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História Stalemate. - XXI. Fiel escudeiro. - História escrita por Ciel-Lawliet - Spirit Fanfics e Histórias
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História Stalemate. - XXI. Fiel escudeiro.


Escrita por: Ciel-Lawliet

Notas do Autor


Atrasei u.u mas tenho explicação!
Eu sempre posto os caps simultaneamente aqui e no NYAH!, mas esse segundo site troll resolveu fazer manutenção. Dei o prazo max de hoje para algumas pessoas aqui no AS, apesar de querer esperar mais um pouco...
Enfim, tá aí kkk E como esse capítulo ficou maior do que o esperado, tive que dividi-lo em dois. Portanto serão 27 capítulos nessa primeira temporada ^-^ (Se tiver um número interessante de comentários eu até posto o próximo antes, porque está pronto.)
Então vamos ao que interessa ^-^...

Capítulo 21 - XXI. Fiel escudeiro.


 

Mello, pela primeira vez na vida, não tinha vergonha de dizer que chorou.

Com tudo que estava acontecendo, depois de passar mais de setenta e duas horas na poltrona ao lado da cama de Matt, não é de se estranhar que tenha derramado pelo menos algumas lágrimas.

O ruivo dava poucos sinais de melhora. Havia aberto os olhos por alguns segundos no dia anterior, mas logo os fechara e voltara a adormecer. Seu corpo estava se recuperando em uma velocidade mais lenta do que o normal, de modo que vários hematomas e marcas de dedos eram bem visíveis, principalmente em seu rosto. Ao redor do olho direito, uma grande mancha roxa e inchada o impossibilitava de ver com clareza. E se isso já não fosse ruim o bastante, ainda havia a questão respiratória.

Mello se moveu desconfortável na cadeira. Estivera pensando sobre isso durante aqueles dias, e ainda mal podia acreditar. Com o câncer de pulmão de Mail, por hora restringido àquele órgão, era claro que precisavam operá-lo o mais rápido possível, para que não afetasse outras partes do corpo. Sem os machucados, ficaria mais fácil para eles retirarem o tumor, mas, no estado em que o ruivo se encontrava, a cirurgia poderia mata-lo.

O loiro aceitou aquelas notícias fria e tranquilamente, como se já soubesse. Os novos médicos e enfermeiros que cuidavam do mais novo eram especialistas na área, o que o deixava aliviado. Já fora bem constrangedor ter de abrir uma videoconferência com Watari e ferrado com os empregos dos outros funcionários.

Não que ele se importasse com aquele bando de incompetentes.

De qualquer forma, Mihael estava tranquilo. Assustadoramente tranquilo. Desde o primeiro dia de internação do outro que ele vinha se comportando assim, o que deixava os estudantes (em geral meninas) que vinham visitar Mail preocupados.

Se eles soubessem... – Pensava Mello com um sorrisinho, retornando mentalmente para três dias antes, quando ele invadira o apartamento de Sid.

 

- SEU DESGRAÇADO! – A porta foi aberta com um estrondo, assustando os dois homens na sala, Caster e Sid. Em segundos Mello tinha um par de armas apontadas para sua cabeça, como se os dois tivessem ensaiado o movimento. Quando viram quem era, seus ombros relaxaram um pouco.

- Porra, Mello! Sua mãe não te ensinou a ter educação? – Sid não parecia tão bravo, mas mesmo assim não baixou a arma.

- SEU... – Mello se precipitou na direção do moreno, que era vários centímetros maior que ele. Provavelmente por surpresa, Sid amoleceu o braço com o revólver, o que deu a Mello uma oportunidade. Desarmou o outro com um chute e arma voou vários metros, caindo no chão com um baque. O loiro se içou para o sofá e passou uma perna de cada lado do mais velho, pegando a própria arma no bolso da jaqueta e apontando o cano para o queixo de Sid, de modo a erguê-lo alguns centímetros.

- Se ele morrer... VOCÊ É O PRÓXIMO!

- Ei Mello, não vamos nos exaltar... – Caster tentava acalmar os ânimos, mas os outros dois não lhe deram atenção. Estavam ocupados demais fuzilando um ao outro.

- É?... E quem supostamente me mataria? Você? – Ele abriu um sorriso torto, o que não deixou Mello muito feliz.

- Você tem... alguma ideia... do estado em que ele está? Seu brinquedinho... pode mata-lo em alguns dias.

- Mello, por que não se senta e explica exatamente o que está...

