A luz suave da manhã atravessava as finas cortinas de seda dos aposentos de Seraphina Nox Fleuret, trazendo consigo o início de mais um dia repleto de deveres. A cama grande e luxuosa onde dormia era forrada por lençóis brancos impecáveis e rodeada por flores delicadas, um toque sutil que mostrava o amor da garota com a natureza.
— Senhora Seraphina... — Uma voz gentil e familiar a chamou. — Está na hora de acordar.
Seraphina abriu os olhos lentamente e se deparou com a figura de Liora, sua conselheira e serviçal pessoal, que a observava com um sorriso carinhoso. Liora era uma mulher mais velha, com cabelos prateados presos em um coque elegante e uma postura sempre impecável e embora fosse formal na maioria das ocasiões, havia um tom materno em suas palavras.
— Bom dia... — Seraphina murmurou, ainda um pouco sonolenta enquanto se sentava na cama, esfregando os olhos delicadamente. — Que horas são?
— Já passa das sete. — Respondeu Liora, trazendo uma bandeja com chá quente e frutas frescas. — A senhora tem um dia cheio pela frente, então é melhor que se alimente bem.
Seraphina suspirou, afastando o cabelo loiro e ondulado que lhe caía pelo rosto. Ela sabia exatamente o que Liora queria dizer: a rotina da Oráculo nunca tinha fim. Cada dia era uma sucessão de rituais, reuniões e cerimônias, todas voltadas para fortalecer a fé e a esperança das pessoas de Eos.
— Imagino que o conselho tenha agendado mais reuniões sobre o casamento, não é? — Seraphina perguntou, pegando a xicara de chá que Liora lhe oferecia.
A conselheira sorriu. — Certamente senhora, todos os detalhes precisam ser concluídos antes da cerimonia em Altissia.
Seraphina reprimiu um suspiro ao lembrar do destino que lhe fora imposto. Casar-se com Caelus Lucis Caelum era uma parte fundamental da aliança entre Lucis e Tenebrae, uma reunião politica e espiritual que supostamente garantiria a paz entre as nações.
— Como se a paz dependesse de alianças forçadas... — Murmurou baixinho para si mesma, tomando um gole de chá.
Liora a ouviu, mas não comentou. Conhecia bem a frustração de Seraphina, mas sabia que como Oráculo, sua senhora não tinha o luxo de escolhas.
A garota se levantou com calma e, acompanhada por sua serviçal, dirigiu-se aos aposentos privados, onde o banheiro a aguardava. Uma banheira de mármore branco estava preenchida com água morna e perfumada com pétalas de flores de Tenebrae. — um toque que sempre trazia conforto à jovem Oráculo, ainda que fosse um alívio temporário. A luz da manhã entrava suavemente por uma janela arqueada, banhando o ambiente em tons dourados e criando uma atmosfera serena.
Liora ajudou Seraphina a desamarrar o vestido fluido que ela usava, deixando-o deslizar suavemente até o chão e o reflexo de Seraphina no grande espelho do banheiro revelou sua figura esguia e delicada.
Seraphina tinha longos cabelos loiros ondulados como as águas calmas de um lago, que desciam até sua cintura. Sua pele era clara, quase pálida, e parecia brilhar sob a luz suave, como se ela mesma carregasse uma centelha de luz interior. Seus olhos, de um azul profundo, eram intensos e expressivos, refletindo tanto a serenidade de seu papel quanto a inquietação que ela guardava em seu coração. Embora seu rosto mostrasse a tranquilidade de uma líder espiritual, havia uma sombra de cansaço e melancolia que ela nunca permitia que os outros vissem.
Seus traços delicados, típicos da linhagem dos Fleuret, lhe conferiam uma beleza serena e etérea. No entanto, havia algo mais em sua aparência — uma fragilidade que não era física, mas emocional. Cada movimento seu era elegante e preciso, como se cada gesto fosse cuidadosamente medido, resultado de anos de treinamento e disciplina.
