Na noite anterior, Sana ainda conversou bastante com a Son e quando o assunto de que a estadia de Mina se perduraria por mais de um dia entrou em pauta, a japonesa quase levou um sapato bem no meio do rosto. Isso só não aconteceu, porque a própria Myoi chegou e Chaeyoung que estava uma fera, ficou completamente calma, um doce de pessoa ao ver seu "filho e mulher".
Sana só riu mais ao assistir tudo aquilo de perto e quase não conseguiu se controlar quando teve que fingir tristeza por não poder ficar mais com seu cachorrinho, devido a sua "alergia". Foi uma noite memorável e muito divertida.
A ruiva acordou na manhã seguinte com um humor totalmente diferente do habitual. Estava mais "leve" e alegre com tudo à sua volta e ela sabia muito bem a que isso se devia.
A japonesa trocou breves mensagens carinhosas com a Kim ao longo do dia, ambas passaram o mesmo super ocupadas e infelizmente isso se estenderia até a noite para uma delas.
Sana caminhava em passos calmos pelas calçadas desertas das ruas de Seul. O horário avançado contribuía para esse estado. O clima frio fez com que ela abrigasse as mãos nos bolsos do sobretudo negro que usava. O vento leve fazia seus fios ruivos balançarem à medida que andava, era uma noite agradável, perfeita para seus planos.
A estrangeira dobrou uma esquina, entrando numa nova rua e antes do final da mesma, seus olhos castanhos avistaram seu alvo, por isso manteve os passos tranquilos. E com menos de dois minutos depois, chegou onde queria.
A princípio a japonesa não falou nada e apenas se juntou aos três na tarefa de observar aquela grande casa, imponente e isolada por uma cerca baixa de ferro. Um lugar que deveria representar acolhimento e amor, mas que para aquelas quatro almas significava o mesmo que estar pisando no próprio inferno.
O silêncio perdurou por cinco longos minutos, no entanto, este fora quebrado pelo garoto mais velho que estava ao lado de Sana.
__O que faz aqui, senhorita Minatozaki? Pensei que não tínhamos mais assuntos pendentes! – a estrangeira virou de maneira lenta seu rosto na direção do rapaz ao ouvir a pergunta. Ela não conseguia enxergar a face dele com exatidão, devido a escuridão parcial que recaia sobre eles, mas, agora sentia perfeitamente os três pares de olhos em si.
__E não temos! – afirmou com um tom calmo, voltando toda sua atenção para os jovens __Porém, preciso da ajuda de vocês, por isso vim propor algo! – completou sua fala e viu os três ficarem surpresos.
__Ora, isso é uma grande novidade! Mas, diga lá, o que tem em mente? – o "líder" disse com um sorrisinho cínico. Apesar da auto confiança demonstrada, lá no fundo ele sabia que a Minatozaki não costumava "negociar" nada e se quisesse, simplesmente daria um jeito de obrigá-los a fazer o que quer que fosse, então, era melhor manter tudo na paz.
__Quero que me ajudem a dar uma lição em dois otários! – Sana foi o mais direta possível e viu os jovens frazirem o cenho, mas eles jamais perguntariam o "porquê" daquilo, não do feitio e nem da conta deles, além de tornar tudo mais fácil e prático.
__Nos diga o que ganharíamos com isso? – o loiro que estava encostado em um muro perguntou.
__Minha ajuda na noite em que forem fazer o que mais desejam em suas vidas, e meu total apoio quando precisarem fugir após isso! – a japonesa respondeu no mesmo instante com uma seriedade extrema. E se os garotos fossem analisar bem, era realmente um bom negócio pra se fazer.
__Nossa, você deve odiar mesmo esses coitados, pois sequer hesitou em garantir algo que nos negou desde que nos conheceu – o mais novo comentou um pouco perplexo e os outros dois prontamente concordaram. A ruiva respirou fundo, era muito claro o motivo pelo qual ela estava fazendo aquilo, mas ninguém além dela precisava saber disso.
__Digamos que estou com uma nova perspectiva de vida e o jeito desses dois vermes está me atrapalhando muito – por fim a estrangeira disse e os garotos assentiram.
__Você está apaixonada, isso sim. Lembro-me bem daquela jovem com você na feira – o mais velho afirmou sorrindo divertido dessa vez e os outros dois o seguiram, já Sana arqueou a sobrancelha diante da audácia.
