Depois da conversa que tive com Iwa-chan, diversas ideias de como lidar com o problema da s/n me surgiram, algumas eram inviáveis, outras fácies de fazer mais não havia tomado nenhuma decisão de como proceder.
Não dormi naquela noite. Minha mente era um turbilhão de pensamentos, e todos voltados para a s/n.
Eu não podia fazer nada imprudente se não meus dois amigos se afastariam, e eu não podia perde-los. O domingo demorou para chegar, me levantei e tomei café como sempre fazia, meus pais estavam em casa, minha mãe me observava com atenção demais, antes que eu saísse da mesa ela tomou coragem para perguntar.
–Filho aconteceu alguma coisa? Você está muito calado. – Eu estava? Nem havia percebido. Suspirei encarando-a, minha mãe era minha amiga não tinha porque eu esconder a verdade dela.
–Eu estou pensando em como posso ajudar a s/n.
–Aconteceu algo com ela? – não era de admirar que ela se preocupasse já que conhecia s/n há diversos anos e a admirava muito, gostava da amizade que mantínhamos quando crianças.
–Algumas meninas estão implicando com ela na escola... por minha causa. Não sei o que fazer para intervir.
–Tooru isso também é responsabilidade sua. Ela é sua amiga, devia ter impedido essas coisas.
–Eu sei mãe, mas... ela escondeu isso de mim, só ontem eu fui ter certeza total dos fatos. Eu quero consertar meus erros, eu só não sei como.
–Você já pediu desculpas para ela? Comece por ai. – arregalei meus olhos assustado, eu não havia feito o básico. –Conversar pode resolver muita coisa, veja com ela até onde você está autorizado a ir, pois se ela te escondeu isso tem um motivo, ela também se preocupa com você.
–O problema é que a s/n está me evitando. – minha mãe suspirou e depois riu baixo.
–Eu vou te ajudar, tenho uma ideia em mente.
◘◘◘
Toquei a companhia da casa da s/n, minhas mãos suavam e o nervosismo começava a me dominar, mas se isso tudo era ideia da minha mãe não tinha como dar errado, tinha?! Meu corpo congelou quando s/n abriu a porta e me olhou surpresa.
–Oikawa?
–Oi, vim te levar para um passeio. – tentei manter minha voz o mais firme possível.
–Me levar contra minha vontade seria sequestro, e você sabe disso não é? – ela me provocou cruzando os braços.
–Minha mãe fez torta de frutas vermelhas. – levantei a cesta em minha mão até a altura do rosto dela, um biquinho se formou em seus lábios, se virou para dentro gritando.
–Mãe eu vou sair com o Tooru.
–Tudo bem filha. Manda um beijo pra ele. – escutei ela respondendo de volta.
–Oi tia, beijo para você também. – gritei da porta fazendo a s/n balançar a cabeça negativamente, mas com um sorriso no rosto.
–Vou calçar o sapato, me dá 2 minutos. – ela pediu. Suspirei aliviado quando fiquei sozinho, a etapa um do plano havia dado certo. Ela não demorou a voltar, calçando seus típicos all star. –Onde vamos?
–Surpresa. – dei as costas pedindo para que me seguisse. –Isso aqui é um sequestro se esqueceu? – sorri provocante em sua direção.
–Um quase-sequestro já que eu aceitei ir pela torta da sua mãe. – parei em frente ao carro abrindo a porta para que ela entrasse. – desde quando você é um cavaleiro?
–Sua diversão é me ofender né? Eu sempre fui cordial com uma dama.
–Com todas elas né? – ela ri entrando no carro, coloco a cesta no banco de trás e sento no lado do motorista. –Nem acredito que seu pai te emprestou o carro.
–Nem eu. Mas a mamãe interveio, então não foi difícil.
–E porque sua mãe está metida no meio disso? – colocou o cinto e me olhou esperando uma resposta.
–Porque ela gosta de você. – dei a partida no carro.
