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História Stalemate. - I. O grande carvalho e as duas esmeraldas. - História escrita por Ciel-Lawliet - Spirit Fanfics e Histórias
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História Stalemate. - I. O grande carvalho e as duas esmeraldas.


Escrita por: Ciel-Lawliet

Notas do Autor


Fic romântica! >///.<
E pra quem não sabe, Stalemate significa ''Beco sem saída''. ^-^

Capítulo 1 - I. O grande carvalho e as duas esmeraldas.


Os portões de ferro com a grande letra ‘’W’’ abriam-se para o pequeno ruivo de apenas sete anos. Trajado com apenas uma camiseta listrada de mangas longas, alternando entre vermelho e branco, um jeans azul simples e tênis vermelhos, o pequeno Mail Jeevas adentrava na mansão que seria seu futuro lar durante os anos seguintes.

Um homem idoso, trajando uma roupa formal, estava à sua espera e lhe recebeu assim que o menor cruzou o portão. Este olhou para o senhor a sua frente, tendo de ergue um pouco a cabeça.

- Seja bem vindo.

Mail piscou os belos olhos, duas grandes órbitas verde-esmeralda.

O mais velho mergulhou a mão no bolso do terno, tirando rapidamente um pequeno pedaço de papel e entregou ao ruivo que o observava atentamente. Este pegou o bilhete entre as mãos pequenas, lendo-o cuidadosamente.

 

Existe um regra aqui no instituto, Mail. Não vou explicar tudo agora porque podem nos ouvir, mas, por hora, vamos entrar.

Muitos virão perguntar seu nome e você deve dizer a eles que se chama Matt. Nunca se esqueça disso, é muito importante.

 

Os olhos verdes encararam os do outro, confuso. Este lhe dirigiu um pequeno sorriso e fez um gesto com a mão, indicando que queria o papel de volta. A pequena folha lhe foi devolvida e guardada no local que estivera anteriormente.

- Quem é o senhor? - Perguntou com a voz fraca.

- Vamos entrar e eu lhe contarei tudo que quer saber. – Respondeu o maior velho lhe estendendo a mão.

Sentia-se inseguro e, depois de relutar por alguns segundos, aceitou a mão do senhor idoso. Adentraram o imenso gramado que se estendia para os dois lados, repleto de belas árvores que eram rodeadas por crianças a correr. Alguns curiosos se aproximaram para ver quem era o recém chegado, fazendo as bochechas de Mail ficarem tão vermelhas quanto seus cabelos.

 - Ei, tio Watari! – Uma criança, que Mail julgou ser uma menina, se destacou dentre os demais e apareceu de súbito na frente dos dois, impedindo sua passagem. Pelo tamanho parecia ter aproximadamente a sua idade. Seus cabelos loiros, cortados em um belo e perfeito chanel, faziam contraste com seu rosto expressivo, alguns pequenos pedaços de chocolate se fazendo presentes em volta de seus lábios. Usava roupas negras e levemente largas, mas que se ajustavam bem ao seu corpo. Mail se encolheu para perto do senhor idoso quando as órbitas azul-celeste se estreitaram para observá-lo. – Quem é ele?

- Ele... – Respondeu o senhor idoso. – ... é um novo amigo, Matt.

- Hum... – A criança loira se aproximou até ficar a uns poucos centímetros de Mail, observando-o com o cenho franzido. Este percebeu que era um menino e, assustando-se, acabou por se esconder atrás do senhor idoso, segurando em suas roupas e escondendo o rosto entre elas. O loiro se esgueirou para trás do maior tentando ver o rosto de Mail. – Está com medo de que?

- Ele apenas está surpreso com toda esta recepção, Mello. – O senhor colocou uma das mãos no ombro do ruivo. – Vocês terão tempo de se conhecerem melhor, mais tarde.

Mail olhou para a criança, o tal de Mello, pelo canto do olho. Seu olhar era levemente preocupado e ainda estava direcionado a ele. A mão do loiro foi ao bolso de sua calça preta e dela retirou uma barra de chocolate que se pôs rapidamente a mordiscar, ainda sem retirar os olhos de Mail.

