POV KUROO:
11 MESES ATRÁS (JANEIRO):
Kuroo: "Kenma? Gatinho?"- perguntei olhando para o visor do celular que se apagava lentamente. Ele havia desligado, mas por qual motivo estaria chorando? Rapidamente paguei pelo bolo que comprei em uma padaria local, peguei os bebês e voltei para o meu carro. Antes de Kozume voltar eu estava planejando fazer uma surpresa comprando seu doce favorito, mas nem mesmo consegui chegar até em casa para deixá-lo lá. Mesmo com as compras no banco de trás e também com Yuki e Yuri dormindo, pisei fortemente no acelerador e dirigi até a antiga residência do menor.
Tentei retornar a chamada enquanto mantinha os olhos fixos na estrada. O local não era longe, já que eu havia o deixado lá há poucos minutos. Após algumas quadras, eu já estava em frente ao muro e portões claros.
Mako: "Nunca mais levante a mão para mim! Eu sou o seu pai e você me deve respeito!"- me assustei ao ouvir uma certa voz vindo do quintal. Tirei o cinto em questão de segundos e então destravei as "cadeirinhas" para que pudesse pegar ambos os pequenos em meus braços. Notei que a entrada estava entreaberta, e por isso não exitei em adentrar.
Kuroo: "Que gritaria é essa?"- perguntei aumentando o tom de voz.
Kenma: "Kuroo!"- o meio loiro veio até mim e me abraçou juntos dos bebês que ainda descansavam tranquilamente em meu ombro. Assim que ele levantou brevemente seu rosto, pude ter a confirmação do que me causava dúvida: Kenma estava chorando. Seus olhos estavam avermelhados como suas maçãs e seu nariz, mas o que realmente me chamou a atenção foram as marcas de dedo em sua bochecha pálida.
Kuroo: "Gatinho! Espera, o que é isso no seu rosto? Alguém tocou em você?"- perguntei com certo desespero. Alguém havia o magoado? Ou pior, tinha marcado sua mão no rosto do pequeno? Quem em sã consciência faria algo tão cruel?
Kenma: "Vamos embora, por favor..."- pediu apertando fortemente minha camisa e molhando o tecido cinza com suas lágrimas.
Kuroo: "Kenma, quem fez isso com você? Quem fez você chorar, meu amor? Por favor, me fala!"- pedi tentando acalmá-lo, mas ele apenas soluçava, me deixando cada vez mais ansioso.
Mako: "O que você está fazendo aqui? Isso é um assunto de família, então faça o favor e não se intrometa!"- gritou da porta da casa, o maior. Sua esposa estava tentando segurá-lo, mas em um momento de distração o mesmo se soltou e veio até mim.
Kuroo: "Como assim 'não se intrometa'? Kenma é a minha família e eu tenho que saber o que está acontecendo com ele!"- disse me aproximando do mais velho que estava com a face avermelhada, provavelmente demonstrando sua raiva.
Mako: "Você é louco de falar assim comigo, garoto? Eu sou o pai dele e você não deve tentar defendê-lo de algo que eu disser!".
Kuroo: "Espera, então foi você que fez ele chorar? V-você não bateu nele, bateu?"- em apenas alguns segundos tive a sensação de estar fervendo internamente. Já faz muito tempo desde que senti algo do tipo. Sou uma pessoa calma, a raiva quase nunca se faz presente.
Mako: "Isso não é da sua conta, garoto!".
Kuroo: "É claro que é! Eu sou o marido dele e eu preciso saber o que aconteceu pra ele estar nesse estado!"- com minha última fala percebi que os pequenos haviam acordado, e por isso os entreguei para Kenma.
Kuroo: "Leva eles para o carro, por favor. Não saia de lá, Kenma. Eu prometo que já vou..."- falei colocando sua franja para a trás e beijando o topo de sua testa.
Kenma: "Kuroo, vamos pra casa..."- pediu entre os soluços.
Kuroo: "Nós já vamos, mas antes preciso resolver isso. Não vou demorar, pode confiar em mim, gatinho..."- minhas mãos foram ao encontro de seu cabelo e pude acariciar lentamente seus belíssimos fios.
