Scott – Isso vai ser impossível.
Eu – Por que não pergunta? Sem precisar roubar.
Scott – Como?
Eu – É fácil. É só dizer: Allison pode me emprestar seu colar, só pra eu ver se tem algo que pode me levar ao alfa, sabe... um lobisomem que eu preciso matar pra ficar com você.
Scott – Não tá ajudando.
Eu – Por que só não fala com ela?
Scott – Não posso, ela não quer falar comigo, E se ela só tirar o colar quando tiver no banho?
Eu – Por isso que você tem que tentar falar com ela, olha, seja legal lembre do passado, depois pergunta sobre o colar.
Scott –...
Eu – Está pensando sobre ela no banho?
Scott – Sim.
Eu – Certo, mantenha o foco. Consiga o colar, o alfa, a cura e a Allison, nessa ordem, certo?
Scott – Ok.
Quando eu terminei de tentar encorajar o Scott fui pra aula de literatura, a professora estava assustadoramente séria. Ela tinha escolhido alguns alunos pra citar escritores, não prestei muita atenção ainda estava cansado por ter ido dormir tarde ontem. Abaixei a cabeça e tentei dormir um pouco, não consegui dormir muito, Pois fui acordado pela professora me chamando a atenção, tinham se passado uns 3 minutos e a professora ainda estava obrigando alguns alunos a ficarem citando frases de escritores mortos, depois de algum tempo peguei meu celular e fiquei jogando, e mais uma vez, uma bronca, só que dessa vez ela me fez ler uma das citações ela me entregou um papel que tava escrito “Quando a boca não consegue dizer o que o coração sente, o melhor é deixar a boca sentir o que o coração diz - William Shakespeare” de alguma forma essa frase me preocupava, depois de terminar de ler, o sinal bateu, e eu instintivamente guardei o papel no meu bolso, quando eu sai da sala e estava indo pra aula de matemática encontrei com o Scott no corredor, ele estava com aquela cara de “minha mãe mexeu na minha mochila e achou meu boletim”:
- O que houve dessa vez?
- O Jackson, ele descobriu o que eu sou.
- O que? Como ele descobriu?
- Não faço ideia.
- Ele disse a palavra?
- Que palavra?
- Lobisomem, ele disse: “sei que você é um lobisomem”?
- Não, mas ele deixou bem claro.
- Talvez não seja tão ruim quanto parece. Tipo, ele não tem nenhuma prova, certo? E se ele contar pra alguém, quem vai acreditar nele?
- E o pai da Allison?
- Ok, isso e um problema.
- Preciso de uma cura, agora.
- Ele sabe sobre o pai da Allison?
- Não sei.
- Onde está o Derek?
- Escondido, por quê?
- Tenho outra ideia. Precisamos de tempo, mas mesmo assim deve dar certo.
-Temos jogo hoje. finais, É seu primeiro jogo.
- Eu sei, eu sei. Você já tem um plano para a Allison?
- Ela vai estar na minha próxima aula.
- Pegue o colar.
A aula de matemática era a pior, sempre tive um desempenho médio em matemática, não me interessava muito, vamos dizer apenas que matemática não gostava de mim e era recíproco. A hora demorou a passar, o sinal pro intervalo bateu, fui pro refeitório, só queria comer coisas gordurosas pra esquecer aquela aula chata de matemática, quando terminei de colocar as coisas na minha bandeja encontrei com o Scott, ele tava sentado em uma mesa no meio do refeitório:
- Conseguiu pegar o colar?
- Não exatamente.
- O que houve?
- Ela pediu pra eu não falar com ela, de forma alguma.
- Então ela não vai te dar o...
- Ela não vai me dar o colar.
- Conseguiu mais alguma coisa?
- Só que não sei nada sobre garotas, e que são todas loucas.
- Esta bem, eu tinha um plano “B” pra se algo acontecesse.
- Qual o plano “B”
- Roubar a porcaria do colar.
- Não podemos só falar com o Harris?
- Não, meu pai o colocou em proteção 24h depois do que aconteceu ontem.
- O colar é tudo que temos, roube ele. Ok?
- Stiles... Jackson está nos observando da outra mesa.
- Qual é o problema?
