JR POV on
-JR, não te ponhas a jogar e vem ajudar, mas é!- Baekho aparece do nada, pondo-se à frente da televisão.
-Ei, sai da frente! Estou quase a passar este nível!- supliquei, tentando espreitar para o ecrã mas sem sucesso.
-Jonghyun, é a última vez que te aviso! Levanta esse cu e vem ajudar!- Baekho continuou sem se mexer um centímetro.
-Aish, a sério! Às vezes pareces a minha mãe, Baekho. - pousei o comando e suspirei. - Satisfeito? - sorri sarcasticamente. -Além disso, o que é que há para fazer? Já fiz a minha parte toda.
-Preciso de me comportar assim quando tens atitudes de um puto de 5 anos! -Baekho fez uma pausa. - Além disso, sabes bem que estamos com um elemento a menos.
-Irra!- virei-me para Minhyun- Onde raio anda o Aron? Já não é tempo de fazerem as pazes? Já se passaram duas semanas!
-Mete-te na tua vida, JR!- Minhyun respondeu irado, levantando-se e saindo.
Baekho suspirou.
-A sério que tinhas que dizer aquilo, JR?
-Que foi? Só disse aquilo que todos estamos a pensar.
-Sim, mas são os dois teimosos e orgulhosos.
-E não são os únicos.- interrompeu JinYoung.
Baekho virou-se para onde JinYoung tinha aparecido, a sua cara iluminando-se num sorriso.
-JinYoung! Desculpa não te ter ido ajudar! Já terminaste?
-Não te preocupes, eu dou conta do recado sozinho.- JinYoung riu-se.- E sim, já terminei.
-Ei, espera aí? Que queres dizer com não são os únicos?- perguntei, sentindo que aquilo tinha sido dirigido a mim.
Baekho e JinYoung olharam um para o outro e riram-se.
-Nada, nada.- disseram em uníssono.
-Não disfarcem! Quando as pessoas dizem “nada, nada” quer dizer que é mesmo alguma coisa.
-Não interessa.- rematou Baekho.
Ia ripostar mas Minhyun voltou a entrar.
-Desculpem mas, será que podia ir embora mais cedo? É que… é que tenho umas… coisas para tratar. -Minhyun parecia meio engasgado.
-Sim, claro. Vai lá. - respondeu Baekho.
-Obrigado. Até amanhã, pessoal!- despediu-se Minhyun.
-E nós também devíamos ir.- JinYoung tocou no braço de Baekho que estremeceu com o toque.- Ainda temos que ir às compras.
-S-sim!- Baekho tentou esconder o embaraço. -Vamos lá.
-Pronto, então também vou.- levantei-me pronto a pegar nas minhas coisas.
-Não, JR! Tens que ficar aqui.- Baekho ordenou.
-O quê? Mas porquê? Fiz alguma coisa que mal para ficar de castigo?- reclamei.
-Não é isso, mas alguém tem que ficar à espera do Ren para quando ele chegar.
-Aish.. Está bem, está bem.- suspirei e sentei-me. - Espero bem que ele não demore muito! Estou esfomeado!
-Ei, nada de comer o que está na cozinha!- avisou JinYoung.
-Não se preocupem… Vão lá que eu fico bem.- acenei-lhes.
-Vê lá, não estregues nada. Até amanhã.- respondeu Baekho.
-Até amanhã. - disse também JinYoung.
Acenei-lhes em silêncio, ansioso para que se fossem embora.
Sentei-me novamente em frente à televisão, pegando no controlo do jogo.
-Vamos lá! Ao menos aproveito para jogar.
Perdi a noção do tempo enquanto jogava. Quando dei por ela, já começava a escurecer lá fora.
-Onde raio é que o Ren se meteu?
Peguei no telemóvel para lhe ligar. Logo ao primeiro sinal ouvi um telemóvel a tocar ao longe. Segui o som até ao vestiário. Debaixo do casaco de Ren estava o seu telemóvel. Peguei nele e desliguei a chamada.
-Boa, Ren! Aish, a sério! Este rapaz só me dá preocupações.
Peguei no meu casaco e peguei nas chaves da minha mota.