Seraphina mergulhou devagar na água morna, sentindo os músculos relaxarem sob o calor. A fragrância suave das flores de Tenebrae preenchia o ar, mas não era o suficiente para acalmar sua mente inquieta e água parecia envolvê-la em um abraço silencioso, enquanto ela fechava os olhos e respirava fundo.
Enquanto Liora organizava discretamente as roupas e toalhas para depois do banho, Seraphina se permitiu alguns minutos de silêncio. Era nesses momentos que ela mais sentia o peso de quem era. Como Oráculo, era sua responsabilidade guiar e proteger. Mas quem guiaria a Oráculo? Quem cuidaria dela?
Ela abriu os olhos e olhou para o reflexo da água. Por trás da superfície calma, ela enxergava o eco das escolhas que não lhe pertenciam — o casamento arranjado, os rituais, o futuro de um mundo que dependia de sua luz. Sua identidade estava entrelaçada com o dever, e às vezes ela se perguntava quem era, além da Oráculo.
— Senhora, a água está de seu agrado? — Perguntou Liora, interrompendo seus pensamentos.
Seraphina deu um leve sorriso, agradecendo a gentileza. — Está perfeita, Liora. Obrigada!
Quando o banho terminou, Liora a ajudou a se secar e trouxe uma toalha macia para os cabelos longos e dourados. Em seguida, escolheu um vestido elegante de seda branca, adornado com bordados delicados nas mangas e na cintura. O vestido caía suavemente sobre o corpo esguio de Seraphina, simbolizando a pureza e serenidade que se esperava da Oráculo.
Pendurado ao lado do espelho, um manto fino de cor azul clara esperava para ser colocado sobre seus ombros — o símbolo da linhagem dos Fleuret e de seu papel como mediadora entre a luz e as sombras. Seraphina encarou seu reflexo por um momento, o olhar perdido nos detalhes de seu próprio rosto, como se tentasse enxergar algo além do que os outros viam.
Liora ajustou o manto sobre seus ombros com cuidado e olhou para ela com um sorriso afetuoso. — Está perfeita, senhora. Como sempre.
Seraphina deu um breve sorriso em resposta, mas seus olhos continuaram refletindo a mesma inquietação silenciosa. Mais um dia de deveres e expectativas. Mais um dia em que ela seria a luz para os outros, mesmo que estivesse perdida em sua própria escuridão.
Quando a garota se preparava para deixar seus aposentos, Liora a chamou discretamente com um leve toque no ombro. A expressão de sua conselheira era mais séria do que de costume, mas havia uma leve suavidade em seu olhar e em suas mãos havia uma carta selada com o brasão da Família Real de Lucis.
— Isto chegou esta manhã, senhora. — Liora entregou a carta nas mãos delicadas de Seraphina. — É Principe Caelus Lucis Caelum.
O coração da jovem Oráculo deu um pequeno salto, um misto de surpresa e curiosidade tomando conta dela. O nome de Caelus soava como uma figura distante e fria em seus pensamentos, no entanto, aquela carta... Seraphina não esperava uma correspondência pessoal vinda dele.
Com cuidado, ela quebrou o selo com o brasão de Lucis, sentindo o papel macio entre os dedos. Ao abrir a carta, seu olhar percorreu rapidamente as primeiras palavras.
[...]
"Seraphina,"
"Vou ser honesto: não sei como começar esta carta. Tenho certeza de que esta situação é tão desconfortável para você quanto é para mim. Confesso que, no começo, a ideia de nos casarmos sem nos conhecermos parecia uma armadilha que nossos antepassados teriam planejado. Não gosto de pensar que minha vida está sendo moldada por decisões que não escolhi, e imagino que você sinta o mesmo.
Mas algo me diz que você, mais do que ninguém, entende o peso do dever e talvez por isso eu me senti na obrigação de escrever esta carta. Acho que a verdade é que estou cansado de todos esperando que sejamos símbolos de algo maior do que nós mesmos — paz, esperança, estabilidade... Mas o que acontece quando essas expectativas nos consomem? Quem sobra de nós, além dos títulos?"
