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História Soulmate - Spideypool - "Era seu nome." P.P e W.W. - História escrita por Ginxxx - Spirit Fanfics e Histórias
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História Soulmate - Spideypool - "Era seu nome." P.P e W.W.


Escrita por: Ginxxx

Notas do Autor


Finalmente meu problema de conexão foi resolvido! (para aqueles que não sabiam, minha internet não estava pegando)

Veio ai o capítulo com algumas explicações sobre todo o drama e mistério hihihi, mas ainda tem muito mais por vir!

Boa leitura!

Capítulo 29 - "Era seu nome." P.P e W.W.


Fanfic / Fanfiction Soulmate - Spideypool - "Era seu nome." P.P e W.W.

Wade nunca havia se sentido tão apreensivo naquele dia até aquele fatídico momento.

Quando ouviu os saltos, sua força pareceu triplicar com a ajuda da ansiedade, Peter fitava seus olhos como se soubesse exatamente o que o loiro estava para fazer e ele silenciosamente pedia que não, mas simplesmente era mais forte que si.

O loiro dava todo o crédito do plano a Peter na verdade.

Ele que havia se arriscado a testar poderes – tão recentes – em uma situação claramente emergencial. Ele que havia bolado um plano e ditado cada passo para um Wade paralisado de medo. Ele havia sucedido em protelar a aparição da mãe no banheiro e se escondido atrás da névoa da ilusão saindo do banheiro. Peter precisou fazer tudo, pois Wade estava assustado demais para sequer pensar, quem dera se mover.

As pernas de gelatina, a parede branca em sua mente, eram velhas conhecidas de Wade. Ele era uma criança assustada e amedrontada na maior parte do tempo desde o exílio de seus pais, ele nunca superou o medo, só aprendeu a mascará-lo.

E por melhor que tivesse se tornado nisso, a menor fagulho da possibilidade de realmente perder o que tinha com Peter, o deixava mortificado.

Então não, por mais que quisesse ter ajudado, Wade não havia desempenhado sequer uma pequena porcentagem daquele plano sem a liderança de Peter.

Peter os havia salvado e ele mal conseguia processar tudo aquilo.

Com Mary e Richard fora do quarto, Wade conseguia respirar melhor. Ele não sabia o que naqueles dois o deixava tão fora de si mesmo.

— Tudo bem? – Peter questiona enquanto o loiro veste uma das blusas de Quentin que o castanho resgatou do armário.

— Sim, eu acho. – Wade expira lentamente colocando a mente no lugar, logo ele cochicha. – A gente podia ter sido, tipo, muito pegos.

— E você acha que eu não sei? – Peter devolve no mesmo tom, incrédulo, mas suas bochechas se tingem de vermelho.

Wade abre um meio sorriso, apesar de tudo, ele não trocaria nada pelo momento mágico que tinham passado. Se sentia mais forte do que nunca, ele amava ser um demônio da luxúria.

Como se Peter pudesse ler a porcaria dos seus pensamentos – o que podia – ele fica vermelho igual a um pimentão e murmura entre as mãos que cobrem o rosto alguma coisa pouco descente para estar saindo da boca de um anjo. Ele foge do closet e Wade vai atrás como um leal cachorrinho que gosta ainda mais quando seu dono fica vermelho e foge, tudo aquilo era como seu jogo favorito.

Entretanto, Peter trava na saída do closet e Wade bate nas asas do menino quando para.

— Achei que iam ficar ali para sempre. – Quentin comenta sem emoção, sentado na cama de Peter.

Há uma locomoção de mais um anjo e um lobo dentro do quarto. A equipe de reparo, fica facilmente evidente sobre qual deles é o cara que entende do mármore angelical e de qual deles está ali somente como burro de carga.

Wade quer bufar e revirar os olhos diante da prova do quão típico isso é, mas precisa se conter na presença de Quentin. Ele aproveita para dar um passo silencioso para trás, podia sentir o calor de Peter, então aquilo queria dizer que estava dentro do espaço pessoal do anjo, coisa que só levantaria suspeita sobre ambos.

— Claro que não. – Peter responde e se move minimamente para trás, como se desejasse voltar para dentro do closet, para perto do que era seguro. – Devíamos descer, não é? Mamãe disse que devíamos em 20 minutos.

 — Claro. – Quentin concorda com um sorriso na direção de Peter, o exemplo de um bom irmão mais velho, mas seus olhos se desviam para a figura atrás do anjo, branco e imaculado, para a sombra gigantesca que Wade parecia fazer sobre o anjo, principalmente suas asas. – Não queremos mais acidentes acontecendo sem a supervisão de um adulto.

Wade faz questão de manter o olhar que Quentin lança sobre si. O anjo espião devia suspeitar de algo, é claro, mas eles só não sabiam exatamente do que.