Seguimos o curto percurso em silêncio, deixei uma música tocar na rádio, ao olhar para o lado podia ver s/n cantarolando a melodia, seu olhar fixo na estrada, a conhecendo bem, sabia que tentava adivinhar aonde estávamos indo, mas eu sabia que ela não descobriria, pois nunca passamos por este caminho antes. Estacionei na área reservada, enquanto tirava o cinto podia sentir os olhos dela queimando sobre mim.
–Onde estamos? – finalmente perguntou. Suspirei encarando seus olhos.
–Chegamos, você já já vai ver, deixa de ser ansiosa. – toquei o centro de sua testa com dois dedos, ela revirou os olhos fazendo bico.
–Eu ainda ‘tô achando tudo isso muito esquisito. – falou cruzando os braços me seguindo.
–É esquisito eu querer passar um tempo com minha amiga?
–Assim de repente? Sim, muito!
– Você sabe que não foi do nada. Tem algumas coisas que eu quero falar com você. – entrei no início da trilha que levava ao local do piquenique, mas parei de frente para ela impedindo que passasse, seus olhos focaram nos meus. – Começando por um pedido de desculpas.
Sua reação foi de choque, mas em segundos mudou para calma, fechou os olhos suspirando fundo.
–Iwaizume deu com a língua nos dentes né?! – ela não parecia chateada, o que era bom.
–Parte disso que culpa minha, é claro que ele falou. Quero fazer as coisas certas – segurei sua mão a puxando para mim, s/n não afastou como eu pensei que faria, apenas suspirou de novo.
–A Nara conversou umas coisas comigo ontem, ela e o Iwa acreditam que eu fui meio que errada em me afastar de você e manter segredo sobre o que estava acontecendo. E foco no “meio” que errada. Já que era uma opção minha.
– Eu sou grato por ter pensando em mim. – deixo as palavras saírem se forma natural, estar ali segurando sua mão e tenho uma conversa sincera fazia meu coração saltar de felicidade. – Sei que se manteve em segredo para não me causar problemas, mas agora é hora de pensar em você também. Então deixa que eu faço isso. – com toda a ousadia que tinha dentro de mim levei sua mão até meia lábios e beijei ali.
–Tooru... – sua voz saiu baixa. – Não sou uma princesa para beijar minha mão. – levantei meus olhos em sua direção a fim de provocá-la.
–Não, você não é. – Acertou um tapa leve em meu ombro. – Aaaai s/n-chan. – rimos juntos – Hoje podemos fingir que você é uma o que acha?
– E porque faríamos isso?
– Porque eu te trouxe para seu jardim secreto. – vi seus olhos se arregalar ao entender do que eu falava. Deixei que passasse correndo por mim seguindo a trilha, não era distante, em menos de um minuto estávamos ao redor de uma pequena cachoeira, cercada de flores rosas, roxas e brancas, o seu lugar favorito da infância.
– Por que não me disse que viriamos aqui? – perguntou com os olhos brilhando.
– E perder essa sua cara de surpresa? Nem pensar. – sorri com a expressão que ela fazia. Escolhi um lugar na grama para sentarmos, s/n tirou o all star e foi até a água molhando os pés, estendi a toalha no chão e comecei a distribuir os lanches.
– Você trouxe até uma toalha. Que clichê. – ela disse se sentando a minha frente.
– Isso deveria ser uma ofensa? – a provoco com meu melhor sorriso.
– Deveria... – ela sorriu. – Mas eu até meio que gosto. – dessa vez eu que fui atingido, permiti que meu sorriso aumentasse.
–Muito bem princesa, espero que esteja com fome, pois o banquete está servido.
– Não acredito que sua mãe fez tudo isso. Como sinto falta da comida dela.
– Ela ficou muito preocupada quando disse que você não estava bem. Pediu para te convidar a ir lá em casa mais vezes, ela sente sua falta.
– Sempre acabamos falando mal de você – s/n ri da cara de indignação. – Qual é Tooru, te irritar sempre foi meu passatempo favorito. – Me arrastei para seu lado tocando sua testa com dois dedos.
–Eu sei disso. – ela segurou minha mão entre as suas, mas não as afastou. - Eu até meio que gosto. – uso sua própria frase contra ela a fazendo rir. – Eu senti sua falta S/n. Muita...