O senhor idoso guiou Mail por entre os estudantes para a entrada da mansão, sua mão pousada em seu ombro. Este permaneceu olhando para seus pés enquanto caminhava, as madeixas ruivas cobrindo os belos olhos.

A parte interna da construção era impressionante. Logo na entrada havia uma grande sala retangular destinada apenas para visitantes, como sofás e poltronas extremamente confortáveis. Ao fundo uma escada acinzentada de tamanho médio levava aos andares superiores, enquanto duas passagens em formato de um ‘’U’’ virado localizadas nos extremos fundos do cômodo, ao lado da escada, levavam às câmaras laterais.

Mail foi direcionado pelo senhor idoso à câmara da direita, que dava em um longo e espaçoso corredor com piso de madeira. O lado direito consistia apenas de uma parede simples, enquanto no lado esquerdo havia várias salas, variando em seu tamanho. Mail acompanhou o mais velho que entrou na primeira.

A sala era de um tamanho ideal, não muito grande nem muito pequena, e dispunha de algumas estantes atoladas de livros até o topo. Havia uma escrivaninha encimada por alguns objetos, entre eles grampeadores, folhar organizadas em pastas rigorosamente etiquetadas, canetas, lápis, papéis soltos e dois livros negros de capa dura empilhados.

O senhor idoso trancou a porta e ofereceu ao pequeno ruivo uma das duas poltronas que ficavam à frente da escrivaninha, sentando-se na única que se encontrava atrás desta. Apoiou os braços na mesa, entrelaçando os dedos enquanto observava o menor.

Mail sentou onde lhe foi oferecido e ficou a olhar para os próprios pequenos tênis vermelhos que balançavam nervosamente no ar, as mãozinhas fechadas sobre as coxas.

- Matt... – O pequeno ergueu os olhos relutantemente. – Lembra o que estava escrito no bilhete?

Ele afirmou com a cabeça.

- É algo que lhe será melhor explicado com o tempo. Mas o que deve entender a partir de agora é que não podemos dizer nossos verdadeiros nomes para ninguém. Em hipótese alguma.

O ruivo piscou e acenou novamente com a cabeça. Não entendia tudo que aquele senhor estava dizendo, mas sentia que deveria concordar.

O mais velho abriu um sorriso.

– Fico feliz que entendeu Matt. Desculpe não ter me apresentado antes, meu nome é Watari.

- Esse também não é seu nome verdadeiro... Né? – Mail perguntou, inclinando levemente a cabeça para o lado.

Watari riu.

- Você está certo Matt... Foi uma conclusão muito inteligente.

Mail não resistiu e desatou a rir em resposta ao sorriso que o mais velho lhe dirigiu.

Logo depois este lhe foi explicando sobre o instituto. Era tudo bem simples.

Na câmara da esquerda no térreo havia o enorme refeitório, que oferecia cinco refeições diárias, a cozinha nos fundos, a lavanderia e os quartos para os empregados. Na câmera da direita havia a sala da Watari, em que ambos se encontravam, a secretaria, a tesouraria e a enfermaria, que estava situada no final do extenso corredor.

O segundo andar era o mais movimentado. Nele estavam todas as salas de aula que as crianças frequentavam seis dias por semana. Também lá se encontravam as salas de jogos, brinquedos, a aparentemente infinita biblioteca, sala de vídeo, de artes e o depósito de achados e perdidos.

No terceiro piso estavam os dormitórios dos estudantes, distribuídos por ordem de chegada, com seus nomes (os falsos, obviamente) pregados às portas. Possuía dois lados, o da direita dos meninos e o da esquerda das meninas.

O quarto e último andar consistia apenas dos quartos para os professores. Era estritamente proibido aos alunos.

- Então... – Disse Watari ao terminar sua rápida explicação. – Tem alguma pergunta a fazer?

Mail havia escutado tudo atentamente, suas órbitas esverdeadas pregadas no mais velho.

- Acho que não.

- Muito bem... – Aprovou Watari com um gesto de cabeça e se levantou. – Vamos guardar suas malas no quarto?

Mail assentiu e acompanhou o senhor para fora da sala. Voltaram ao salão principal, onde um homem de terno carregava as bagagens de Mail. Watari passou por ele e se dirigiu às escadas, sendo acompanhado pelo homem. Mail apertou o passo para segui-los.

