História Sugar - Choni - Capítulo 1- Politicagem.

Cheryl Blossom point of view.

Sem namorado. Sem casa própria. Sem mais argumentos. Essas são as afirmações que eu, Cheryl Blossom, venho citar-lhes.

Faço faculdade de psicologia(ou fazia?) mas parece que quem precisa de um psicólogo urgentemente sou eu, PORÉM, isso custa dinheiro... o que, além de dignidade, me falta no momento.

Devem estar ser perguntando: Como assim você passou de uma estudante de psicologia para uma sem teto?! Respondendo vossas dúvidas: Não, ainda não sou uma sem teto, foquem no ainda; mas se as coisas continuarem assim irei virar definitivamente uma desabrigada com passe de intercabista estadual em Washington. Sim, eu resido atualmente em Washington. Não, eu não nasci aqui. Sou de Riverdale, Virgínia; uma pacata cidade com no máximo uns mil habitantes onde ninguém serve nem pra doar sangue, esse foi, entre outros, o motivo que eu saí de lá.

Eu morava num lugar chamado Thistlehouse, um lar para garotas órfãs. Fui deixada na porta do orfanato durante a madrugada de inverno somente com meu nome e sobrenome, é quase morreria se não fosse uma velha cuidadora chamada Rose que me achou e me levou para dentro. Até hoje a chamo de Nana Rose, pois e como a avó que eu nunca tive a chance de conhecer ou nem sei se tenho...

Bom, minha infância foi recheada de tédio, causado na maioria das vezes pelo meu humor meio diferente por sobre isso a solidão. Nana dizia que eu era peculiar. Queria que fosse tão simples...

Antes de contar  a vergonha de minha vida devem estar se perguntando como consegui dinheiro para me mudar para uma cidade como Washington , a capital do nosso amado país, sendo órfã. A resposta para esse questionamento e simples: Nana Rose. Sim, a mulher que me acolheu era viúva de um veterano de guerra e em todo o mês recebia quantias para se sustentar sem problemas. Assim que eu cheguei ao orfanato ela se encantou por mim, palavras dela mesma, é cuidava de mim como sua verdadeira neta. E assim que completei meus 18 anos tive que sair do lugar que chamei de lar a minha vida toda, porem antes de ir Nana me confidenciou a existência de uma conta bancária em meu nome aonde, por vontade própria, ela colocou todo o mês a quantia que recebia de seu marido já falecido. Nessa poupança residia um valor admissível para eu passar todo meu período de estudos sem me preocupar com casa e alimentação. Comprei um apartamento assim que me mudei e estudei para realizar o meu sonho é orgulhar minha Nana. Mas como diz o ditado: nem tudo e um mar de rosas.

 O quanto irônico e para você, caro leitor, que eu, inocente como uma árvore em frente ao madeireiro, pensei que tinha achado o homem da minha vida. De boa aparência, elegante, carismático, é sabia como conquistar alguém com aquele olhar cafajeste além de ser francês. Bom, admito com exímia  vergonha, que me apaixonei por ele, Nicolas St.Clair. E tempos depois acabamos por morar em meu confortável apartamento.

Mas como um desastre depois da calmaria descobrir que Nick me traía desde que começamos a namorar, meus chifres devem estar maior que o pão de açúcar. Piadas a parte eu realmente fiquei devastada, não so pela traição, o filho da puta babaca do caralho roubou todo o dinheiro da minha conta. Como? Um belo dia ele pediu com uma carinha de bebê que queria um violão... dei a senha da conta e mandei ele comprar. Seis meses depois descubro que minha conta estava zerada, tudo o que me restava era o dinheiro já pago para a faculdade. Meu apartamento? Ele levou a escritura e mando a porra de um advogado me intimar a sair me dando somente 2 fucking dias para sair da porcaria do MEU apartamento.

Sem dinheiro, sem casa, sem nada, somente um belo par de chifres e uma mala na mão. Então sem opções tirei o dinheiro de um ano da faculdade e usei pra morar num dormitório compartilhado com mais 3 garotas perto da faculdade. Elisabeth Cooper: loira, nerd, meio louca, americana. Veronica Lodge: Morena, ex-rica, metade brasileira e a outra metade americana. Josie Maccoy: Negra, morena, canta em bares, americana. E depois de toda essa narração dos desastres de minha vida lá estou eu com 24 anos sem dignidade alguma circulando trabalhos no jornal.

