Abriu os olhos e se levantou assustado olhando ao redor. Reconheceu o quarto do frágil garoto do Brooklyn que tanto amava. Mas, porque estava ali? Andou até uma cômoda que tinha alguns porta-retratos antigos. Pegou um com a foto dos dois com a mão esquerda e logo o deixou se espatifar no chão assim que viu que aquela não era sua mão. Seu braço inteiro havia sido substituído por um de metal. Olhou seu reflexo nos cacos de vidro do porta-retrato quebrado e se deparou com um completo estranho.
As memórias ivadiram sua cabeça com tanta força que a dor foi insuportável, se ajoelhou no chão, em cima dos cacos, e levou as mãos para a cabeça tenatando amenizar a dor. As imagens foram passando como raios bem na frente de seus olhos. A Guerra. A queda. As torturas. A transformação. O Soldado Invernal. As mortes. A notícia impactante de que o Capitão América havia se sacrificado para salvar o seu país. Aquilo foi a gota d'água. Soltou um grito sôfrego apertando ainda mais as mãos entorno de sua cabeça a fazendo doer mais do que já estava.
- Buck? - ouviu uma voz conhecida vindo da cozinha. - Está tudo bem ai?
Pegou um pedaço grande do vidro quebrado por instinto e andou cuidadosamente até a cozinha.
Levou um susto ao ver de quem pertencia a voz.
- Steve? - disse seu nome em um sussurro inaudível e correu até ele largando sua arma improvisada no caminho. - Eu não acredito. Você está vivo! - disse abraçando fortemente aquele corpinho magro enquanto lágrimas borravam sua visão. Corpinho magro... Bucky se afastou e encarou aquele corpo baixo e magro, usando somente uma camisa social que cobria metade das coxas, e estranhou. - Você está baixinho. - um flashback da primeira vez que viu Steve como super soldado passou em sua mente.
Steve revirou os olhos.
- Você está bem? - perguntou realmente preocupado. - É claro que estou vivo. E sempre fui desde tamanho, obrigado por lembrar.
Agora sim o moreno estava realmente confuso. O que era tudo aquilo? Entraram na sua cabeça de novo, não tinha outra explicação.
Apertou firme a cintura do menor se certificando de que ele era realmente real. Era firme e sólido. Encaixou seu rosto em seu pescoço e respirou fundo. Era mesmo o seu cheiro. Aquilo parecia bem real, muito real. Olhou novamente para seu braço, e la estava o brilho do metal. Passou a mão pelos cabelos e eles ainda estavam compridos.
- Eu não entendo. - sussurou olhando para o nada.
- O que você não entende? - perguntou virando a cabeça o olhando curioso.
Ele não sabia ao certo o que responder, só sabia que aquilo estava errado.
- A Guerra. - Tentou explicar com poucas palavras.
- Você bebeu? - arqueou as sobrancelhas -Que Guerra?
Sua cabeça já estava começando a doer de novo e fez uma careta.
- Hydra? - Tentou de novo com certo desespero na voz.
Steve ainda o olhava sem entender nada
- Está me enrrolando de novo só para não ser minha tela?
Bucky o olhou mais confuso do que já estava.
- O que?
- Você prometeu. - fez uma carinha manhosa que o fez perder a cabeça.
Aquilo foi tudo o que precisava para saber que não se importava mais com a confusão.
Steve não deu tempo do outro se queixar e o puxou com toda força possível para o quarto.
- Steve o que você está fazendo? - protestou calmamente quando o menor o empurrou para a cama e se sentou em seu colo.
- Fica quieto - mandou passando a mão por baixo de sua regata branca a tirando lentamente e a jogando no chão.
- Steve? - o chamou mas foi interrompido por lábios macios.
Aquele simples toque acendeu uma imensa chama no corpo do maior.
Olhou no fundo dos seus olhos, aquele oceano que tanto adorava afundar, acariciou seu rosto delicado com todo o cuidado do mundo. Como adorava estar com ele. Sua companhia era confortante e o lembra de casa, era como estar com 16 anos no Brooklyn novamente - e será que não era isso mesmo?
