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História Slices Of Life - - home is people not a place - - História escrita por cherrybombshell - Spirit Fanfics e Histórias
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História Slices Of Life - - home is people not a place -


Escrita por: cherrybombshell

Capítulo 1 - - home is people not a place -


— A sopa precisa de sal — Riddle avisou casualmente.

Cecilia virou a cabeça para o lançar um de seus olhares, o que talvez teria o assustado um pouco mais se ele não estivesse mais preocupado com o modo como as costas delas estavam tensas e como o aperto de sua mão na faca que ela usava para cortar cebolas tremia bem ligeiramente.

— Você nem experimentou ainda — ela reclamou, apontando a faca para ele.

Movendo-se para poder se apoiar do lado de Cecilia, Caroline pegou uma colher e provou a sopa.

— Precisa de sal.

Parecendo muito irritada, Cecilia provou em seguida.

— Jesus, eu odeio quando vocês dois estão certos.

E Cecilia, apesar de sua careta, sorriu enquanto olhava para Caroline. Mais suave e sutil do que antes, parecia um momento um pouco privado e muito cheio de carinho, como se Riddle não devesse estar olhando para aquilo.

Caroline, por sua vez, sorriu para Riddle enquanto Cecilia ia pegar o sal.

— De nada.

Riddle revirou os olhos.

— Obrigado — agradeceu ironicamente.

Concedido, Cecilia não era uma cozinheira tão terrível quanto antes, mas isso se dava mais ao fato de que antes era uma comparação bem baixa e fácil de se ultrapassar do que ela ter de repente virado uma mestra na cozinha. E, contando com a quantidade de tempo que tinha passado desde que ela tinha começado a tentar cozinhar, talvez ela devesse ter melhorado um pouco mais, mas não era como se nenhum deles fosse falar isso para ela.

— Por que você só não deixa a cozinheira de verdade fazer o trabalho dela? — perguntou Abraham, fazendo uma careta enquanto Cecilia colocava sal demais na sopa.

— Porque a gente — ela fez um gesto entre si e Riddle — combinou que eu poderia fazer a comida em ocasiões especiais. É melhor vocês todos comerem essa sopa e se sentirem bem gratos por todo o trabalho que eu faço por essa família, ok?

— Hoje não é uma ocasião especial — disse Riddle, de repente muito suspeito, ereto em sua cadeira.

Alguns meses depois que Tom se formou em Hogwarts, ele saiu de casa e se mudou para um loft com o menino Malfoy. Desde então, os Riddle tinham começado a ter jantares em família ao menos uma vez na semana, o que significa que isso já acontecia por alguns anos e eles nunca tiveram nenhum problema. Não havia porque Cecilia estar tão tensa logo agora, a não ser que houvesse algo acontecendo que ele estava perdendo ou não estava sabendo ao todo.

Riddle tentou procurar em sua cabeça por alguma data que poderia ter esquecido. Sabia que não havia nenhum feriado se aproximando, não no Mundo Trouxa e não no Mundo Bruxo, porque mesmo sem magia, ele era um bom pai e sabia todos os dias de folga que Tom tinha no trabalho. E Riddle tinha certeza de que não era o aniversário de ninguém, ele saberia se fosse.

Cecilia hesitou, o lançando um olhar de quem tinha falado demais.

— Você acha que não é uma ocasião importante — ela disse devagar. Se virou dramaticamente em direção ao fogão para que não precisasse olhar para cara dele. — Tom falou comigo. Ele tem uma notícia.

De repente, toda a tensão em seu corpo e a rotina de chef fizeram muito mais sentido. Bem, sentido para Cecilia. Para pessoas normais, ainda não explicaria nada, mas Cecilia vivia de acordo com seu próprio senso de lógica. Riddle conseguia entender mais ou menos oitenta por cento dessa lógica, com um pequeno esforço.

Ele se endireitou na cadeira em que estava sentado na cozinha, trocando um olhar com Abraham.

— Ele te contou qual? — perguntou Riddle.

Os cantos dos lábios de Cecilia tremeram.