"Sei que nunca nos encontramos e não faço ideia de como será nossa convivência quando esse casamento acontecer. Mas quero que você saiba que não estou aqui para cobrar nada de você, se este casamento é uma obrigação, então que ao menos possamos torná-lo suportável. Se há algo que possamos construir juntos, que seja confiança."
"Espero que, quando nos encontrarmos, possamos conversar de verdade. Sem pressões, sem máscaras. Apenas você e eu, como pessoas, não como prisioneiros de nossos deveres."
Com sinceridade,
Caelus Lucis Caelum"
[...]
Seraphina terminou de ler a carta em silêncio, sentindo uma mistura de emoções crescer em seu peito. As palavras de Caelus não eram nada do que ela esperava, mas havia sinceridade, vulnerabilidade e, acima de tudo, uma oferta de compreensão. Ele não parecia apenas um príncipe relutante preso ao protocolo, mas alguém tão cansado das expectativas quanto ela mesma.
Ela segurou a carta nas mãos por um momento, os olhos ainda fixos nas palavras escritas à mão, como se tentasse entender completamente a intenção por trás delas.
— Então... parece que ele também não pediu por isso. — murmurou baixinho para si mesma, um leve sorriso surgindo no canto dos lábios.
Liora a observou com curiosidade, mas não fez perguntas. Conhecia Seraphina o suficiente para saber que aquele momento era importante para ela — uma faísca de esperança de que, talvez, o casamento não fosse o fim de sua liberdade, mas o começo de algo diferente.
— Ele parece ser mais... humano do que eu imaginava. — Seraphina comentou em um tom pensativo, dobrando a carta cuidadosamente e guardando-a entre os pertences pessoais.
Aquela simples correspondência mudou algo dentro dela. Pela primeira vez, Seraphina sentiu que talvez Caelus fosse alguém em quem ela pudesse confiar, alguém que também carregava o peso do dever e buscava, como ela, encontrar alguma paz em meio ao caos.
Enquanto ajeitava o manto sobre os ombros, um pequeno alívio preencheu seu coração, como se um pouco do fardo que carregava tivesse se tornado mais leve. Talvez, apenas talvez, eles pudessem enfrentar esse futuro juntos, não como estranhos, mas como aliados.
— Vamos, Liora. — disse ela com um leve suspiro, mas dessa vez havia uma nova determinação em seu tom. — Tenho um longo dia pela frente, mas... talvez este casamento não seja o fim do mundo.
Os portões dos palácios de Tenebrae se abriram para permitir a passagem da comitiva da Oráculo. Seraphina caminhava na frente, cercada por seus guardas, mas sua presença não transmitia autoridade ou formalidade, e sim um calor acolhedor que fazia os habitantes se aproximarem dela como se encontrassem uma amiga. O vilarejo próximo aos palácios era simples, com casas de pedra e madeira, onde lavradores, artesãos e crianças corriam livres pelas ruas.
Assim que Seraphina entrou no coração do vilarejo, uma multidão pequena e animada se reuniu ao seu redor. As pessoas carregavam em seus olhos a esperança silenciosa de quem procurava conforto e bênçãos. E ela estava ali para isso.
Crianças sorridentes puxaram sua mão, levando-a por entre as ruas, e Seraphina ria baixinho, deixando-se guiar por elas. Era um momento raro em que podia se desligar, ainda que por pouco tempo, das pressões incessantes de seu papel. O vento suave carregava o cheiro de flores e terra úmida, e ela se sentia momentaneamente livre enquanto caminhava ao lado das crianças.
— Oráculo, veja! Estou correndo mais rápido desde sua última visita! — gritou um dos garotos, orgulhoso, enquanto corria em círculos ao redor dela.
— Muito bem, Ethan! — Seraphina respondeu com um sorriso genuíno, tocando de leve a cabeça do menino. — Você tem se esforçado, não é?
Logo, outras crianças se juntaram ao grupo, mostrando cortes e arranhões nas mãos e nos joelhos, pequenos ferimentos inevitáveis da vida ao ar livre. Seraphina se ajoelhou delicadamente no chão, a seda de seu vestido se arrastando um pouco na poeira, mas ela não se importava.
