Ao procurarem uma cabine vazia, a única que Lily, Hestia e Marlene encontraram foi a que já estava ocupada por Miles McGonagall e outras duas pessoas. Uma era um garotinho, que aparentava ter seus onze anos, tinha traços orientais e um belo par de olhos verdes. A outra era de um homem bem parecido com Miles e a professora McGonagall, exceto pela sua barba escura e espessa, que devia ter por volta de trinta anos. As garotas pensaram em sair, mas Miles não permitiu:
- Ei, garotas, entrem! Quero lhes apresentar duas pessoas muito, muito importantes! – apontando para o adulto, o capitão do time da Grifinória disse – Este aqui é o meu tio, Robert McGonagall.
- Junior. Robert McGonagall Junior, Miles.
- É, isso mesmo. Ele vai ser nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, não é legal?
As garotas ficaram empolgadas com a novidade.
- Nossa, que demais!
- O senhor é parente da McGonagall, não é?
- Na verdade, senhorita...
- Lily Evans, mas pode me chamar de Lily.
- Certo, Lily. Então, como eu ia dizendo, sim, sou parente de Minerva McGonagall. Irmão, para ser mais específico.
- Uau!
- E este aqui é o meu filho, Godric. Ele vai começar os estudos nesse ano. Godric, se apresente às suas novas amiguinhas.
Timidamente, Godric estendeu a mão às garotas, e corou quando elas o elogiaram:
- Que gracinha!
- Você só tem esse, Sr. McGonagall?
- Eu tenho mais outra filha, a Helga, ela tem sete anos, ainda vai demorar para vocês a conhecerem.
- Engraçado, os nomes dos seus filhos são os mesmos de dois fundadores de Hogwarts...
- Pois é, Srta...
- Jones! Mas pode me chamar de Hestia.
- Sim, Hestia. Eu realmente quis homenagear dois dos nossos fundadores. Godric e Helga são os que eu mais admiro, o primeiro, por ser o criador da minha casa, a Grifinória, e sempre ter encorajado seus alunos a serem honrados e destemidos. A segunda, por acolher a todos, sem fazer distinções. E também pela Lufa Lufa ser a casa que a minha esposa, Hyeon, mais se identificou quando contei a ela sobre Hogwarts.
- Então, sua mulher não estudou aqui?
- Não. Ela é coreana, estudou em Mahoutokoro. Nos conhecemos no meio da Copa do Mundo de Quadribol de 58, que foi no Japão. E na Copa de 62, a gente se casou.
O grupo ficou conversando pelo resto da viagem, sem saber que os parentes de Minerva McGonagall não seriam as únicas novidades do ano.
Já recuperado dos ataques que Sirius, Remus e Peter lhe fizeram, Severus Snape se reuniu aos seus amigos da Cadetes de Walpurgis, que tinham uma cabine só deles. Nele, além dos outros companheiros, havia um casal de adolescentes, que deviam ter cerca de dezessete anos, e usavam vestes vermelho escarlate e capa feita de lã.
- Até que enfim chegou, não, Severus? – reclamou Walden Macnair, que agora era o único chefe dos Cadetes, pois Narcissa Black se formara no ano anterior.
- Desculpe, Walden, eu tive um pequeno imprevisto, mas já contornei tudo...
- Não importa! Quero que conheça os nossos novos aliados: Estes são Igor Karkaroff e Astrid Helstrom, eles são alunos de Durmstrang e vieram fazer intercâmbio conosco.
Severus olhou a dupla com atenção. O rapaz era alto, esguio, tinha longos cabelos negros, frios olhos azuis e falava um inglês perfeito, sem qualquer sotaque.
- Minha mãe é britânica, fui alfabetizado em dois idiomas: o inglês dela e o búlgaro do meu pai. Também sei falar russo, norueguês, dinamarquês, islandês, sueco, alemão, grego e ainda arranho no francês.
Já a moça era alta, ruiva, tinha um olhar penetrante e um leve sotaque norueguês. Os dois tentaram ser gentis e simpáticos, mas Severus percebeu que ambos o estudavam minuciosamente.
