Levi....
Só estou há três dias neste hospital e já quero morrer. Toda hora alguém chega me desejando muitas felicidades e trazendo coisas para os bebês. É bom receber visitas e mimos, mas chega uma hora que cansa. Como estou no hospital, tenho que permanecer quieto na cama me levantando apenas para tomar banho e usar o banheiro, isso porque o parto foi cesariana. Talvez hoje ou amanhã eu finalmente possa ir embora deste lugar.
Eren anda bem feliz ultimamente, o vejo sorrindo para qualquer coisa. Está aprendendo a pegar os bebês no colo e cuida-los devidamente. Ele passa a noite comigo e quando amanhece vai trabalhar voltando apenas no por do sol.
A cada dia que se passa os bebês estão crescendo bem, mesmo após terem nascido prematuramente. Yuri é muito parecido comigo, além de ter meus traços é bastante quieto e não da muito trabalho, porém sua irmã é totalmente diferente. Izumi é muito agitada, sempre chorando e demora mais para dormir. As vezes fica batendo no irmão o fazendo chorar. Somente se passaram três dias e já estou com dores de cabeça.
Pelo menos minha única preocupação gira em torno das crianças. Até agora não recebi nenhuma visita deles. Segundo Eren, o carro deles não estavam mais em casa e ninguém os viu na cidade. Devem ter ido embora. Apesar de eu estar feliz com isso, também estou triste. Pensar em perdoa-los é um desafio grande para mim, acho que nunca vou perdoa-los por quase terem me feito abortar meus filhos.
Talvez tenha sido melhor assim.
- Esta pensando em que? - viro minha cabeça para a porta, Eren carrega uma bandeja de comida, caminhando a passos largos deixa a bandeja sobre meu colo. - Parece pensativo.
- Não é nada - respondi balançando a cabeça. - O que tem hoje?
Me ajeito melhor na maca, me sentando com o travesseiro em minhas costas.
- O prato principal é um lanche de misto quente, gelatina sabor morango, acompanhado de frutas vermelhas e um delicioso suco de laranja sem açúcar.
- Uh, delícia.
Com um guardanapo pego o misto e começo a comer. A comida do hospital é muito diferente da comida normal, os gostos são diferentes e mesmo que eu detesta o lanche do hospital, preciso come-lo para pode sair logo daqui.
- Como estão os bebês? - perguntou Eren se sentando ao meu lado. Em frente a minha maca à duas cúpulas onde os bebês ficam, apesar deles já estarem fortes, assim são prematuros e precisão ficar nestas cúpulas para garantir que não tenham doenças.
- Yuri tem se comportado bem enquanto Izumi não para quieta - respondo -, a enfermeira teve um trabalho enorme para conseguir a acalma-la. Izumi estava arrancando os fios.
- Queria saber quem ela puxou.
- Você ainda tem dúvida? - levanto uma sobrancelha. - Está na cara que ela te puxou, enquanto Yuri me puxou.
- Uh? Tem certeza? Vocês dois são tão estressados e agitados.
Mostro a língua como uma criança emburrada. O que faz Eren rir.
Abro um sorriso relaxando na maca, ver Eren assim, rindo, me trás uma alegria sem explicação. Pego o lanche o vou comendo mas acabo percebendo o olhar de Eren sobre mim, me viro para ele confuso, assim como eu ele está sorrindo.
- O que foi? - tomo um gole do suco. - Tem alguma coisa em meu rosto?
- Sim - respondo levantando sua mão e a trazendo até meu rosto. Eu achei que realmente tinha algo em meu rosto, mas a mão de Eren parou em minha bochecha e ele começou a fazer um carinho leve nela -, um sorriso que me faz ficar apaixonado sempre que vejo.
Sinto minhas bochechas esquentarem, incrível que mesmo depois de muito tempo namorando em ainda continuo corando com palavras e gestos românticos.
- Obrigado - ouço Eren dizer.
- Pelo o que?
- Por me dar uma família. Sem você em nunca teria isso, obrigado.
- Obrigado eu por me fazer feliz.
- Eu te amo.
- Eu te amo.
Os labios de Eren estão quentes, macios e com um gosto bom. Parece que faz anos que não nos beijamos, a sensação é igual de quando nos beijamos pela primeira vez. Bom, todos os beijos de Eren parecem como a da primeira vez. O momento está tão bom, mas o barulhinho de choro baixo acabou nos fazendo se separar. E adivinham quem é que está chorando....
- Izumi - falamos juntos enquanto bufamos cansados.
...
No quarto dia eu recebi alta, finalmente posso ir para casa. Não aguento mais ficar neste lugar tendo que comer essa comida horrível e vendo programas sem graças. Os gêmeos estão bem e também receberam alta, temos apenas que sermos alertas para caso eles demonstrem algum problema.
Visto rapidamente a roupa que Eren me trouxe. Nossa, é até estranho olhar para a barriga e não ver aquela bola gigante, e é estranho não usar mais roupas enormes. Isso é muito bom, posso finalmente usar minhas roupas normais.
Vou para a sala aonde eu estava e me deparo com Eren colocando os bebês dentro de dois bebê-conforto. Cada bebê está vestido um macacão de cores azul e rosa. Me surpreende Eren não os ter deixado cair.
- Tudo pronto? - pergunto me aproximando. Os gêmeos estão dormindo tranquilamente, foi um inferno fazer Izumi dormir no meio da madrugada, ela sempre acorda as três horas e só dorme quando eu a pego no colo. Porém eu estava tão cansado que não conseguia me mexer direito e Eren teve que fazer de tudo para acalma-la.
- Sim, já peguei as mamadeiras, guardei as roupinhas e já os troquei - respondeu pegando uma mochila e a pendurando no ombro esquerdo e com a mão direita pega o bebê conforto nos está Yuri.