– Tooru... – ainda com minha mão entre as suas a apoiou sobre seu colo, não encerrou o contato, pelo contrário, aumentou um pouco a pressão, estava claramente nervosa. – Me desculpa por ter se afastado sem dizer nada. Não queria te chatear e no final acabei causando problemas.
– Nada disso é culpa sua. Eu que tenho de me desculpar por não ter percebido o que acontecia com você. Eu só pensei que talvez você tivesse se cansado de mim ou alguma coisa do tipo. – deixei que meu ombro encostasse no dela, ficar assim tão perto me trazia uma paz, como se estivesse acabado de chegar em casa...
– Você realmente é bem chato às vezes. – ela ri e faço uma cara de drama. – É um de seus muitos charmes Oikawa. Eu meio que senti falta disso também. – ela apoiou a cabeça em meu ombro, ainda segurando minha mão, pendi minha cabeça para o lado apoiando na dela, de olhos fechados z naquela troca de carinhos singelo eu soube exatamente o que deveria fazer daqui pra frente.
– Eu não vou mais desgrudar de você. – sussurrei sem me mover.
– Isso é algo com o qual eu deva me preocupar? – também tinha sua voz leve.
– Não. Apenas não me afaste de novo.
– Eu prometi para a Nara que não faria mais.
– Então prometa pra mim. – sai daquela posição para que pudesse encarar seus olhos. – S/n?! – devagar levantou o rosto e me olhou.
– Eu prometo que não vou mais te afastar Tooru. – vi um pouco de vermelho em suas bochechas, abri meu melhor sorriso travesso.
– Ótimo. – sem aviso me pus de pé, agarrei-a pela cintura e a joguei em minhas costas como se fosse um saco de batatas.
–Tooru o que você está fazendo? – ela dava batidinhas em minhas costas.
– Nada que você não queira. – sai correndo em direção a água.
– Para Tooru, eu não trouxe roupa pra banho.
– Confia em mim!! – pedi entre risos sentindo ela parar de bater nas minhas costas.
Coloquei os pés dentro da água sentido-a fria, fui adentrando mais um pouco, agora cobrindo meu joelho, quando sabia que já era seguro joguei s/n na água, ela soltou um gritinho fechando os olhos e cobrindo o nariz. Mergulhei em sua direção molhando meu corpo totalmente. Quando voltei a superfície encontrei s/n mexendo em seu cabelo molhado, a água escorria por toda sua face, a blusa colocada ao corpo a marcando de maneira espetacular.
– Porque fez isso Tooru? – ela sorria se abaixando novamente dentro da água, deixando apenas seu rosto a amostra balançando seus braços em uma tentativa de boiar.
– Porque é divertido. E eu sabia que você queria entrar na água.
– Não dessa maneira – riu novamente me fazendo sorrir ao mesmo tempo. – Obrigada. – sua voz saiu quase como um sussurro.
– Por nada princesa. – minha blusa parecia pesar uma tonelada e já estava me incomodando. Fiquei de pé e puxei o tecido pela cabeça, torci um pouco e joguei de volta próximo a margem, voltei a olha pra s/n, seu rosto mais vermelho do que antes, olhava fixamente para meu peito nu, ela estava com vergonha, e era uma delicia saber que eu causava esse tipo de efeito nela. Eu iria aproveitar isto é claro. Me aproximei dela a vi recuando um passo, antes que eu me aproximasse muito ela jogou água no meu rosto.
– Nem vem Tooru. – Nadou mais um pouco para trás.
– Não vai fugir de mim. – Fui atrás dela e iniciamos uma guerra de água. Eu podia ouvir os risos no meio de nossa brincadeira.
– Para Oikawa. – ela pediu entre os sorrisos escondendo o rosto atrás dos braços. – Estou com fome.
–Então vamos comer.
Voltamos para nosso local de piquenique, joguei uma toalha que havia trago para s/n que não disfarçou a surpresa.
–Você pensou mesmo em tudo não é?
– Eu disse para confiar em mim. – Pisquei em sua direção e ela sorriu.