- Eu não entendo porque alguém iria querer vir para uma escola infestada de traidores e sangues-ruins, tendo uma escola tão incrível e respeitável como Durmstrang a disposição – comentou Adolphus Avery, com uma certa inveja dos intercambistas.
- Pois é, garoto, mas eu estou sabendo que tem gente por aqui disposta a virar o jogo a favor dos sangues-puros, não é mesmo? – retrucou Karkaroff, deixando os outros eufóricos.
- Então foi por causa da gente que vocês quiseram vir? – perguntou Coriolanus Mulciber.
- Maish ou menosh – disse Helstrom – Na verrrdade, isso foi um acorrrdo entrrre nossosh diretoresh. O de Durrrmstrang, o pateta do Gustafsson, fez o possível e o impossível parrra que tivéssemosh um Torneio Tribruxo. Já o pateta daqui, o tal do Dumbledorrre, usou a Guerra Bruxa como deshculpa parrra frrrear a megalomania do nosso diretor. E entáo, talvez para compensarrr, Dumbledorrre sugeriu que Gustafsson mandasse doish estudantesh de nossa escola parrra passar um ano letivo em Hogwartsh, parrra incentivar integraçáo, trrroca cultural, blá-blá-blá...
O sarcasmo de Astrid Helstrom causou risos no grupo.
- Isso é só uma desculpa, não é? – indagou Barty Crouch Jr.
- Talvez... – disse Karkaroff, coçando o queixo – Sim, estamos aqui para nos integrar e trocar conhecimento, mas não vamos nos integrar com todo mundo, nem trocar qualquer tipo de conhecimento. Nós estamos aqui é para praticar Magia Negra, e também para aprender mais sobre o Lorde das Trevas e se reunir a ele.
O grupo ficou ainda mais empolgado com a fala de Karkaroff.
- Incrível, este também é o meu sonho! – exclamou Regulus.
- Será muito bom aprendermos as Artes das Trevas com dois alunos de Durmstrang, que tem disciplinas só para isso! – vibrou Severus.
- É muita honra receber pessoas como vocês em nosso grupo, mas infelizmente, não ficarei muito tempo por aqui. Eu fui chamado, pelo próprio Lorde das Trevas, a me reunir a ele em sua luta, e só retornei a esta escola para repassar o posto de líder dos Cadetes a outro estudante.
Severus, assim como os outros membros da Walpurgis, ficaram ansiosos com essa informação. Tanto ele quanto os outros gostariam de ser escolhidos, e Severus acreditava que era o único candidato possível. Afinal, era o mais inteligente do grupo, tinha voz de comando e sabia como controlar os outros membros. No entanto, Macnair não queria decidir tão depressa.
- Mas não se preocupem, não vai ser agora que vocês vão se livrar de mim. Eu ainda ficarei mais um pouco, o suficiente para escolher o mais nobre, o mais puro e acima de tudo, o mais implacável cadete para seguir o meu legado como comandante deste grupo.
Severus se sentiu um pouco atingido com as palavras de Macnair, afinal, ele não era tão nobre ou tão puro quanto Avery ou Mulciber, pois além de ser um Snape, era filho de um trouxa, portanto, seu sangue tinha impurezas. Mas ele ainda era o mais esperto do grupo, e estava disposto a usar suas habilidades ao seu favor para convencer Macnair a escolhê-lo como novo líder.
Com a chegada do trem, os alunos se dividiram em grupos para se dirigir ao castelo de Hogwarts. Godric McGonagall se reuniu aos outros novatos, e seu pai Robert foi cumprimentar os intercambistas.
- Vocês são os alunos do intercâmbio, não? – disse ele a Karkaroff e a Helstrom, que se limitaram a concordar com a cabeça. O novo professor estendeu a mão a eles e disse – Bem-vindos! Me chamo Robert McGonagall Jr., sou o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Espero que sejamos bons amigos!
- Agradecemos, professor! – respondeu Karkaroff, com falsidade.
