História Slip Of A Night - Five Months

DUAS SEMANAS DEPOIS

P.O.V Justin Bieber

Era a primeira vez desde que eu e Mackenzie começamos a morar juntos que saíamos durante a noite para um jantar de casal. Tira-la de casa e convence-la que poderíamos deixar as gêmeas com a mãe de Brooke não foi fácil, a mesma fez milhares de recomendações, como se a senhora Viegas não fosse uma mulher experiente, com uma filha já adulta.

— Você pode parar um pouco de se preocupar? — pedi, enquanto ela batucava seus pés no chão do carro.

— Desculpa, mas isso ainda é novo para mim. — resmungou.

— Eu sei amor, mas temos que lidar com isso.

— Mas amor, diferente de você, eu não nunca passo mais do que meia hora sem minhas meninas.

— Amor, é? — sorri, olhando-a enquanto parávamos no sinal.

— Você me chamou assim primeiro. — constatou com um lindo sorriso nos lábios.

— Porque você é o meu amor, não é? — indaguei e ela assentiu.

— Assim como você é o meu. — se aproximou, colocando nossos lábios em um beijo casto e rápido.

Durante o caminho até o restaurante italiano — onde eu havia reservado uma mesa —, nós fomos ouvindo as músicas que tocavam na rádio e conversando sobre assuntos aleatórios. Zie era uma ótima companhia e eu adorava nossos momentos. Sinceramente não sei como fiquei tanto tempo longe disso, desse sentimento louco e indescritível. 

Quando parei em frente ao mesmo, ela me encarou e sorriu animada, pois era o seu restaurante favorito na cidade — segundo Ryan —. 

  —  Justin, eu sei que quer me agradar, mas você tem realmente condição de pagar um jantar aqui? —  indagou receosa. 

O restaurante não era apenas conhecido por suas comidas maravilhosas, mas também pelo seu preço salgado. Era um lugar onde um assistente —  como eu —  podia ir uma vez há cada ano. Entretanto, por Mackenzie eu gastaria o quanto fosse necessário, pois no final da noite eu iria ver a sua felicidade ao me agradecer. Por ela, não existiria jamais um valor estimulado, eu daria o mundo por seu olhar tímido, suas bochechas coradas e o seu sorriso de lado, que a deixava ainda mais fofa. 

  — Não pense no dinheiro, não hoje. —  pedi e ela apenas assentiu.

Me aproximei da mesma e juntei nossos lábios em outro beijo. 

— Eu amo você. —  sussurrei ainda com os lábios colados aos seus.

—  E eu amo você. —  respondeu em sussurro também. 

Desci do carro e entreguei a chave na mão do manobrista. Lodo depois segui em direção a porta do carona e a abri para Zie, ajudando-a descer. Ela estava linda, usava um vestido vermelho e um salto alto preto, segurava uma bolsinha preta de brilho e seus cabelos estavam todo para um único lado.   

Na recepção, mantive minhas mãos entrelaçadas com a da sua, a recepcionista logo nos recebeu com um sorriso gigantesco estampado no rosto. Pediu nossos nomes e nos encaminhou até a mesa que eu havia reservado. Kenzie estava ao meu lado, olhando para todo o restaurante e apreciando o mesmo, como se fosse sua primeira vez ali. 

Cavalheiramente puxei a cadeira e a deixei sentar, depois segui para o assento a sua frente. Pedimos um vinho branco, acompanhado por um espaguete logo após a entrada, que foram cogumelos recheados. Enquanto comíamos, conversávamos sobre diversos assuntos, por longos minutos fomos apenas nós dois, um casal apaixonado, sem a preocupação de duas bebês pequenas. 

Depois de sairmos do restaurante, a levei em uma praia próxima. Nós sentamos na areia e ficamos abraçados observando o mar bater, era sossegante e relaxante. Nos beijamos, rimos e ficamos nos acariciando, uma noite romântica. Nunca fui de ter um momento assim com nenhuma outra mulher, o que mostrava que eu estava cada vez mais apaixonado pela loira que mudou minha vida da noite pro dia, literalmente. 