— É claro que ele contou.

— E eu posso saber?

— Quando ele contar para você, você pode. — Ela estava sorrindo agora, mas o sorriso não encontrava seus olhos. — O que, você está com inveja por que seu filho gosta mais de mim?

Um pouco, talvez, mas é claro que ele não ia dizer isso em voz alta. Por que Tom não iria falar direto com o pai dele? Riddle nunca tinha feito nada para Tom não confiar nele, não é?

— Se você não parar de pôr sal nessa sopa — disse Abraham —, eu não acho que Tom vai ter a oportunidade de dar essa notícia antes de alguém precisar ir pro hospital por pressão alta.

Isso, é claro, começou uma discursão entre Abraham e Cecilia. Parecendo realmente sem nenhuma vontade de ter que separar seu irmão e namorado, Caroline só se sentou do lado de Riddle e comeu algumas uvas.

Riddle, por outro lado, estava muito preocupado tentando pensar no que poderia ser a novidade de Tom. Ele sempre acabava voltando para uma coisinha que poderia explicar todo aquele mistério e hesitação de Cecilia, uma coisinha que ele realmente não gostava nem um pouco.

Felizmente, ele não precisou esperar tanto tempo assim.

— Adivinha quem finalmente chegou?

Isso era Eddie, entrando com os braços ao redor do ombro de Tom. Muito para a irritação de Tom, enquanto ele tinha tido um surto de crescimento, Eddie também tinha tido um, ainda mais cedo e durando mais tempo. Agora, os 19, ele era mais alto do que seu irmão mais velho e nem ele nem Abraham deixavam Tom esquecer disso.

— Como vai o Ministro da Magia mais novo que Londres já teve? — perguntou Abraham, tentando ir bagunçar o cabelo de Tom como ele sempre fazia desde que Tom era adolescente. E, como ele sempre fazia, Tom se esquivou da mão dele com um grunhido. Bem, na primeira vez que Abraham tinha tentado fazer isso Tom tinha jogado um feitiço nele, então só se esquivar era o jeito de Tom de dizer que ele gostava de Abraham.

— Eu não sei — ele respondeu sarcasticamente. — Mas eu posso tentar perguntar pro menino de quatro anos de idade que foi acidentalmente eleito como Ministro por duas horas uma vez.

— Bem, sendo assim — rebateu Abraham, piscando para ele —, eu acho que você está preso sendo só o Ministro mais competente que Londres já teve.

— Não que seja difícil — murmurou Tom.

Ele deu um beijo na testa de Eddie e até aceitou o aperto de mão de Abraham antes de ir abraçar Cecilia. E, dessa vez, ele não tinha trago Abraxas, o que só fez Riddle mais suspeito, porque Tom sempre trazia Abraxas sem avisar eles. Só piorou quando Cecilia e Tom trocaram um olhar.

Ah, havia algo acontecendo e não podia ser algo bom.

O menino abraçou até Caroline, antes de perguntar por Mary e Thomas, e ele nem olhou para Riddle. Nesse ponto, até Eddie sabia que havia algo. Desde quando Tom era tão obvio em seus esquemas? Ele sempre foi bom escondendo coisas, por isso era um político tão bom.

— Seus avós foram para ópera em Londres — explicou Cecilia, já que Riddle estava muito ocupado tendo um ataque de ansiedade para dizer qualquer coisa. — Eles ganharam ingressos de graça, eu não podia fazer eles perderem isso.

Abraham, que tinha ido do lado de Riddle e apoiado a cabeça levemente em seu ombro, olhou feio para sopa de Cecilia e resmungou baixinho:

Sortudos.

Riddle nem conseguiu lembrá-lo que, todas as vezes que eles tentaram ir para ópera, Abraham tinha dormido no meio da ação e só acordado no final.

— Eu não acabei de cozinhar ainda — disse Cecilia, se aproximando do ouvido de Tom como se quisesse que ele entendesse algo. O menino concordou levemente com a cabeça.

