Jeon Jimin não gostava de Lee Jieun. E Lee Jieun, obviamente, não gostava de Jeon Jimin.
Para falar a verdade, Jimin nunca ligou muito para a menina. Jieun era bonita o suficiente para ter quem quisesse aos seus pés, na hora que assim desejasse, mas isso nunca o fez inseguro ou qualquer outra coisa do tipo. Jeongguk costumava dizer que ele não enxergava o mundo, ele só enxergava Jimin.
E assim todos sabiam: “Jeon Jeongguk é um babão apaixonado por Park Jimin”, aquela era praticamente a lei entre os terceiristas do ensino médio. E, quando aquela verdade chegou aos ouvidos de Jieun, foi como se finalmente ela enxergasse o óbvio: aquele casal era perfeito demais. Jeongguk e Jimin se completavam de uma maneira… absurda. Desumana. Quase — senão com certeza — de uma maneira perfeita.
Enquanto Jeongguk possuía ombros largos e fortes, cabelos negros, olhos grandes e mãos enormes, Jimin era completamente o oposto, até em altura. O ômega era miúdo, Jeongguk era enorme. O Park possuía cabelos loiros, olhinhos pequenos, mãozinhas gordinhas e fofas e um sorrisão capaz de destruir qualquer um. Ambos se fitavam tão bobamente, tão fantasticamente apaixonados, que Jieun desejou ser Park Jimin. Jeongguk era o sonho de qualquer menina ou menino e, naquela época, ela achou inadmissível que Jimin, logo Jimin — ele possuía uma voz exageradamente fina e doce e seu cheiro era muito insuportável, por Deus — tenha conquistado aquele alfa. Jimin nunca seria melhor do que ela.
Mas havia ele sido o esposo e pai de onze filhos de Jeongguk, e não ela, então sim, foi comprovado cientificamente que ele era mil vezes melhor do que ela, mas Jieun nunca diria aquilo em voz alta, não mesmo.
— E como está seu irmão, Jieun? — Seokjin indagou, mais por educação do que qualquer outra coisa. Jimin fuzilou o amigo com seus olhinhos afiados, e Jeongguk acariciou a mãozinha fofa de seu ômega por debaixo da mesa, o olhando repreensor. — Soube que Mina foi uma bebê forte. Seu irmão realmente teve muitas forças para colocá-la ao mundo.
— Ele está ótimo, Jin. — Jimin mordeu a língua, principalmente quando aquele projeto de mula chamou seu amigo por um apelido a qual ele colocou e somente amigos próximos poderiam chamar. — Taemin é um ômega muito forte, ele não precisa ter dezenas de filhos para provar isso. — MinHee olhou a tia de maneira feia e Yoongi evitou uma risada no fundo de sua garganta, ao que Jimin ergueu as sobrancelhas. — Não é, Jimin?
O menor já se preparava para abrir a boca e respondê-la a altura, quando Jeongguk lhe acariciou os dedinhos miúdos e os levou em direção a boca, beijando-os afetuosamente. Um belo príncipe, como dizem por aí.
— Taemin realmente é um ômega forte, mas meu esposo é muito mais. — Jeongguk respondeu, o olhando de maneira apaixonada, ao que as bochechas proeminentes de Jimin se afoguearam em questões de segundos. Todos os filhotes do casal soltaram risadinhas entre si. — Não existe ninguém como o Jimin.
— Não existe mesmo, appa. — Jihoon assentiu, fitando o omma bobo, ao que Jimin sorriu corado e quase se derreteu diante do olhar do filhote. — Omma é único. O centro do nosso universo.
— Aigoo… — O loirinho se encolheu, ao que Hoseok choramingou algo como “esses filhos do Jimin são demais!” e bateu em um entediado Taekwon, exigindo que ele fosse daquele mesmo jeitinho consigo. — Vocês não existem.
