Com o passar dos meses, Eren, Armin e Idelnna foram ficando cada vez mais unidos, principalmente os dois Yeagers que rapidamente se fizeram melhores amigos, Eren e Idelnna praticamente não se desgrudavam para nada. Um dia quando o clima estava muito agradável, Carla levou os três amigos para fazer um pequeno piquenique no campo que tinha fora do distrito, os três passaram o dia inteiro no campo, e quase no finalzinho da tarde Grisha se juntou a eles depois de ter voltado de suas consultas dentro muralha Rose.
Armin havia pegado no sono após Idelnna lhe contar uma história, a pequena Yeager sorriu levemente e fez um leve carinho nos cabelos loiros de Armin, Eren riu da expressão comica de seu amigo enquanto ele dormia, Grisha e Carla levaram Armin para sua casa, Eren e Idelnna pediram para ficar mais um tempinho, pois queria ver as estrelas que aos poucos apareciam no céu, os dois adultos aceitaram com a condição de que eles não voltassem muito tarde para casa. Eren estava quase adormecendo mas sua quase soneca foi interrompida após ouvir, claramente, um grito chamando seu nome.
Ele abriu seus olhos e se levantou, olhando ao seu procurando quem era o possível dono daquela voz, e seus sonolentos olhos observaram uma pequena figura correndo em sua direção, ele estreitou os olhos tentando visualizar melhor quem.
— Eren!. — a voz infantil de uma menina ficou mais clara, e Eren visualizou a prima correndo em sua direção.
— Idelnna?. — Eren murmurou franzindo a testa, ele caminhou lentamente em direção a menina, a cada passo que dava seu olhar lhe permitia ver as expressões da Yeager, Eren ficou alarmado ao vê-la chorar com uma expressão desesperada em seu rosto. — Idelnna!!.
— A-ajude-me! A-ajude-me!. — Idelnna exclamou apressadamente, sua respiração pesada a impedia de articular as palavras que queria realmente dizer.
As duas crianças se aproximaram, e Eren percebeu que Idelnna estava levando algo em suas mãos, a menina lhe mostrou o que estava em suas mãozinhas, era um... Filhote de coruja? Eren franziu a testa vendo o pequeno animal de pulujem branca com pintas pretas.
— E-esse filhote caiu do ninho e se feriu muito por causa de uma raposa que estava tentando comê-lo, mas eu o salvei antes de que a raposa pudesse matá-lo. — Idelnna disse com a voz trêmula. — A-apesar de ter chegado antes do pior ter acontecido... E-ele ainda está bastante ferido, e com a queda sua asa acabou quebrando... E-eu não sei o que fazer, Eren me ajude... P-por favor! E-ele tá sangrando muito.
A menina falava incessantemente gaguejando tudo o que havia acontecido, mas Eren não conseguia entendê-la, ele colocou suas mãos sobre as dela, olhando-a suavemente.
— Acalme-se um pouco, você está muito alterada. — Eren disse calmamente. — Vamos levar o filhote para casa, talvez o meu pai saiba curá-lo, okay?.
— O-okay... — Idelnna sussurrou se acalmando, Eren tirou o seu cachecol vermelho e envolveu a pequena coruja, Idelnna segurou o filhote agora envolto no cachecol e ambos voltaram para a residência Yeager.
Quando chegaram, Idelnna mostrou rapidamente a pequena coruja para Grisha, o homem observou o pequeno animal e disse que veria o que poderia fazer e o levou até o porão onde que era tipo um consultório para o Yeager. Carla disse para as crianças esperarem e a fim de acalmar e distrair Idelnna, Eren a levou para o lado de fora da casa para observar o céu.
Um silêncio ponderava sobre as duas crianças, Eren olhou para a menina, Idelnna estava de cabeça baixa, olhando para seus pés que se mexiam sobre a grama macia, o menino suspirou.
— Hey... Não fique assim, vai ficar tudo bem. — Eren disse olhando-a franzindo a testa.
— Eu sei... É que... O filhote estava apenas querendo aprender a voar e acabou caindo da árvore, e a raposa que já estava a espreita a um bom tempo e o atacou, mordendo sua asa que já estava quebrada e eu quase cheguei tarde demais para resgatá-lo... — Idelnna disse enxugando seu rosto das marcas de lágrimas. — É minha culpa que ele está ferido.
— Não é culpa sua, o pássaro que foi idiota. — Eren respondeu franzindo os lábios.
— Não seja mau! Aquela pequena coruja só queria voar e poder cruzar aquelas muralhas, mas ele caiu... — Idelnna apoiou seus braços em seus joelhos e olhou para o céu, sentindo o vento mover seus cabelos escuros. — Quisera eu ter asas para voar além destas muralhas e ser livre como os pássaros.
Idelnna suspirou e abaixou a cabeça, a apoiando encima de seus braços, Eren não disse nada, só a observou em silêncio sentindo uma sensação estranha em seu coração ao vê-la tão triste. Por instinto, ele se aproximou e se ajoelhou na frente dela, bagunçando gentilmente seu cabelo junto com alguns leves tapinhas, e com a outra mão secando suas bochechas umedecidas, Idelnna ergueu a cabeça e o olhou surpresa, sentindo um estranho calor no estômago, ela corou suavemente ao ver Eren sorrir ligeiramente.
Por um instante os olhos verdes-esmeraldas de Idelnna brilharam ao ver o sorriso do menino antes de que eles se deslizaram para um o outro lado observando Grisha se aproximar deles com uma caixa média nas mãos e com leve sorriso em seu rosto. A menina se levantou abruptamente, afastando as carícias do Yeager mais novo e correu na velocidade da luz em busca de notícias da pequena coruja.