__Cala a boca, seu pivete. Vamos logo, meu carro tá aqui perto – a japonesa falou com a expressão fechada e ao contrário do que pensou, os garotos apenas começaram a sorrir mais antes de finalmente começarem a segui-la.
[...]
O veículo da Minatozaki estava estacionado há pelo menos dez minutos na frente daquele bar movimentado. Ela havia deixado os garotos onde eles deveriam ficar e seriam necessários. O horário corria cada vez mais e aquilo era fantástico, pois a ruiva sempre gostou mais da noite do que do dia, principalmente por causa do ser humano impiedoso que ela se tornava com aqueles com quem tinha desavenças.
Sana retirou o sobretudo do corpo, ficando apenas com o vestido curtíssimo que havia escolhido justamente para aquela ocasião. O tecido preto cobria somente o necessário e ela tinha certeza que o decote cavado do mesmo chamaria a atenção de seus alvos. A japonesa sorriu para si mesma através do espelho do retrovisor.
Essa noite promete…
A ruiva entrou no interior do bar em passos confiantes. A música ambiente, assim como o barulho de muitas vozes chegou aos seus ouvidos. E obviamente muitos olhares curiosos e de claro interesse a seguiram enquanto ela caminhava para o balcão. Um sorriso cínico se desenhou na face da Minatozaki quando bem ao seu lado surgiram os dois caras que infernizavam a vida de Dahyun, antes mesmo que ela pudesse pedir algo ao barman.
__Ei, você não é a garota que namora aquela aberração da faculdade? – um deles falou a medindo de cima a baixo. A japonesa sentou-se calmamente em uma das baquetas e cruzou as pernas da mesma forma. Sua vontade foi de revirar os olhos, agir por impulso e mandar os dois pra puta que pariu, mas isso seria estupidez, então, o jeito era ser fria com a situação, mesmo que por dentro estivesse fervilhando de ódio.
__Por favor, não me lembre disso! – pediu revezando seu olhar entre os dois __Que tal se falarmos sobre o presente, ou melhor, sobre o futuro prazeroso que poderia acontecer essa noite – Sana sugeriu com um sorriso presunçoso e os olhos da mesma maneira, precisava que eles esquecessem Dahyun e mordessem a isca. E soube que havia conseguido isso quando os dois trocaram olhares animados e em seguida a fitaram.
__Como desejar! Bom, vamos começar do jeito certo, eu sou o Siu, e este é meu amigo que você provavelmente já conhece da festa, enfim, Haneul – o moreno apresentou e a estrangeira se obrigou a lhes encarar como se eles fossem as coisas mais interessantes do mundo. É óbvio que ela lembrava daquele desgraçado da festa, porém, preferiu enterrar aquilo por hora em sua mente.
__Sou Minatozaki Sana e o prazer é completamente meu! – principalmente quando estivermos a sós, sem nenhuma testemunha. Completou em pensamento.
__Sana, você parece ser alguém bem prática, então, o que acha de uma festinha a três? – Haneul sugeriu, ousando se aproximar um pouco mais. Ele parecia ter esquecido completamente da festa dos universitários.
Bingo!
Era aquilo que a Minatozaki queria, uma desculpa para sair dali sem chamar atenção.
__Eu ainda nem tive tempo de tomar nada! – a ruiva falou apenas para parecer que estava provocando, e eles claro; caíram.
__O que vamos te dar é muito melhor que qualquer bebida! – Siu disse convencido, lançando um sorriso sedutor para a estrangeira, esta que não poderia estar mais satisfeita com o que se desenrolava ali. Ambos eram tão convencidos e tão estúpidos ao ponto de esquecerem que quando a viram pela primeira vez, ela não fôra nem um pouco cordial com eles, e o motivo; Dahyun.
Estúpidos, pensam mais com a cabeça de baixo, do que com a de cima.
__Estou contando com isso! – por fim, Sana falou e se pôs de pé. Os dois homens foram tão descarados que sequer disfarçaram o olhar malicioso para cima do corpo da ruiva, esta que revirou os olhos internamente, mas por fora sorriu.
__Vamos no meu carro, se não for assim, cancelamos tudo agora mesmo! – a japonesa impôs enquanto os três caminhavam para fora do recinto. Os dois amigos estavam tão ansiosos e animados com o que aconteceria que sequer se importavam com esses detalhes.
__Façamos como achar melhor, gatinha! – Haneul falou, em seguida abraçou a cintura da japonesa, as narinas desta inflaram numa tentativa imediata de controlar o impulso de socar o rosto sorridente daquele indivíduo ousado.