– Tudo bem, eu irei tentar. – Nos sentamos na toalha, começamos a comer e s/n parecia realmente com fome, pois provou de tudo que eu havia trazido. Fiquei boa parte do tempo apenas observando s/n, parecia como nos velhos tempos, mas havia algo a mais, algo diferente, eu estava realmente feliz por poder estar ao lado dela, mas mesmo assim meu corpo parecia querer mais, estar ainda mais ao lado dela, tocá-la, abraça-la. Suspirei fraco, eu precisava ir com calma, a pressa sempre foi inimiga da perfeição.
–S/n. – chamei fazendo com que olhasse em minha direção. – Amanhã na escola não se afaste de mim ok?
–Já disse que não vou Tooru. – disse mordendo mais um pedaço de onigiri. –Chatokawa.
–Princesa... – retruquei em resposta fazendo-a revirar os olhos.
–Prefiro nem te responder. – sorri apoiando o queixo na mão. – Pretende ficar quanto tempo sem roupa seu exibido?
– Exibido? Eu? – dei meu melhor sorriso sarcástico ouvindo ela soltar um resmungo pelo lábios – Ainda quero entrar na água, então vou ficar assim por mais um tempo. Você devia fazer o mesmo. – brinquei esperando ouvir uma reclamação, que não veio.
Abri os olhos e a encarei surpreso, s/n estava com a mão no queixo pensando. Não levou nem um minuto e puxou a blusa pela cabeça. Senti um choque se espalhar por meu corpo, o ar faltou nos pulmões e meu rosto queimou instantaneamente, eu não estava preparado para isso. Passado alguns segundo o choque se foi, s/n parecia não ter percebido o mini surto que tive, pois estava torcendo a blusa nas mãos, vestia um topper esportivo preto que apesar de não revelar muito, era o suficiente para me fazer ter pensamentos inapropriados.
–Um gato comeu sua língua Tooru? – a pergunta saiu carregada de deboche, seus olhos se viraram para mim junto com um sorriso de lado. Ela havia feito de proposito, e conseguiu o efeito que queria de mim. Limpi a garganta antes de responde-la.
–Boa jogada. Você venceu essa.. – me doía admitir.
–Sempre fui melhor estrategista que você. – mostrou a língua enquanto sorria.
O objetivo de hoje era conseguir seu perdão e ter minha amiga de volta, agradá-la e fazê-la feliz eram o objetivo, mas no fim eu parecia estar ganhando muito mais do que ela.
◘◘◘
POV S/N
–Tadaima! – gritei assim que entrei na sala, meus pais estavam no sofá assistindo tv e tomando chá.
–Okaeri querida. – minha mãe respondeu ao olhar para trás e me encarar. – Foi divertido? Não convidou o Tooru para entrar?
–Foi sim mãe, o Tooru tinha atividades para fazer, mas eu prometo que o convido em outro momento.
–Tudo bem filha, tem um tempo que não vejo a mãe dele, talvez possamos marcar um jantar. – Qual é mãe isso já ‘ta escalando rápido demais. –Que roupas são essa? Não sabia que estava no time de vôlei.
– E não estou! – respondi olhando para a blusa verde e o short branco. – São do Oikawa, ele me levou até aquela cachoeira que íamos quando crianças, acabei me molhando e ele me emprestou essas roupas. – me admirava a confiança que minha mãe tinha em Oikawa, mesmo depois de q ano sem ver a cara do desgraçado. Ele sabia mesmo como conquistar mulheres.
–Já está usando as roupas dele sem nem fazer um pedido? – meu pai cortou me encarando. – Pensei que essa juventude tinha mais respeito pelos mais velhos.
– Do que você está falando pai.
– Pensei que ele faria um pedido formal antes dessas coisas – ele apontou para minha roupas – acontecerem... – quando minha ficha caiu quase tive um treco.
– EU E OIKAWA NÃO SOMOS NAMORADOS! – acabei gritando mais alto do que eu queria. – E não aconteceu nada do que o senhor está pensando.
Ele deu de ombros e se virou de volta para a tv, não dando muita importância para o que eu dizia, minha mãe apenas sorriu .