- Mal posso esperar porr suash aulash! – completou Helstrom. Assim que ele deu as costas, os dois começaram a rir dele, e alguns dos sonserinos que estavam com eles mais cedo se juntaram para rir também.
- Novo professor de DCAT, é? – riu Regulus – Espero que seja mais esperto que o outro...
Os outros deram risadas sombrias.
- O que aconteceu com o outrrro? – indagou Astrid Helstrom.
- Digamos que ele se meteu com o pior tipo de gente e cometeu uma série de erros que o mandaram para a prisão – respondeu Severus, que ria de um jeito ainda mais maléfico, pois foi ele que provocou a detenção do antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Rhett Hawking. E tudo por ciúmes, pois ele se tornara um grande amigo de James, Sirius, Remus e Peter.
Este quarteto ainda lamentava bastante a morte precoce de Hawking, e não estava muito disposto a dar o mesmo tratamento ao novato.
- Ainda não acredito que Hawking está morto...
- Era pra ele estar aqui, com a gente!
- Vocês sabem que ele seria demitido, de qualquer forma, não é? Afinal... – Remus ia explicando que apesar de ser professor, Hawking não era lá muito bom em ensinar, ainda mais se tinha que seguir o cronograma da escola, mas os olhares desapontados de James e Sirius o fizeram recuar.
- Sabem de uma coisa? Eu acho que o que nós devíamos fazer é dobrar as nossas bagunças, durante a aula do professor novo. Tudo pra o pessoal saber que nunca vai haver ninguém melhor que o Hawking.
- Apoiado, James! – exclamou Peter, mesmo sem estar falando sério.
- Podíamos ao menos dar uma chance ao professor novo... Ele pode ser legal também!
- Duvido que esse professor novo supere o Hawking, Remus!
- E se for uma professora, hein, Sirius? – provocou o Lupin – E se for uma mulher bem bonita, mais bonita que aquela Giselle que você nos descreveu?
Remus e James acharam que seria divertido imitar Sirius falando com Giselle:
- Ui, ui, Giselle! Você tem seios tão fartos!
- Ai, Giselle, seja minha esposa!
- Parem, seus manés! – guinchou Sirius, e os outros continuaram rindo, só pararam realmente quando Dumbledore pediu a palavra.
- Obrigado. Primeiramente, gostaria de dar boas-vindas aos novos alunos, que se juntam a nós para mais um novo ano – e Dumbledore deu as recomendações de sempre. Os novatos já haviam sido selecionados, e a maior parte foi para a Sonserina, decepcionando pessoas como James.
- Por que será que a maioria dos novatos preferiu a Sonserina, hein?
- Só pode ser por causa do Vol... É... Vocês-Sabem-Quem!
- Por que tá com medo de falar o nome do Lorde das Trevas, Peter?
- Quem não teria medo, Sirius? Ouvi dizer que ele mata a pessoa que diz o nome dele em vão! Como eu ia falando... – e Peter deu um longo e pesado suspiro para dizer – Parece que o Lorde era da Sonserina, e que ele não mata as pessoas dessa casa, e por isso...
- É balela, Peter! Nós somos grifinórios, e estamos vivíssimos! – retrucou o Black.
- Grande coisa ser da Sonserina só porque o Lorde Babaca protege essa casa, nós somos da casa do verdadeiro maioral do mundo bruxo, que é o Dumbledore, e ele, assim como os aliados, vão derrotar esse bando de otários antes que você possa dizer Voldem...
- Não fala esse nome, James!
Ignorando totalmente o medo de Peter, James e Sirius continuaram falando:
- Voldemort! Voldemort! Voldemort!
- QUIETOS! – rosnou Lily, em direção ao grupo – Dumbledore está falando! Prestem atenção!
James até pensou em dizer alguma gracinha à Evans, mas deixou pra lá. Em vez disso, se concentrou em tentar contar quantos novatos a Grifinória tinha ganhado. Dentre estes, estava Godric McGonagall, que ouvia o discurso do diretor na expectativa de ter o nome do seu pai anunciado.