- CALA A BOCA, CASTER! – Mello arregalou os olhos para ele. – SE ESSE BOSTA NÃO TIVESSE OFERECIDO CIGARRO AO MATT, NADA DISSO TERIA ACONTECIDO!

Aquela distração foi suficiente para Sid. Ele empurrou o loiro, que caiu de costas no chão, e tomou a arma de suas mãos, deslizando-a por seus cabelos loiros.

- Escuta aqui, Mello... Eu até entendo que esteja preocupado com o seu namoradinho... Mas nunca... em hipótese alguma... você aponta uma arma pra mim.

- Levanta, Sid. – Caster engatilhou sua própria pistola e apontou para a cabeça do mais velho. – Chega disso. Vamos ouvir a loira.

Rangendo os dentes e se encarando com raiva, eles devolveram as armas para seus respectivos donos e sentaram-se em cantos opostos da sala. Apesar de estarem mais do que loucos para estourarem os miolos um do outro, sabiam que não podiam fazê-lo: a troca de favores que mantinham era lucrativa demais para acabar por algo tão estúpido.

- Então... – Caster quebrou o silêncio. – Foi você que viciou a ruivinha, Sid?

- Foi... – Sid riu, como se a lembrança o agradasse e Mello rosnou. – Ei, eu só ofereci. Não tenho culpa se ele aceitou.

- Ele era só uma criança! – O loiro falava entre dentes.

- E já era fofo desde aquela época...

- Ele ainda é fofo. – Caster completou e os dois riram. Mello estava quase transbordando de raiva, mas precisava se controlar. Aquela fúria seria necessária mais tarde.

- Caster... você é gay? – Ele achou melhor mudar de assunto.

O outro moreno riu e seu cabelos negros emplastados de gel nem se mecheram.

- Mello, querido, eu não julgo uma pessoa pelo que ela tem nas calças.

- Ou seja, ele pega qualquer um que der mole. – Eles trocaram um olhar repleto de significados e riram. Até Mello abriu um sorriso de canto.

- Então... vocês dois...

- Não, claro que não. – Sid parecia um pouco esquivo. – Quer dizer... só uma vez... EU ESTAVA BÊBADO! – Ele se apressou em justificar.

- Adoro um homem rústico. – Caster completou, sonhando acordado.

Desta vez eles riram e muito. Mello adoraria ter ficado ali, ouvindo histórias constrangedoras sobre Sid, mas tinha um trabalho importante a fazer. E seu tempo estava acabando.

- Sid, Caster... – Ele se fez ouvir entre os risos. – Preciso de um favor.

- E quanto eu vou levar nessa? – Sid perguntou quase que automaticamente.

- Se Matt não morrer, você ganha o seu dinheiro depois. – O loiro não trouxe à tona uma segunda hipótese. – Não temos muito tempo.

E contou a eles seu plano.

 

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                                         // Stalemate //

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Durante aquele assassinato, Mello aprendeu uma das lições mais valiosas de sua vida. A de que todo mundo tem um preço.

Antes de ir ao Canil, o loiro havia subornado o motorista que levaria Keny e seus capangas para outro orfanato. Os três seriam transferidos assim que toda a papelada fosse acertada e todos os registros de sua permanência fossem devidamente queimados. Nesse meio tempo, Mello instalou um micro rastreador na parte de baixo do automóvel, acompanhando seu trajeto em um tablet de alta resolução. O veículo agora seguia exatamente pelas ruas que Mello lhe ordenara, o que o deixou um tanto decepcionado.

Seria fácil demais.

Sid e Caster estavam com as armas em punho, um de cada lado da rua. Haviam se escondido na escuridão de dois becos, prontos para atirar. O lugar estava extremamente deserto para àquela hora da tarde, exceto por um gatinho preto mirradinho que vagava sem rumo pela calçada.

Perfeito. – Mello pensou ao ouvir um carro se aproximando.

Depois de fazer um sinal positivo a Caster e Sid, o loiro se escondeu na rua sem saída mais próxima, que ficava alguns metros à frente. O carro azul-marinho se aproximava a cerca de 60 km/h, o que não era desafio algum para os dois homens. Quando o veículo estava na mira de suas armas (uma pistola Colt 1911 e um revólver Taurus Judge), eles atiraram, furando os dois pneus traseiros. Caster se apressou em deter o motorista, que, depois de se recuperar do choque e murchar os airbags, estava prestes a apertar um botão no painel. Ele foi deixado inconsciente e afastado dos outros, que eram escoltados por Mello e Sid para a rua sem saída ao lado.

