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História Snow white • Itafushi - A caixa de pandora - História escrita por kyanowhere - Spirit Fanfics e Histórias
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História Snow white • Itafushi - A caixa de pandora


Escrita por: kyanowhere

Capítulo 3 - A caixa de pandora


Fanfic / Fanfiction Snow white • Itafushi - A caixa de pandora

Após aquele dia, era como se algo tivesse sido estralhaçado. Os dois garotos se afastaram e conforme os anos passaram, eles perderam cada vez mais a intimidade. Aos dezoito anos, os dois já haviam sido tornado homens. Seus pais eram muito orgulhosos, pois o talento havia abençoado aquele castelo. Fushiguro era um príncipe muito culto, e com boa interpretação na leitura de mapas e geografia. Além disso, havia treinado incansavelmente e havia se adequado bem com a espada. Já Itadori, havia o dom da liderança intrínseco em si. E era um dos melhores soldados do rei, sempre se alistando para todas as batalhas. 


Suas aparências também haviam mudado, o corpo antes magricela de Fushiguro, havia criado forma. Seu abdômen era trincado por conta dos treinos e ele havia se tornado bem alto para sua idade. No entanto, algumas coisas nunca mudariam. Seus cabelos ainda eram lisos e negros, já seus lábios continuavam rubros e brilhantes. 


Em contrapartida, Itadori havia se tornado muito forte, seu físico costumava cativar a atenção das jovens do castelo, por conta de seu maxilar trincado e seu sorriso presunçoso sempre presente. 


Os dois sempre se evitavam, e agiam como se aquele dia nunca tivesse acontecido. No princípio, foi muito complicado para Fushiguro dormir sozinho nas tempestades, mas ele se acostumou. Era doloroso, mas era o certo a se fazer. O que eles fizeram à beira do lago foi um pecado e um dos piores, era algo sujo que nunca havia sido descoberto. Fushiguro não era bobo, sabia de seus sentimentos em relação a Itadori. Sabia que aquela dor constante em seu coração era fruto de um sentimento proibido. 


Quando atingiu a puberdade, o garoto passou por uma fase complexa. Sempre se sentia tão quente. E dava graças aos deuses por ter se afastado de Itadori, pois não sabia até onde iria com os pensamentos devassos que insistiam em assolar a sua mente. Infelizmente, ainda treinavam juntos, e toda vez que Itadori ficava com o peito nu por conta do calor, a mente de Fushiguro o traía. Ele pensava em como seria ficar embaixo daquele homem, como seria o seu peso o esmagando. Oh céus, ele estava ficando louco. Homens não deveriam se sentir assim em relação a outros homens.


Fushiguro não costumava ir para as guerras, por ser o herdeiro e sucessor ao trono, era muito perigoso que algo o acontecesse. Mas ele sabia o que acontecia no exército, sabia sobre as meretrizes que iam para entreter os rapazes e também sabia das tavernas que Itadori frequentava. O jovem príncipe, às vezes se perguntava se o soldado já havia sentido atração por um outro homem. Mas logo sua mente o acusava, aquilo era pecado


Fushiguro estava com seus pensamentos dispersos enquanto pintava um quadro, ele coloria a figura de uma maça e ouviu os passos quando alguém entrou no salão.


– Olá, querido! Posso me juntar a você? – Era a voz de sua madrasta. Ela estava deslumbrante como sempre, o semblante era calmo e em seus lábios havia um sorriso contido.


– Claro, senhora! Mas temo que minha companhia não seja aliciente no momento. – Ele murmurou ainda com os olhos focados em sua pintura.


– É uma bela imagem. – Disse ela se sentando em um estofado e ajeitando seu vestido rosa claro. – Maçãs são as minhas frutas preferidas.


– Também são as minhas. – Megumi sorriu.


– Eu gostaria... Bom, se não for ofendê-lo, eu gostaria de lhe fazer uma pergunta.


Megumi assentiu e a olhou interessado.


– Quando jovens, você e Itadori eram extremamente próximos um do outro. Lembro- me que não havia forma de deixá-los separados. E que durante as manhãs as servas o encontrava sempre no quarto de meu menino. 


Fushiguro sentiu suas bochechas arderem e acreditou que elas se encontravam tão vermelhas quanto a tinta em seu pincel. 


– Eu me pergunto... – A rainha escolheu suas palavras com cautela. – Se ele ofendeu você de alguma forma? Ou se houve algum desentendimento? Pois, atualmente vocês nem se olham mais. 


Fushiguro engoliu em seco e largou o pincel em sua bancada, limpando as mãos em seu avental de forma nervosa.