“Que família difícil.” Wade pensa e Peter precisa tossir para esconder uma risada.

É a vez do demônio abrir um sorriso diante o olhar de mínima confusão que Quentin esboça. Ele podia desconfiar o quanto quisesse, mas jamais saberia de tudo.

Não demora para que os três desçam para a cozinha.

Richard, com o seu avental, termina de enfeitar a travessa de comida. Mary está sentada, comportada, como se nada tivesse acontecido. Um sorriso dança por seu rosto, na verdade, ela está se balançando de um lado para o outro como se dançasse ao ritmo de uma música que nenhum deles pode ouvir. A taça a sua frente parece vazia de tão cristalina, porém quando o sol que entra pela janela de correr da cozinha bate contra o vidro, Wade percebe que ela está cheia até a borda.

O que quer que tenham colocado dentro daquela bebida – claramente alcoólica, já que o nariz de Wade conseguia perceber as nuances da presença de álcool de longe, apesar de não ser um lobo, era um beberrão bem treinado – estava acalmando Mary até demais.

— Meus meninos! – Ela vibra e pretende se levantar, porém Richard a salva de um desastre que seria se saísse da mesa.

— Querida, não é necessário, você já não os viu a poucos minutos atrás? – O homem a deixa pregada na cadeira com as mãos em seus ombros.

— Você tem razão. – Ela sorri para o marido. – Mas essa cena é tão rara, quando foi a última vez em que todos estivemos juntos, com um convidado, ainda? – Ela parece finalmente perceber a presença de Wade e tenta levantar de novo, mas Richard a mantém no lugar. – Olhe, Richard, como ele cresceu! Você se lembra de como ele era pequeno, não lembra? Todo embrulhado em uma mantinha para mantê-lo aquecido porque não sabíamos se ele era um... um... – ela se perde na fala, assim como o brilho no olhar e seu foco. Logo ela se volta para ele mais uma vez. – E seus cabelos? Loiros como os... os... ou então seus olhos, azuis como o de seu pai e... e... Bom, mas quem diria que não só isso é parecido, não é mesmo?

— Mary. – Richard tenta pará-la, é visível que a ver assim dói dentro dele.

— Ele é igualzinho. – Mary olha de forma suplicante para o marido, e ele parece acalmá-la com um só olhar. Não um olhar que dizia para que se acalmasse, mas que ele compreendia. Ele a via e sabia como ela também se sentia.

— Sim, ele é. – O homem confirma e Mary parece finalmente em paz para deixa-los continuar. – Sentem-se meninos, eu precisei dar uma ajudinha para sua mãe, vocês sabem como ela tem apreço pelo mármore da casa.

— Eu não sabia que era tant-

Mas Peter não pode continuar, pois Quentin rapidamente o corta.

— Claro, é de se imaginar, aquele é um mármore especial.

— Eu peço desculpas, novamente. – Mas Richard balança a mão dispensando as desculpas de Wade.

— Não se preocupe. – O homem garante. – Mary só é um pouco, sentimental, com algumas coisas.

— Bom, isso é verdade. – Peter concorda fitando o céu, como se analisasse a situação.

Wade olha para os anjos reunidos. Onde ele havia se metido? E eles haviam realmente passado por cima dos comentários de Mary sem nem mesmo considerar que Wade estava ali, os ouvindo? Ele não sabia que Mary era sentimental ao ponto de tal sentimento se estender a seu pai e... sua mãe? Por mais que os comentários não fizessem muito sentido, Wade era sim loiro como a mãe, mas fora isso, nunca haviam lhe dito que ele era parecido com ela, ele sempre foi e sempre seria a imagem esculpida de seu pai.

— Não nos demoremos muito então. – Richard se vira, logo trazendo as travessas de almoço. – Wade, espero que eu tenha acertado no seu prato, Peter não sabia me dizer qual deles era o seu favorito, então segui minha intuição de chef.

Dizer que o queixo de Wade caiu de surpresa era eufemismo.

A intuição de Richard devia ser perfeitamente calibrada, já que, logo de primeira, o homem acertou no top 3 pratos preferidos do demônio: papa-anjo, uma combinação de grãos similares ao arroz humano, junto de raízes vermelhas e fortes que derretiam sobre os grãos e tornavam todo o prato uma bagunça de branco e carmesim; baba de dinossauro, que não passava de uma gosma transparente que ganhava a coloração e gosto que o indivíduo deseja-se, com o intuito de fazer sua língua ficar pintada ao final; e por último, mas com certeza o favorito de Wade, eram os cubos de ouro. Como o próprio nome dizia, eram similares a barras de ouro, mas em cubos. Eram tão amarelos quanto o metal e tinham a mesma aparência de dureza, mas eles simplesmente derretiam em sua boca.  