Com um toque suave, ela passou as mãos sobre os ferimentos das crianças, canalizando sua energia curativa. A luz suave emanava de seus dedos, como uma brisa cálida no corpo das crianças. Em questão de segundos, os arranhões e hematomas desapareceram, deixando a pele limpa e restaurada.
— Uau! — exclamou uma menina, observando seu joelho agora sem marcas. — Obrigada, senhora Oráculo!
— Não há de quê. — Seraphina sorriu com carinho. — Mas tentem não se machucar tanto, certo?
Enquanto ela se levantava, as crianças correram para brincar novamente, cheias de energia renovada, e Seraphina observou-as por alguns instantes, sentindo um calor silencioso no peito. Nesses momentos simples, ela encontrava consolo — não nas grandes cerimônias ou nas alianças políticas, mas nas pequenas interações, onde seu papel como Oráculo parecia fazer a diferença.
Conforme o dia avançava, mais habitantes se reuniram para ouvi-la falar. No centro do vilarejo, os mais velhos, os enfermos e os trabalhadores cansados aguardavam sua bênção e palavras. Seraphina subiu em um pequeno palco improvisado, de onde podia ver os rostos esperançosos que a encaravam com atenção.
Ela respirou fundo, sentindo o peso de cada olhar. Essas pessoas buscavam nela a força que precisavam para continuar e mesmo que ela mesma carregasse dúvidas e inseguranças, sabia que não poderia demonstrá-las. Era o dever de uma Oráculo ser a luz para aqueles que caminhavam na escuridão.
— Queridos habitantes de Tenebrae. — ela começou, a voz clara e firme, mas com uma doçura que acalmava. — Sei que todos vocês enfrentam dias difíceis. O mundo mudou, e a escuridão que acreditávamos ter ido embora ainda lança sua sombra sobre nós.
Os murmúrios de preocupação na multidão se aquietaram enquanto suas palavras os alcançavam. Seraphina deu um passo à frente, olhando para cada pessoa como se falasse diretamente com elas.
— Mas quero que se lembrem de uma verdade importante: nós somos mais fortes do que as dificuldades que enfrentamos. — Ela ergueu a mão suavemente — A luz que carregamos dentro de nós é capaz de brilhar, mesmo nas noites mais escuras e essa luz está em cada gesto de bondade, em cada ajuda oferecida a um vizinho, e em cada sonho que vocês se recusam a abandonar."
Os rostos na multidão pareciam menos carregados de preocupação agora. Seraphina podia ver o brilho da esperança nos olhos daqueles que a escutavam.
— Eu sei que às vezes é difícil ter fé — continuou ela, com a voz suave, mas firme. — Mas a fé não é acreditar que tudo será fácil. A fé é acreditar que, mesmo nas piores tempestades, encontraremos a força para continuar e eu estarei com vocês.
Uma breve pausa se seguiu enquanto ela observava os rostos à sua frente. Então, com um sorriso sereno, Seraphina concluiu:
— E enquanto houver um sopro de esperança em nossos corações, a escuridão jamais vencerá.
A multidão ficou em silêncio por um instante, absorvendo cada palavra. Então, um aplauso tímido começou, crescendo até se transformar em uma onda de aplausos calorosos. As pessoas pareciam revitalizadas, não apenas por suas palavras, mas pela presença de alguém que realmente se importava com elas.
Seraphina desceu do palco e foi imediatamente cercada por agradecimentos e palavras gentis. Ela sorriu para cada um, oferecendo bênçãos rápidas, tocando mãos e abraçando crianças.
Quando a comitiva finalmente deixou o vilarejo e começou a retornar aos palácios, Seraphina se permitiu um momento de reflexão. Essas visitas eram cansativas, drenando tanto sua energia física quanto emocional, mas de alguma forma, elas também eram as únicas partes de sua vida que pareciam genuínas.