__Por favor, controle-se. Vamos deixar o contato para mais tarde quando chegarmos a um motel super reservado que conheço! – Sana disse do jeito mais educado que conseguiu e tirou o braço do homem de sua volta. Os dois ficaram intrigados com aquele comportamento, mas no fim, apenas o relevaram.
__Onde está seu carro? – Siu perguntou, olhando para ambos os lados da calçada. A estrangeira sorriu de forma sapeca, o veículo estava bem em frente a eles, mas obviamente não seria nele que iriam.
__No fim da rua, tive dificuldade para achar uma vaga – repondeu, já seguindo caminho e sentindo os olhos dos homens grudados em seu corpo, claramente não houve protesto algum.
Os três seguiram em silêncio por vários metros e aquilo já começava a ficar estranho para os amigos e obviamente Sana previu que tal coisa aconteceria, por isso estava na hora de agir. Então, a ruiva virou abruptamente, consequentemente fazendo os dois pararem de andar e a olharem com os cenhos franzidos em confusão.
__O que foi, gatinha? Algum problema? – Haneul questionou. Já a japonesa fechou os olhos brevemente para concentrar-se e conseguir falar o que era necessário.
__Sim! – disse se aproximando deles para poder pôr as mãos sobre o peitoral de ambos os homens. A Minatozaki manteve os olhos cravados neles, não queria passar uma imagem de "tímida", mas sim de uma mulher decidida e que estava disposta a tido aquela noite __Sabe, estou há muitos dias sem uma boa foda, não sei se vou aguentar o tesão até o motel. O que acham de uma rapidinha ali naquele beco? – propôs com uma voz baixa e sedutora, indicando com a cabeça o local. Logo sorrindo de maneira presunçosa quando os dois idiotas assentiram instantaneamente.
__Eu sabia que aquela aberração não saberia sequer tocar uma mulher direito, mas se preocupe, vamos resolver seu problema agora mesmo – Siu afirmou, já entrando no estreito "corredor" que era formado pelas paredes laterais de dois prédios. Haneul o seguiu como um cachorrinho, e Sana, bom, esta foi mais atrás, caminhando calmamente enquanto um sorriso maldoso tomava conta de sua face.
__Sana por onde você quer começ…– o resto da fala de Haneul ficou presa na garganta, pois assim que o moreno virou encontrou a ponta de um revólver engatilhado na direção de sua cabeça, este que era segurado por um jovem que estava ao lado daquela linda ruiva gostosa e traiçoeira.
__Siu! – murmurou, totalmente perplexo. Batendo repetidas vezes no braço do amigo que ainda se encontrava de costas, mas que virou no mesmo instante que ouviu aquele chamado estranho.
__Que porra é essa? – o homem perguntou, já com uma careta enraivecida.
__Uma pequena surpresa que preparei para vocês, mas ainda não podem dizer o que acharam, nós só estamos começando – a Minatozaki respondeu de maneira divertida e engatilhou o revólver em sua mãos, apontando-o para o coreano quando este tentou avançar. O barulho característico preencheu o silêncio do beco, e os homens não viram outra opção senão levantar ambas as mãos em sinal de rendição.
__O que significa isso? Achamos que…
__Acharam que eu trocaria minha namorada maravilhosa por dois idiotas como vocês! Ah, façam-me o favor, né? Eu jamais seria estúpida a tal ponto – a japonesa, agora completamente séria, falou interrompendo o homem, pois para o azar dos dois amigos, na mente dela só estava vindo as imagens do quão mal Dahyun ficava quando sofria ataques de seus colegas de faculdade.
__Mas…– Haneul tentou, porém, foi interrompido de forma brusca.
__Mas nada! Eu não confio nessa maldita justiça dos homens que é aplicada nos tribunais. Qualquer final pode ser manipulado por uma boa soma de dinheiro. Até que não me importo com isso, no entanto, vocês não pararam de perturbar alguém importante pra mim e é por isso que vão pagar – a estrangeira ditou sem rodeio algum. Siu e Haneul engoliram em seco diante da situação em que se encontravam e no mesmo instante o som de um carro parando em frente ao beco pode ser ouvido por todos.