Eren ficou confuso e a seguiu com os olhos ficando na mesma posição, ele supôs que seu pai conseguiu salvar o filhote já que viu a menina pular de alegria enquanto abraçava o “salvador” do pequeno animal, Eren suspirou.
Idelnna era muito serelepe.
Depois de alguns minutos Carla os chamou para irem jantar, e apesar do pequeno incidente com o filhote a noite foi normal para a família Yeager, as duas crianças conversaram trivialmente, apreciando as estrelas brilhantes através da janela do quarto de Eren.
— Você sabe que quando ele se recuperar teremos que libertá-lo, não é?. — Eren perguntou vendo Idelnna acariciar a cabeçinha do filhote que parecia contente com os toques carinhosos da menina.
— Eu sei... Ele já deve estar com saudades da sua mamãe. — Idelnna disse suavemente. — Assim com eu sinto da minha.
Os olhos de Idelnna ficaram nostálgicos e Eren a olhou um pouco triste, sabia que a menina sentia falta da mãe, e desde que Idelnna venho morar com eles a sete meses atrás, a última visita de Taryn foi a quatro meses, e Idelnna ficava muito triste ao se despedir da mãe, e Eren não gostava de vê-la triste, tinha se afeiçoado com Idelnna e queria vê-la feliz pois gostava do jeito que ela sorria, pois seus olhos brilhavam quando ela ficava feliz.
— Você sente muita falta da tia Taryn não é?. — Eren lhe perguntou, Idelnna assentiu.
— Muita... As vezes eu tenho a sensação de que vai chegar um dia que ela virá me visitar e depois irá embora para sempre, e eu... Não quero ficar sozinha. — Idelnna murmurou baixinho enquanto colocava o filhote adormecido dentro da caixa, o envolvendo com o cachecol de Eren.
Eren a observou em silêncio, Idelnna estava com uma expressão bem tristonha, ele se aproximou um pouco e pegou a mão da menina, fazendo-a encará-lo, Idelnna ficou um pouco confusa com a ação de Eren, mas achou super fofo quando as bochechas dele ficaram coradas enquanto ele tentava parecer sério.
— Idelnna, nestes sete meses de convivência você se tornou uma pessoa muito importante para mim, você não é só parte da minha família, mas também é a minha melhor amiga. E eu não gosto de te ver triste, você fica mais bonita quando está feliz, principalmente quando você sorrir!. — Eren disse levemente corado. — E você nunca estará sozinha porque eu sempre estarei do seu lado. E eu prometo que não vou deixar você ser a última Yeager destas muralhas.
Essa declaração deixou Idelnna surpresa, além de que suas bochechas estavam ligeramente coradas e seu coração estava acelerado, a menina sorriu e bagunçou os cabelos do menino.
— Obrigada Eren, você também é muito importante para mim, eu tenho muito carinho por você. E também te considero como meu melhor amigo!. — Idelnna disse sorrindo amavelmente. — E... Obrigado por me ajudar e me confortar, eu agradeço muito, mesmo que tenha te tratado um pouco mal.
— Esta tudo bem! Foram as emoções do momento, não se preocupe. — Eren disse sorrindo enquanto colocava uma mão sobre seu peito, sentindo seus acelerados batimentos cardíacos. — Espero que nossa amizade nunca acabe, você consegue nos imaginar sendo adultos? Não seria ótimo morarmos juntos? Eu seria o homem da casa!.
— Já moramos juntos bobinho! E o seu pai é o homem da casa. — Idelnna o olhou divertida sorrindo com confiança. — E se continuarmos morando juntos até sermos adultos, essa função seria minha, sou mais forte do que você!.
— Hã?! Nem pensar! Eu serei o homem da casa! E eu sou forte sim!. — Eren exclamou. — Sou tão forte que irei cuidar de você pelo resto das nossas vidas!.
— Até parece!. — Idelnna replicou.
As duas crianças riram e continuaram a imaginar como seria suas vidas quando ambos crescessem e fossem adultos. Eren ergueu o dedo mindinho, deixando a menina curiosa com sua ação, e não demorou muito para Idelnna entrelaçar o dedo com o dele.
— Vamos estar unidos para sempre, Idelnna! Nos momentos bons e ruins e não importa o que aconteça, nós nunca iremos nos separar. — Eren sorriu. — O que você acha?.
— Eu concordo!. — Idelnna disse sorrindo.
Eles cantaram uma canção curta para fechar sua mais nova promessa que durará com o tempo. Antes de se separar, o menino beijou o mindinho da menina, e ela imitou a ação dele, ambos estavam sorrindo e felizes, mas ao mesmo tempo se perguntavam o que era a estranha sensação de borboletas em seus estômagos que estavam sentindo pela segunda vez naquele dia.
Enquanto isso, fora do quarto os dois adultos ouviam a conversa, Grisha e Carla se encararam e sorriram.
— Você acha que em algum momento eles vão descobrir?. — Carla sussurrou enquanto ambos iam para seu quarto.
Grisha sorriu quando graças ao poder do seu titã, ele pode ver uma visão futura de Eren e Idelnna, ambos sendo mais velhos e andando de mais dadas à beira do que parecia ser o mar...
— Talvez... — Grisha respondeu colocando um braço sobre os ombros de sua esposa. — Vamos torcer para que sim, querida.
Continúa...
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