– Senhora, entendo sua preocupação. – Ele respirou fundo. – Mas quero que saiba que vejo Itadori com os melhores olhos e em meu coração apenas desejo para ele o bem. No entanto, estamos vivendo momentos diferentes e nossos corações não são tão próximos quanto antes. 


A rainha assentiu e um sorriso compreensivo brilhou em seus lábios.


– Ah querido, eu compreendo... Verdadeiramente. No entanto, não acredito que os seus corações estejam longes um do outro. Apenas seus corpos estão. Itadori pergunta bastante sobre você.


E-Ele pergunta? – A voz do príncipe soou desperada, aflita e surpresa. – Quero dizer... Ele pergunta? – Ele acrescentou em um tom mais ameno.


No entanto, a reação inicial não passou despercebida por Carolina. 


– Ele pergunta, algumas vezes. E como mãe posso dizer que há algo em seus olhos quando cita o seu nome, príncipe.


Fushiguro encarou o chão atônico.


O que aquilo significava? 


Eu sei que você é jovem... Mas não machuque seu próprio coração. Se cerque com as pessoas que sabe que ama, pois senão, seu único companheiro será o arrependimento. – Ela disse suave e tocou os ombros dele.


Havia tanto de Carolina em Itadori, o olhar profundo como se pudesse ler os pensamentos de qualquer um, a firmeza, a persuasão.


– Obrigada, senhora. – Fushiguro sorriu e em um ato impensado a abraçou. 


A rainha ficou surpresa mas passou os braços ao redor do garoto, o aconchegando em seus braços.


Ela podia ouvir os soluços baixos, e a forma seu coração batia rápido.


Fushiguro não possuía muitos amigos. A realeza podia ser muito solitária.


Mas agora, nos braços, ele sentia o carinho materno que tanto sentia falta, o cheiro suave e os afagos em suas costas, apenas o mais deixava confortável, fazendo com que ele se sentisse como um garotinho novamente. 


Porém seu coração agora estava aquecido.


——————


O sol brilhava quente no céu e os garotos estavam com seus peitorais nús, enquanto empunhavam suas espadas em um treino. Naquele dia, Itadori estava especialmente dedicado, seus movimentos eram lascivos e certeiros. Fushiguro se sentiu um pouco acuado, mas também estava dando o seu melhor, o golpeando da forma que podia. Yuji então em um movimento rápido, o derrubou e apontou a espada em direção.


– Vamos, branca de neve. Não seja uma presa tão fácil.  – Ele murmurou, um sorriso perverso delineado no canto de seus lábios.


– Você sabe que eu odeio quando me chama assim. – Fushiguro o encarou com fúria e confusão, em um movimento rápido esticou suas pernas e as girou abruptamente, fazendo com que Itadori se desequilibrasse e caísse com o golpe que tomou. 


Fushiguro, se levantou rapidamente e se aproximou do outro, encostando a testa na sua e a espada perto de seu coração. 


Ele percebeu as íris escuras o encarando com raiva e um outro sentimento que não conseguiu decrifrar. Céus, Itadori estava tão lindo ali. Suado e entregue. Em seus olhos brilhavam sadismo, mas sua posição agora era tão submissa. O príncipe sabia que poderia fazer o que quisesse com aquele corpo, poderia beijá-lo novamente, poderia sentar em seu colo e tocá-lo da forma que desejasse e isso ardia em seu coração. 


– Ei, Fushiguro. Não mate seu irmão. – O rei se aproximou e riu divertido. – Ou devo dizer, o comandante Itadori


– C-Comandante? – O príncipe piscou atordoado e se afastou, soltando sua espada. 


– Estávamos muito ocupados para que eu pudesse lhe dizer... – Itadoriu riu baixinho e se levantou, limpando sua calça da terra com suas mãos. – Mas sim, agora sou o novo comandante do reino. – Ele disse orgulhoso de si mesmo. 


– Oh. – Fushiguro engoliu em seco. Ele sabia que aquela posição era muito prestigiado, porém também era muito perigosa. – felicitações, comandante!  – Ele acrescentou baixinho e pegou sua blusa de linho, andando em passos largos para dentro do castelo.


***


A mesa estava silenciosa, todos estavam mais concentrados em seus pratos. Porém, a mente de Fushiguro martelava os acontecimentos recentes. Comandante? Céus. Seu coração se apertava só em imaginar Itadori na linha de frente de uma batalha. Além disso, o gosto amargo que se instalou em sua boca quando seu pai havia se referido a eles como "irmãos", ainda estava lá. Céus, Fushiguro se sentia atraído por seu irmão. Mesmo que não fosse de sangue, ele ainda sentia uma enorme culpa, o que fazia seu estômago se revirar.