– Eu sabia que ia acontecer.
–Mãe até a senhora? – ela balançou as mãos no ar me deixando falando sozinha.
Desisti de tentar convencê-los, fui direto para o quarto e tomei um banho, aproveitei para lavar o cabelo, ainda não tinha me acostumado com o novo cumprimento, mais eu havia amado o resultado final, apesar dos apesares. Busquei pelo meu celular que estava carregando, havia algumas mensagens de Nara, eu precisava contar para ela o que havia acontecido. Depois de três chamadas ela atendeu.
–Finalmente deu sinal de vida. Pensei que tivesse morrido.. ou dormido.
– Sempre exagerada. Boa tarde para você também meu amor. – provoquei ela.
– Não me venha com essa de amor. Desembucha.
– Sempre direta ao ponto. – ouvi ela soltar um palavrão em português pela linha mas não me recordava do que significava. – Tooru passou aqui em casa e saímos para dar uma volta.
–Hum... já esperava algo parecido com isso. E ai o que ele falou? Te pediu desculpas pelo menos?
– Como assim você esperava por isso?
–Iwaizume me falou que conversou com ele, então nós dois estávamos na expectativa de que o idiota tive4sse uma atitude. Foi até mais rápido do que eu esperava.
– Desde quando você e Hajime trocam mensagens? – eu estava realmente confusa, Nara sempre foi minha confidente, a pessoa que conseguiu levantar meu astral quando ninguém mais foi capaz, era a única que sabia do meu sentimento por Tooru e a pessoa que mais me defendeu contra o grupinho de fãs histéricas, e saber que ela guardava um segredo desses de mim me deixava realmente triste.
– Desde o nosso encontro na sexta – ela havia me contato sobre isso e na verdade ainda estava muito chocada. – Agora responde as minhas perguntas.
– Certo, certo. Bem... Oikawa me pediu perdão, me levou para um piquenique, tomamos banho de cachoeira e ele prometeu que não vai mais desgrudar de mim. E me fez prometer que não vou afastá-lo.
–Finalmente aquele imbecil tomou coragem de se declarar. EU já estava ficando nervosa, e olha que eu nem gosto dele.
– Nara ele não se declarou.
– Tem certeza que você é a menina mais inteligente daquela escola? Porque as vezes sua burrice me surpreende. – acabei rindo da fala dela – Enfim, você vai fazer como ele falou. Nada de afastá-lo, e se aquelas vagabundos acharem ruim, problema delas, você não está sozinha, nós três vamos estar ao seu lado para te defender.
– Em primeiro lugar, obrigada. Segundo, não sou uma princesa que precisa de proteção 24 hrs. E por último, impossível o Oikawa estar apaixonado por mim.
– Impossível é o meu cú s/n. Não é a primeira vez que eu falo isso, aquele imbecil come na sua mão. Eu não sei o que ele pretende fazer, mais essa semana promete.
– Seu jeito doce de falar me cativa Nara. – ri com sarcasmo.
– Você me ama que eu sei. Agora se me da licença tenho um encontro pra ir.
– Iwaizume de novo?
– Agora que finalmente consegui me aproximar não vou desperdiçar nenhuma chance.
– Sabe que se tivesse me falado antes eu tinha dado um jeito de unir vocês dois né?
– Do jeito que você insistia em fugir do Oikawa? Não ia dar certo E por mais que eu queira sentar naquele gostoso, eu preso mais por nossa amizade.
– Fofa e vadia... o equilíbrio perfeito.
– Não se faça de santa, dona do puteiro - gargalhei com a expressão dela, nossa troca de carinho era sempre tão ácida, ela me chamava assim só porque eu escrevia algumas fanfics de hentai em um passado não tão distante. – Agora eu preciso ir porque você está realmente me fazendo se atrasar.
– Desculpaaaa, bom encontro, a gente se vê amanhã.
– Até. Beijos. – Nara encerrou a chamada.
Rolei na cama abraçando o travesseiro, estava ansiosa para o dia seguinte.. Apesar do ano já ter se iniciado há algumas semanas, seria uma nova etapa para mim, uma que teria Oikawa de volta na minha vida.