•••

Quando parei o carro em frente a casa de Brooke, Kenzie praticamente correu do mesmo e apertou a campainha branca. Em segundos a senhorita Viegas apareceu com uma das bebês no colo. Tranquei o automóvel e segui ambas até a sala, onde pude encontrar Zie sentada no sofá grande com — aparentemente — Gabi no colo e a ruiva, conhecida como sua amiga, sentada no sofá menor com a Ju. 

— Eu deixarei vocês conversarem, enquanto preparo um chá pra gente. — a mãe de Brooke disse sorridente, nos deixando ali e seguindo pra cozinha. 

Acomodei-me ao lado da loira e segurei os dedos da pequena em seu colo, brincando com a mesma, que estava muito desperta. 

— Preciso contar uma coisa a vocês. — ela disse, atraindo nossa atenção.

— Está tudo bem? — Mackenzie inquiriu preocupada, pela expressão de sua amiga.

— Sim, mas tem algo que estou lhe escondendo e preciso contar.

— Diga então, está me deixando assustada. — minha namorada disse ao me dar Gabi e olhar atenta para a mulher a sua frente.

— Tem em média de cinco meses que me inscrevi para uma prova, para tentar ser aceita em um curso de fotografia na Espanha e tem duas semanas que o resultado saiu.

— O que? Como assim? E você não me contou antes? — Zie perguntou indignada. 

— Eu sei que deveria contar antes, me desculpe Kenzie, mas você tinha prioridades, como essas duas pequenas lindas.

— Mas poderia ter me contado. — constatou.

— Babe, tente a entender, ela apenas quis lhe privar de receber uma notícia destas enquanto estava grávida. — falei ganhando sua atenção.

— Eu sei. — suspirou e voltou a olhar para Brooke. — Estou feliz por você, de verdade, mas gostaria de ter ficado ao seu lado nesse meio tempo.

— Acredito que sim. 

— E qual foi o resultado? — indaguei curioso.

— Fui aprovada. — ela sorriu. — Em pouco mais de três meses eu estarei indo para Espanha, o curso dura dois anos. 

— E irá nos deixar? — a loira disse dramaticamente e eu ri.

— Amiga, sabe o quanto isso é importante para mim. 

— Eu sei, me desculpe. Só que vou morrer de saudades.

— Eu também. 

Mackenzie levantou e sentou ao lado de sua amiga, abraçando-a desajeitadamente. 

TRÊS MESES E UMA SEMANA DEPOIS

P.O. V Mackenzie White

Muitos pais de primeira viagem eram obcecados por comemoração de mêsversários, entretanto, eu e Justin gostávamos de comemorar isso apenas entre a gente. As gêmeas estavam completando cinco meses e nós estávamos cada vez mais apaixonados por elas. Ambas eram muito espertas e adoravam quando brincávamos com elas e as fazíamos gargalharem. 

Quando retornei ao meu trabalho e a faculdade, a nossa rotina mudou completamente. De manhã Justin cuidava delas e eu ia para as aulas, quando eu voltava, ficava com elas por uma hora e ele ia para o trabalho, logo depois a senhorita Marin — nossa vizinha — cuidava delas, com ajuda de sua filha. Nós as pagávamos por semana e isso estava dando certo durante esses dois meses. 

Bieber havia ganhado uma promoção e agora era assistente do dono da empresa, grande maioria das vezes ele participava das reuniões, tanto que em uma dessas, foi escolhido para representar o escritório em um caso de extrema importância. Eu estava feliz por ele. 

Nossa vida de "casados" estava indo cada vez melhor, as brigas não eram constantes  e conseguíamos conciliar nossa vida de pais e de namorados. Saiamos uma vez de quinze em quinze dias, era o jeito de namorarmos um pouco. Sexo também era algo que estava voltando com mais frequência entre  nós, tanto que minha médica autorizou a minha volta com a pílula anticoncepcional. 