- Ele está falando comigo, ele sabe que posso ouvir a grandes distancias, Olhe pra mim, fique normal, finja que esta conversando comigo. Diga alguma coisa! Fale comigo. Eu tenho que fingir que não to ouvindo o que ele ta falando.
- Não consigo pensar em nada, me deu branco.
- Você teve Branco? Não consegue pensar em nada?
- Não sob esse tipo de pressão, pra sua informação ele nem ta mais sentado lá.
- Onde ele tá? Ainda to escutando ele.
- Scott você não pode deixar ele ter poder sobre você, você precisa se acalmar.
Scott estava ficando cada vez mais nervoso, não sabia o que o Jackson estava falando pra ele, mas parecia ser horrível, quando parecia ter terminado, Scott bateu a bandeja na mesa, o que fez um barulho que chamou a atenção de todo mundo no refeitório, então resolvemos sair do refeitório, enquanto o Scott ia tentar roubar o colar da mochila da Allison na aula de natação eu fui pra casa, o caminho até em casa foi tranquilo pra variar, cheguei em casa e fui direto pro meu quarto abri a porta e sentei no computador, então ouvi meu pai me chamando quando eu virei tomei um susto e acabei gritando seu nome:
Eu – Derek!
Levantei rápido e fui correndo na direção da porta, fechei a porta e fiquei do lado de fora para que meu pai não pudesse ver que o Derek tava dentro do meu quarto:
Pai – O que você disse?
Eu – O que? Eu disse “e ai, pai”.
Pai – Tem uma coisa que eu preciso resolver, mas vou esta lá à noite. Digo, seu primeiro jogo.
Eu – Meu primeiro jogo... Deus! Ótimo. Incrível.
Pai – Ótimo. Estou feliz por você. E estou orgulhoso de você.
Eu – Obrigado. Eu também, estou feliz e orgulhoso... De mim mesmo.
Pai – Vão mesmo te deixar jogar, certo?
Eu – Sim pai. Sou titular. Acredita nisso?
Pai – Estou muito orgulhoso.
Eu – Eu também...
Meu pai me abraçou, mas meu estado de nervos deixou a coisa toda estranha, então ele saiu meio desconfiado e eu entrei no quarto, Assim que eu entrei no quarto o Derek Agarrou na gola da minha jaqueta e ficou me segurando contra a porta enquanto se aproximava de mim até nossos rostos ficarem a 10 cm de distancia:
Derek – Se disser uma palavra...
Eu – Como, “Pai, Derek está no meu quarto traga sua arma?” O que você ta fazendo aqui? Ficou louco?
Derek – Preciso saber de umas coisas.
Eu – Ok, mas você se importa de... ?
Derek ficou me encarando e depois de alguns minutos me soltou e ajeitou minha jaqueta:
Derek – Scott conseguiu o colar?
Eu – Não ainda não. Há outra coisa que podemos tentar. Naquela noite na escola o Scott mandou uma mensagem pra Allison pra ela ir até lá.
Derek – E?
Eu – Não era o Scott.
Derek – Pode descobrir quem mandou?
Eu – Não, eu não. Mas acho que sei quem pode. Meu celular ta descarregado vou ter que usar o telefone da sala, já volto.
Deixei o Derek e desci pra tentar ligar pro Danny, o chamei com o pretexto de tentar estudar, quando voltei pro quarto o Derek tinha sentado em uma cadeira que eu tenho perto da cama, ele tinha tirado a jaqueta e jogado em cima da minha cama, a blusa dele estava suja de sangue, mas não perguntei nada, já estava se tornando normal encontrar com ele sujo de sangue:
- Eu liguei pra um amigo meu, ele vai demorar pra chegar, se quiser pode deitar na minha cama e dormir um pouco, você tá horrível. Eu vou ficar fazendo minha lição enquanto isso.
Ele fez uma careta, mas acabou deitando, não demorou muito pra que ele estivesse dormindo, fiquei olhando pra ele, ele parecia mais novo, parecia menos com aquele carrancudo que estava sempre na defensiva, era até calmante o ver dormir, depois de um tempo me virei pro notebook e comecei a pesquisar sobre alguns livros que a professora de literatura pediu, depois de uma hora terminei e virei pra ver o Derek, ele estava com os olhos abertos, ele estava com uma expressão pensativa olhando pra mim, eu fiquei encarando ele de volta se passaram alguns minutos, então eu perguntei:
Eu – Hei. Tudo bem?