— Verdade, né? Somos perfeitos demais para sermos de verdade. — Jiyong brincou, arrancando uma risadinha da namorada, fazendo-o rir também. Até que ambos se fitaram e então se perderam no olhar um do outro, quase que com fascínio. Jimin sentiu algo remexer em seu peito, mas tentou ignorar, principalmente porque aquela troca de olhares era igual… Era igual a forma em que até hoje ele e Jeongguk se olhavam. Não queria admitir, mas seu bebê havia crescido.
Jeongguk acariciou suas costas, beijando seu pescoço, e apesar de estarem em meio a muitas pessoas, não pouparam as carícias singelas e doces, principalmente porque estavam na frente de Jieun… Se ela não entendia com palavras que Jeon Jeongguk era muito bem casado e pai de família, ela iria entender com ações. Dezoito anos de casamento e seu mundo ainda se resumia a Jimin e seus filhos, somente.
— Argh, eu realmente não vim aqui somente para ver isso. — Yoongi resmungou, bebendo seu vinho, fazendo careta. Jimin corou, não por estar verdadeiramente envergonhado, e sim porque Jeongguk lhe apertou a coxa farta fortemente, puxando a cartilagem de sua orelha e rosnando baixinho em seu ouvido, murmurando baixinho e roucamente o quanto ele estava delicioso naquela calça apertada, que lhe caía muitíssimo bem, apesar da barriguinha pesada. — Hey! Parem com isso!
— Não parem, continuem, o mundo necessita ver interação do OTP — Taekwon comentou, enquanto Hoseok o fitava orgulhoso e cheio de emoção: ele havia aprendido bem. — Eu tenho os melhores tios do mundo, socorro.
— Óbvio que tem, moleque, você tem a mim. — Yoongi retrucou, ao que Taehyung revirou os olhos e Namjoon deu um tapinha estalado na cabeça do alfa menor. — Ei, cuidado com a agressão, seu filho da puta!
— Filho da puta. — Jihyun repetiu, inocentemente, e Jeongguk e Jimin arregalaram os olhos, perplexos, enquanto o padrinho do bebê empalideceu e se encolheu contra a cadeira. — Omma, o que é filho da-
— Não repita! — Jimin implorou, verdadeiramente chocado, e olhou de modo mortal para o alfa Min, que se encontrava quietinho na cadeira. — Eu realmente deveria te encher de porrada, Yoongi, mas eu não posso, porque tenho um bebê dentro de mim, mas o Gukkie pode, então bate nele, amor. Jihyun não vai parar de repetir isso. — Choramingou, num grunhidinho fofo, e Jeongguk olhou feio para Yoongi. — Não repete isso, meu filho.
— Ao que parece, seus filhos não são tão obedientes quanto as revistas dizem serem, Jimin. — Jieun comentou, olhando de soslaio para Jinwoo e Jiwon, que se lambuzavam inteiro com suas comidas, verdadeiramente felizes e satisfeitos. Jimin vincou a testa, e uma veia pulsou firme na pele fininha. Não fale dos meus filhotes. — Olha só, nem postura eles tem na mesa!
— Eles têm seis anos, fofa. E se você acha que duas crianças de seis anos têm que parecem adultos mesquinhos numa mesa, vai se foder, porque eles não estão te incomodando. — Jimin retrucou, já sem paciência, ao que todos os olhos se arregalaram e Jisung riu histericamente, verdadeiramente chocado com a resposta arisca do pai ômega. — A porta da rua é a serventia da casa, então, se sente-se incomodada, já pode sair. Te garanto que não vai fazer nenhuma falta.
A sala inteira continuou num silêncio perturbador e até mesmo Jihyun deixou de repetir o “filho da puta” que ele havia aprendido, ao perceberem de longe a tensão do ômega gestante. Jimin dificilmente perdia a paciência. Então, quando o fazia, era de se preocupar, porque a casa poderia cair se não tomassem cuidado.
Mas o que queriam que ele fizesse? Poderiam falar o quanto quisessem de si, mas nunca de seus filhos, porque eles eram os alfas mais amáveis, fofos e educados de toda aquela cidade. Jieun tocou no seu ponto fraco, então ele não mediria esforços em proteger os seus filhotes, até mesmo da língua alheia.
— Grosso. — A ômega resmungou, carrancuda. Jimin sorriu irônico.