__Nosso transporte chegou, Minatozaki! – o loiro, ou melhor, Seung informou. Sana não o olhou, apenas assentiu.
__Bom, eu poderia dopar vocês para que não vissem nada, mas o meu objetivo é totalmente o contrário disso, quero que memorizem tudo o que vai acontecer essa noite, para terem certeza de que não tenho medo de nada, muito menos de engomadinhos – a ruiva disse, em seguida fez um gesto que indicava que os homens fossem na frente e assim foi feito.
[...]
A viagem na minivan durou menos de meia hora. A temperatura da madrugada tinha caído ainda mais, em contrapartida o medo dos dois amigos só aumentou mais quando eles desceram em frente a uma antiga fábrica de enlatados e foram obrigados a entrar na mesma. Era horrível a sensação de saber que o desconhecido os aguardava e o pior é que o "desconhecido" era controlado por alguém que parecia os odiar.
Haneul e Siu foram obrigados a sentar em duas cadeiras que pareciam bem desgastadas e foram amarrados nos braços das mesmas. O clima do ambiente era pesado, desconfortável e o silêncio ensurdecedor só tornava tudo pior. O medo dos dois homens aumentou mais quando uma bolsa média foi posta sem delicadeza alguma sobre uma mesa e o que quer que estivesse dentro dela fez um barulho enorme ressoar por todo o lugar quando bateu contra o ferro da mesma. Era uma fábrica abandonada, obviamente o espaço era enorme, porém, já muito maltratado pelo tempo.
Sana olhou para os homens por alguns minutos, em seguida para os três jovens que estavam ali, prontos para obedecer suas ordens em qualquer que fosse a situação. E já estava na hora de começar tudo.
__Fiquei sabendo das gracinhas que tentaram fazer com Dahyun há alguns dias e acreditem, estou extremamente puta da vida com isso! – a japonesa falou com um tom completamente sério. Estava focada e nada, absolutamente nada a impediria de fazer o que estava sentindo vontade, no entanto, antes causaria terror psicológico que poderia ser pior que qualquer agressão física.
__Do que está falando? Não fizemos nada com aquela aberração e se iríamos fazer, certamente ela merecia! – a prepotência nas palavras de Siu, assim como sua pose arrogante, foi algo que irritou a Minatozaki profundamente, por isso, ela focou seu olhar raivoso somente nele.
__Você nunca mais vai chamá-la dessa forma! – disse entre dentes. Seu maxilar estava tão endurecido que não seria nem um pouco surpreendente se seus dentes chegassem a quebrar devido a pressão, esta que aumentou consideravelmente quando uma gargalhada de deboche deixou a garganta do homem.
__E quem vai me impedir? Você e esses moleques? Ah, faça-me o favor! – perguntou da mesma forma prepotente.
__Siu, por favor! – Haneul tentou fazer com que o amigo calasse a boca, pois a situação já estava fodida o suficiente e um confronto verbal no momento não parecia ser a melhor forma de resolvê-la. Além do mais, o olhar mortal da ruiva pra cima do coreano mais velho causava uma sensação angustiante.
__Eu não vou me calar, Haneul. Essa vadia tem que entender qual o lugar dela e que jamais poderá me fazer de submisso! – ele respondeu fitando o moreno ao seu lado que parecia um cachorrinho assustado.
A japonesa forçou a garganta. Logo depois um sorriso psicótico se desenhou em seus lábios, em seguida ela saiu de perto da mesa e caminhou até estar parada em frente a Siu, este que continuava encarando-a como se fosse superior a qualquer um daquele lugar.
__Escute bem o que vou dizer. Apesar de querer muito fazer isso com cada grão de força que existe em mim; nenhum de vocês dois morrerá hoje, mas não posso prometer que vocês não vão implorar por isso, principalmente você! – Sana usou um tom manso, parecia até mesmo amigável. Bom, todos poderiam realmente pensar isso, se não fosse pelo olhar sádico dela __E só mais um recado, depois de hoje, vocês terão somente três dias para se recuperarem e voltar a faculdade. Farei questão de recepcioná-los pessoalmente e se vocês não forem, tenham certeza de que acharei vocês onde quer que seja e as consequências serão muito piores do que as coisas que vão acontecer aqui hoje. Jihoon traga o maçarico! – ordenou e adorou a reação de suas atuais vítimas.
A postura de Siu tinha caído completamente por terra e ele a olhava totalmente assustado agora, assim como Haneul, porém este parecia bem pior, pois o medo e o pavor o fez ficar pra lá de pálido. E aquele temor todo e medo eram como combustível para a estrangeira e isto a fez se lembrar de seu tio padre e do quão ansiosa ela estava para visitá-lo novamente.