- M-Mello... P-por favor... A gente pode conversar... – Um dos meninos, que Mello não lembrava o nome, começara a choramingar.

- Cala a boca e anda.

Dois foram obrigados a se sentar de costas um para o outro, sendo amarrado em um poste de luz desativado. Sid agarrava as mãos de Keny às costas e este, depois de lutar um pouco, finalmente cedeu à força do outro.

Caster apareceu minutos depois, andando tranquilamente.

- E então...? – Mello perguntou com uma sobrancelha erguida.

- Sem testemunhas. – Ele sorriu diabolicamente, fazendo os pelos da nuca de Keny se eriçarem.

- Ótimo. Tenho algumas coisas pra conversar com esse dois primeiro. – Ele olhou para Caster e indicou Keny com a cabeça. – Pode se divertir com ele por enquanto. Mas não o deixe desmaiar.

A expressão do moreno se iluminou, como se tivesse ganhado na loteria. Foi preciso que tanto ele quando Sid agarrassem com firmeza o adolescente que não parava de se mexer. Depois que os dois entraram em uma casa abandonada na viela, Mello se virou para os garotos atrás de si. Pegou dois panos brancos em seus bolsos e os amordaçou. Eles não resistiram.

- Não comecem... Não estou com saco pra isso hoje. – Ele viu lágrimas se formarem nos cantos dos olhos dos dois e bufou, irritado. Sacou sua Desert Eagle. – Espero que saibam por que vão morrer.

Eles sacudiram a cabeça intensamente e Mello riu.

- Não? Então vou explicar. Vocês viviam incomodando o Matt quando ele era criança. Roubavam os vídeo games dele, jogavam bolinhas de papel e riam quando ele ia envergonhado para o quadro. Até aí eu pude aturar. – Mello fez uma pausa, enquanto eles absorviam as informações. – Mas hoje de madrugada... Quando vocês quase o espancaram até a morte só porque ele é gay e o trancaram no armário, sabendo da fobia de lugares fechados que ele tinha... Isso é imperdoável.

A arma estava engatilhada. Ele ergueu o braço. Um mísero movimento... e tudo estaria acabado.

Eles começaram a se debater violentamente. Bateram a cabeça no poste algumas vezes. Patético.

- Aproveitem sua estada no inferno. E não esqueçam de dizer um olá ao Diabo por mim.

Os dois disparos ecoaram pela rua deserta. Sangue espirrou no rosto e na jaqueta de couro de Mello, que torceu o nariz. Deveria ter mirado na cabeça, mas no coração lhe pareceu mais adequado, apesar do excesso de sangue.

Depois de se certificar que estavam realmente mortos, Mello os desamarrou e jogou um sobre o outro, tirando a corda que os envolvia e os panos que os amordaçavam, além das luvas que usava e colocando tudo sobre os corpos inertes. Parecia uma cena tosca de um filme de terror antigo, com aquele cheiro de sangue e o montinho de corpos em um beco.

- Mello... – Caster, após alguns minutos, saiu da casinha em ruínas e entrou em seu campo de visão. Parecia satisfeito. – Já terminou?

- Já. Em qual quarto ele está?

- No segundo do lado direito. – O mais velho bocejava enquanto eles entravam na construção aos pedaços e subiam as escadas.

- Seu zíper tá aberto. – Mello comentou sem olhar para ele.

- Ooopa. Você não deixa escapar nada. – Caster riu.

Sid estava sentado em uma cadeira no canto oposto à porta do quarto, jogando vídeo game. Felizmente, estava vestido.

Keny não tivera tanta sorte. Havia uma cama em farrapos, no centro do cômodo, sobre a qual ele tremia, todo encolhido. Alguém jogara um cobertor sobre ele, escondendo seu corpo, fato que Mello agradeceu mentalmente.

- Ah, você chegou. – Sid nem ergueu o olhar.

- Vamos logo com isso.

Mello apontou a arma para a cabeça sob as cobertas. Mesmo à distância, pôde ouvir alguns resmungos e soluços, o que indicava que Keny estava amordaçado e, possivelmente, chorando.

Perfeito.

Mello atirou. Uma, duas, três vezes. Espasmos sacudiram o corpo do adolescente que, após alguns segundos, não se movia sequer um milímetro. Seu coração já não batia.