Wade ficou embasbacado, todos os três pratos eram suas coisas preferidas da infância. Tão difíceis de conseguir que ele se lembrava vividamente da vez em que ficou doente querendo comer cubos de ouro e seu pai precisou de três dias inteiros trabalhando na missão de consegui-los. O loiro ficava envergonhado da história quando contado a si anos mais tarde, ele entendia agora que ambos os últimos dois pratos eram os mais difíceis de se conseguir, mesmo no inferno, que era seu local de origem. Os poucos ingredientes que eram necessários para fazê-los, eram escassos e por isso tais pratos só eram servidos a realeza, mas Wade teve a sorte de prova-los quando visitou o palácio de Satã em pessoa em uma das excursões obrigatórias do colégio.

Segundo os boatos, a turma de Wade havia sido a primeira na história do colégio a provar tais iguarias em uma excursão. E talvez estivessem certos em nunca terem apresentado os pratos as crianças antes, já que Wade não foi o único que caiu doente desejando mais do alimento. Por sorte, ou esforço do pequeno demônio, aquela febre nunca mais lhe atingiu, o que era uma benção, já que o restante do colégio ainda sofreu com episódios e mais episódios de uma febre coletiva entre as crianças, poucos aqueles que se salvavam assim como Wade.

— Eu nem sei o que dizer. – Wade estava claramente surpreso. – Você acertou em cheio. Como conseguiu...

Mas ele deixou a pergunta morrer na garganta, era claro como ele havia conseguido os ingredientes tais ditos como impossíveis e escassos. Um anjo com certeza não precisaria de 3 dias inteiros para consegui-los, Wade apostava que se Richard desejasse, conseguiria os ingredientes quando e onde quisesse.

Um privilégio angelical por assim dizer.

— Bom, não importa como conseguiu. – O loiro continua, mas o sorriso está claramente menor. – Você está com certeza me fazendo relembrar a infância, Sr. Parker.

O homem que sorria na reação do demônio para pôr um segundo, como se analisasse as palavras de Wade. Mas Mary a salva de responder qualquer coisa.

— Ora, Wade, sem formalidades, ok? – A mulher estica a mão para pegar a dele, mas ela claramente não consegue alcança-lo na distância em que estão, com Peter entre eles, então ela se contenta em pegar a mão do filho. – Já temos uma pia de histórias juntos.

A mulher ri da própria piada, se é que aquilo podia ser chamado de humor de verdade, mas a mesa ri mais do jeito de Mary. Ela parece descontraída até demais.

Wade tenta ignorar a sensação cortante em seu rosto dos olhos castanhos por todos os lugares querendo analisa-lo, Richard, Peter, Mary, os três cravando seu olhar em Wade sem qualquer decoro.

Ele prova da comida e percebe que as porções são pequenas, feitas para ele e somente ele. Richard logo enche a mesa de comida de anjo, tão coloridas quanto arco-íris e todas levam o nome de uma cor, assim como a coloração em si.

“Inovador para um bando de anjos.” Ele caçoa na mente e sente Peter chutando sua perna pela lateral da mesa, mas o sorriso ainda vivido no rosto enquanto fala com a mãe como se nada tivesse acontecido.

“Você vai ouvir meus pensamentos pra sempre?” Wade questiona escondendo um meio sorriso atrás de um cubo de ouro e ele simplesmente derrete em sua boca e leva sua mente junto.

“Acho que sim, eu não sei controlar 100%, na verdade, está sendo uma viagem, porque eu consigo sentir suas terminações nervosas.” O anjo estremece junto do demônio.

“O que isso quer dizer, eu mal consigo pensar agora.”

“E eu sei disso, não porque eu li sua mente, mas porque eu senti isso. Eu posso sentir tudo o que você está sentindo.”

“Tudo é?” O demônio provoca e ele belisca a própria coxa.

“Não assim, idiota.” O castanho faz a maior força para não rir do namorado. “Eu sei o que você está sentindo, tipo uma leve coceira onde se beliscou, mas não quer dizer que eu vá sentir também.”

“Droga, eu já tinha planos pra esse poder seu.”

“EU SEI! Maneiro, não é?”

Wade balança a cabeça, rindo minimamente, seu namorado era um nerd completo.

— O que é tão engraçado? – Quentin questiona e Wade gela, por um segundo tinha se esquecido da presença do garoto sentado à sua frente.

“Ok, se faça de burro.” Ele comanda a si mesmo.

— Engraçado? O que é engraçado? – O demônio dá de ombros.

“Não tão burro!” Peter ralha com ele em sua mente, mas o rosto plano como sempre.

— Nada, na verdade. – Wade corrige e dá de ombros novamente.

— Ora, Quentin, deixe o garoto rir se ele quiser. – Mary vem a sua defesa e Wade precisa segurar a água dentro da boca para não explodir em surpresa. – Eu gosto de vê-lo sorrindo, é leve. Libertador eu diria. Você devia tentar mais disso, querido.