Mako: "Kenma, volte aqui!".
Kenma: "Cuidado, por favor..."- concordei com a cabeça e assisti o menor saindo pelo portão. Se algo acontecer, prefiro não fazer isso na frente dele, ou mesmo dos nossos filhos.
Kuroo: "Para de falar assim! Você não tem o direito de gritar com ele por mais que ele seja seu filho!".
Mako: "Eu posso fazer o que eu quiser e não vai ser alguém como você que vai provar o contrário! Não sei o porquê de estar tão preocupado, no fim sabemos que você vai abandoná-lo como seu primo fez!"- aquela última frase foi o ápice para que eu perdesse o resto da minha sanidade. Por sorte Kozume não estava alí, caso contrário veria o soco que acertei no rosto de seu pai.
Kuroo: "NUNCA MAIS ME COMPARE COM AQUELE IDIOTA! EU AMO O KENMA E NUNCA ABANDONARIA ELE!"- falei ofegante enquanto via o mais velho tocando o local onde foi atingido.
Sora: "POR FAVOR, PAREM COM ISSO! VOCÊS VÃO ACABAR SE MATANDO!"- pediu tentando levantar o marido que ainda se encontrava no chão.
Mako: "NUNCA MAIS TOQUE EM MIM! MEU FILHO VAI EMBORA E É AGORA!".
Kuroo: "Sim, ele vai embora. Porém, ele vai embora pra nossa casa e eu faço questão de nunca mais trazê-lo aqui!"- peguei as chaves do carro e me abaixei para encará-lo.
Mako: "Kenma vai conosco pra outra cidade! Não importa o que ele diga, nós somos os pais dele e mandamos nele até que se prove o contrário!".
Kuroo: "Vocês não mandam mais em ninguém, porque ele é maior de idade. Bom, mas vocês não se lembravam disso, não é? Afinal de contas vocês estavam viajando enquanto o próprio filho de vocês completava mais um ano. Vocês causaram toda essa merda na vida dele e nunca se preocuparam com os sentimentos de ninguém. Tem noção do quanto ele sofreu no último ano?"- sinceramente, estava com nojo de continuar aquele diálogo. Preferia simplesmente voltar e deixá-los para trás, restando pelo menos um pouco de compaixão que ainda tinha pelos meus sogros.
Mako: "Você acha mesmo que só porque tem aqueles dois, você manda em alguma coisa?"- estou começando a achar que em certos momentos é melhor não ouvir nada. Tetsuro, se controle. Você não pode simplesmente bater nele de novo! Não perca a linha mais uma vez! Eu não ligo que digam qualquer coisa sobre mim, mas a história já é outra quando se ofende quem eu amo.
Kuroo: "Não fale dos meus filhos como se eles não fossem nada! Eles são seus netos, você deveria agradecer por tê-los aqui. Eles são tudo pra mim e não vou permitir que fale algo ruim sobre o Yuri e a Yuki!".
Mako: "Vá embora antes que eu chame a polícia! Nenhum de vocês é bem-vindo aqui. Não contém conosco para nada!".
Kuroo: "Nós nunca precisamos contar com vocês pra alguma coisa. Eu e meus pais sempre ficamos do lado do seu filho enquanto vocês não davam a mínima pra ele! Além disso, não faço questão de voltar aqui, mas espero que não se arrependa depois!"- falei por último antes de ver Makoto simplesmente me xingando enquanto entrava de volta para sua residência. Apenas ignorei qualquer tipo de ofensa, minha única preocupação nesse momento é meu pequeno e como ele está se sentindo com tudo isso.
Sora: "Kuroo..."- chamou tocando meu ombro por trás e segurando minhas mãos, também se permitindo chorar em minha frente.
Kuroo: "Sim?"- respondi indiferente.
Sora: "Cuida do meu filho pra mim, por favor... Eu sei que não tenho o direito de pedir isso, mas não deixe ele sozinho...".
Kuroo: "Eu amo seu filho, Sora. Eu nunca deixaria ele sozinho...".
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