou" um baseado entregando para Baekhyun. Bagunçou os cabelos claros e entregou a jaqueta que vestia para o garoto.

— Só precisa fingir que é um nóia. Primeira regra é não usar a droga que está vendendo, então não encoste esse baseado na boca. - Falou calmamente - Quando alguém encostar, você oferece.

Byun seguiu os conselhos de Oh, e incrivelmente deu certo, sua nova postura começou a atrair compradores, nunca imaginou que houvessem tantos drogados em seu país.  Vez ou outra chegava uma garota ou um garoto interessado em si, parece que o visual bad boy havia lhe dado alguma credibilidade naquele local, talvez fosse melhor dar uma modificada no visual para começarem lhe levar a sério.

Ficou ali até a maioria das pessoas irem embora, estava exausto e a única coisa que queria naquele momento era cair em uma cama e dormir o quanto pudesse. Saiu da boate percebendo que estava quase amanhecendo, suspirou cansado e pensou por uns instantes se deveria ligar para o namorado lhe buscar, mas ele provavelmente estaria dormindo aquele horário. Resmungou e seguiu o caminho para a casa, apertou a jaqueta contra o corpo na intenção de se aquecer, tentando ignorar o mal pressentimento que estava tendo.

Vinte minutos depois estava em casa, entrou sorrateiro para não acordar quem estivesse dormindo, mas ao chegar na sala avistou Chanyeol dormindo no chão, com a cabeça encostada no sofá. Retirou o notebook que estava sobre o colo do mais velho e o balançou, na intenção de acorda-lo. Park abriu os olhos lentamente, se deparando com o namorado.

— Vai acabar com um problema nas costas se continuar aí. - Estendeu a mão e o ajudou a se levantar - vamos dormir.

— Como foi o primeiro dia?

— Percebi que nem pra vender droga eu sirvo. - Disse com uma voz de desânimo, arrastando o outro para o quarto - Foi quase um completo fracasso.

Deitaram na cama, um de frente para o outro com uma distância mínima. Chanyeol tinha os olhos inchados por ter sido acordado, já Byun estava com os olhos murchos por conta do sono que sentia.

— Você está com o cheiro do Sehun.

— Ele achou que uma imagem mais descolada iria me ajudar.

— Ajudou?

— Se eu vendi quinze foi muito. - Suspirou - Quando eu pensei em entrar nisso achei que seriam coisas grandes, não um saquinho de maconha pra jovens rebeldes.

— Acha que todos aqui já começaram em cima? - Park questionou - Yifan é chefe mas começou vendendo beck.

— Não tenho mais certeza de que é isso que eu quero pra minha vida.

— Presta atenção, uma vez que você entra de vez nesse mundo é impossível sair.

Baekhyun ficou em silêncio, apenas pensando nas palavras que o namorado havia lhe dito. Realmente tinha interesse em entrar naquilo, só não pensou que teria que fazer certas coisas, talvez por achar que fosse como nos filmes, pensou que sua vida fosse ser pura adrenalina e na verdade estava sendo um saco. Sabia lutar e sabia atirar, porque não podia fazer algo mais interessante?

— Só vou ter certeza se eu fizer algo realmente importante.

Byun se virou para o outro lado com uma cara emburrada, ouviu Chanyeol suspirar e em seguida abraçar sua cintura colando novamente os corpos. Decidiu não falar nada, ate porque não queria dormir estando mal com o mais velho, mas estava um pouco magoado pelo namorado achar que ele não estava preparado.

Chanyeol o acordou relativamente tarde, odiava ser acordado, mas a forma carinhosa como isso foi feito lhe deixou feliz. Park lhe despertou com diversos selares pelo rosto e pescoço, era até engraçado o ver agindo daquela forma.

— O que deu em você hoje? - Perguntou com um sorriso de orelha a orelha.

— Eu não sei - Deu risada - Só quis te ver acordar alegre hoje, geralmente você é mal humorado...

— Você conseguiu!

A tarde dos dois se resumiu em troca de afeto, desde orgasmos até beijinho de esquimó. Os dois se encontravam suados na cama, com as respirações ofegantes. O quarto estava silencioso, até o momento em que o som irritante do celular de Baekhyun soou pelo ambiente, o menino decidiu ignorar mas a pessoa insistente ligou novamente, dessa vez com muito custo, Park pegou o celular e atendeu.

— Porque não atende a droga do celular, Baekhyun!? - Uma voz conhecida soou do outro lado, era Zitao.

— Porque ele tem coisa melhor para fazer, se é que me entende. - Usou uma voz maliciosa - Diz o que quer.

— Não ligo para as putarias que vocês estão fazendo, seus promíscuos! - Disse de forma grosseira - Meu assunto é com ele. 

Chanyeol mostrou a língua para o celular, como se o amigo pudesse ver do outro lado da linha. Entregou o celular para o dono que ria da infantilidade do namorado, logo indo para o banheiro.

— Baek, quero que você vá em um jantar comigo hoje.

— Uau, Yifan sabe que você está me convidando pra jantar? 

— BAEKHYUN! - exclamou alto - É um jantar de negócios!

— Pensei que você estava querendo meu corpinho. - Deu risada. - Pelo menos iria pagar um jantar antes.

— Não acredito que realmente pensou isso! - Gargalhou - Vai ser uma boa oportunidade pra você ver como nossa área funciona, topa?

— Com certeza!

— Passo aí em meia hora, tenho que te explicar sobre o que é.

— Meia ho- foi  interrompido.

— Até já.

A ligação foi encerrada e Baekhyun foi correndo contar para Park, finalmente alguma coisa importante iria acontecer.