— Claro, mãe. – O anjo espião concorda e volta a comer em silêncio.

Wade encara Mary, assim como Peter encara a mãe quase boquiaberto, o que quer que tinham dado para “ajudar” ela, estava tendo um efeito muito forte.

A mulher encara o perfil de Wade quando ele se vira, sem pudor algum de manter seus olhos vidrados na lateral do rosto do demônio. Ela analisa os fios loiros tão finos que parecem quase invisíveis a luz do sol que entra pela janela; as sobrancelhas inicialmente grossas, porém muito bem definidas como as dela sempre foram; o nariz pontudo, mas ao mesmo tempo arredondado, uma mistura de ambos; os olhos, ah, eram completamente parecidos com os de Thomas, um lembrete constante de que ele também a havia amado... mas então, ele tinha o sorriso, o mesmo sorriso dela. O mesmo sorriso que Mary amava observar por horas a fio sempre que podia. O sorriso que a acalmava e a cativava todas as manhãs, o sorriso que ela queria ver brilhar a todo custo... o sorriso que lhe fazia se sentir conectada a Wade de alguma forma, orgulhosa como se também pudesse ser a mãe dele, mesmo que não fosse de verdade. Ela queria protege-lo porque ele era um pedaço dela, mas ao mesmo tempo enquanto aquele sorriso existia, aqueles olhos o condenavam. Eram os olhos que ela odiava, o azul que não a trazia conforto e muito menos paz, eram os olhos que ela odiava.

Como podia existir uma criatura que a fizesse se sentir tão conflitante? Porque ele não podia ser como Peter, Summers ou Quentin? Quando ela fitava seus rostos, por mais diferentes que fossem, todos só lhe traziam alegria. Pura e grande felicidade. Mas aqueles olhos, aqueles olhos estragavam tudo.

“Se fechar os olhos, ele é tão parecido com ela.” Peter pode ouvir o pensamento sussurrado de sua mãe passar por sua cabeça. “Tão parecido... dói olhar, mas dói mais desviar ou sequer piscar, é como vê-la sumindo de novo na minha frente e eu continuo sem poder fazer nada.”

Peter olha de soslaio para a mãe, enquanto o pai mantém a conversa viva da melhor maneira que pode. Com Quentin e Wade quase não trocando uma palavra que não fosse para tentar irritar um ao outro, os assuntos seguros se tornavam escassos, ele quase podia ver seu pai engolindo a comida do prato de tão nervoso.

“E eu achando que ele estava acostumado a lidar com feras.” Peter pensa com um leve riso, mas Eddie brota em sua mente toda vez que pensa no trabalho do pai agora. O riso morre em seu pensamento.

Tudo, que já era confuso, parece pior agora que consegue escutar os sussurros das mentes perto de si. Não são tão altas e fortes como os pensamentos de Wade, são mais fáceis de deixar fora de sua mente, mas se ele conseguisse se concentrar o suficiente, conseguia ouvir com clareza, como tinha feito a pouco.

Mas aquilo era exaustivo, sua mente parecia ter acabado de sair de uma bateria de estudos intensivos de 5 dias, quase pronta para se desligar. Peter estava abusando e sabia, mas ele não tinha certeza como desligar esse poder novo dentro de si.

E ele sabia que não podia ficar cansado. Quando se estava cansado, muita informação vital e importante parecia sair do seu alcance. Era como se ele conseguisse vê-las flutuando em sua mente, mas não conseguisse realmente se concentrar nelas.

“Foco.” Ele ordena a si mesmo.

“Hum?” Wade responde.

Ah, também tinha isso. Wade conseguia ouvi-lo em sua mente, mas não parecia ser algo constante, o que só o deixava mais frustrado ainda.

“Nada.” O garoto responde, mas o demônio vira rapidamente a cabeça em sua direção com um questionamento nos olhos. “Ahhhnnnnnn” ele exaspera na mente e se concentra em passar a mensagem direto para a mente do Wade.

“Precisamos apressar esse almoço.”

— Você disse alguma, Pet? – Richard inquere.

— Eu disse? – O anjo pergunta.

— Não? Achei ter ouvido sua voz.

“Drogaaaaaaaaa” O castanho choraminga, ele estava ficando tão cansado ao ponto de errar para onde mandar a mensagem.

Ele respira fundo e olha para Wade, retomando o jeito antigo de tentar se comunicar com o namorado. “Por favor, entenda, por favor entenda.”

A forma como Wade passa a engolir a comida restante do prato é um sinal de que foi entendido. Peter deixa o que sobrou em seu prato e empurra o mesmo para frente na mesa. Wade termina com as bochechas cheias e engole tudo de uma vez, santa garganta de demônio.

