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História Slenderman: A Entidade Demoníaca (Em Revisão) - Acusação - História escrita por LittlePeach_br - Spirit Fanfics e Histórias
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História Slenderman: A Entidade Demoníaca (Em Revisão) - Acusação


Escrita por: LittlePeach_br

Capítulo 28 - Acusação


  Remanso, frio e olhos penetrantes fixados em mim. A insegurança nunca me pareceu tão íntima. A tortura do silêncio é como o fogo mais ardente queimando meu ser. Ver Colin parado com uma expressão séria me deixa com mais medo do que ele vai dizer, porém ver um sorriso irónico e maldoso me deixa mais confusa do que estou.

- É um pouco cedo para contar piadas.

( O quê? )

- Colin, não é uma piada...

- É claro que não, afinal não teve graça. Não é hora para blasfémia, Margot.

- Não é blasfémia! Colin, ele é real. Eu vejo ele... Sempre que vou na floresta ele está lá.

- Você foi na floresta?! Por que diabos você foi? Eu te disse que é perigoso. Não devia ter ido lá!

- E isso importa?

- Você podia ter morrido...

- E morri! Várias vezes. Assim como Ivan, Hans, Peter, Melissa, Thais e outras pessoas. Todas vítimas daquela besta...

- Não diga isso! Todos foram mortos por alguém sem coração. Você enlouqueceu... - Diz se virando para a porta e seu ato faz meu coração doer, mas não me dou por vencida. - O Slenderman não existe.

- Existe sim! Ele me persegue desde que eu era uma criança... Colin olha para mim... - Peço mas ele ignora.

Sinto-me despedaçar. Estou decepcionada, chateada, muito magoada com sua atitude. De todos que conheço eu não espera que justo Colin negasse a mim. Penso que eu mesma sou a única prova de que a criatura existe. Arregaço as mangas e abaixo a costura da gola até meu ombro esquerdo.

- Colin, olha para mim... Olha para mim, droga! - Ordeno com fúria.

Ele se vira lentamente assim como seus olhos, e então vê meu ombro despido, revelo todas cicatrizes que havia ganhado estando no inferno junto com o Slenderman. Eu ainda tinha restos da marca de minha prisão que para sempre levarei comigo. Ontem a noite eu havia as escondido com quilos de base mas hoje estão a amostra.

- Um assassino qualquer não teria deixado uma assinatura como essa. - Desvio meu olhar para a marca que Slenderman me fez.

A reação do Colin é inesperada. Mal tive tempo de me preparar para ele, logo sou presa contra ele sendo segurada pelo pulso. O seu olhar não é mais o mesmo, tem desprezo e ódio. Sinto-me sufocada. O garoto a minha frente é alguém desconhecido e pela primeira vez tenho medo dele. Nunca o vi assim, o modo como ele se encontra agora me assusta. Estou com o coração batendo forte. Fechei os olhos em desespero, fiquei desejando para que o meu Colin voltasse e de repente toda a pressão sobre mim se desfez, meus pulsos ficam livres e agora consigo respirar novamente. Abro os olhos, tudo pára. Agora vejo culpa e tristeza em seus olhos azuis. Não sabia reagir, mesmo se soubesse não teria tido tempo de expressar, seguidamente de uma desculpa Colin estava saindo do quarto.

Mesmo podendo respirar novamente minhas inspirações ficam falhas por causa dos pequenos soluços e lágrimas que descem incontrolavelmente pelo meu rosto. Encosto na parede para não despencar de uma vez. Escorrego até o chão. Tento parar de chorar mas é inevitável. A tristeza é só o que resta. As doces memórias da noite passada se tornam amargas. Lembrar de mim e do Colin, e do nosso beijo só me faz arrepender de tudo o que tentamos. Eu teria poupando-me se não tivesse sido tão sensível. Ou talvez, teria poupado de tudo se tivesse ficado com o Slenderman. Mal avisou que nada mais seria o mesmo. É triste pensar que Colin mesmo depois do beijo não confia em mim. Eu entreguei uma parte do meu coração para ele e logo me devolveu em pedaços, assim como Jeffrey. Pensar que ele está morto me deixa louca. Imaginar seu medo, sua vida sendo sugada através do seu lindo rostinho enquanto pensava a onde a mãe ou até eu estaria para ajudar.

- Eu só queria que alguém acreditasse em mim... - Digo a mim mesma encostando na parede.

Respiro fundo e procuro tranquilizar meu coração fraco, e cansada com as energias gastas logo adormeço por ali.

***

Sons de sirene me despertam do apagão. Meus olhos cansado e ardentes oscilam ao avistarem luzes azuis piscando na escuridão. Fico chocada em perceber que dormir por muito tempo, é quase noite. Levanto do chão um pouco devagar e saio do quarto, vou até a varanda bisbilhotar, vejo dois carros da polícia estacionarem enfrente ao portão de casa. Os policiais ao saírem das luxuosas viaturas, vão até e tocam a campainha.