Subiram dois lances de escada, deixando o térreo (ou primeiro) e o segundo andar para trás. O pequeno ruivo observava tudo com extremo interesse enquanto andavam pelo corredor do lado direito, onde ficava o dormitório masculino. Passaram por diversos quartos naquele corredor sem fim, até encontrarem uma porta com os dizerem ‘’Matt’’ gravados em uma pequena placa dourada.

- Fizemos assim que nos foi informado que viria para cá. – Explicou o senhor.

Entraram no cômodo, onde o homem de terno rapidamente deixou as malas e saiu.

O quarto era limpo e organizado, deixando claro que não era ocupado por uma criança à tempos. Havia uma cama de solteiro rigorosamente arrumada, situada no centro esquerdo, um criado-mudo de madeira ao lado. À direita, encostado na parede, um armário branco e largo, com dois puxadores dourados. No extremo do quarto uma pequena porta que levava ao banheiro particular.

- Gostou Matt?

Ele ergueu os olhos para o mais velho e assentiu. Este se ajoelhou na frente do pequeno e olhou diretamente em seus olhos verdes.

- Não preciso ter medo, Matt. Somos todos amigos e há muitas crianças como você aqui. Não está sozinho.

Em um impulso Mail se aproximou e abraçou o pescoço do idoso, que retribuiu o abraço. O ruivo se afastou depois de alguns instantes, um pouco corado.

- O que quer fazer Matt?

Ele pensou um pouco.

- Posso passear sozinho?

Watari riu.

- Claro que pode. Só não saia do instituto.

Mail assentiu e saiu porta afora, em direção aos jardins.

Essas crianças... – Watari pensava consigo mesmo enquanto colocava as bagagens de Mail no armário e deixava o quarto.

O pequeno descia as escadas rapidamente, feliz em sair um pouco da presença do mais velho. Queria estar com outras crianças.

Já estava no salão principal quando o mesmo menino loiro que vira na entrada corria eufórico dos jardins em sua direção.

- Ei, você!

Mail congelou no mesmo lugar. Os braços firmes ao lado do corpo. O menino o alcançara, ofegante, seus olhos azuis piscando para seu novo colega.

- Você... É Matt, não é?

Mail concordou, nervoso, com um aceno de cabeça.

- Estamos brincando de esconde-esconde. Quer brincar com a gente?

O ruivo piscou, atônito. Não fazia a menor ideia de como brincar daquilo e o outro parecia impaciente.

- E aí? Quer ou não?

Lentamente Mail concordou com a cabeça, sem tirar os olhos do loiro.

- Não precisa ser tão tímido... – Ele disse, suspirando. – Vem logo. – Tomou o ruivo pelo pulso e o arrastou até o lado de fora, onde cerca de dez crianças os aguardavam em volta de um grande carvalho. – O novato vai brincar com a gente!

- Seja bonzinho com ele, Mello! – Disse um menino de cabelos negros e olhos verdes.

Todos riram.

- Eu sempre sou, Dylan. – O loiro soltou o pulso de Mail, um sorriso travesso em seu rosto. – Eu começo contando e o Sebastian marca o tempo. Prontos?

Mello olhou para todos, que afirmaram com a cabeça. Exceto Mail que permaneceu olhando para os próprios pés.

- Algum problema? – Perguntou Mello, demonstrando impaciência.

- É que... – A voz do ruivo estava tremida, seus dedos moviam-se nervosamente. – E-eu não sei jogar... – Acrescentou timidamente, os cabelos cobrindo o rosto. Foi ouvido apenas por Mello, que estava ao seu lado.

- Você não sabe jogar? – O loiro repetiu em voz alta e clara, totalmente incrédulo. Olhou para os colegas que expressavam o mesmo e depois se dirigiu novamente ao ruivo, suspirando. – Tudo bem... Eu te ensino.

Mail ergueu relutantemente os olhos para o ser a sua frente. O loiro de olhos azuis o fitava com a cabeça levemente inclinada para o lado, estudando-o. Sua mão fora entre suas vestes negras, pegando uma barra de chocolate e tirando um pedaço com os dentes antes de tornar a guardá-la.