O castanho sente uma comichão nas calças no mesmo momento em que pensa tais palavras. Não, ele não podia pensar na garganta, na língua, nos lábios e muito menos nas mãos de Wade agora. Aquilo era terreno mais do que perigoso em uma hora mais do que errada.

Ele usa toda a concentração que tem para recitar o pai nosso em sua mente quantas vezes necessário, ele não podia ter um pensamento pecaminoso sobre seu namorado demônio com a sua família de anjos na mesa agora.

— Terminamos. Estudar. – O castanho diz quase que de forma robótica e Wade assente já se levantando para acompanha-lo, mas a súplica de Mary os para no lugar.

— Não! – Seus olhos castanhos parecem dançar de um lado para o outro indo de Peter para Wade da forma mais rápida possível. – Eu não posso tirar vocês... você, Peter, dos meus olhos. Porque vocês não estudam na sala? Eu posso ajudar-

— Mãe. Já falamos sobre isso. – Peter está quase cantando o pai nosso em voz alta, tudo aquilo estava se empilhando, era coisa demais para lidar. – E você não vai me tirar de vista de qualquer jeito-

— Não, Peter! – Ela exclama tão alto que assusta o pequeno anjo. – Eu não posso. Eu não-

— Mary, querida. Deixe os meninos irem estudar. – Richard apela.

— Richard. – Ela o olha da forma mais lúcida desde o início do almoço e é quase como se uma ameaça velada acompanhasse seus olhos castanhos.

— Mary. – O marido devolve o olhar, impassível.

Peter assiste ao comportamento anormal dos pais e se sente inquieto. Era normal que Quentin ficasse fora das discussões familiares, era normal que seus pais conversassem a mesa, mas não era normal a forma como estavam agindo nesse exato momento.

Wade sente a tensão tanto quanto Peter. Até para alguém de fora aquilo não estava natural.

— Talvez eu devesse ir-

— NÃO! – Dessa vez, os três Parkers gritam em direção ao loiro.

— Ok.

— Tudo bem, vocês podem ir, garotos. – Mary sorri de forma complacente, o que quer que Richard tenha dito entre seus olhares, a convenceu. – Não vamos estar na casa, mas voltamos logo, ok?

— Oh, não vão? – Peter não consegue segurar a surpresa, era perfeito. Ele precisava da casa vazia para acessar os arquivos dos pais no laboratório, aquilo estava caindo como uma oportunidade perfeita para si.

— Reunião de emergência. – Richard esclarece e Peter não questiona.

Ele jamais questionaria uma reunião de emergência, eram usadas somente para se tratar de assuntos muito importantes para a guerra, coisas que precisavam de uma decisão imediata com a quantidade de informações que tinham no momento e elas quase nunca aconteciam antes, mas pareciam mais recorrentes agora.

— Vamos para o quarto, então. – Peter se despede e uma dor opaca, misturada de fúria e orgulho preenche os olhos de Mary.

— O que deu em vocês? – É a voz de Quentin que soa, mas é abafada quando Peter fecha a porta.

Wade o seguiu e parou no meio do quarto.

Ambos se olham. Ele balança a cabeça negativamente.

Aquilo estava estranho.

— Eu não acho que devemos continuar com o plano hoje. – O loiro fala sem emitir som, mas Peter sempre foi bom em leitura labial.

— É nossa única chance.

— Sua mãe ficou me encarando o almoço inteiro.

— Porque ela estava drogada. – Peter explica.

— Drogada?

— O que você acha que “ajudinha” significa?

— Eu achei que era o álcool na taça dela.

— Álcool? – Peter quase se exalta. – Mas ela nunca-

— Acredite em mim, era álcool e dos bons.

O castanho balança a cabeça. É claro que ele sabia das “drogas medicinais”, quase todos os anjos já haviam utilizado uma vez em sua vida. Eles não chamavam de drogas em si, e sim de pílulas de ajuda, ou uma “ajudinha”. Em geral eram calmantes, energéticos, soníferos, tudo o que se pudesse precisar para controlar a situação.

Anjos eram tão fanáticos por controle que achavam que deviam conseguir controlar até mesmo o pouco de humanidade que claramente possuíam. Quando senti-la, quando demonstra-la, quando abafá-la e quando subjugá-la a sua necessidade. Digo, a necessidade do bem maior.

Peter já as havia usado. Principalmente as energéticas. Você quebrava a capsula da pílula próximo ao nariz e tinha uma carga de energia imediata em seu sistema. Era desse jeito que ele transformava sua maratona de três dias de estudos – só contando com a força angelical – em uma maratona de 5 dias, contando com a ajuda de uma única pílula.

— Tudo bem, isso é novo. Eu acho. – O anjo tenta jogar a informação para depois em seu cérebro cansado, daria qualquer coisa para usar uma das pílulas agora, mas não queria preocupar o namorado. Muito menos admitir que as usava.