- E também vamos dar as boas-vindas ao nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Robert McGonagall Jr!
A grande maioria dos alunos aplaudiu, especialmente os grifinórios. As únicas exceções além dos sonserinos eram justamente James, Sirius, Remus e Peter, que aplaudiam desanimadamente.
- Ah, então é esse barbudo aí? – indagou o Black, com indiferença – Grande coisa... O Hawking tinha um cavanhaque mil vezes mais legal.
- O cabelo dele era muito bacana também, todo crespo, arrepiado... – atalhou Peter.
- E as roupas? Eram sensacionais, principalmente a gola da camisa, que ele deixava aberta pra mostrar o peito peludo... – James ia se soltando, mas se conteve.
- Esse também é legal. Usa vestes mais formais, mas elas são boas, combinam com o chapéu. E parecem ser mais limpas que as do Ranhoso... – comentou Remus, na tentativa de fazer James rir um pouco.
- É, tanto faz – respondeu ele, entediado – Não é muito difícil se vestir melhor que o Ranhoso.
- Esse aí é tão rosado que chega a ser vermelho. Parece que passou tempo demais no sol – observou Sirius.
- Ei, olhem, a McGonagall tá abraçando ele! – exclamou Peter, mostrando a velha professora de Transfiguração perdendo a compostura ao cumprimentar seu novo colega de trabalho – Esperem, eles têm o mesmo sobrenome! Será que são parentes?
- Ele é meu tio, seus idiotas! – ralhou Miles, se voltando ao grupo que não parava de falar – E acho bom vocês serem legais com ele, ou vão ver só!
Rapidamente, James e Sirius desistiram dos planos de aprontar todas as pegadinhas que sabiam com o intuito de sabotar as aulas de DCAT. Afinal, McGonagall Jr era irmão de Minerva, a chefe da casa deles, e tio de Miles, o capitão do time de quadribol. As últimas pessoas com quem eles deveriam criar problemas.
- É mesmo, Miles? Não sabia que ele era seu tio! – disse o Potter, exagerando ao tentar demonstrar surpresa e arrependimento.
- Sabe, eu gostei logo de cara do professor McGonagall, ele parece ser muito inteligente! Meus amigos também, não? – Sirius, James e Peter rapidamente concordaram com as palavras de Remus.
- Acho bom. Até porque, nós, grifinórios, somos a minoria agora, e temos que ficar unidos – concluiu Miles, e os membros da casa dourada e escarlate se calaram para ouvir o diretor.
- E também temos dois visitantes que passarão o ano conosco. Deem as boas-vindas a Igor Karkaroff e Astrid Helstrom, os nossos intercambistas de Durmstrang!
Karkaroff e Helstrom se levantaram e acenaram para os colegas, que os aplaudiam. Novamente, Sirius e seus amigos eram os menos empolgados.
- Durmstrang? Meus pais vivem elogiando essa escola, e se eles elogiam, é porque não presta.
- Por que Durmstrang é tão ruim, Sirius?
- Por dois motivos, Peter. O primeiro é que eles não permitem a entrada de nascidos-trouxas. Só sangues-puros e mestiços podem estudar lá. E o segundo é que eles ensinam Magia Negra.
James, Remus e Peter encararam aquela dupla com uma indisfarçável decepção.
- Também... Olha a mesa que eles escolheram se sentar! – ralhou James, mostrando que os intercambistas estavam na mesa da Sonserina.
- Lá, eles estão em casa! – completou Peter.
Sirius olhou ao redor e depois reuniu o grupo, para combinar algo em voz baixa:
- Escutem, já que não vamos mais sabotar as aulas do novo professor de DCAT, que tal se nós déssemos o nosso cartão de visitas aos novos alunos?
- Tá falando de que, Sirius?
- Podíamos usar aquele que nós andamos treinando, hein, James?
Sirius e James trocaram olhares maliciosos.
- Ou melhor... Podíamos juntar três dos nossos melhores feitiços.
Remus e Peter não entendiam muito bem, mas Sirius já tinha captado o que James queria dizer.
- Perfeito!