- A polícia chegou! - Ouço Jörg dizer.

- Graças a Deus. Vou chamar Margot. - Eliza solicita. Assim decido descer. Não demorou muito para que nos encontrássemos e quando minha tia me avista fica com muito preocupada. Claramente aparento ter chorado. - Margot?

- Não ligue para isso, - desvio. - vamos, a polícia está aqui.

Tia Eliza, mesmo confusa, concorda comigo. Fomos para o lado de fora onde todos, excluindo as crianças, estavam. Olho para todos os policiais. O Detetive Sebastian está aqui junto a um parceiro. Os olhos do detetive cravam em mim. Antigamente eu temeria e ficaria intimidada, hoje somente desprezo sua arrogância. Ele vem até mim passando pelo Colin que agora nota que estou ali, para ambos faço cara de poucos amigos.

- Senhorita Wilson. Vejo que não consegue ficar longe de confusão não é mesmo. - Rir e pega um cigarro do maço. Nem estando fumando ainda sinto o cheiro de fumo, fico enojada. - Não vai dizer nada?

- Para você depois me colocar num hospício? - Digo debochando e ele fica surpreso.

- Ainda com a história do homem sem rosto? - Rir com sarcasmo. - Tome cuidado Margot...

E então sai da minha frente para entrar na casa.

Não fico chateada, com medo ou com raiva. Tudo o que está acontecendo foi previsto. No entanto estou com um pressentimento ruim.

Mais uma viatura chega, estes policiais assim como os que vieram antes entram na casa em busca de pistas. Fazem uma vistoria em todos os cantos enquanto eu e minha família fomos obrigados a ficar do lado de fora. Com o celular no bolso confiro as horas e já se passaram quarenta minutos do tempo que estamos aqui. Estou tremendo de tanto frio. Eu poderia até entrar e ir para meu quarto mas se isso significa outro encontro com Sebastian então dispenso.

- É melhor levar as crianças para o hotel. - Jörg tem a ideia e todos concordam. Deixar as crianças aqui não é necessário.

- Eliza e Margot também deviam ir.

- De jeito nenhum, Colin, - lanço um olhar fervente e todos trocam olhares entre si. - eu vou ficar.

- Tudo bem... - Eliza tenta tranquilizar o clima. - Eu vou e levo Martha e as crianças. Vocês três ficam aqui e nos informam do que acontecer.

- Está bem querida. Tome cuidado. -Jörg dá-lhe um beijo.

- Eu vou, e vocês também.

Em pouco tempo fomos deixados. Tio Jörg certamente está sentindo o clima pesado entre mim e o Colin. Ele conversa algo com o Colin que logo olha para mim, seu olhar tem um pouco de culpa. Estava prestes a vim até mim quando ouvimos alguém gritar.

- EIII! ENCONTRAMOS ALGO!

Todos que ouviram foram a caminho do local, incluindo Sebastian. Chegamos e nos deparamos com um legista diante de uma árvore segurando algo. Quando pude ver minha pressão cai, segurava o cachecol da Thais. Minhas mãos começaram a tremer. Um pastor alemão surge do nada, e então começou a cheirar o cachecol. Ao sentir o cheiro o cachorro tentou avançar em mim, ainda bem que o policial o segurou bem. Todos me encaram, Sebastian me olha com maldade. Como se eu não conseguisse mais respirar meus sistemas param de funcionar e tudo fica escuro.

Pisco várias vezes tentando recuperar a visão. Quando tudo volta ao normal me vejo dentro do meu quarto com Colin em frente a mim. Minha cabeça dói. Recupero a audição e comigo ouvir uma discussão.

- Co-Colin? - O chamo com fraqueza e ele me ouve. Vira para mim e fica pouco desesperado. - O que aconteceu?

- Você desmaiou quando o cachorro tentou avançar em você.

- Nossa... - Esfrego a cabeça. - Quem está discutindo?

- Jörg e Sebastian.

- Por que? - Pergunto ao me sentar na cama mas Colin não responde. - Colin, por que?

- O cachecol que encontraram era da Thais... Margot, eles querem levar você.

Suspiro profundamente.

- Detetive Sebastian realmente acredita que seja eu a assassina. Eu encontrei aquele cachecol na estrada... Eles não vão creditar em mim.

- Margot...

- Obrigada Colin... Mas pode me deixar sozinha? Preciso de um tempo. - Olho suplicante.

Ainda com o olhar de culpa, ele tentar ser gentil ao aceitar mas eu sei que ele não quer me deixar. Observo-o sair do quarto.