Aí, pela primeira vez desde que chegou, ele se virou para Riddle.

— Papai.

— Filho.

Tom só chamava Riddle de papai quando estava com medo ou preocupado com algo e Riddle sabia disso, sabia que ele achava que soava infantil e era orgulhoso demais para soar infantil em qualquer outro momento, mesmo quando ele era uma criança e deveria ser infantil.

— A gente pode falar em particular? — perguntou Tom.

— É claro — disse Riddle, mesmo que ele só quisesse fugir. Tom provavelmente conseguia ver isso, pela careta de quem tinha chupado limão que Riddle não conseguia segurar.

Por favor, Deus, ele pensou, olhando para o teto ligeiramente, que não seja o que eu estou pensando.

Os dois caminharam para fora da cozinha com Tom trocando um último olhar misterioso com Cecilia e Riddle um desesperado com Abraham. Tom fechou a porta atrás de si, conduzindo Riddle até a sala de estar como se aquela ainda fosse a casa dele. Ainda era, Riddle pensou. Sempre seria, enquanto a família dele estivesse vivendo ali.

Quando eles pararam do lado do sofá desconfortáveis, ninguém se sentou. Tom mudou seu peso de um pé para o outro, parecendo fisicamente incapaz de parar quieto, e seus braços estavam encolhidos demais, Riddle percebeu com um aperto em seu coração. O homem mais velho foi repentinamente atingido pela lembrança de um Tom de 15 anos, com as bochechas vermelhas e os olhos queimando com lágrimas enquanto dizia “ei, papai, talvez você não vá ter netos tão cedo” depois de nervosamente admitir não gostar de meninas tanto assim.

— Eu acho que você é novo demais para se casar — soltou Riddle, sem conseguir se segurar por mais tempo.

— O que?

Tom o encarou com olhos arregalados, dando um passo para trás em surpresa.

— Eu prometo que eu vou sempre te apoiar, mas, mesmo assim… eu me casei cedo e olha no que deu. Vocês bruxos, vocês têm menos expectativas nesse sentido e eu acho que você realmente deveria se aproveitar disso e esperar um pouco mais. Você foi eleito a só alguns meses e seu menino Malfoy nem tem um emprego…

— Porque ele não precisa de um! — exclamou Tom, cortando a falação desesperada de Riddle. Ele massageou sua testa, suspirando cansado e surpreso. — Eu não vou me casar com Abraxas, meu Deus pai! Relaxa. A notícia é sobre outra coisa. — As mãos dele caíram do lado de seu corpo, desistindo de diminuir sua dor de cabeça. — Uma coisa relacionada ao Ministério.

Riddle sentiu seu corpo inteiro se enchendo de alívio e ele suspirou por razões muito diferentes de Tom. Ele precisou se segurar para não falar graças a Deus e abraçar Tom, porque ele não queria que seu filho entendesse errado.

Não é que ele não gostasse de Malfoy – ele só não achava que 26 era uma idade muito boa para se casar.

— Então — ele sorriu um pouquinho —, qual é a notícia?

Seu sorriso se desmanchou, porém, quando ele viu o olhar preocupado no rosto de Tom.

— Eu… — O menino respirou fundo, brincando com seus dedos para não precisar encarar Riddle. — Eu estou criando uma nova lei.

— Você cria muitas delas. — Riddle engoliu em seco, começando a ficar preocupado e tenso de novo. Tom coçou a garganta desconfortável. — É o seu trabalho, não é?

— Essa lei… — Peso num pé, peso no outro. Alguns segundos perdidos no silêncio desconfortável. — Eu estou ilegalizando poções do amor. De qualquer tipo.

Riddle demorou para entender o que Tom tinha dito, não porque era uma fase complicada, mas porque ele nunca tinha tido esperanças de que algo assim poderia acabar acontecendo, nem mesmo em seu inconsciente.