- Eu te amo. - disse lentamente e com toda sinceridade do mundo ajeitando seus cabelos louros.
- Você já me disse isso umas mil vezes. - sorriu e o beijou. - Eu também te amo. Agora deita ai que eu vou pegar a tinta.
- Tinta? - fez a sua milésima pergunta.
- Só deita. - falou cansado de tentar explicar.
Obedeceu. Não queria mais tentar entender o que estava acontecendo. Só queria aproveitar o máximo possível com o seu pequeno.
Steve voltou tropeçando com vários potes de tinta, com a cor predominante azul e branco, e alguns pincéis entre os dedos.
Colocou tudo em um lado da cama e voltou a se sentar em seu colo.
Passou a mão pelas ondas em seu abdômen bronzeado e suspirou. Bucky só o observava curioso com um sorriso bobo e encantador no rosto.
Abriu um pode e tinta azul e mergulhou o pincel. Encostou de leve o pincel na pele do moreno, que o mesmo se retraiu com o toque na mesmo hora.
- 'Tá gelado. - falou rindo.
Steve soltou uma risada que foi música para os ouvidos do maior.
- Para de se mexer, você vai me fazer errar! - o repreendeu fingindo estar irritado.
Tentou dar mais uma pincelada mas Bucky se contorceu e sem querer acabou enfiando a mão - humana - em um pote de tinta aberto a espalhando por todo lado.
- Barnes! - gritou rindo.
Bucky passou um dedo sujo de tinta no nariz de Steve que riu e sujou bochecha dele com o pincel molhado.
Estavam rindo como crianças quando o clima ficou mais sério.
O moreno o puxou com a mão limpa - metálica - e o beijou com desejo e fervor.
Steve largou o pincel e segurou seu rosto com as duas mãos. Se separaram quando precisaram respirar.
- É tão bom te ter aqui comigo. - desabafou.
- Eu não vou ceder de novo Barnes. Eu vou terminar esse quadro. - Disse determinado.
- Tudo bem, vou tentar não me mexer. - disse ainda sorrindo.
Deu-lhe mais um beijo e voltou a se concentrar nas pinceladas.
Apoiou a cabeça em suas coxas fortes e macias quando ficou cansado e olhava para cima continuando a pintura.
Bucky tentava ao máximo não se mover por conta da temperatura fria da tinta e as cócegas que os fios do pincel lhe causavam. Tentava também esconder a excitação que sentia com aqueles mínimos toques.
Steve notou que a calça do maior estava criando certo volume e parou de movimentar o pincel.
Virou o objeto e deslizou o cabo até o cós da calça do moreno, o levantando.
- Steve... o que... - começou.
- Shh. - o calou.
Se levantou um pouco e se apoiou em um braço. Colocou o pincel no pote e abaixou um pouco sua calça junto com a roupa íntima.
Percebeu a surpresa nos olhos azuis do rapaz ao ver aquele membro excitado.
Chegou seu rosto bem perto, a ponto que o outro podia sentir sua respiração quente e hesitante.
Encostou sua boca na glade e deu um leve beijo, fazendo sair um gemido da boca do maior.
- Steve... Você está me torturando. - falou com dificuldade agarrando os lençóis.
O ignorou e continuou os beijos, alguns com a língua, sempre tirando algum gemido ou som abafado do outro.
Colocou o membro inteiro na boca e sentiu uma mão em seu cabelo o acariciando.
Fez movimentos lentos e intensos, as vezes raspando os dentes, como sabia que ele adorava. Sentiu o membro pulsar em sua garganta e depois ela sendo preenchida fortemente que quase o fez engasgar.
Tirou o da boca deixando uma fina linha de saliva. O gardou de volta dentro da calça e se debruçou sobre aquele corpo gigantesco o beijando calmamente.