◘◘◘◘
Encontrei com Nara pela manhã no portão de entrada da escola, ela vestia o típico uniforme, hoje diferente dos outros dias estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo deixando a amostra seu pescoço, e... um cordão? Aquilo era novidade.
–Bom dia princesa. – falei antes de ser notada.
– Bom dia só se for pra você. Sabe que odeio levantar cedo.
– É eu sei... mas hoje você está diferente. Um pouco mais radiante.
– Do que você ‘ta falando s/n? Não me faça pensar antes da aula.
– Deixa pra lá. Vamos entrar?
–Calma... ‘to esperando o...
–Bom dia meninas. – Iwaizume surgiu detrás de mim.
–Bom dia garotas. – Oikawa falou feliz demais, e foi impossível não encara seu sorriso que hoje parecia mais radiante que o normal. Todo mundo estava assim hoje?
–Oikawa. – Nara falou um pouco ríspida. – Hajime... – dessa vez a sua voz estava mais leve. – Vamos?
– Parece que sua amiga não é uma grande fã minha. – Tooru se aproximou jogando o braço por cima do meu ombro me abraçando, me assustei com o toque repentino e tive o impulso de me afastar. – Nem pense em fazer o que sei que está pensando. Você prometeu... –falou sem nem me olhar, prestando atenção no caminho que fazíamos.
Então era sobre isso que ele estava falando ontem. Sobre não se afastar. Sério Tooru? Revirei meus olhos soltando o ar pesado pela boca.
– É a Nara não gosta muito de você. – respondi a pergunta de antes. Ainda sentia meu corpo reagir ao abraço de Oikawa, era um costume que tínhamos no ensino fundamental, mas desde que entramos para a Johsai eu tenho evitado este tipo de contato, e fazê-lo agora causava arrepios em meu coropo. Ontem me permitir aproveitar o momento com ele já que estávamos a sós, mas aqui era diferente, e eu podia sentir todos os olhares queimando sobre nós.
– Mas parece gostar muito do meu amigo. – balançou a cabeça na direção dos dois que andavam a nossa frente.
– É parece que sim.
Seguimos juntos até o corredor do terceiro ano e nos separamos na porta de casa sala, Iwa-chan ainda andava ao meu lado.
– Qual é a do Tooru? – perguntei quando estávamos a sós.
– Eu sei lá. Não entendo a cabeça dele. Mas se estiver te incomodando eu peço pra ele parar.
– Não precisa. – suspirei derrotada – Eu prometi à ele.
– Tudo bem. Qualquer coisa só falar comigo que dou logo um cascudo nele. – sorri me sentando ao seu lado.
–Hajime... – ele respondeu “hum” entre os lábios pedindo que eu prosseguisse. – Aconteceu alguma coisa? Você está mais radiante hoje. Na verdade não só você, a Nara e o Oikawa também.
–S/n aconteceram muitas coisas, mas nada que justifique isso que você está descrevendo. – terminou de colocar o material sobre e mesa. – Talvez você quem deva estar vendo as coisas de forma mais radiante. – fez aspas com as mãos. – Me diga, o que aconteceu? – ele me provocou sorrindo.
Eu não respondi apenas deu de ombros sorrindo de volta.
O horário de almoço também foi meio bizarro, Oikawa veio até nossa sala e nos acompanhou até o refeitório encontramos com Nara e seguimos para o jardim juntos, o capitão do time não desgrudava de mim, e foi então que me toquei.
A brilhante ideia de Tooru para resolver meus problemas consistia nele andar com os braços sobre meu ombro por toda a escola, desfilando como seu eu fosse sua mais nova e melhor aquisição.
Como eu me sentia?
Desesperada com a quantidade de atenção que recebia de toda a escola. Não só as meninas como também os meninos. Podia ver Iwaizume suspirar em reprovação alguns momentos, mas ele não reclamava, até porque Nara estava sempre ao meu lado, agora éramos o novo quarteto da Johsai e já podia ouvir os boatos sobre o novo assunto: nós.