— Você não faz ideia do quanto, querida.
E o silêncio não se findou, e nem mesmo as piadinhas que ambos soltavam um para o outro, durante o jantar. Mas todos os outros convidados somente se preparavam para a verdadeira briga, que viria mais para a frente.
Jeongguk respirou fundo, sofrido, verdadeiramente frustrado. Eles sequer haviam conversado direito com as namoradas dos meninos, ainda, e já tinham uma batalha pela frente.
Jimin já poderia começar a recompensá-lo por tanto estresse.
[...]
— Omma sempre me falou do senhor, Jimin-ssi. — MinHee comentou, sorrindo tímida, e Jimin sorriu abertamente e docemente, coisa que fez tanto Jeongguk quanto Jiyong suspirarem aliviados. — Ele sempre comenta que adorou a adolescência de vocês, e que foi muitíssimo divertida.
— Tenho de concordar. Taemin foi um amigo muito nosso, não é? — Seokjin e Hoseok assentiram, pois como eram os ômegas, ele havia sido mais amigo deles do que dos alfas, que já tinham Minho como parte do bando. — Pena que quando nos casamos e ele se mudou, tivemos que nos afastar um pouco, mas ainda sim saímos juntos de vez em quando, e é maravilhoso. Adoro demais o meu amigo.
— Não acho uma pena. Na verdade, nunca gostei muito que meu irmão se misturasse com você. — Jieun retrucou, como quem não quer nada, e MinHee a olhou chocada, soletrando silenciosamente que contaria tudo aos pais quando chegassem em casa. Jimin estreitou os olhinhos e Jeongguk fechou a cara, rosnando baixinho.
Até mesmo ele havia se cansado do quão insistente e chata Jieun conseguia ser. Puta que pariu, hein.
— A gente também não gosta que você esteja aqui e olhe só — Jooheon falou, sorrindo falso, e a mulher cruzou os braços, olhando-o desafiadora, enquanto Jimin sorriu plenamente orgulhoso de seu filhote —, você está aqui. Veio só pra testar a paciência alheia ou só causar discórdia, mesmo? Porque pra servir pra algo, sinto muito, ahjumma, você não foi muito boa.
— Vai deixar o seu filho falar assim comigo, Jeongguk? — A ômega reclamou, indignada pela forma em que foi chamada, mesmo que já tivesse idade para tal.
Todos olharam para o alfa, até mesmo Jimin, como quem duvidava que ele fosse fazer algo para ajudá-la, se considerar que o alfa faltava expulsá-la dali a pontapés. Sempre foi assim. Era só briga quando se encontravam e ele costumava muito reagir às provocações dela, e Jimin também, mas com o tempo, isso só se tornou meio que uma brincadeira para sair das frustrações do dia-a-dia e voltar aos tempos de escola, quando ainda eram vistos brigando pelos corredores do colégio e paravam na diretoria.
E Jeongguk tentou ter paciência, de verdade, mas não era um homem naturalmente paciente quando não se tratava de sua família, principalmente com uma mulher que ousava abrir a boca para destratar seu ômega e falar mal de sua família. Ele estava a um ponto de mandá-la correndo para fora dali, mas continuava a persistir, por MinHee, e pelos amigos. Eles tinham uma tia, irmã e cunhada megera demais, por Deus.
— Vou. E vou deixar eles te colocarem pra fora daqui, se você não calar a boca. — Ele não era e não gostava de ser um alfa rude, principalmente com ômegas, mas ela havia verdadeiramente procurado por aquilo. Jimin sorriu todo, se aconchegando a si, sentindo-se feliz em saber que ele finalmente havia lhe respondido à altura. — Jieun, eu realmente não quero perder a paciência com você, mas é praticamente impossível. Então, por favor, fica caladinha, porque eu não quero te colocar pra fora dessa casa à força.
— Eu adoraria que você fizesse isso. — Taehyung comentou, como quem não quer problemas, mas recebeu um olhar feio da ômega que basicamente em breve seria expulsa dali e fez uma expressão inocente, dando de ombros. — Sinto muito, IU. Você sempre nos testou a paciência demais e sinceramente, eu só queria comer em paz, mas você não deixou, então é bom que se prepare pro meu deboche.