- Eu te amo Barnes. - disse se deitando em seu peito ignorando a tinta molhada.
- Eu te amo mais do que minha própria vida. - o apertou beijando seus cabelos.
Ambos fecharam os olhos e descansaram por alguns minutos esquecendo completamente o que estavam fazendo.
Quando abriu os olhos novamente notou primeiro que não havia mais pincéis ou potes com tinta. A cor das manchas na cama tinha mudado de azul para vermelho. Um vermelho vivo que podia ser confundido com... sangue. E era isso o que realmente era.
Olhou para seus braços e seu coração parou. Havia um pequeno corpo ensanguentado deitado em seus braços.
Viu os olhos do seu Steve vazios e sem o vibrante de seu azul. O seu pequeno oceano tinha secado.
- Steve? - o chamou com os olhos molhados com as lágrimas quentes que escorriam.
Toda a sua alegria de estar ali morreu de forma trágica, dando lugar ao completo desespero e tristeza profunda.
Agarrou aquele corpinho gélido e sem vida e o abraçou sentindo um vazio imenso no peito. Um vazio que nunca seria preenchido.
- Steve?! - gritou apertando ainda mais o corpo.
Você fez isso.
Ouviu sua própria voz ecoar em sua cabeça.
Você o matou.
- Não. - sussurrou sentindo o sangue do amado escorrer por suas mãos. - Vai ficar tudo bem. - disse para o corpo sem vida alguma. - Eu estou aqui com você. Sempre vou estar.
Não adianta mais.
- Para! - gritou para sua própria mente.
Ele está morto!
A voz repetia em sua cabeça.
- Não, não, não. - dizia sem parar com os olhos apertados balançando seu corpo para frente e para trás.
Soldado. Soldado?
- Soldado?!
Acordou arfante, soluçando e com o coração a mil.
Foi um pesadelo?
Olhou em volta. Estava na sala que tanto odiava estar. Preso na cadeira de metal com os braços amarrados, rodeado por máquinas estranhas, fios e computadores. Rumlow o encarando de um lado com a arma em punho, Pierce do outro com um jornal em mãos e alguns homens no canto.
- Noite difícil? - Pierce o provocou.
O encarou cheio de ódio, em silêncio.
Que noite? Nem se lembrava de quando teve uma noite e sono tranquila.
- O que você fez? - perguntou com a cabeça baixa, lembrando de tudo.
- Não entendi. - se fez de desentendido.
- O que você fez com a minha cabeça?! - gritou - O que você fez com meu o Steve?!
- Então o famoso Sargento James Barnes está de volta? - perguntou com um sorriso sarcástico no rosto. - Eu não fiz nada com o seu Steve. - disse despreocupado. - Mas você vai fazer. - jogou o jornal em seu colo com a matéria estampada em negrito: "Capitão América acorda da morte. O herói americano está vivo!" Ao lado havia uma foto do Capitão sendo descongelado. Seu coração voltou a disparar com força.
Tentou ler a matéria mas com as mãos amarradas não pôde impedir dele ser retirado de seu colo por Rumlow.
- Tenho uma nova missão para você soldado. - disse se divertindo.
Bucky arregalou os olhos entendendo o recado. O desespero tomou conta do seu corpo novamente.
- Não - sussurou. Seu pior pesadelo estava se tornando realidade. - Eu vou protege-lo. - disse firme.
- De quem? De você mesmo? - sorriu vendo a frustação estampada no rosto do moreno. - Boa sorte. - se virou. - Apaguem a memória. - disse para alguns "médicos" que estavam no canto apenas observando tudo e saiu com Rumlow.
Tentou se libertar depositando toda força no braço de metal. Arrebentou as correntes e acertou um guarda que tentou o segurar. Mas logo sentiu uma pontada gelada no pescoço e depois um líquido frio sendo injetado em suas veias.
- Steve... Eu vou tentar... Eu prometo. - disse já sentindo o efeito do calmante, e adormeceu.
Eu tentei. Continuo tentando.
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