– Então, querido... – A rainha iniciou colocando sua taça de forma graciosa à mesa. – Quando irá partir? – Ela se direcionou a Itadori.


– P-Partir? – Fushiguro não conseguiu segurar sua língua. Seu coração bateu mais rápido ele nem entendeu o motivo.


– Amanhã. Teremos uma vigilância perto do reino de Willeyard. Houve um ataque e vários de nossos homens foram tomados como reféns... Nossa missão será resgatá-los, sem sermos vistos.  – O rapaz murmurou, em suas palavras ele demonstrava determinação e firmeza.


– Como rainha, fico muito feliz que nosso exército esteja em boas mãos... – Ela sorriu para o filho. – No entanto, como mãe... Meu coração se revira em meu peito. Por favor, tome cuidado. Sabe que é meu bem mais precioso. – Ela murmurou e tocou na mão do garoto.


Fushiguro e o rei sorriram, aquela era uma bela cena. Porém, em seu âmago... Fushiguro entendia o que a rainha queria dizer.


– Não se preocupe, mamãe. – Itadori disse tenro. – Tomarei cuidado. E vencerei a batalha. 


– Tenho certeza que sim, filho. – O rei disse e sorriu. – Vamos brindar? 


Todos assentiram e levantaram suas taças.


– Brindaremos á Itadori. Por sua saúde e por sua missão. – O rei disse e sorriu. – Á Itadori. – Ele disse e todos repetiram, dando um gole em suas bebidas.


Fushiguro esperava que aquele vinho pudesse clarear seu coração e tirar aquela névoa que havia se instalado em sua mente.


***


O príncipe se sentia como um boneco de pano, como se seus membros se movessem contra a sua vontade e se não houvesse vida em seu coração. A ansiedade havia se mostrado em forma de apatia e ele se sentia aéreo conforme estava no jardim, observando Itadori se despedir de sua mãe e do Rei.


– Você consegue fazer isso. – O rei garantiu e acariciou os cabelos castanhos. – Mas saiba, que se precisar voltar ao castelo, você não deve hesitar. Não há nada para provar para ninguém, certo? – Ele disse firme.


– Sim, senhor. – Itadori disse com os olhos marejados.


Fushiguro estava com as mãos pairando ao lado de seu corpo, sua postura estava impecável e ele parecia uma rocha para quem o visse.


Quando Itadori se aproximou incerto, Fushiguro encontrou seus olhos e é como se uma injeção de adrenalina tivesse sido injetada em suas veias. Sua pupila dilatou e seu coração começou a bater fortemente. 


– Adeus, príncipe. – Itadori sorriu e fez uma reverência, já se afastando para ir até a carruagem. 


– Ei. – Em um movimento abrupto, Fushiguro segurou o pulso do outro, apertando os dedos finos no local, como se pudesse mantê-lo ali para sempre. – Retorne para casa


Sim, senhor. – O comandante crispou seus lábios, sentindo o local que Fushiguro o tocava queimar, como fogo em brasa.


O príncipe o soltou, se endireitando e observou quando Itadori subiu na carruagem com mais alguns homens e se dirigiram para a missão.


Fushiguro sentiu como se todos os sentimentos que havia escondido, tivessem vindo a tona. Tocar Itadori, havia sido como abrir a caixa de pandora.  Ele se retirou alegando estar sentindo um mal estar e se direcionou aos seus aposentos. Várias perguntas corroíam sua mente jovem, e ele se focou em um desenho que estava colorindo, tentando se distrair. No desenho havia um lago em um belo dia de sol, e a beira dele se encontravam dois garotos que se olhavam como se fossem o mundo um do outro.


***


1º - Semana. 


" Querido, Fushiguro.


Tomei liberdade para escrever-lhe, espero que não se importe. Mesmo que não sejamos mais tão próximos, gostaria de confidenciar meus sentimentos a uma pessoa de confiança. 

Estou apavorado. 

Lutar e liderar são extremos totalmente diferentes, e acho que essa é a parte mais complexa. Quando eu estava no campo de batalha, ajudava meus companheiros, mas pensava apenas em sobreviver. Porém, no momento, eu tenho que criar estratégias, me assegurar que tudo seja feito corretamente e lutar, não apenas por mim, mas por todos. Céus, não sei se estou pronto para isso.

Mas diga-me , como estão as coisas no palácio?

Espero que tenha lido até aqui, sei que anda me evitando e entenderei se não houver uma resposta.



                               Respeitosamente, Itadori."