— Vocês são uns filhos da puta, sinceramente.
— E se xingar mais uma vez, eu vou ter que te expulsar, porque temos crianças na sala — Jimin retrucou, estressado, e todos engoliram em seco quando o ômega bufou raivoso. Jieun fechou a cara e se afundou ainda mais no estofado do sofá. — Crianças, querem ir brincar? Deve ser chato ficar no meio de tanto adulto, não é? Então podem ir.
Os pequenos alfas e ômegas se alegraram, e no instante seguinte a sala se suavizou um pouco com a corridinha das crianças para o jardim. Era noite, mas este possuía luzes que iluminavam o amontoado de grama macia e um pouco molhada — pela noite um pouco chuvosa. E, na sala, sobraram somente os adultos e os dois únicos bebês da família — Jihyun e Taegeuk. O primeiro citado, então, se encontrava sentadinho no tapete, brincando com alguns legos, muito bem sério e desconfiado. Ele nunca havia visto aquelas três mulheres em sua vida, então se mantinha bem afastadinho delas.
— Então… — Jisang começou, olhando o gêmeo muito bem focado no próprio mundinho com a namorada que, se Jimin bem olhasse, o lembrava muito Jongin: os olhos eram os mesmos. — Como se conheceram?
— Ahn… — Sohyun foi quem começou, olhando incerta para Jisung, que somente assentiu e deu-a permissão para continuar. — Num acampamento que teve, na escola. Nossas escolas se juntaram para uma trilha e então nós nos conhecemos, lá. Isso foi há pelo menos três meses.
— E eu e MinHee já estudávamos juntos. — Jiyong disse, acariciando os cabelos macios da namorada, que se mantinha quietinha ao seu lado, bem tímida. Igualzinha a Taemin. — A forma pela qual começamos a namorar não interessa a ninguém, então paz e amor.
— Por que eu acho que isso me cheira a sacanagem? — Jeonghyun indagou, e Jiyong fez careta, enquanto MinHee se encolheu constrangida e Jimin olhou o filho, criticamente. Tudo bem, ele já sabia que ele não era mais virgem há muito tempo, mas doía de qualquer forma. — Hyung… você não me engana. Só tem de santo a cara.
— Não me surpreende. — Jimin crispou os lábios, já sabendo o que se viria a seguir. Jieun era tão óbvia, por Deus, e não cansava de levar na cara. — Seu “omma” também nunca foi flor que se cheire.
— Ele sempre foi o lírio mais lindo do meu jardim. — Jeongguk retrucou, num murmúrio carinhoso, e o ômega se derreteu todinho nos braços fortes. — De verdade, jagi.
— É, mas haviam insetos muito chatos rondando esse lírio… — Taehyung murmurou, olhando as próprias unhas. Jieun vincou a testa e o Kim sorriu maldoso. — Um deles se chamava Jieun.
— Olha, eu sinceramente não tô com gracinha pra você, Taehyung! — A ômega exclamou, furiosa. O citado somente riu, atraindo risadas de todo mundo, inclusive da própria sobrinha. — MinHee! Eu sou sua tia!
— Desculpa, mas a senhora mereceu. — A jovem sussurrou, dando de ombros, ao que Jimin a olhou maravilhado e Jiyong riu da audácia repentina da namorada.
— Considere-se da família, MinHee. — O ômega interviu, olhando-a carinhoso, e Jieun deixou o queixo cair no chão, olhando Jimin de forma indignada. — Você foi ótima para um primeiro teste, parabéns.
— Hey! Você quer me colocar contra minha própria sobrinha?
— Fofa, eu não preciso disso. Você própria se coloca por mim.
A ômega não quis mais saber de brigar. Somente se acomodou no seu cantinho, emburrada, enquanto Jimin e Jeongguk falavam com MinHee e Sohyun. A segunda citada, então, parecia um pouco desconfortável ali, e Jieun pensou que talvez ela se sentisse da mesma forma que si. Jimin sempre teve um jeitinho doce e amável, mas nunca o aborrecessem propositalmente. Ele ia de água para o vinho em questões de segundos.