__Aqui! – o mais novo, ou melhor; Jihoon entregou nas mãos da ruiva um maçarico em tamanho médio.
__Obrigada! – ela disse e ligou a máquina. A chama do objeto reluziu um brilho alaranjado por todo o local mal iluminado, a Minatozaki não se impediu de sorrir mais __Podemos começar? Lembro-me que o objetivo de vocês para esta noite era ficar sem roupa na minha frente, então façamos conforme o plano! – relembrou, levando as mãos a camisa branca social de Siu, puxando-a com força para ambos os lados, fazendo alguns botões sacarem e caírem no chão. O abdômen do homem ficou exposto e ele assustadíssimo com a violência.
__P-por fav-vor, não faça nada, p-por fav…
__Aprenda que implorar para alguém que está determinado, é tentativa falha! – Sana o cortou de maneira fria e quando já estava pronta para começar a se divertir, o som de seu celular tocando preencheu o ambiente __Droga! – sussurrou para si mesma enquanto olhava com desgosto para os dois homens que praticamente choravam devido ao medo __Seok assuma aqui e não se restrinja em entreter nossos convidados – chamou pelo mais velho que prontamente assentiu e pegou o maçarico das mãos dela.
A ruiva afastou-se alguns metros deles, então, retirou o celular do bolso, vendo no mesmo instante o nome de Dahyun brilhar na tela.
Por que será que ela estava ligando tão tarde?
Questionou-se internamente e logo atendeu a chamada.
__Oi, Dahyunnie!
__Oi, Sannie! Acordei você? – perguntou baixinho, de maneira cautelosa. A japonesa abriu um sorriso genuíno dessa vez, era tão bom ouvir a voz da outra.
__Não, minha linda. Pra falar a verdade, eu ainda nem tinha ido para a cama – respondeu de maneira breve e ouviu a menor soltar um suspiro de alívio.
__Menos mal! – a coreana murmurou e mesmo que pelo telefone, Sana percebeu que ela estava estranha, parecia hesitante.
__Aconteceu algo, Dahyun? – a mais velha não se conteve em perguntar.
__S-sim! E-eu só quero saber se p-posso ir no seu apartamento agora? – a pergunta um pouco atrapalhada chegou aos ouvidos da estrangeira e no mesmo instante seu sorriso aumentou. A menor nunca tinha tomado aquele tipo de atitude e imaginar que ela queria ir a sua casa no meio da madrugada era no mínimo surpreendente, mas também pra lá de agradável.
__Eu ainda não estou em casa, mas já tô chegando e não me importaria nem um pouco de chegar lá e encontrar você no meu quarto, principalmente sobre minha cama – respondeu com aquela voz baixa que sabia que a outra adorava.
__Eu posso mesmo? – a Kim questionou ainda um tanto insegura.
__É claro que sim e v…– a fala de Sana foi interrompida por um grito estridente de dor de um dos homens. A japonesa virou imediatamente e lançou um olhar mortal para Haneul que fôra quem havia gritado após levar vários socos no estômago.
__Sannie o que foi isso? Você está bem? Onde você está? – a ruiva voltou a realidade com as diversas perguntas da coreana e prontamente procurou uma maneira de reverter as coisas. A outra não poderia nem sonhar com o que estava acontecendo.
__Estou bem, Dahyunnie. Foi só a televisão, estou numa social na casa de uma amiga e resolvemos assistir a um filme de terror! – mentiu com a maior tranquilidade do mundo e pelo visto a desculpa foi engolida com facilidade.
__Ah, sim! Bom, eu vou lá para o seu apartamento te esperar – a mais nova falou após alguns segundos.
__Tudo bem, minha linda, não vou demorar! Até daqui a pouco! – a japonesa despediu-se e após ouvir um "tchau, Sannie" finalmente encerrou a chamada. Ela guardou o celular no bolso e voltou para perto daqueles dois vermes em passos apressados. Quase que eles a colocaram em uma bela de uma enrascada e era por tal coisa que deveriam sofrer em dobro.
__Tragam a porra das ferramentas, chegou a hora de deixar tudo mais interessante – ordenou impaciente para os adolescentes que estavam consigo enquanto fitava Siu e Haneul com desprezo, estes que já se encontravam bem machucados e com alguns pontos do corpo sangrando. Era satisfatório vê-los assim, mas Sana precisava de mais, muito mais.
Continua...
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