-Bem, é melhor ir procurá-lo. Vou só pegar nas minhas coisas e…
De repente ouvi confusão vinda da rua. Não sei porquê, mas o meu corpo gelou. No fundo, sabia que algo se tinha passado, tinha um péssimo persentimento. Sem pensar duas vezes, corri para o beco que dá para as traseiras do café.
Ira, nojo, desejo de vingança foram simplesmente algumas das coisas que se passaram pela minha cabeça ao ver aquela cena. Ren estava no chão, as suas roupas rasgadas, o cabelo desalinhado. Dois dos rapazes seguravam em Ren enquanto ele se tentava soltar. O terceiro rapaz preparava-se para enfiar o seu membro duro com toda a força em Ren. Tudo isto se passou num segundo.
-Ei o que vocês pensam que estão a fazer?- gritei antes de investir sobre um dos rapazes.
Apesar de serem mais do que eu, eram desorganizados e impulsivos. Claro que um luta nunca é fácil, especialmente quando estamos em desvantagem numérica. No entanto, a minha prioridade era Ren! Tinha que chamar alguém para ajudá-lo. Os três rapazes ainda deram luta mas, quando atirei o líder do grupo contra a parede, os outros dois perceberam que não tinham a mínima chance, fugindo o mais rápido que conseguiam. Vendo-se completamente sozinho, o terceiro rapaz também fugiu, cambaleando.
Não perdi tempo e corri para Ren, segurando-o gentilmente. Senti um nó na garganta ao ver o estado em que aqueles cretinos o puseram. A sua pele perfeita estava esmurrada e os seus lábios, aqueles lábios tão irresistíveis estavam cortados e cobertos em sangue. Ren estava inconsciente, não sei se devido ao choque se devido a alguma pancada.
-Merda! Ren, acorda! Por favor! -revistei os bolsos todos à procura dos telemóvel.- Merda, deixei o telemóvel lá dentro!
Fechei os olhos, sentindo os olhos a encherem-se de lágrimas. De repente, senti um toque delicado e frio na minha mão. Era Ren que me segurava a mão ternamente, os seus olhos entreabertos e um leve sorriso nos lábios.
-JR, vieste.- sussurrou, sem forças.
O meu coração apertou ao ver aquela frágil criatura tão aliviada por me ver. Se ao menos eu tivesse ido procurá-lo mais rápido, nada disto tinha acontecido.
-Shh… Vai tudo ficar bem… - manti a voz baixa, tentando esconder o facto que estava a chorar. As minhas mãos tremulas acariciaram o seu cabelo gentilmente, como se faz a uma criança para a acalmar- Vou só buscar o telemóvel para ligar para a polícia.
Os olhos de Ren abriram-se de terror.
-N-não!- balbuciou, reunindo todas as forças. - Só… leva-me para casa…-pediu, antes de voltar a perder os sentidos.
Suspirei e olhei em volta. A noite já tinha caído e o tempo estava mais frio. Lentamente tirei o casaco, pondo-o à volta de Ren antes de o pegar ao colo gentilmente para não o magoar. Voltei só ao café para pegar nos nossos telemóveis. Peguei também no casaco de Ren de onde caíram umas chaves. Peguei nas chaves de Ren. Eram as chaves do seu carro. Olhei para as chaves da minha mota e novamente para as chaves do seu carro. Se calhar era melhor levá-lo no carro. Ren estava inconsciente por isso, levá-lo na mota era impossível.
Tinha que levar Ren o mais rapidamente para casa. Se a minha mãe lá estivesse, talvez ela pudesse ajudá-lo.
Sem pensar duas vezes, corri para o carro, colocando Ren no banco traseiro, deitado e com os dois casacos por cima dele. Não hesitei e calquei o acelerador, fazendo o carro sair disparado para a rua. Conduzi o mais rápido possível, ciente que não podia exagerar muito por causa de Ren.
Mesmo assim, cheguei a casa em poucos minutos. Saí do carro e peguei novamente em Ren, galgando as escadas até ao meu apartamento. Tentava abrir a porta quando esta se abriu, de repente.
-Credo! Jonghyun! O que se passou? - a minha mãe estava em choque.