— Assim como eles saindo em um momento pra’ lá de oportuno.

Peter não precisa rebater, pois sabe que é verdade. Ele suspira e balança as mãos para o ar, acima dos ombros. Wade e ele se distanciam ainda mais.

Estava na cara de que não teriam outra oportunidade para entrar no laboratório, mas também estava na cara de que aquilo era uma espécie de teste para eles. O melhor que poderiam fazer com as informações que tinham no momento, era dar continuidade ao plano, mas com um adendo, eles precisavam mais do que nunca parecerem só dois colegas de classe.

O que não era lá muito ruim, já que precisavam começar a praticar para fazer o mesmo papel na frente do professor Summers.

[...]

Os segundos parecem minutos e os minutos horas, mal trinta deles haviam se passado e Wade já estava entediado. Com uma distância de quase dois metros de Peter, ele não conseguia se concentrar no livro a sua frente. Ele encarava de novo e de novo o espaço entre si e o namorado.

“Parece que estamos no meio de uma campanha contra um vírus.” Ele resmunga em sua mente. “Como se nosso relacionamento fosse a droga de um vírus que qualquer um pode pegar se eu não me manter a dois metros do meu amorzinho.”

Wade está sendo irracional e sabe disso, mas ele prefere reclamar em sua mente na expectativa de conversar com o namorado mesmo que a distância, porém a rede entre suas mentes continua silenciosa.

— Psiu. – Wade chama e Peter não se dá ao trabalho de levantar a cabeça, mas responde um “hm”. – Você não ouviu nada do que eu falei?

— Você falou algo? – E então Peter percebe, ele estava em silêncio completo a meia hora. – Ah, acho que o canal desligou ou algo assim.

— Será que é a distância? – Wade questiona.

— Talvez? Talvez eu só precise de mais prática. Eu não sei, Way...de.

O loiro segura o riso. O namorado quase o havia chamado pelo apelido, quando claramente não faria isso se fossem só “colegas”.

— Cala a boca. – Peter ralha ficando rosinha.

A porta lá embaixo bate chamando a atenção dos dois. Eles se entreolham e sabem que é hora de entrar em ação.

— Ok, eu criei um embaralhador para as câmeras nos corredores e no laboratório. Então eles não têm como saber que vamos sair do quarto, mas ainda precisamos prestar atenção no tempo, eu sei que o Quentin foi com eles, mas não tem como saber se ele também foi convocado para a reunião ou não. – Peter ativa seu modo detetive furtivo e Wade o olha com um leve sorriso. – O que, o que foi?

— Nada, eu só acho charmoso quando você fica focado e fala essas coisas inteligentes.

— Ah, é? – Peter não consegue segurar o sinal de surpresa em suas bochechas.

— Sim, o que é, quase 100% do tempo, porque quando você não está sendo charmoso, está sendo um puta de um gostoso-

— Ah, ah, ah, ah. – O castanho tapa a boca do loiro com dificuldade por conta da altura, ele vira o rosto completamente envergonhado. – Nem pensa nisso.

— Interessante como essa frase ganhou um novo significado para você, querido.

— d-Do que v-você me chamou?

— Querido? – Wade levanta as sobrancelhas e esbanja um sorriso. – O que foi? Não tínhamos que ir rápido com o plano.

Peter o fuzila com o olhar, mas respira fundo se controlando. Eles tinham que ir rápido.

O castanho não perde tempo em fazer o novo dispositivo funcionar e assistir as câmeras mostrarem os corredores vazios enquanto os dois praticamente correm para a porta do laboratório, ao qual Peter já possui a senha.

— Seus pais realmente colocaram sua data de nascimento como a senha da porta? – Wade solta um riso nasal, aquilo era amador até para ele.

— Bom, é difícil se esperar um roubo em um laboratório que só minha família sabe da existência. – Peter explica. – Na verdade, é quase impossível um roubo acontecer aqui no céu, então a segurança aqui dentro nem sempre é das melhores.

— Seus pais deviam rever esse conceito.

— Porque-

Mas o garoto tem a resposta em suas mãos – literalmente – quando segura o cabo USB do computador. Eles estavam “roubando” os dados dos pais, não estavam? O anjo cora, encabulado, aquilo fazia sentido.

— Só, fica quietinho e procura naquele lado do laboratório. – O anjo pede e manda o namorado para a direção atrás de si.

Wade obedece e se coloca a trabalhar, Peter estava certo, eles realmente não tinham muito tempo.

O laboratório é amplo e tem mais portas do que Wade sabia que um laboratório podia ter, ele a relaciona automaticamente a uma delegacia humana, com seu corredor estreito e cheio de portas dos filmes de ação, mas ao invés de um corredor, era o laboratório principal que fazia o papel de conector.

O local parece muito maior do que o necessário para uma cientista, mas Wade não comenta nada, pois aquele não é seu departamento.