Estando sozinha na quietude pude prestar atenção na conversa lá em baixo. Meu tio tenta convencer o detetive a não me levar para a delegacia mesmo sendo a principal suspeita. Sebastian está decidido. Desde o início do caso o infeliz quer me prender, se não estivesse tão cego nos dois poderíamos terminado com isso. Mas quem acreditaria em mim?

- Sua sobrinha é a principal suspeita, desde o inicio. Em todos casos de desaparecimento a Margot tem algum envolvimento.

- É só uma coincidência detetive.

- Não Senhor Becker! O cachecol que encontramos pertence a uma das desaparecidas. Thais estudava na mesma turma que sua sobrinha, e se não está sabendo Margot agrediu Thais.

- Não! Ela não fez isso!

- Desculpe, Jörg, mas todas as provas apontam para sua sobrinha eu vou leva-la comigo.

(Não! )

Saio da cama e ando de um lado para o outro pensando em algum meio de escapar. Eu não posso ser mandada para um reformatório ou hospício. Ouvir Sebastian subir as escadas para me buscar só me deixa mais nervosa, tranco a porta do meu quarto para poder ganhar tempo mas logo o detetive está tentando abrir:

- Margot! Abra essa porta!

- Não!

- Margot, ouça ele. Você precisa ir... - Diz Colin.

Fico perplexa, até Colin suspeita de mim? Penso que não posso mais ficar aqui. Então olho para a janela e não vejo outra saída além dela. Arrasto o criado até a porta e em seguida vou até a janela. Levanto o vidro e olho a altura, desencorajo só de pensar em pular mas ao baterem com força na porta me impulsionou a fazer o que tinha que fazer. Subo na beira e fico me segurando por ali, para diminuir a queda desço uma perna primeiro para depois a outra até ficar pendurada. Respiro fundo e solto minhas mãos. Sinto um choque na perna quando meus pés tocam o chão, felizmente a neve anestesiou logo e não sentir dor por muito tempo. Procurei recuperar a força e ficar de pé, logo estava correndo até a floresta. Antes mesmo de cruzar a barreira ouço a porta do meu quarto ser arrombada. O medo de alguém ter me visto correr para cá faz com que eu acelere os passos.

A floresta nunca esteve tão escura. Fazendo a mínima ideia de onde eu estava ou a onde devia ir apenas pensava em encontra-lo. Era só isso o que eu queria. Encontrar o Slenderman. Eles vão vim até mim e quando me encontrarem eu estarei com ele, vou dar um jeito de acabar com tudo e provar minha inocência. Mas não será uma tarefa fácil sem conseguir ver um palmo a minha frente. Estou na escuridão infinita, tanto que meu pé garra em alguma coisa e assim me vejo rolando em algum lugar. No fim da decida sinto-me dolorida. Meu pulso, minhas cicatrizes e provavelmente os novos cortes ardem. Penso em desistir mas digo a mim mesma para continuar.

- Não, não! Eu vou encontrar! Vou encontrar pelo Peter, Melissa, Thais, pelo Jeff... - (Jeff...) - Jeffrey! - Grito de raiva.

Depois de tantas vezes eu não sinto nada estando na floresta além de medo. Não de nunca mais voltar mas de não poder fazer nada estando aqui. Estou cansada. Estou perdendo tudo o que amo e eu não consigo fazer nada. Eu me odeio. Odeio minha vida, odeio sofrer, odeio fazer outros passarem por raiva

" Oh minha linda flor... Eu te amo tanto.

Não desista dos seus sonhos

Não enquanto o verão sempre vier depois da primavera..."

Ouço a melodia que me vem no eco da floresta. A vitrola, a cabana. Estou perto. Volto a ficar de pé mas com dificuldade. Começo a andar com lentidão. A cada passo com a perna esquerda é uma forte dor no tornozelo. É como se eu tivesse deslocado, ainda sim sigo o som da música.

No meio da escuridão avisto uma luz muito fraca. Quando vou em seu sentido o som da vitrola que toca sempre o mesmo verso da música fica mais forte. Corro mesmo com a dor. Então avisto a casa, nem acreditei que havia conseguido chegar. Vou até a porta e arrombei, não foi preciso usar muita força. Ela abre:

- Slender! - O chamo na esperança de ser ouvida.

Não tenho uma reposta direta, apenas ouço um barulho vindo dos fundos. Imediatamente vou até, o barulho parecia ter vindo do mesmo quarto em que acordei na última vez em que estive na cabana. Abro a porta lentamente, por uma brecha avisto alguém enfrente a um espelho recente. Noto que é uma garota usando um vestido branco cintilante enquanto escova seus cabelos prateados. Ela me vê pelo reflexo e se vira para mim com um largo sorriso no rosto:

- Anne...



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