E isso se estendeu pela semana, quando não eram os dois que me acompanhavam sempre tinha algum menino do time de vôlei, eu tentava não deixar o desespero me tomar todo esse tipo de atenção estava me consumindo, todos sendo extremamente cuidadosos comigo, havia prometido pra Oikawa que não me afastaria, e na verdade, eu não queria, já não me importava mais em que todos soubessem que éramos amigos próximos.
Tudo corria na perfeita paz, o que era novidade para mim, até a sexta feira. Eu havia ficado até depois do horário no clube só jornal sendo a última a sair, mandei uma mensagem pra Iwaizume perguntando se eles já haviam ido embora, a resposta veio rápido dizendo que ele sim, pois sairia com Nara, mas Oikawa ainda treinava, ou seja, minha companhia para casa estava garantida.
Troquei os sapatos decidida a ir encontrar com meu vizinho, acabei notando que algumas pessoas ainda saiam de seus clubes, dentre eles Tatsui, o menino que havia me convidado para sair, mas nunca mais me procurou. Com Oikawa de volta na minha vida eu não havia notado este fato até agora. Me aproximei devagar para cumprimentá-lo.
– Boa noite Tatsui-kun.
– Boa noite s/n. Que bom te ver, queria mesmo falar com você. Será que tem 2 minutos?
–Claro. – Nos afastamos um pouco do grupo de pessoas .
– Queria mais te alertar sobre algo... Eu vi que tem estado muito com o Oikawa-san ultimamente...
Beleza, é claro que minha proximidade receber com Tooru traria problemas... Balancei a cabeça pedindo que ele continuasse.
– Imagino que sejam amigos, mas ele não é uma pessoa tão confiável... quero dizer... teve uma vez em que ele me disse uma vez para me afastar porque você... – Yuki vacilava nas palavras, eu já estava ficando nervosa. – Por que você tinha... chulé?
– O quê? – mas que porra é essa? Qual o problema desse imbecil?
– Ele disse algo sobre um acidente que você sofreu e nunca mais tirou as meias algo assim... – o menino bagunçava o cabelo meio sem jeito. Eu podia sentir a cólera me dominar. – Enfim só queria que soubesse isso antes de assumir alguma coisa com ele e se arrepender depois...
– Tatsui... Eu... Obrigada. Mas eu preciso ir.
Me afastei correndo em direção a quadra, meus olhos já cheios de lágrimas, não podia acreditar que Tooru havia falado essas coisas. Eu havia caído na ideia de Nara de que o maldito era apaixonado por mim, mas isso certamente não era atitude de alguém apaixonado.
Cheguei a quadra no mesmo momento que o vi pular para acertar um saque viagem, soltei a mochila no chão e corri para recepcionar, consegui fazer com excelência.
– S/n que bom que chegou, pode receber alguns saques...
Sem pensar duas vezes agarrei a bola e lancei com força tentando acertaram seu rosto, ele parou de falar colocando o braço para se defender.
– O quê...
– Que porra você pensa que está fazendo? – perguntei batendo as duas mãos em seu peito o empurrando se peito para trás.
– Treinando saques?
– Não se faça de imbecil Tooru. – o ódio me consumia e as lágrimas voltaram a descer. – Eu não consigo te entender. Você me odeia? Quer me humilhar?
– Do que você está falando? É claro que não te odeio. - Tentou tocar meu rosto mas eu afastei sua mão com um tapa
– Então porque fica falando coisas ruins sobre mim pela escola? Eu tenho chulé? Sofri um acidente? – Tentei segurar as lágrimas em vão, viu os olhos de Oikawa se arregalar em como se agora soubesse sobre o que eu estava falando, prova incontestável de que ele realmente havia falado essas coisas.
– Mas que porra...
– Eu não te entendo. Você me leva pra sair, me faz promessas, me abraça na frente da escola toda ao mesmo tempo que faz isso? Que imbecil eu sou pra confiar em al...
Antes que eu pudesse terminar a frase sou calada. Oikawa segurou meu rosto entre suas mãos e colou seus lábios aos meus. Eu estava paralisada.
Tooru havia me beijado.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.