O barulho de papeis vem do lado de Wade, assim como o do teclado vem de Peter. Ele conecta o mesmo dispositivo das câmeras ao CPU do computador e passa a copiar os dados. Ele tinha certeza que não conseguiria olhar tudo em poucos minutos, por isso, precisava copiar tudo e depois apagar seus rastros.

O castanho bate o pé no chão ao mesmo ritmo em que Wade vira freneticamente páginas e páginas de arquivo. Peter sabia que se seus pais, tão adeptos a tecnologia, tinham se dado ao trabalho de ter uma gaveta para os papeis, era porque os documentos não podiam correr o risco de cair em outras mãos. Em caso de invasão, seriam os primeiros a parar na fornalha. Ou seja, informação confidencial, de alto escalão.

— Porta que porta! – Wade tenta xingar quando vê aquilo, Peter se vira já andando na direção do namorado, aquilo devia ser bom para receber um xingamento duplo.

— O que? O que?

— Quando você dizia que sua mãe tinha ajudado algumas crianças órfãos, eu achei que eram, algumas, mas Peter, isso é... centenas.

O garoto olha para o maior documento que eles têm dentro das gavetas. Todos etiquetados por números, que surpreendentemente iam do 0001 ao 0558. O castanho fica chocado, aquilo era um número muito superior ao número de crianças que ele já tinha visto dentro de sua própria casa, como sua mãe havia conseguido isso?

— Talvez ela tenha um centro de ajuda ou algo do tipo. – Ele responde a própria pergunta feita em sua mente. – Mas olha, aqui. Esses têm as iniciais do lado, Q.B, S.S., são o Quentin e o Prof. Summers.

Wade pega o arquivo de Quentin o folheando com interesse, se Peter não estivesse tão cansado e focado em sua tarefa ao mesmo tempo, questionaria o interesse de Wade na ficha de Quentin, mas como ele mesmo sabia, estar cansado ia lhe afetar de forma muito negativa. Dicas escapam por seus dedos como água quando se está esgotado.

O castanho continua a folhear os nomes que se seguem, N.T., K.P, E.B, H.O, M.M, T.S, algumas iniciais automaticamente formam os nomes na mente de Peter, mas outros ele tem certeza que nunca ouviu falar. Qual era a diferença desses para os outros 558 números fichados na gaveta? O que sua mãe queria ao ter um exército de minions criados e espalhados por ai?

N.L, L.A, F.H, L.K.

Wade sabe que o tempo é curto, mas eles precisam esperar os arquivos serem copiados de qualquer forma, então ele se dá o privilégio de escanear a vida de Quentin com seus olhos. Pois era isso que aquela ficha era: a vida de Quentin Beck exposta de cabo a rabo.

As primeiras páginas apresentavam os números comparados de quando Quentin havia chego as mãos de Mary e os quais ele tinha hoje em dia. O arquivo era bem recente, sua última atualização era datada de dois meses atrás. O crescente exponencial de Quentin era visível, em uma linha constante e sempre para cima. Ela parecia perfeita, exceto pela baixa logo no começo. Wade até imaginava porque ele tinha um único declínio nesse currículo perfeito.

Ele avança pelas páginas, claro, exatamente como havia imaginado, Quentin teve um retrocesso na época da Academia. Até hoje, Wade ainda se dava o trabalho de engolir que ele tinha algo com aquilo, que talvez, se ele tivesse se mantido abaixo da média sem demonstrar o quão bom realmente era, teria evitado todo o sofrimento recorrente.

“Sinais claros de baixo autoestima, tenta a todo custo superar o colega W.W., mas os dados são claros de que isso é impossível.” Wade desejou ter a força para zombar do que estava escrito, mas um pensamento lhe incomodou, como Mary sabia que Quentin nunca o superaria? O demônio anda pelo laboratório em círculos, evitando trombar com qualquer coisa. “Influência exteriores levam o objeto a uma perseguição obsessiva pelo sucesso e pela perfeição, sinais de uma síndrome heroica surgem. Possível ligação com o massacre.” Ah, o massacre, Wade fica infeliz por um segundo e para de girar.

Quando era criança imaginou que, por serem garotos que haviam perdido tudo, Quentin e ele poderiam ser iguais, poderiam ser amigos e quem sabe um dia, ele poderia lhe mostrar seus pais e convencê-lo a ajuda-lo a trazer as memórias dele de volta. Quentin era um anjo e Wade sempre imaginou que eles podiam desfazer o que outros anjos tinham feito. Se um anjo havia retirado as memórias de seus pais, talvez outro anjo pudesse recuperá-las e, quando recuperassem, Quentin e ele podiam ficar com seus pais. Quentin podia ser sua família.

Mas eles eram muito diferentes de uma família agora.