Derek – Não sei.
Eu – Vou pegar alguma coisa pra comer, você que?
Derek – Não, seu amigo... vai demorar muito?
Eu – Não, ele já tá quase chegando.
Eu sai do quarto e fui pra cozinha, eu não estava com fome só usei isso como pretexto pra poder sair do quarto e pensar no que estava acontecendo, no que eu estava sentindo, eu precisava me concentrar, então escuto alguém bater na porta:
Eu – Graças a Deus você veio, pode subir, só vou pegar alguma coisa pra beber na cozinha, você quer?
Danny – Não, brigado.
Fui à cozinha e bebi praticamente uns 10L de água de tão nervoso, subi as escadas e entrei no quarto, a cama estava arrumada, o Derek estava sentado na cadeira perto da minha cama vendo um álbum de fotos de quando eu era pequeno, me segurei pra não puxa da mão dele, então fui na direção do Danny que estava perto da janela:
Eu – Danny, Eu preciso de ajuda pra uma coisa.
Danny – O que?
Eu – Quero que rastreie uma mensagem de celular.
Danny – Quer que eu faça o quê?
Eu – Rastreie uma mensagem.
Danny – Eu vim estudar, é isso que parceiros de estudos fazem.
Eu – Depois que você tiver rastreado a mensagem nós estudamos.
Danny – Por que acha que eu consigo?
Eu – Vi seu histórico da prisão... Ser filho do xerife tem seus benefícios.
Danny – Eu tinha 13 anos eles retiraram as acusações.
Eu – Tanto faz.
Danny - Vamos estudar... Quem é ele?
Stiles – Meu primo... Miguel.
Danny – Tem sangue na camisa dele?
Eu – É, tem... o nariz dele sangra muito. Hei Miguel pode pegar uma camisa minha. Danny eu sei que você tem habilidades para rastrear SMS...
Miguel – Stiles?
Eu – Sim
Quando eu viro vejo o Derek esticando uma camisa minha, ele estava sem camisa. Eu já havia visto ele sem camisa muitas vezes, então não liguei muito, mas mesmo assim fiquei olhando pra ele por um tempo:
Miguel – Isso... Não cabe.
Eu – Tenta outra, Desculpa Danny, agora voltando ao assunto...
Quando eu olho pro Danny eu percebo que ele tá olhando pro Derek, então quando ele percebe que eu to olhando pra ele, ele desvia o olhar, eu sinto uma coisa estranha, com aquilo tudo, mas desviei o pensamento, não podia ser. Eu? Com ciúmes do Derek? Só, não podia. Eu precisava da ajuda do Danny, então tive uma ideia:
Eu – Essa camisa ficou boa, não foi? O que você acha... Danny? A camisa?
Danny - Essa cor não combina.
Eu – Você joga no outro time, mas ainda e tarado como todos os outros homens, não é?
Danny – Você é uma pessoa horrível.
Eu – Isso não me deixa dormir. Enfim sobre o SMS...
Miguel – Stiles nenhuma cabe!
Danny – Precisarei do provedor, número e hora do SMS.
O Danny ficou tentando identificar de onde vinha o SMS e quando o “Miguel” finalmente pareceu conseguir achar uma camisa que servia ele veio pra perto de nós, o que só dificultou tudo, pois o Danny não parava de ficar olhando pra ele toda hora, depois de algumas horas:
Danny - Pronto. O SMS foi enviado de um computador.
Miguel - Registrado com esse nome?
Eu - Não, não pode estar certo.
Estava mostrando que o computador que foi enviado a mensagem estava no nome da mãe do Scott, depois disso o Danny falou que iria pra casa e que eu era um péssimo colega de estudos, acompanhei ele até a porta e quando eu voltei pro quarto o Derek já tinha colocado a jaqueta, então meu celular vibrou, era uma mensagem do Scott, era uma foto do colar da Allison, Derek pegou o celular da minha mão, olhou a foto com uma cara irritada e depois falou:
- Vamos
- Pra onde?
- Pro hospital, eu preciso de uma carona, não posso pegar meu carro pq. eu ainda sou um fugitivo. E preciso que você tente falar com meu tio pra ver se ele reconhece esse colar.
- Tá... vamos.
Quando nós chegamos lá, eu parei o jipe e meu celular tocou, era o Scott:
Scott – Conseguiu ver a foto?