Pego a da Izumi e juntos saímos da sala hospitalar.
O corredor está bem vazio e sem muita movimentação, a vaca da recepcionista também não está atrás do balcão. Pouco me importa. Como tenho uma das mãos livres, sou eu quem abre a porta. Que saudades de sentir o vento fresco do dia e do céu azul com poucas nuvens. Tudo me trás uma sensação boa de paz. Desço as escadas com Eren, o carro está enfrente ao hospital. Abro a porta de trás e coloco Izumi no banco, passando o sinto como Dona Antonieta me ensinou. Eren da a volta e faz a mesma coisa. Com os bebês seguros, foi a nossa vez de entrar no carro.
- Ah, que saudades eu estava da minha casa - digo relaxando no banco. Está com muito sol, então coloquei um óculos escuro. - Deve estar uma bagunça e empoeirado. Não sei se é uma boa ideia levarmos os gêmeos pra casa em antes limparmos.
- Relaxa amor, não deve está tão suja - disse ligando o carro e saindo do acostamento. - Armin e Hanj compraram as coisas dos bebês. Eu fui totalmente contra, disse que compraria com nosso dinheiro, mas eles insistiram muito e acabei cedendo.
- Bom, pelo menos agora temos berço para deixá-los.
- Sim.
A viagem foi tranquila, quase dormir de tão tranquilo que foi, coisa que eu estava precisando a muito tempo.
Quando chegamos, noto uma coisa estranha logo na estrada. O jardim está muito bonito e bem cuidado, sem folhas no chão e as flores pareciam terem sido regadas.
- Você arrumou a casa enquanto eu estava no hospital? - perguntei descendo do carro e retirando meus óculos de sol. - Quando teve tempo para isso?
Eren não me respondeu, apenas pegou Izumi e a mochila de dentro do carro, pego Yuri e o sigo para dentro de casa.
Eren abre a porta e me dá espaço para entrar, desconfiado entrei.
- Surpresa! - em minha casa havia um monte de gente. Na parede uma faixa escrito "bem-vido ao lar bebês".
Mas o que mais me chamou atenção foi a decoração da casa, está tudo diferente. Com dois sofás, vasos de flores em alguns cantos, cortinas nas janelas; a cozinha está com vários utensílios domésticos e culinários. Está tudo tão.... bonito.
- Que bom que saiu do hospital - Armin vem me dar um abraço. - Gostou? Presentinho dos meus pais. Contei a eles sobre vocês e eles quiserem dar alguns presentes.
- Armin isso está..... Obrigado - sorrio.
Por incrível que pareça os bebês não acordaram com o grito do pessoal. Então Eren e eu fomos deixar os gêmeos no quarto para poderem descansarem em paz, enquanto nós fazemos uma "festinha". Abro a porta do quarto e qusse deixou Yuri cair.
O quarto está a coisa mais bela que já vi, quase chorei. Queria eu ser um bebê para dormir neste quarto. Havia dois berços em cada parede e as mesmas estavam pintadas de rosa e azul, com o nome de cada bebê pendurado em um quadro em cima do berço. O chão com um tapete grande e redondo branco e cinza, a janela com uma longa cortina azul claro. No lado direito da porta uma cômoda e no lado esquerdo um trocador. Próximo dos braços há uma poltrona com uma escrivaninha no lado com um livro infantil. E por último adevisos de estrelas no teto que brilham no escuro.
- Armin..... como conseguiu fazer tudo isso em apenas três dias? - pergunto olhando em volta de boca aberta. - Está lindo.
- Ah querido, esqueceu que sou rico e isso fazer um monte de coisa? - mostra um cartão preto na mão. - Com isso eu sou quase um deus.
- Você sabia disso? - me viro para Eren.
- Sim, não concordei muito, mas.... Não ficou ruim, na verdade está muito bom. E acho que você vai gostar o resto da casa - respondeu se aproximando e colocou o bebê conforto no chão. - Mas antes...
Faço como Eren e pego Yuri no colo lentamente, vou até o berço no lado esquerdo e o ponho com delicadeza. O berço é de madeira escura e as cores da "caminha", travesseiro e véu é azul escuro e branco. Yuri deita tranquilamente, Hanji se aproxima e coloca do lado um ursinho de pelúcia que é rapidamente abraçado.
Vou até o berço de Izumi e a vejo deitada tranquilamente, assim como o de Yuri, o berço é de madeira escura e as coisas de roxo com branco. Ela dorme com um gatilho de pelúcia.
Saímos nós quatro do quarto e deixei a porta fechada, para abafar o som.
- Sério, eu não sei como retribuir tudo isso - falo na sala de estar onde todo mundo está acomodado conversando, alguns tomando cerveja e outros comendo. Mas todos pararam para olhar para mim. - Todos vocês estão fazendo muita coisa por nós - junto às mãos de Eren com as minhas. Ele sorri e aberta de volta-, que nem sabemos direito como retribuir o favor. Obrigado a todos.
- Em Shingashina - começou Bob em pé perto da lareira - cuidamos dos nosso. Aqui somos todos uma família, independente da idade, gênero, sexualidade ou cor. Vamos cuidar de vocês, assim como temos certeza que cuidaram da gente, pois é isso que uma família faz.
- Um brinde - Dona Antonieta levantou a taça de cerveja - a Eren e Levi, e aos novos moradores.
Erwin nos entrega dois copos de suco, depois daquela dia nunca mais bebemos nada alcoólico.
- A Eren, Levi e aos novos moradores - gritou todos aos mesmo tempo.
Bato levemente o meu copo com o de Eren e acompanhamos os outros bebendo o suco....
Continua......
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