- Vamos fazer agora?
- É, mas primeiro, temos que combinar nossas estratégias de fuga.
Os garotos deslizaram para debaixo da mesa, de um por um, para não chamar atenção. Já reunidos, eles se esconderam dentro da capa de invisibilidade de James e caminharam na pontinha do pé até a mesa verde e prata, onde estavam os alunos da Sonserina. Eles se posicionaram logo atrás de Severus Snape, que ria e conversava com os dois intercambistas de Durmstrang, com o intuito de acertá-los em cheio.
- Um... Dois... Dois e meio... Dois e três quartos... Já!
Os garotos sacaram as varinhas e derramaram um jato poderoso e extremamente fedorento, uma mistura de lama, fezes e vômito, que atingiu todos os sonserinos em cheio. O mau cheiro impregnou todo o Salão Principal, fazendo com que estudantes de outras casas tivessem crises de náuseas e vômitos.
Protegidos debaixo da capa de invisibilidade dos Potters, James, Sirius, Remus e Peter apreciavam o caos que provocaram.
- Essa foi a nossa melhor pegadinha! – dizia o primeiro.
- Verdade, James, essa foi realmente a melhor – concordava o Pettigrew.
- Certo, agora, vamos sair, antes que nos apanhem! – sugeriu Remus, até porque, já havia alguém atento aos passos dos dois.
Mesmo tendo sido o mais atingido pelos jatos de lama, fezes e vômito, Severus ainda conseguiu reunir forças para se levantar e procurar seus piores inimigos na mesa da Grifinória. Como não achou, não teve dúvidas: aquele ataque foi obra deles.
- Potter... Black... Eu pego vocês!
- Quem sáo essesh? – indagou Helstrom, que já estava seca, mas ainda tentava se livrar do odor.
- Quem são esses? São simplesmente os maiores idiotas dessa escola! Potter e Black estão sempre me perseguindo e me atacando, desde que esbarramos no trem há uns quatro anos atrás!
- Um deles é o irmão mais velho do nosso Regulus aqui – disse Crouch Jr, apontando para um constrangido Regulus Black. Na tentativa de se sair dessa situação embaraçosa, o irmão mais novo de Sirius retrucou:
- É, mas ele é um otário, fica andando com sangue-ruim, gosta de um monte de coisa de trouxa, ninguém lá em casa gosta dele.
- Foram eles que te pegaram mais cedo? – indagou Karkaroff.
- Sim, foram.
- Então, porque ainda estamos aqui? Vamos atrás deles! – ralhou Macnair, e os sonserinos até tentaram sair, mas Dumbledore não deixou.
- Acalmem-se! Acalmem-se! – gritava o diretor, enquanto disparava todos os feitiços de limpeza conhecidos – Já estamos resolvendo a situação! Eu só penso que não seria de bom tom deixar a mesa antes de experimentar o nosso belo banquete de boas-vindas!
Vencidos pela fome, todos os estudantes comeram o banquete que se materializou nas mesas das quatro casas, exceto pelo quarteto grifinório, que já tinha subido em direção à cozinha, e por um pequeno grupo de sonserinos, que incluíam Severus, Regulus e Astrid Helstrom. Esta última só deixou a mesa ao lado dos outros dois por ter uma boa pista sobre os autores do ataque.
- Eu vi um vulto passando à minha eshquerrrda, naquela direçáo – a escandinava apontou para uma passagem que Severus e Regulus sabiam que dava acesso a vários corredores da escola.
- Vamos!
Àquela altura, James, Sirius, Remus e Peter estavam bem distantes e seguros da fúria dos sonserinos. Eles estavam na cozinha, se deliciando com as iguarias que os elfos preparavam para eles.
- Mais um pouco de torta, senhor?
- Obrigado... Já estou cheio! – murmurou o Lupin.
- Eu vou querer! – falou Peter, tomando a torta das mãos do amigo.
- Calma, Peter! A torta não vai correr, não! – disse Sirius, espantado ao ver a velocidade com que o Pettigrew devorava a sua torta.