E Jieun, como nos velhos tempos, se sentia sendo posta em seu lugar de garota apaixonada por Jeon Jeongguk, enquanto assistia-o amar com devoção a Park Jimin. Ela nunca poderia tê-lo. Jimin o amou antes dela, então ela não podia exigir que Jeongguk gostasse, pelo menos um pouquinho, de si, pois Jimin esteve em sua vida antes de qualquer outro — e nunca existiu um outro, ou outra. Como ela disse: sempre foi Jimin. Ninguém nunca tomou o lugar dele.
Enquanto ela dormia com o time de basquete inteiro, Jeongguk e Jimin sonhavam em ter a primeira vez juntos, no dia de seu casamento. E, enquanto ela gastava noites e noites à fio em festas, destruindo a si e a sua reputação, Jeongguk e Jimin namoravam inocentemente na varanda da casa do antigo Park, com Seulgi de olho. Ou assistiam algum filme, agarradinhos no sofá, comendo pipoca e debatendo sobre o enredo. Jimin fez e teve tudo o que ela não faria ou teve. E, naturalmente, deveria ter previsto que aquilo terminaria em um belo casamento de dezoito anos e quase doze filhotes.
Algumas pessoas nasceram para se foder e outras para foder, infelizmente.
— Jeongguk, você poderia me fazer o favor de tirar o seu filho de perto de mim? — Pediu, entediada, enquanto tinha Jihyun perto de si, brincando com seus brinquedos. Jeongguk assentiu, enquanto Jimin a encarava com asco, mas Jihyun havia entendido que ela não queria estar perto de si, então a encarou, acusatório. Até que rosnou — com direito a mãozinhas se fechando em punhos e tudo o mais — para ela. Mais parecendo um ursinho que qualquer outra coisa. — Você está rosnando para mim?
— QUE COISA FOFA! — Hoseok exclamou, levantando-se ele próprio e abraçando o filhote, que fez biquinho, apontando para Jieun, enquanto o olhava magoado. Ele era um alfa bonzinho, por que aquela moça não o queria perto dela? — Você é a coisa mais preciosa desse mundo inteirinho, Hyun, Jieun que é uma megera sem coração, mas você é o bebê fofo do titio. — O alfinha pareceu entender, pois um rosado cobriu as bochechas sadias e ele se derreteu todo nos braços do ômega. Todos suspiraram apaixonados, mas Jieun os encarou com uma careta.
Tá, ele era fofo, mas só. Ele tinha muito mais de Jimin do que aparentava, pois a aparência era de Jeongguk, mas até a timidez era do pai ômega. Ela só não sabia porque quisera estar ali, o que a paixão não fazia com uma pessoa?
Literalmente se jogara numa cova de leões só para ter alguns segundinhos em frente a Jeon Jeongguk, puta merda, como era burra.
— Vem com o omma, bebê. — O bebê não se opôs, só se jogou no colo quentinho e Jimin o embalou com perfeição, com um jeito que só profissionais faziam. Jieun nem gostava de tocar em crianças, ew. — Pode rosnar o quanto quiser para essa moça chata, omma e appa deixam.
— Eu definitivamente me recuso a permanecer mais um só segundo nesse lugar. — A mulher vociferou, se pondo de pé, e Jimin a encarou como se ela fosse uma louca, mas sem realmente fazer algum caso. — Vocês sequer me respeitam mais!
— Respeito gera respeito, e a última coisa que recebemos de você, foi isso. — Jin comentou, e todos assentiram, enquanto a mulher fechou as mãos fortemente.
— E eu realmente já tô cheio de intriga, só vim para participar de uma treta que nem comecei. — Yoongi reclamou, deixando o copo com bebida ao lado, enquanto Seojun ajudava o tio a se levantar, já um tanto cambaleante. — Ops. Acho que bebi demais.