Era sábado de manhã, eu amamentava Julieta e Justin trocava Gabriella. Ambas já haviam tomado banho e nós estávamos no nosso quarto, terminando de cuidar delas. A mais nova movimentava suas pernas freneticamente, enquanto gargalhava para o pai, que fazia gracinhas para a mesa. Elas estavam crescendo tão rápido, que eu sentia que ao piscar os olhos, elas estariam andando e até mesmo falando. Me tornar mãe me mostrou como amadurecer, eu as colocava em prioridade em absolutamente tudo. 

— Amor, vamos tomar café? — Justin disse, após colocar o macacão rosa de ursinho em Gabi.

— Vamos sim. — respondi, guardando meu peito novamente no sutiã, já que Ju já estava satisfeita. 

— Você tem como pagar a conta de luz essa semana? — Bieber indagou quando adentramos a cozinha com as gêmeas no colo. 

— Posso sim, aproveito e pago a de água. 

— Ok, o mercado fica por minha conta então. — ele disse e me deu um selinho demorado. 

O mesmo fazia o café, usando apenas um braço, já que nossa filha não quis sair do colo do pai. Enquanto isso, coloquei a mais velha na cadeirinha da cozinha e comecei a preparar omelete para comermos. 

Nosso dia foi tranquilo, passamos o mesmo dedicando-nos a nossas bebês e quando foi pela tarde, o — oficialmente — padrinho chegou. Ryan trouxe consigo dois ursos pequenos, agradando suas afilhadas, que logo sorriram pro tio ao ver os novos brinquedos.  Todo mês após o batizado delas, ele dava algum brinquedinho para as duas e eu brigava por ele mima-las tanto. 

— Priminha linda, você poderia fazer uma lasanha pra gente, né? — o folgado pediu sorridente. 

— Você que deveria por a barriga no fogão e satisfazer a linda mãe de suas afilhadas. — respondi.

— É Ryan, acho que não vai rolar, o jantar hoje é por sua conta. — meu namorado disse.

— Eu sou visita. — constatou.

— Visita? Parece que você mora mais aqui do que na sua própria casa. — falei.

— Isso porque você me deixou para morar com esse loiro azedo ai. — resmungou.

— Desculpe cara, mas eu sou irresistível e sua prima não aguentou ficar longe. — ele disse, levando seu ego ao extremo. 

— Cala a boca, Justin. — ri. 

Depois de muito relutar, eu e Ryan decidimos ir juntos para cozinha e fazer o jantar. Enquanto isso Justin ficou com Julieta, enquanto Gabriella dormia calmamente em seu berço. 

— Você conversou com a Brooke após aquele último encontro de vocês na balada? — perguntei puxando assunto.

— Não, ela não respondeu minha ultima mensagem. — respondeu dando de ombro.

— Você ainda gosta dela?

— Pra caralho, mas eu não posso continuar insistindo em algo que está óbvio que não daria certo. Não presto nem pra namorar direito, imagine pra namorar a distância com alguém. 

— Realmente é complicado, mas espero que ambos consigam seguir suas vidas.

— Estou fazendo isso Kenzie, mesmo que não seja fácil. — apenas assenti com a cabeça e continuei preparando o molho. 

Terminamos de cozinhar em silencio, Ryan não gostava de tocar muito no assunto "Brooke", sempre se calava após isso e eu conseguia compreende-lo, portanto, mesmo amando a ruiva, eu desejava que ele a esquecesse logo e seguisse sua vida, conhecendo alguém que o faça feliz. 