Lá, entre pessoas comuns, longe dos protocolos e das expectativas dos nobres, ela se sentia mais próxima do que realmente significava ser uma Oráculo. Não era sobre rituais grandiosos ou alianças políticas. e sim sobre oferecer esperança quando tudo parecia perdido.
Enquanto o vilarejo desaparecia no horizonte e os portões do palácio se aproximavam, Seraphina olhou para o céu, onde as primeiras estrelas começavam a brilhar. Por mais difícil que fosse seu caminho, ela se prometeu que nunca deixaria de caminhar ao lado daqueles que mais precisavam dela.
Com um último olhar para as estrelas, Seraphina sorriu para si mesma, um sorriso suave e discreto.
— Que a luz nunca nos abandone... — murmurou baixinho, mais como uma prece pessoal do que um discurso.
A noite já havia envolvido Tenebrae com seu manto silencioso, a cada principal estava quieta, com apenas algumas luzes suaves de algumas iluminarias que iluminavam os corredores. Seraphina estava em seus aposentos, já pronta para dormir. Sua camisola caia suavemente sobre seus ombros e os cabelos soltos, agora secos e escovados, deslizavam em ondas até suas costas.
Com um suspiro suave, ela se sentou na beira da cama e ligou uma pequena luminária ao lado. A luz amarelada preencheu o espaço com um brilho suave e reconfortante e por um momento, Seraphina ficou em silêncio, aproveitando a quietude. Mas assim como vinha acontecendo nas últimas horas, seus pensamentos voltaram para a carta que Caelus havia enviado.
Ela pegou a carta novamente da mesa, desdobrando o papel com cuidado, como se o conteúdo fosse algo precioso. Por alguns minutos, ela apenas a releu em silêncio, seus olhos deslizando por cada linha. Não era apenas o que ele havia escrito, mas a forma como ele o fez — a honestidade nas palavras, o tom sincero e quase vulnerável. Caelus parecia mais humano e menos príncipe, mais alguém preso em circunstâncias além do seu controle do que uma figura distante e fria.
Seraphina ficou mais tempo olhando para a carta do que planejava, absorvendo cada palavra como se tentasse entender a pessoa por trás delas. Havia um alívio sutil em perceber que ela não estava sozinha nessa confusão, que, talvez, ele também carregasse o mesmo peso.
Finalmente, um leve sorriso curvou seus lábios. Ela dobrou a carta com cuidado e a colocou de volta na mesa de cabeceira. Então, pegou um pedaço de papel novo e uma caneta delicada, a mente já começando a formar as palavras que queria dizer.
Com a luz suave da luminária como sua única companhia, Seraphina começou a escrever. As palavras surgiam de forma natural, fluindo como se já estivessem guardadas em seu coração, esperando por um momento certo para serem expressas. Ela escrevia não como Oráculo, mas como Seraphina.
Quando terminou, dobrou a carta com cuidado, e a amarraria logo em seguida. Seu olhar caiu sobre uma pequena gaiola na mesa próxima, onde um pombo branco — seu fiel companheiro e mensageiro — dormia tranquilamente. Ela se aproximou da gaiola e abriu a portinhola suavemente, sem querer perturbar a paz do animal mais do que o necessário.
— Desculpe, pequenino. — Ela murmurou enquanto amarrava a carta na pequena pata do pombo. — Mas preciso que essa mensagem chegue ao destino. Vá até Lucis... vá até ele.
O pombo, como se entendesse a importância da missão, esticou as asas com leveza e voou do seu poleiro para o parapeito da janela aberta. Seraphina observou com atenção, os olhos acompanhando cada movimento gracioso do pássaro.
Com um bater de asas suave, o pombo voou para a noite, desaparecendo rapidamente no céu estrelado, como uma mensagem entregue às estrelas. Seraphina o observou até que ele sumisse completamente, deixando apenas a brisa fria da noite entrar pelos aposentos.
Com um último suspiro, ela apagou a luminária e se deitou, puxando as cobertas até o ombro. Os pensamentos sobre o futuro ainda pairavam em sua mente, mas, dessa vez, eles não pareciam tão pesados.
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