— Ah, hyung, você acha? — Jeongguk questionou, irônico. O de cabelo colorido fez careta.
— Sem ironia comigo, rapaz. Não use minha especialidade contra mim.
— Você dorme hoje aqui, está impossível de dirigir agora. — O alfa deu de ombros, e praticamente jogou-se no sofá confortável, suspirando deleitoso. — Você não vai dormir no sofá, Yoongi, se levanta. — Jimin reclamou, com Jihyun no colo. O bebê chamou o tio baixinho, mas foi o suficiente para fazê-lo levantar emburrado e marchar escada acima, só porque era o afilhado que pedia. — Toca aqui, bebê. — E ambos bateram as mãos juntos.
Jieun revirou os olhos e todos logo se levantaram.
— Nossa família sairá em uma viagem, ahn, para relaxar, senhor Jeon — MinHee disse, quando já se encontravam perto do hall de entrada, e Jimin sorriu, olhando-a atentamente. — Adoraríamos de verdade que vocês fossem. Papai disse-me para comentar isso com vocês, porque eles ainda iriam os propor. Será daqui a dois meses, e com certeza as crianças, até lá, terão férias.
Jieun respirou fundo. Mataria Minho quando chegasse na mansão Choi.
— Adoraríamos ir, querida. — Os olhinhos de Jimin brilharam. Ele realmente amava viajar, principalmente quando tinham como objetivo principal reunir a matilha de amigos quando não tinham muito tempo para se reencontrar. — Eu até estava comentando com o Jeongguk de fazer algo do tipo, para convidar todos os nossos amigos do colégio, menos você, Jieun. Você nunca foi amiga mesmo.
— Sinto-me lisonjeada pela parte que me toca. — A ômega ironizou, e Taehyung riu zombeteiro.
— Não sinta-se, eu não me sentiria, no seu lugar.
— Pena que você não é eu, né.
— Pena não, amém mesmo.
E, entre birrinhas e algumas discussões antes de irem, Jieun praticamente marchou irada para o seu carro, enquanto MinHee se despedia de Jiyong, com alguns beijos, e Sohyun sussurrava algumas coisas no ouvido de Jisung. Jimin acenou para as moças quando elas finalmente — não por alívio, e sim porque não aguentava mais a irmã de Taemin — se afastaram de seu território. Jeongguk lhe beijou o pescoço amorosamente, enquanto os amigos, sobrinhos e filhos retornavam para dentro.
— Isso foi melhor do que eu imaginei. Achei que vocês iriam acabar na piscina como da última vez, na formatura, e com alguns roxos pelo corpo.
Jimin riu, negando levemente. Havia retornado ao seu posto de “ômega doce”.
— Ela não tentou te beijar a força, então não achei que fosse necessário.
Jeongguk gargalhou, enquanto abraçava-o por trás.
Ômega ciumento.
— Que porra, eu sinto como se a minha coluna tivesse saído do lugar e ficado por lá mesmo, Deus do céu.
Jimin fez careta, enquanto dava a papinha de Jihyun, ao ouvir as reclamações de Yoongi sobre ter dormido de mal jeito. Bom, eles realmente haviam o deixado de qualquer jeito na cama, mas Yoongi parecia muito bem confortável ali. Sequer fez careta.
Ou, por ter ingerido uma quantidade um pouco alta de álcool, ele simplesmente não tenha acordado por aquilo, não por estar verdadeiramente confortável, talvez.
Mas, de qualquer modo, seu hyung agora tinha uma bela ressaca e dores nas costas, e Jimin ainda achava pouco, porque os palavrões que ele estava falando o fariam dar um soco na cara dele também. E assim ele teria um dente a menos.
— Bom dia, flores do dia! — Jeongguk cumprimentou, enquanto se sentava a mesa, e todos o responderam, menos um Yoongi, que usava um óculos preto em plena manhã e tomava energético ao invés de seu amado café. — Ahn, oi, assombração.
— O teu buraco virgem, imbecil.