Ele tinha explicado tudo sobre Mérope um pouco melhor para Tom, depois daquela vez no hospital, porque ele e Cecilia tinham combinado que queriam criar seus filhos com completa honestidade e confiança. Uma voz, quando Tom era mais velho e Riddle se sentia especialmente ruim, tinha acabado admitindo para Tom que ele ainda tinha medo daquilo acontecer de novo, com poções sendo tão normais no mundo bruxo.

E ele sabia que Tom tinha poder para fazer aquilo, é claro que ele sabia, mas ele nunca tinha realmente pensado nisso, nunca tinha ousado acreditar que ele poderia se sentir 100% seguro de novo na sua vida, que seu filho iria gastar seu tempo fazendo uma coisa dessas para ele.

Agora – agora, ele se sentiu como se estivesse tomado uma longa respiração pela primeira vez em muito tempo.

É claro que ele não se sentia em perigo o tempo todo. Não quando ele estava com Tom, não quando ele estava nos braços de Abraham, mas, ainda assim, ele sabia o quão fácil seria para um bruxo qualquer fazer uma poção do amor e colocar em sua bebida sem ninguém ver.

Se Tom realmente fizesse essa lei…

— Você…? Sério…?

Riddle engoliu em seco, sem nem conseguir formar palavras direito.

— É claro. — Tom apertou o ombro de seu pai, um olhar ao mesmo tempo muito decidido e suave em seus olhos. — É errado que os bruxos possam fazer algo desse tipo sem sofrer nenhuma consequência legal e eu sei que um pedaço de papel não vai parar essas poções de serem feitas tão fácil assim, mas eu acho que é um bom lugar para se começar…

Ele achou que haviam lágrimas começando a encher seus olhos, pelo jeito como sua visão estava começando a ficar um pouco distorcida, mas ele sinceramente estava muito tocado pelo gesto de Tom para se importar. Riddle nem esperou seu filho acabar de falar antes de o puxar no mais apertado dos abraços.

— Obrigado — ele sussurrou, secando suas bochechas ainda o abraçando. Riddle sentiu Tom sorrindo contra seu ombro.

— É a coisa certa — respondeu como se não fosse nada demais, mas era tanta coisa para Riddle que ele nem podia começar a explicar o que estava sentindo. Tom deu um passo para trás e pegou a mão dele, o puxando em direção a cozinha. — Vem, pai, vamos ir comer antes que eles comecem a se preocupar com a gente.

E a sopa de Cecilia podia estar salgada demais e sua cebola com um gosto suspeitamente parecido com sangue – de quem tinha sido a ideia deixar ela segurar uma faca? – e o frango que ela tentou assar um pouco queimado na borda e Riddle ainda estava fungando um pouco por causa do seu choro de tanta emoção, mas ele também passou o jantar inteiro sorrindo com a sua mão entrelaçada na de Abraham por baixo da mesa e quando ele diz para ela que o jantar estava ótimo, ele estava tão feliz que ele até acreditou um pouco em si mesmo.

Porque, quando Riddle olhava para sua família e pensava em todas as mudanças que seus filhos ainda iam fazer, ele não conseguia ver uma coisa ruim em todo mundo.


Notas Finais


Eu suponho que isso poderia muito bem ser considerado um tipo de epilogo. Quando eu postei o último capítulo de Riddles of Life, eu já tinha planos para algumas outras one-shots, mas aí @KassyPlatina comentou que ela queria saber se Tom tinha feito a poção do amor ilegal quando cresceu e eu não pude deixar de pensar, ele com certeza faria isso e Riddle com certeza iria se quebrar chorando de alivio e eu tinha que escrever algo sobre isso imediatamente. Se você tiver alguma sugestão, é só me falar que eu provavelmente vou fazer qualquer coisa ao redor dessa família.

As postagens dessa fic não vão ser tão regulares, já que ela é mais para mim postar algumas one-shots sobre os Riddle, mas vai ser bem divertido de escrever, de qualquer jeito.


Riddles of Life: https://www.spiritfanfiction.com/historia/riddles-of-life-21110159. A citação na sinopse vem de um dos capítulos e eu achei que dizia muito sobre o relacionamento entre Tom e Riddle que eu estou escrevendo.


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