História Superficial - Are you hearing voices again?

*FRANK’S POV*

Acordei como se fosse uma pessoa diferente, pela primeira vez eu tinha acordado cedo sem precisar de despertador e de bom humor! O dia anterior foi praticamente um sonho para mim, e ao mesmo tempo um pesadelo. Sinceramente não sei o que está acontecendo comigo, na verdade eu sei sim, só não quero admitir para mim mesmo que estou começando a me apaixonar por Gerard Way e isso me deixa mal, porque se apaixonar é praticamente perda de tempo, não que o tempo que eu passei com ele e o conheci melhor tenha sido uma perda de tempo, mas não tenho tempo pra me apaixonar... Ok, isso ficou confuso. Enfim... Tentando explicar melhor o meu surto de ontem, foi por causa disso, ele é bem mais velho que eu e como ele disse, sou uma criança boba, além disso, ainda falou que prefere brincar tenho certeza que no final de tudo meu coração irá ser quebrado. Não que isso fosse novidade, nem me importo tanto, mas não quero passar por toda aquela fase de novo, escutar músicas tristes e me entupir de comida como se isso fosse completar o espaço vazio dentro de mim. Mas não importa, só quero observar pra sempre aquelas orbes esverdeadas. O mistério de seus olhos cansados e profundos deixa minha alma mais viva que nunca.

Levantei-me e fiz minha rotina matinal de sempre, quando eu estava arrumando meu cabelo para poder descer para tomar meu café da manhã escuto algumas vozes e risadas vindas do andar inferior. Que merda é essa? Minha mãe ainda está em casa? Desci rapidamente as escadas e vejo a mesa da sala cheia de comida para o café da manhã. Achei completamente estranho, minha mãe sempre fala para Melanie que não precisa arrumar a mesa do café da manhã. O pior não era isso e sim Gerard sentado próximo a minha mãe na mesa gargalhando alto com sua mão em cima da mão de Linda. Que merda é essa?

- Bom dia, Frankie, não sabia que iria acordar tão cedo, sente-se conosco. – Minha mãe disse mais sorridente que nunca, e quando Gerard percebeu que eu estava ali logo tirou sua mão de perto da mão de Linda e disfarçadamente fingiu arrumar os cabelos.

Não recusei o convite, sente ao lado de minha mãe e fiquei de frente a frente com Gerard. Queria ver o circo pegar fogo e não, NÃO ESTOU COM CIÚMES.

Enquanto eles conversavam e riam sobre assuntos de seus passados eu comia meu bolo silenciosamente e vendo como Gerard era educado e lindo.

- Ger, conta pro Frankie como a gente se conheceu – Minha mãe disse sorrindo.

- Frank, foi muito engraçado – Gerard gargalhou e minha mãe também – Estávamos no corredor do nosso antigo colégio, e eu estava com um copo de suco na mão caminhando pelo corredor quando Linda estava vindo em minha direção, como eu era apaixonado pela garota mais linda do colégio, vulgo sua mãe, comecei a me aproximar mais dela. Eu estava tão nervoso que sem querer derramei todo o suco em sua roupa de líder de torcida. – Os dois começaram a rir e eu lá com a minha cara fechada de sempre, não achei a mínima graça. – Então a ajudei a se limpar no banheiro e... Bom não preciso contar todos os detalhes e depois disso viramos amigos e namoramos.

- Ah... Bons tempos Ger, bons tempos – Linda o olhou com um sorriso e Gerard retribuiu a olhando da mesma forma, os olhos brilhando. Mas o que? O que está acontecendo aqui?

- Então mãe, eu e o Gerard almoçamos fora juntos ontem e depois comemos pizza, não foi Gerard? – Eu disse o encarando, juro que se olhar matasse, o meu olhar estaria matando Gerard agora.

- Ah sim, e tomamos sorvete também. – Gerard completou.

- Que bom que Ger cuidou de você ontem. – Gerard e minha mãe nem sequer me, eles só ficavam se encarando com um sorriso bobo no rosto.

- Hm okay. Vou subir mãe, tenha um bom dia no trabalho. – Eu disse sério, deixando quase toda a fatia do meu bolo no prato.

- Tudo bem docinho, Melanie vai fazer seu almoço hoje. Tenha um bom dia também.

Eu nem olhava para trás só me arrastava enquanto subia as malditas escadas. Cheguei ao meu quarto, me joguei na cama e deixei meu fone no último volume. É claro que a piada mais engraçada sou eu, não é mesmo? É óbvio que alguns sentimentos da minha mãe pelo Gerard não mudaram depois de tanto tempo, e a mesma coisa com Gerard. De tanto pensar em alguma solução para abandonar o início de meus sentimentos fortes por ele meus olhos se enchiam de lágrimas, estou tentando ser forte para segurá-las. Mas eu não preciso dele, na verdade preciso sim. Ah, que merda! Odeio isso, eu odeio, tenho que me afastar dessas besteiras pra ver se pelo menos mantenho minha sanidade. Pronto, achei a solução, vou me afastar de Gerard, mesmo com ele morando aqui eu sei que consigo ignorá-lo. Em meus pensamentos de vingança, acabei caindo no sono.

Acordei com uma voz me chamando, achei que era Gerard e nem abri os olhos, mas era uma voz feminina e percebi que era Melanie me chamando para almoçar. Melanie sempre foi nossa empregada, ela é praticamente da família, quando eu era mais novo e minha mãe não tinha tempo para ficar comigo, era ela que ficava ao meu lado. Eu confio muito nela, mas agora ela só vem aqui quando minha mãe a chama, e já que Gerard iria passar uma temporada lá provavelmente Mel iria. Ela é uma ruiva bem sensual e bonita, uma vez me contou que também trabalhava numa boate como stripper e era bem engraçado ver os velhinhos que apareciam por lá enfartando por tanto Viagra ingerido. Às vezes nós ficávamos nos beijando por brincadeira e às vezes a brincadeira ia até mais longe, porém nunca gostei de meninas.

Desci as escadas e vi a mesa arrumada para o almoço, tinha apenas dois lugares, provavelmente meu e do Gerard, mas me enganei quando Melanie trouxe nossos pratos para começarmos a comer. E por um impulso perguntei.

- Mel, onde está Gerard? – Arqueei uma sobrancelha, mas não a encarava, estava preocupado mais em encher meu prato de comida.

- Sr. Way foi almoçar junto com sua mãe, Frankie.

Quase engasguei quando ela disse isso mas fingi que nada tinha acontecido e simplesmente mudei de assunto. Depois de almoçarmos e depois da Mel continuar falando de como o Gerard é um gato, liguei para Bob e perguntei se podia passar à tarde em sua casa, ele disse que sim.

Eu precisava tirar mais conclusões, ter mais alguns planos de vingança e sei lá, Bob teria ideias malucas o suficiente para me ajudar nisso. Eu preciso de alguém para me abraçar e dizer que está tudo bem, eu preciso de uma companhia, se eu continuar sozinho irei enlouquecer.

Você consegue ouvir as vozes dizendo que ele não te ama?