Fushiguro leu e releu a carta inúmeras vezes, ele não gostaria de admitir, mas ficou feliz por saber que Itadori ainda confiava nele e que se lembrava dele para lhe enviar uma carta. No entanto, se sentia culpado alimentando um sentimento pecaminoso que só o fazia pensar em coisas torpez. Ele não conseguia ver Itadori como um amigo, queria ele como homem. O queria para si, queria se deitar com ele e queria dividir sua vida com ele. Queria ser o único homem na sua vida, porém aquilo era errado. 

Ele decidiu, dessa forma, que não responderia. Pois devia se manter afastado dele, era para o bem dos dois. 


2º - Semana


"Querido, Fushiguro.


Não obtive resposta em minha primeira carta, mas eu compreendo. Disse a mim mesmo que não iria mais importuna-lo, porém antes que eu pudesse evitar, o papel e a pena já estavam em minhas mãos. É como se pensar em você fosse como respirar, eu não percebo quando acontece, apenas faço. 

Meu coração está doendo muito, me mantenho forte para com os soldados, mas sinto que estou me corroendo por dentro.

O desprezo é o sentimento mais doloroso que um homem pode vivenciar, e estou vivendo isso.

Meu coração arde e é como se fosse pisoteado aos poucos. Ouvi me chamarem de "príncipe bastardo" uma noite, eles não disseram diretamente a mim, mas me machucou da mesma forma. Falaram que não tenho capacidade e que irei matar a todos nós, por um momento acreditei neles. Não creio que eu seja o suficiente.


Peço perdão por importuna-lo com meus devaneios, creio que vossa masjetade tenha coisas mais importantes para se preocupar. Tentarei me manter afastado.


       Respeitosamente, Itadori."


Fushiguro mordeu o lábio com força ao ler a carta. Céus, Itadori estava perdendo a fé em si mesmo e ele não poderia deixar aquilo acontecer. O garoto era muito talentoso e o preconceito e futilidade das pessoas não podiam o atrapalhar. Foi com esses pensamentos que Fushiguro se debruçou na mesa da biblioteca e começou a escrever.


"Querido, Itadori.


Peço perdão pela resposta tardia, achei que fosse mais apropriado dessa forma. Aqui no castelo as coisas continuam as mesmas, ando desenhando bastante, porém passo a maior parte do tempo em minhas aulas... Admito que treinar sem você, está sendo monótono. 

Por favor, não deixe que a maldade e infatilidade das pessoas o corrompa. Meu pai é um homem sábio e se ele lhe deu esse cargo é porque ele confia em você. 

Tente focar nos detalhes e buscar em seu coração a resposta, estou torcendo por ti. 


                              Respeitosamente, Fushiguro."


3º - Semana



"Querido, Fushiguro.


Quando vi que havia uma carta com seu remetente, meu coração jubilou de alegria. Agradeço por ter tirado um pouco de seu tempo para responder-me. 

Oro para ser o homem que vocês acham que eu sou, tão destemido e corajoso. 

O que anda desenhando? Sinto falta de desenhar com você igual quando éramos crianças, você costumava passar tinta em meu rosto e quando seu toque tocava minha pele, eu me sentia uma tela em branco. Sentia que tinha que ser moldado e desenhado por você e para você. 

Admiro muito seus trabalhos, mas devo admitir que a arte mais linda que pude observar foi você, Fushiguro. Espero não o ofender com as minhas palavras. 


Respeitosamente seu, Itadori."


"Querido, Itadori.


Sei que a duvida pode nos cegar, e nos fazer ver em nós mesmos uma incapacidade. Mas acredito de todo meu coração que você é esse homem destemido e corajoso que você não diz ser. 

Na noite passada desenhei você, debruçado em sua mesa, escrevendo para mim. 

Imaginei como seria essa cena e Céus, sinto muita falta de desenhar com você, igual quando éramos crianças. 

No entanto, ambos sabemos que esses momentos são apenas lembranças felizes e que devem se manter como memórias e não se transformam e ações futuras. Tenha isso em mente.  


                             Respeitosamente, Fushiguro."


Fushiguro se sentia patético. Ele tentava a todo custo fugir de Itadori, mas em suas cartas era tão fácil dizer como estava se sentindo. Ele não precisava encarar Itadori nos olhos, era só escrever. Era tão fácil. Tão tentador.  

Ele gostaria de escrever "sinto sua falta a todos os momentos, e quando você não está é como se parte de mim estivesse inerte, apenas esperando seu toque para voltar a vida" ou "Muitas vezes, acordo no meio da noite, com o corpo molhado, duro e excitado. Apenas lembrando de sua língua na minha e suas mãos suaves em minhas costas". Céus, ele queria poder escrever aquilo tudo, mas não podia.

Era um príncipe e tinha que cumprir com suas obrigações, mesmo que aquilo o sufocasse e o envenenasse por dentro



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