Que ruivo estranho... – Pensava Mello, contrariado. – Vem para a Wammy’s e nem sabe brincar de esconde-esconde!

O ruivo não sabia, é claro, mas Mello havia se interessado particularmente por ele. Observara, na entrada, seus reluzentes olhos verdes, semelhantes a duas esmeraldas, que fixavam-se no chão, o rubor tomando conta de suas bochechas. Seus cabelos vermelhos, lisos e rebeldes, com uma pequena franja a lhe cobrir a testa, chamaram a atenção do loiro. Assim como sua camiseta listrada de mangas compridas, que alternava entre vermelho e braço, suas calças jeans azuis e seus tênis vermelhos.

Mas, obviamente, o ruivo nem desconfiava que havia se tornado um objeto do interesse de Mello.

- As regras são simples... – Ele começou a explicação. – Eu vou contar até vinte, com o rosto naquela árvore. – Apontou para o grande carvalho. – Esse é o tempo que você tem para de esconder. E quando eu terminar, Sebastian... – Indicou um menino de cabelos azuis escuros, pendendo para negros. – ... vai começar a cronometrar os quinze minutos. Esse é o tempo que tenho para achar todos vocês. Só vale aqui fora, nos jardins. Se no final do tempo eu não te achar, você ganha. – Mello sorriu. – Mas eu nunca perdi até hoje.

- Vamos logo Mello! – Gritou Dylan, impaciente.

- Já vou! – Respondeu Mello, rosnando para ele. O menino imediatamente se encolheu. – Entendeu tudo ruivo?

Mail assentiu. O loiro correu para a árvore e começou a contagem.

1...2...3...4...5...

Mail olhou ao redor, pensando em possíveis lugares.

6...7...8...9...10...

Avistou uma grande árvore caída a alguns metros, onde poderia facilmente se esconder e ao mesmo tempo observar. Um ótimo lugar para ver sem ser visto.

11...12...13...

E ele correu. Foi a toda em direção à árvore que, soube depois, era uma macieira.

14...15...16...17...18...19...20!

Se esgueirou para trás do tronco grosso, exatamente no momento em que Mello desencostava do orvalho e olhava a derredor.

E ali Mail ficou, observando as crianças a serem encontradas, uma a uma. Duas tiveram a audácia de se esconderem no topo do carvalho e foram as primeiras a serem apanhadas. Depois três que se misturaram com outras crianças, achando que estas pudessem as ocultar. Uma se agachara atrás de uma grande pedra próxima à entrada e as outras quatro o ruivo apenas as viu quando foram se unir ao centro, junto com os outros.

- Quinze minutos! Acabou o tempo! – Anunciou Sebastian aos demais.

Todos olharam para Mello, que estava de olhos arregalados.

- Alguém viu o novato? – Perguntou Dylan. Todos balançaram a cabeça negativamente. – Ruivo! Apareça!

Mello, talvez por coincidência, olhou exatamente para o lugar onde Mail agora se esgueirava para fora. O pequeno se aproximou lentamente, as mãozinhas fechadas, olhando para o chão.

- Então... – Ele disse assim que se reuniu aos demais, seus olhos esverdeados erguendo-se timidamente. – ... Quer dizer... que eu ganhei?

Todos os olhares se direcionaram para Mello, aguardando que este tivesse um ataque dos nervos. Mas o loiro apenas olhou para Mail e abriu um sorriso largo, doce e inocente. Foi correspondido pelo pequeno ruivo, seus lábios curvando-se em um sorriso tímido.

Mello olhara exatamente para o local onde Mail estava escondido, no exato momento em que lhe pediram para que aparecesse. Mas o loiro estava de frente para a grande árvore caída, também no mesmo instante.

Teria sido coincidência? Mello olhara para aquele lado somente porque estava diretamente à sua frente?

Ou teria sido... algo mais?

Ambos, ruivo e loiro, verde e azul, Matt e Mello, sabiam a resposta.


Notas Finais


E aí? Eu não costumo escrever fics muito fofas então...
Opiniões são bem vindas *u*.


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