Eu - Sim, parece bem com a do desenho.
Depois de falar isso o Derek segurou minha mão e puxou pra falar com o Scott:
Derek – Tem alguma coisa atrás? Tem que haver algo. Uma descrição, abertura, qualquer coisa.
Scott – Não, a coisa está limpa, e não, não abre. Stiles onde você está? Era pra você está aqui, você é o titular. Você não vai jogar se não tiver aqui quando o jogo começar.
Eu – Eu sei, olha Scott se você vir meu pai pode dizer a ele que... Eu vou estar aí, mas vou me atrasar, ok? Obrigado.
Depois disso eu desliguei o telefone, eu sabia que era um jogo importante e que era importante meu pai me ver jogando hoje, mas eu não podia deixar o Derek aquela hora, eu era o único que podia entrar lá sem ser notado e perguntar ao tio dele sobre o colar:
- Você não vai conseguir chegar lá a tempo.
- Eu sei.
- E também não contou sobre a mãe dele.
- Não até descobrirmos a verdade.
- Só mais uma coisa.
- Sim.
Ele pegou minha cabeça e bateu no volante, juro que se eu fosse um desenho animado apareceriam estrelas girando em minha cabeça, não doeu muito, mas foi o bastante pra me mandar um aviso:
- Meu Deus! Qual a necessidade disso?
- Você sabe muito bem o motivo disso. Agora entra naquele Hospital e procure pela Jenifer, ela é a enfermeira que cuida do meu tio, ela vai te levar até ele, tenta mostrar essa foto pra ele e ver se ele tem alguma reação.
Entrei no Hospital e não consegui achar a enfermeira que o Derek falou, o hospital parecia deserto, fiquei uns minutos procurando a Jenifer, mas não achei ninguém, então liguei pro Derek:
Eu – Eu não to conseguindo encontrar ninguém Derek, isso aqui tá deserto.
Derek – Tenta achar a sala do meu tio, ele fica no primeiro quarto do corredor 211
Eu – Bom... Coincidentemente to passando em frente a esse quarto e ele não está.
Derek – O quê?
Eu – Ele não esta aqui, foi embora, Derek.
Derek – STILES SAI DAÍ AGORA! É ELE, ELE É O ALFA. SAI DAÍ
Quando eu escutei isso todos os nervos do meu corpo pareceram se desfazer, eu só pensava em correr mais ainda estava paralisado, então quando consigui me mover e sai do quarto:
Peter – Então você deve ser o Stiles.
Quando me viro pra correr me cercando do outro lado do corredor aparece uma enfermeira:
Jenifer – O que está fazendo aqui? A hora de visita já acabou.
Eu – Você, ele? Você e ele. Foram vocês que... Meu... E ele é o... Meu Deus do céu eu vou morrer.
Quando eu já estava me conformando com a morte, o Derek entrou e bateu com o cotovelo no rosto da enfermeira e ela caiu no chão:
Peter - Isso não foi legal, ela e minha enfermeira.
Derek - Ela é uma louca, ajudando você a matar pessoas. Sai da frente Stiles.
Eu – Droga!
Na mesma hora eu me joguei pro lado e deixei o Derek e seu tio Peter lutarem entre si enquanto eu tentava fugir daquilo tudo:
Peter – Você acha que eu matei Laura de propósito? Uma pessoa da minha própria família? Minha mente e minha personalidade foram completamente queimadas, sou guiado pelo puro instinto.
Derek – Quer perdão?
Peter – Eu quero compreensão, tem ideia do que foi pra mim todos esses anos, curar célula por célula. E mais devagar ainda voltar a consciência. Sim, se tornar um Alfa tirando isso de Laura acabou me dando um empurrão no processo, tentei te avisar o que estava acontecendo.
Eu estava apavorado e o Derek estava levando uma surra, O Peter era de longe mais forte que ele, enquanto o Derek estava no chão o Peter batia nele enquanto conversava com ele como se estivessem sentados tomando um chá, o Derek foi se rastejando pra uma sala meio escura e eu fiquei escondido em outra sala, depois de um tempo não ouvi nada, então por instinto peguei a primeira coisa afiada que vi na minha frente e fui correndo pra dentro da sala, e quando cheguei lá a sala estava vazia.
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