- Acham que eu posso ser babá?- Coloco a caneta na boca como uma mania pensante. Josie tira os olhos do livro e me olha com incredulidade, porem quando ver que a pergunta é seria resolve responder.

- Definitivamente não. Você quase colocou fogo na cozinha.

- Foi só uma vez. E era uma receita difícil- Defendo-me veementemente. Alguém tem que tá do meu lado né?!

- Era um miojo Cheryl!!!- Dita Beth tirando a atenção do notebook para me julgar. Sabe aquele olhar julgador que seu gato te da do nada? Dois gatos julgadores estão me olhando agora!!!

- Como eu vou saber o tempo que o macarrão tem que ficar na água??!!

- Tá na embalagem sua sonsa!!!- Diz Veronica abrindo a porta da entrada- E falem mais baixo da para ouvir do corredor. As paredes são finas lembram?

- Lembro bem da vez que o Archie veio “estudar” aqui- Pontuo voltando a atenção para o jornal em minhas mãos. E, eu sei patético. Quem usa esse tipo de jornal hoje em dia??! Tadinha da natureza.

- VAI COMECAR!!!!- Grita Josie e corre que nem uma gazela saltitante meio chapada pra ligar a pequena TV de plasma na sala.

- O que exatamente vai começar?- Pergunto ainda me recuperando do susto anterior. Se eu morrer volto pra assombrar essa filha da égua.

- O resultado!! - Do que essa asna tá falando? Acho que minha expressão de dúvida passou mentalmente pra morena- Da eleição...?

- Ah... achei que essa coisa de festas de rei e rainha eram só no ensino médio.

- Depois dizem que eu sou a lerda- Diz Beth revirando os olhos- Ela tá falando da eleição presidencial ruiva.

- Entendeu agora ou preciso desenhar?!- Jogo uma almofada nela, a qual ela desvia e bate no rosto de Veronica que estava sentada ao lado de Josie que agora estava no sofá esperando a bandida TV ligar.

- Ok. As três são merdas e eu sou linda. Agora calem os bicos para eu escutar a televisão. Tinha que ser americanas.

- Fala como se não fosse né? – Ronnie já abriria a boca pra revidar a alfinetada de Beth mas foi interrompida pelo som da pequena televisão compartilhada.

“ -estamos ao vivo em Washington, a nossa amada capital, acompanhando de perto todos os detalhes do fim da campanha presidencial e o início de uma nova era para os norte americanos.

- as disputas estavam bem acirradas nos últimos meses entre Johan Jonsson e Antoniette Topaz. Os favoritos deste ano. Estamos na espera dos candidatos, que até agora ainda não deram as caras.

- voltamos já com mais informações.”

- Só eu que não sei quem são?- deixo o jornal de lado focando na TV que passava os comerciais.

- Você e política são minhas paralelas, ou seja, nunca se encontram.

- Mas agora tô interessada... me diga o que sabe Oh poderosa Josie sabe tudo de política.

- Só Josie mesmo. Enfim minha candidata com certeza e a Antoniette. Ela luta pelas causas sociais, é a favor da comunidade LGBTGIA , já foi a protestos por causas naturais, é negra e mulher. Além de ter um senso de moda impecável.

- Ela ama usar ternos de cores fortes com camisas sociais brancas ou pretas, sapatos sociais e cabelo cacheado com pelo menos uma trança. Além de amar usar suspensórios- Beth coloca seu lado “oi eu estudo moda e você não”.

- Eu tiraria aquele suspensórios com a boca se ela deixasse...- Diz Veronica com uma cara pensativa.

- Não sabia que gostava de velhas Ronnie...- geralmente essas pessoas que se candidatam são velhos... E flácidos.

- Você já viu ela alguma vez ?

- Já!!- Era claramente uma mentira mas não me julguem, não aguentaria mais piadas sobre minha ignorância política.

- É essa e sua opinião sobre ela ?

- Sim!- Olho as horas no celular e vejo que já estava perto de mais uma das minhas entrevistas de emprego- Tenho que ir. Fiquem com suas politicagens e essas coisas de velhos. Eu só volto empregada!!!- Pego minha bolsa e saio porta a fora.

Washington Dc que me espere pois vou fazer esse país queimar.