- Isso é tão gostoso! Se eu pudesse, comeria tudo o que está nessa cozinha!
- A gente já sabe que na sua barriga, cabe toda a comida do mundo, mas modere aí! Lembre-se, nós e os nossos amigos elfos não somos de comer! – brincou James.
Contudo, na hora de sair, eles notaram a presença de Severus, Regulus e Helstrom nas proximidades.
- Complicou, gente! Ranhoso e a sua gangue estão lá fora, atrás de nós! – exclamou o Lupin.
Sirius deu uma olhadinha discreta pela fresta da porta e não pôde deixar de reparar na beleza do corpo da intercambista.
- Nossa... A garota mal chegou e já tá metida com o Ranhoso e o mané do meu irmão!
- Sai daí, Sirius, temos que arranjar um jeito de escaparmos sem eles nos verem!
Com a ajuda dos elfos, os grifinórios conseguiram sair dali através de uma passagem secreta que dava para a base da Torre da Grifinória. Ao chegar, eles notaram que o jantar já havia terminado, e que todos os seus colegas já estavam indo para os seus respectivos dormitórios.
- Tá limpo, turma!
Assim, eles retiraram a capa e se misturaram com a multidão. E ainda puderam conferir um pouco da repercussão da travessura deles com seus colegas.
- Nossa, você viu na hora que aquela chuva de cocô, vômito e lama caiu em cima da mesa da Sonserina? – comentava um segundanista, causando risos em quem estava próximo.
- Eu vi! – respondeu Godric – Quem será que fez isso?
- Não saia comentando por aí, McGonagall, mas pelo tipo de brincadeira, tá na cara que foi obra do Potter e do Black, os maiores gozadores da escola! – respondia Dirk Cresswell, sem disfarçar o riso.
- Eles são os caras, gostaria de ser tão incrível quanto eles! – dizia o segundanista, fazendo com que Lily se intrometesse na conversa.
- Pois eu não acho, Brown! O que o Potter e o Black fizeram foi muito feio! Devemos tratar bem todos os nossos colegas, inclusive os sonserinos! Eu sei que alguns não são tão legais, mas eu conheço muita gente bacana daquela casa, e a maioria não merece passar por esse tipo de coisa!
- Como aquele Ranhoso Snape? Desculpa, Evans, mas aquele ali é o pior de todos! – retrucou o segundanista Brown, emocionando James e Sirius por eles saberem que o apelido que eles inventaram para Severus estava fazendo sucesso.
- Ele só me trata bem quando estamos no Clube do Slug, mas fora de lá, ele é tão ruim quanto os outros! – revelou Cresswell, deixando Lily decepcionada.
Encorajado pela situação, James aproveitou que Cresswell tinha se afastado em direção à torre de sua casa, a Corvinal, e decidiu se intrometer na conversa.
- Está vendo, Evans? Ranhoso não é digno de sua pena, muito menos da sua companhia. Você deveria priorizar o pessoal da minha, da sua, da nossa casa, que vai te defender em qualquer circunstância!
Irritada com tudo, Lily fuzilou James com o olhar e disse:
- Cala a boca, Potter! – e se afastou em direção à entrada da Torre da Grifinória. De lá, partiu rumo ao dormitório feminino, para não dar chances de James ou seus amigos a segurarem para revidar.
- Tem gente que não tem noção... – brincou Sirius, fazendo Remus e Peter rirem de James.
- Eu não ligo! Nada vai estragar minha alegria! Afinal, nosso plano foi um sucesso! Eu só espero que alguém tenha fotografado...
James, Sirius, Remus e Peter passaram o resto da noite repercutindo a peça que eles pregaram nos alunos da Sonserina, enfatizando as reações dos colegas dos quais eles menos gostavam. O que eles não sabiam era que Severus ainda não tinha desistido de dar o troco neles, e que agora, ele iria apelar para uma estratégia diferente para destruir os inimigos.
- Para isso, eu vou precisar muito da sua ajuda, Helstrom – disse ele, já nas Masmorras da Sonserina – E aí, você aceita?
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