Anne POV
‘’Ela teve uma fratura no braço e um corte na cabeça nada muito grave, mas ela deve permanecer em repouso aqui por uns dias.’’
Acordei com uma luz muito clara no meu olho, minha visão estava muito embaçada, não consigo me lembrar de muita coisa, a ultima coisa que eu lembro foi quando eu peguei no sono. Fui me levantando aos poucos e ainda não tinha visto onde eu estava. Passei a mão no meu olho e avistei um homem de costas para mim com alguma coisa nas mãos, acho que foi dele que eu ouvi falando sobre alguma fratura.
– Aonde eu estou? – disse um pouco nervosa
O cara que estava na minha frente se virou, era um médio, e então ele veio na minha direção e eu estava tentando levantar. Aquilo parecia um sonho.
– Calma, calma, está tudo bem – ele disse me acomodando na cama
– Porque eu estou aqui? O que aconteceu? – falei um pouco rápido passando a mão na cabeça, parecia que ia explodir.
– Você sofreu um acidente de carro, mas você está bem – ele deu ênfase no você e fez uma cara nada boa
– E a minha mãe? Cadê ela? – disse com lagrimas nos olhos agora um pouco desesperada
– Calma! – disse o doutor um pouco mais rude
– Calma? Como calma? Eu quero a minha mãe – e comecei a chorar e imediatamente ele chamou dois enfermeiros os quais me seguraram para não sair do quarto. E então eles me deitaram na cama me dando um remédio que me deixou um pouco fraca.
– Eu sinto muito, mas a sua mãe não resistiu e morreu – disse ele me olhando
Como assim a minha mãe morreu? Não é possível. Comecei a chorar desesperadamente.
– Como que ela morreu? E porque eu estou viva? – disse com lágrimas no olho
– Pelo o que os policiais falaram, um caminhão veio em alta velocidade em direção ao carro em que vocês estavam, mas ele bateu do lado da sua mãe e ela morreu na hora.
Eu estava em estado de choque, não sabia o que fazer, falar.
Acho que o remédio fez efeito e logo adormeci.
Acordei um pouco sonolenta ainda, e logo comecei a chorar.
– Ei calma, não fica assim – veio alguém do meu lado e me abraçou, não vi quem era apenas abracei, era o que eu mais precisava no momento. Quando olhei para a tal pessoa...
– Pedro? O que ta fazendo aqui? – disse surpresa
– Fiquei sabendo do acidente e vim correndo para cá – disse enquanto passava colocava uma mecha do meu cabelo para trás.
Comecei a chorar mais ainda e ele me abraçou mais forte dessa vez.
– E agora o que será de mim? Não tenho ninguém em NY, só tinha a minha mãe – disse saindo do abraço.
Pedro POV
Eu estava tocando violão sentado na janela no meu quarto quando meu celular toca a primeira pessoa que eu pensei que poderia ser era Aria, mas não, para minha surpresa era Anne. Atendi a chamada tentando não parecer feliz.
– Oi – disse normal
– Boa noite, aqui é o policial Logan Presth, estamos aqui na estrada para uma cidadezinha chamada Large Field – PERA AI EU CONHEÇO ESSA CIDADE, É ONDE FICA A FAZENDA DA ANNE – pensei, mas no meu pensamento eu estava gritando, o que será que houve? – Então, houve um acidente envolvendo um carro e um caminhão, e nesse celular tinha o seu numero como importante, você é parente de Anne Bertolle ou Helena Bertolle?
Como assim acidente? Não conseguia pensar direito
– Si sim – gaguejei saindo dos meus pensamentos – eu sou namo, digo, ex namorado da Anne, como ela está?
– Bom, a menina está bem, desacordada mas está bem, foi levada para o hospital Emergency Room, você conhece? – perguntou o policial um pouco aflito
– Conheço sim – respondi – por quê?
– Preciso que você vá até lá, é o parente mais próximo para o momento.
– Tudo bem, mas e a Helena? Ela também foi mandada para lá? – perguntei
– É, não... a Helena não foi levada para o hospital, pois ela não resistiu, o impacto foi muito forte.
Não conseguia acreditar nas palavras daquele homem, e então nem esperei ele terminar de falar e fui correndo para o hospital.
Cheguei no hospital e me apresentei na recepção e a moça me levou até o quarto. Anne estava dormindo, que nem um anjo. Sentei ao lado dela e fiquei a observando. Não aguentei e comecei a chorar.