Quando foi um pouco mais tarde, terminamos de jantar e fomos pra sala assistir televisão. Até que tocaram a campainha e Justin prontamente foi abrir, já que era o que estava mais próximo a porta. Ryan estava jogado ao sofá menor, enquanto eu estava no maior — com os pés em cima das pernas de Justin, antes dele se levantar —. Segundos após ver quem era a visita inesperada, o loiro voltou com um sorriso forçado no rosto e me olhou, como se pedisse ajuda. Ao sentar e olhar pra trás, pude ver Brooke parada com Luke ao seu lado. Puta que pariu. 

— Me desculpem pelo horário. — foi só a ruiva dizer que meu primo pulou e se ajeitou, porém quando viu com quem ela estava, fechou a cara. 

— Tudo bem. — respondi. 

Ryan levantou-se e sem dizer absolutamente nada, foi para meu quarto. Luke me olhou, se fazendo de sonso, como se não tivesse entendi o porquê do ex namorado de Brooke sair. 

— Sentem-se. — Justin disse educadamente ao se sentar ao meu lado. 

— Não será necessário. Eu adiantei meu voou e invés de ir amanhã de manhã, estarei indo essa madrugada e por isso vim me despedir. 

Eu sabia que a qualquer momento eu teria que dizer um "até breve" para minha melhor amiga, mas confesso que em nenhum momento estive preparada. Ela sempre me ajudava, principalmente com as coisas em relação as gêmeas. Era uma excelente madrinha e eu amava bastante por isso e todo o restante. 

A levei até o quarto das gêmeas, onde ela beijou cada uma, mesmo com ambas estando dormindo. Disse que sentiria saudades, no entanto, que voltaria para visita-las assim que possível. Desejei-lhe sorte e falei que ela não deveria deixar de me ligar. Choramos e sorrimos relembrando do passo por longos minutos ali no quarto de minhas filhas. 

— Você não vai se despedir do Ryan? — perguntei.

— Eu não posso, Kenzie. Se eu fizer isso, será ainda pior para nós dois. — respondeu triste.

— Eu entendo, é muito complicado e eu não vou te dizer o que é melhor para fazer neste momento, pois nem eu sei. 

— Apenas me prometa que ficará ao lado dele. E cuide do mesmo. 

— Eu prometo. — falei antes de abraça-la pela décima vez. 

Antes de ir, ela me contou que Luke lhe daria uma carona e que eu deveria tranquilizar meu primo, caso ele começasse a criar suposições que não existiam. A verdade era que Brooke continuava vacilando, mesmos sem perceber. 

Quando eles deixaram o apartamento, logo fui para meu quarto, onde encontrei Ryan chorando e senti meu coração se apertar por vê-lo naquele estado.

— Ela já se foi? — indagou.

— Sim. — respondi ao me sentar na cama e o mesmo deitou sua cabeça em minhas pernas. 

— Eu me odeio, me odeio por ter me apaixonado por ela. 

— Não se odeie por isso. Você é maravilhoso Ryan, nunca pense o contrário. Ela não foi a garota certa, mas ela ainda irá aparecer. 

— Não sou maravilhoso, quase bati em você. Me arrependo amargamente por isso. Eu sou um idiota.

— Não, Ryan. Você não é. — acariciei seus cabelos. — Sim, você errou e assumiu seus erros. Isso não é algo do seu feitio e agiu errado apenas uma vez, mas eu sei que você nunca encostaria suas mãos em mim e nem em uma outra mulher com a intenção de machuca-la. 

— Você confia realmente em mim?

— De olhos vendados. 

— Eu amo você. — ele disse e eu sorri.

— E eu também te amo, mesmo você sendo um babaca grande maioria das vezes. — ri e ele fez o mesmo. 

— Volta a morar comigo? — pediu manhoso. 

— Se Justin souber que está me pedindo isso, com toda certeza te da um soco. — brinquei.

— Você realmente gosta dele? — inquiriu. 

— Hoje em dia eu gostou mais dele do que deveria. 

— Ele te faz feliz?

— Muito. — confessei.

— Ainda bem, pois se não, seria eu quem teria que dar o soco nele.