“Experimento volátil. Acredita que o massacre tem ligação com W.W. Sua perseguição pelo primeiro lugar não está saudável, existe o desejo em reiniciarmos as dosagens de Mysterium se o objeto de pesquisa se tornar inviável.”

— O que... – O loiro murmura, mas Peter está tão concentrado com seus próprios arquivos que mal o nota. – Ele acha que eu estou ligado ao massacre?

N.R, Y.B, S.S, B.B, P.P, J.B.

“Porque?” Wade se questiona. Ele era muito novo para ter qualquer envolvimento com o massacre, qual seria a lógica de tudo isso? Wade jamais teria como ser responsável ou ter qualquer ligação com a exterminação da família de Quentin. “É por isso que ele me odeia?”

E como se não fosse pior, Mary realmente estava usando alguma substancia em Quentin desde pequeno? O que as dosagens de Mysterium significavam? Não havia um pingo do amor que a Mary real mostrava naqueles papeis, a mulher que chamava Quentin e Peter de filhos era a mesma que o chamava de “experimento, objeto e pesquisa”.

O demônio se sentiu enojado, mas não totalmente surpreso pela forma como a cientista agia. Ainda assim, ele prosseguiu. Aquela parecia ser a última folha de anotações com a letra cursiva de Mary, o restante das páginas era cheio de números, comparações, tabelas, o que quer que Quentin tivesse feito, havia mudado o curso de seu experimento.

“O experimento...se tornou responsável por um acidente.”

O demônio treme. Estava do outro lado da sala agora, um pedaço muito gelado da sala para existir em uma casa de anjos, na verdade, mas ele tinha a sensação de que aquela última anotação era seu divisor de água para entender o que havia realmente acontecido entre si e Quentin, então não se importou.

“Na busca pela perfeição desejada, o objeto de pesquisa tomou a decisão de entrar em contato com os representantes da Academia por conta própria e, segundo as gravações do ocorrido, instigou o conselho a, ‘investigar como um demônio conseguia ser melhor do que todos os outros anjos da Academia, nenhum demônio devia ser capaz de fazer isso, a não ser que esteja trapaceando’. O desejo já recorrente do conselho em analisar o aluno W.W., pode ser justificada a pedido do único sobrevivente remanescente da qualificada família Beck.”

O loiro sente um amargor na garganta e um frio nas costas, em pensar que estava lendo exatamente o que Quentin havia falado para condená-lo a uma chuva de fogo de anjo. O demônio pensa em fechar o arquivo, aquelas só seriam respostas a perguntas que não fariam nenhuma diferença se respondidas agora.

Ele já sabia o que vinha a seguir, tinha presenciado elas. O conselho tomava a decisão de punir Wade com uma rajada de fogo angelical, ele era humilhado publicamente e quase morto, e ainda consegue pensar que tudo aquilo é culpa sua. Que ele havia feito algo diretamente a Quentin para merecer uma punição daquelas, como se qualquer pessoa merecesse ser queimado vivo.

Depois, Wade passaria boas semanas em coma e em recuperação, para então acordar e querer dar uma segunda chance a sua amizade com Quentin. Só para descobrir, pela frestinha de uma porta mal fechada, que era Quentin o culpado pelo aval necessário por uma busca ter sido liberado e que, era também por causa dos Beck que sua família havia sido acusada de trabalhar com o anti-Cristo. Ele não precisava ler nada daquilo, ele já sabia.

Estremecendo com o frio da sala, o demônio decide retornar ao lado de seu namorado. Mas Wade mal fecha o arquivo e dá um passo, quando percebe que um papel caiu ao chão. Ele o recupera no mesmo instante, precisava deixar a sala do modo que havia encontrado.

— Quantos diferentes tem ai? – Ele questiona o namorado e vê na tela do computador que já estavam a 95% da cópia necessária.

— Provavelmente mais de 50 deles, esses não estão numerados, então é difícil saber. – O anjo suspira. – E ainda tem mais esse e... Wade?

O namorado encara Peter quando seu nome é chamado.

O mesmo levanta uma pasta extremamente fina entre os dedos trêmulos.

Não é uma inicial dessa vez, é um nome completo:

Wade Winston Wilson.

Era seu nome.

E, agora nada mais importava, Wade só conseguia se perguntar:  

Porque caralhos Mary Parker tinha uma pasta com seu nome?


Notas Finais


Porque será que a Mary tem uma pastinha com o nome do Wade né? Conseguem adivinhar algum dos outros nomes que eu dei dicas? Tem uns bem fáceis, outros, nem tanto. Se alguém acertar todos eu dou spoiler na DM kkkkkk

Era pro cap ser muito maior ainda, mas eu fiquei com dó de quem curte cap mais curtinho e resolvi quebrar em dois. O segundo deve sair hoje de manhã se eu conseguir finalizar antes de dormir.

Até o próximo!


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