- Vistam ele e levem isso. – O loiro tirou a jaqueta encharcada de sangue. – Vou trocar os lençóis e limpar tudo aqui. Levem o carro para o ferro velho e tenham certeza de que não poderá ser reconhecido. Eu me livro dos corpos lá em baixo.

- Com quiser, loira. – Os dois adultos debocharam, mas não discutiram. Enquanto levavam aquele peso morto paras baixo, Mello se lavou no banheiro ao lado, limpando as manchas de sangue do rosto e dos cabelos.

Por insistência de Mail, que achava a limpeza de cenas de crime uma profissão ‘’legal’’, ele e Mello fizeram um curso pericial no ano anterior. O loiro anotou mentalmente para agradecê-lo depois.

Estando mais apresentável, ele desceu e encontrou as três pessoas que mais odiava no mundo (tirando Near, claro) na ruazinha. Estavam uns sobre os outros, como uma grande massa de lixo. Passou algum tempo examinando a cena com um brilho no olhar, as esferas azuis subitamente cheias de vida.

Com um sorriso, levou uma das mãos ao bolso traseiro da calça, tirando uma pequena caixa de fósforos. Acendeu um palito sem cerimônia, jogando-o sobre o monte que imediatamente começou a pegar fogo. As chamas dançaram diante dele, como se celebrassem o fim de uma era de trevas e tristeza. O fogo era libertador. Consumia tudo sem piedade, sem dar qualquer preferência a ninguém. Todos eram iguais diante dele: nada mais do que carne se desfazendo em cinzas.

Mello observava aquele belo fenômeno da natureza com uma pontada de tristeza.

Ele realmente gostava daquela jaqueta.

 

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                                         // Stalemate //

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Com os pensamentos de volta ao presente, Mihael Keehl sorria para a expressão adormecida do último membro da família Jeevas. Seus dedos brincavam com aquelas feições tranquilas, que sequer sabiam o que ele fizera.

Mello não estava preocupado. Limpara corretamente cada canto daquela rua estreita, cada mancha de sangue, cada pegada e cada possível impressão digital. O carro fora destruído para parecer que se tratava de um modelo antigo e as peças aproveitáveis foram vendidas para pessoas diferentes, de modo que não havia como reconstruir apropriadamente a cena do crime. Os corpos de Keny, seus capangas e do motorista foram carbonizados e suas cinzas espalhadas aleatoriamente (Mello se divertira nessa parte, colocando um pouco no cemitério de uma igreja). Eles seriam dados como desaparecidos e, mesmo que a polícia investigasse, seria quase impossível ligar o acontecido a Mello, Sid ou Caster. Além disso, aquela rua era conhecida por seu derramamento de sangue, de modo que muitos oficiais teriam medo de investigar a fundo. E, mesmo que Mello fosse suspeito, não havia provas.

De qualquer forma, aquele era apenas mais um dos inúmeros crimes que ele cometera. Não fazia tanta diferença.

O importante mesmo era que, para Mello, aquele crime fora justificado. Era por uma causa nobre. Aquela era a primeira que matava sem receber algo em troca.

Matt. Fora por ele que fizera aquilo. No íntimo, Mello sabia que o ruivo fora inserido naquele meio de assassinatos e sequestros por causa dele, o que lhe deixa com remorso. Conseguia ver no fundo dos olhos verdes que matar e roubar não agradava em nada o mais novo, mas nunca ouvira sequer uma reclamação por parte de seu fiel escudeiro. Se livrar de uns pirralhos malditos era o mínimo que podia fazer por ele, em agradecimento.

Ah Matt... O que eu fiz com você?

Mello continuava a alisar o belo rosto de seu colega de quarto, sem se dar conta de que sorria. Cara, ele tinha de admitir. Mail era bonito. Era muito bonito.

- Ahn... – Mail resmungou baixinho, tirando o loiro de seu devaneio. Apesar disso, não se alarmou: o ruivo fazia isso até dormindo. Provavelmente se calaria em alguns segundos, como sempre.

Mas não foi o que aconteceu. Mail parecia decidido a dizer algo, pois balbuciava algumas palavras e virava o pescoço de um lado para o outro. Mello tirou a mão de seu rosto.

- Matt...?

 


Notas Finais


Adoro esses finais. hohoho *u*
Povo, nessas férias eu estava pensando em escrever uma short-fic Percico... Só por curiosidade, alguém leria? u.u


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