Passaram-se algumas horas e Anne acordou, fui de encontro a ela e lhe abracei e ela retribuiu.
Pedro? O que ta fazendo aqui? – disse ela surpresa
– Fiquei sabendo do acidente e vim correndo para cá – disse enquanto passava colocava uma mecha do seu cabelo para trás.
Anne começou a chorar mais ainda e eu lhe abracei mais forte dessa vez.
– E agora o que será de mim? Não tenho ninguém em NY, só tinha a minha mãe – disse ela saindo do abraço.
Agora teríamos que lidar com essa situação.
O médico chegou no quarto dizendo que Anne poderia ir para casa ainda esssa noite. Olhei no relógio e eram quase meia noite quando eu estava levando Anne para casa em um taxi, ela mal falava.
Dentro do taxi, ela colocou sua cabeça em meu ombro, eu apenas fiquei fazendo cafuné e Anne chorava.
Chegamos na sua casa e ela pediu para que eu passasse a noite com ela.
– Não quero ficar sozinha – disse me abraçando
– Claro meu amor – disse dando um beijo em sua testa.
Anne POV
Eu ainda não conseguia acreditar, estava abalada, minha vida se foi por agua a baixo. Pedi para que Pedro ficasse comigo essa noite. De manhã iriamos resolver como eu ficaria.
Coloquei meu pijama e deitei em minha cama, Pedro fez o mesmo.
– Me abraça – disse com algumas lagrimas no olho.
Ele apenas me abraçou e dormimos assim.
Acordei cedo, eram 8:00 horas da manhã, tomei um banho, longo, chorei muito, pensando em minha mãe, como ela era linda, como ela era TUDO pra mim.
Fui interrompida por Pedro batendo na porta dizendo para eu sair.
Sai do banho e me vesti () teria que ser forte e ir no necrotério arrumar os papeis para o enterro, não queria fazer isso, mas era necessário e teria que ligar para minha família que não mora em Nova Iorque para avisar sobre o ocorrido.
Passei o dia todo fazendo isso, e Pedro sempre junto.
Já era noite quando voltamos para casa, quando chegamos eu vi que tinha uma chamada não atendida no telefone residencial. Fui ver e não conhecia o numero, resolvi ligar.
– Alô quem é? Tinha uma chamada não atendida desse numero no meu telefone e gostaria de saber quem é – disse curiosa
– Anne? – perguntou a voz do outro lado da linha
– Eu mesma, quem é? – perguntei olhando para o Pedro que estava sentando no sofá em minha frente
– Sou eu, Ian, seu pai. – não acredito que era meu pai, fazia anos que eu não falava com ele – Fiquei sabendo sobre o que aconteceu, e você deve vir morar comigo agora, você ainda é menor de idade – disse ele calmo.
– Como assim ir morar com você – disse em um tom de desaprovação
– Minha querida – disse ele mas eu o interrompi
– Não me chame de querida – disse quase gritando
– Escuta aqui Anne, eu quero o melhor para você. Daqui a dois dias, um dos meus funcionários ira buscar você, pegue tudo o que precise, pois você virá morar comigo, você não tem condições de se virar sozinha.
Desliguei o telefone na cara dele e fiquei olhando incrédula para Pedro que apenas disse
– Você tem que ir, será o melhor a fazer.
Sai dali e fui para o meu quarto. Estava tudo acontecendo rápido demais, minha mãe morreu e eu teria que morar com meu pai em Londres? Não, não mesmo.
Acabei pegando no sono. Acordei no meio da madrugada e fui ver Pedro que estava dormindo na sala. Fiz um chá e sentei na varanda e fiquei refletindo, talvez ir morar com meu pai não seria uma má ideia, ele é rico e pode me dar tudo o que eu quiser realmente, mas a única coisa que ele não poderá me dar, é amor e carinho. Passaram-se alguns minutos e eu resolvi voltar para cama.
Eram 13:30 da tarde quando eu acordei, fui para a sala conversar com Pedro.
– E ai – sentei do lado dele
– E ai, esta melhor? – disse ele me abraçando de lado
– Aham – pausei – andei pensando, acho que eu vou ir pra Londre
– Sério? – Pedro me olhou com uma expressão estranha
– Sim, acho que eu preciso tocar a vida pra frente – disse.
– Se você acha que é o melhor para você... – disse me dando um beijo na testa
Levantei-me e liguei para o meu pai, conversei com ele e decidimos que amanha de noite eu partiria para Londres. Seria uma nova vida.
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