— Acordou com o pé direito, hyung? — Jiyong indagou, divertido, e o tio somente o respondeu com um leve puxão de boca, que o ocasionava uma caretinha de “é, porra” que todos conheciam muito bem. — Sei como é, já fui ao trabalho com o appa e sei como é doloroso ter de ir ouvindo música infantil.
— Eu odeio Pororo — Yoongi resmungou, e Jihyun o olhou feio, com um biquinho na boquinha fininha, enquanto o dava um leve tapinha no braço, bem fraquinho, sem realmente querer machucar. — Hey, eu tô dolorido!
— Nada de novo sob o sol. — Jimin sussurrou, zombeteiro, enquanto tomava a atenção do filho para que ele o fitasse e continuasse a comer. — Hoje é dia do Jihyun ir com você para o trabalho, amor, então por favor, não esqueça das refeições dele. A mamãe me disse que hoje também teríamos depilação.
— Mas você já não é depilado, Jimin? — Yoongi zombou, e a feição doce do ômega se tornou azeda em questões de minutos. A gravidez oscilava muitíssimo o humor do pequeno ômega loiro, e aquilo tanto divertia Yoongi quanto o amedrontava. — Não está mais aqui quem falou.
— Tudo bem. — Jeongguk assentiu, checando a hora em seu relógio, enquanto esperava os filhos terminarem. — De tarde eu posso trazê-lo, então? Tenho de pegar o Junho e o Jihoon no Taekwondo às três, então poderia aproveitar e deixar o Jihyun aqui.
— Okay — Jimin assentiu, sorrindo amavelmente e beijando cada um dos filhos, parando-se no marido e sorrindo sexy para este. Yoongi fez um som semelhante a um vômito. — Quer um beijinho também, hyung?
— Dispenso, mas muito obrigado, Jimin. — O alfa ranzinza sorriu irônico, e o menor deu de ombros, puxando os ombros largos do marido e beijando-o com fervor, puxando o lábio inferior e chupando-o quando se afastou, com um sorriso bobo e anestesiado no rosto bonito. — Deus, eu não mereço isso.
— Você precisar procurar alguém pra você, hyung. — Jeongguk aconselhou, cheirando o pescoço do esposo e sentindo-o se derreter em seus braços. — Te juro que não tem nada melhor do que isso.
— Tá, tá, agora podemos ir? — Resmungou, ao que Jeongguk e Jimin também reclamaram de ter que se separarem por causa do alfa menor. — Eu não aguento mais servir de vela, eu só faço isso nessa casa, essa já é quase a minha função!
— Se te serve de consolo, o senhor realmente parece uma vela, tio Yoon — Jeongmin disse, brincalhão, recebendo um tapa na cabeça do citado. — Ai! Era só brincadeira!
— O tio de vocês não está pra brincadeiras, crianças, então é melhor irmos. — Jeongguk disse, e Jimin concordou, despedindo-se dele, com um abraço apertado e quentinho e um beijinho na bochecha. — Amo você, meu bem.
— Também amo você, Gukkie.
— Eu também me amo, galera, agora vamos indo. — Yoongi resmungou, saindo em direção ao carro, enquanto Jimin e Jeongguk gargalharam do tom melancólico e revoltado na voz do alfa mais velho, que os olhou de braços cruzados, ao lado do banco do motorista, já dentro do carro. — Só tô esperando a madame querer sentar essa linda bundinha para dirigir e irmos pro trabalho. Eu já tô ficando enjoado, não costumo esperar tanto assim. — E continuou a resmungar, indignado, enquanto o casal Jeon somente encarava a peça reclamar e reclamar, como se fosse a melhor coisa que fizesse no mundo. E de fato o era. O Min era mestre naquilo.
Realmente, Yoongi precisava de alguém em sua vida. E rápido. Não podiam ficar de brincadeira.
Jeongguk e Jimin não achavam que poderiam aguentar aquele gênio que só parecia piorar a cada década que passava, por Deus.
— Precisamos casá-lo com alguém. — Sussurrou, enquanto o alfa assentia, como se ele tivesse toda a razão do mundo. E Jimin realmente acreditava que tinha.
— Precisamos, sim.
Meta de vida: casar Min Yoongi.
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