Entrei rapidamente, começando a soluçar à medida que revivia tudo novamente para explicar à minha mãe.
-Calma… -a minha mãe pousou a sua mão no meu ombro.- Vamos primeiro tratar dele e já me contas tudo. Pousa-o na tua cama com cuidado. Vai buscar as ligaduras, algodão, água oxigenada e pomada. Está tudo na minha mala de enfermeira. Ah, e traz também uma tesoura! Precisamos de lhe tirar estas roupas.
Fiz tudo como a minha mãe mandou. Ainda bem que ela estava em casa. No meio de tanta desgraça, tem que haver algo positivo.
Corri novamente ao quarto onde a minha mãe arregaçava as mangas, pronta para entrar em ação. Primeiro cortou o resto das roupas, expondo toda a pele alva de Ren. Os meus olhos percorreram cada centímetro do seu corpo. Cerrei os pulsos.
-A culpa é minha… -balbuciei.
-Não sei o que se passou mas em vez de te estares aí a lamuriar ajuda-me mas é, Jonghyun!- repreendeu-me a minha mãe.
Ela tinha razão. A melhor maneira de ajudar Ren era ajudar a minha mãe. Depois de todas as feridas limpas e pomada aplicada, suspirei de alívio. Ren dormia pacificamente.
-Bem, agora o melhor remédio é descanso. Se ele acordar, vai sentir as dores. Se isso acontecer, dá-lhe um analgésico.
-Vais a algum lado?- perguntei-lhe quando a vi levantar-se.
-Sim, vou ver se a tua avó tem alguma galinha para lhe fazer uma canja.
-Obrigado, mãe.- sussurrei, pegando na mão de Ren.
-Não tens que agradecer. E, Jonghyun…- fez uma pausa.- Não sei o que aconteceu e não tens que me dizer mas, não me parece que tenhas sido tu a causa do que lhe aconteceu. Pelo que me pareceu, foste tu quem o salvou.
-Mãe…- os meus olhos voltaram a encher-se de lágrimas novamente.
-Pronto, pronto. Tenho que ir ou já não encontro a tua avó acordada.
Sorri gentilmente. Era isto que eu gostava na minha mãe, ela nunca forçava nada. Voltei a minha atenção para Ren assim que a minha mãe saiu. Acariciei a sua cara suavemente, o meu olhar preso nos seus lábios entreabertos. O tempo passou mas eu nem dei por ela, completamente fixo em Ren.
-J..JR… - Ren voltou a acordar.
-Ren! Estás bem?- sobressaltei-me.
-T-Tenho sede e…- gemeu de dor, tentando mexer-se.- Dói-me o corpo…
-Não te mexas, eu venho já!- levantei-me e fui à cozinha a correr.
Voltei, trazendo um copo de água em um comprimido analgésico.
-Com cuidado…- ajudei-o a beber.
-Obrigado.- agradeceu Ren. -JR…- fez uma pausa.- A sério, obrigado…- os seus olhos encheram-se de lágrimas.
-Shhh…- sorri de maneira a reconfortá-lo.- Não te preocupes, está tudo bem agora. Mas…- decidi brincar com ele, para animá-lo.- Agora ficas-me a dever uma.
-Tudo o que quiseres!- respondeu Ren prontamente.
-Então quero um beijo.- ri-me, esperando uma reação típica de Ren.
No entanto, o que se seguiu foi algo completamente inesperado.
-Aproxima-te, por favor. Não me consigo mexer muito.
-R-Ren…- balbuciei, atrapalhado.- Estava só a brincar.
-Não importa, aproxima-te. -ordenou, corando um pouco.
Decidi fazer a sua vontade. Conhecendo o Ren como conheço, provavelmente ele estava só a fazer de conta para depois me bater ou assim quando me aproximasse.
Cheguei-me perto de Ren com cuidado, fechando os olhos, esperando algum tipo de punição pelo meu pedido. Sem aviso, senti uns lábios suaves tocarem os meus gentilmente, num beijo completamente casto.
-Auch!- Ren afastou-se, gemendo de dor.
Abri os olhos, olhando para Ren completamente estupefacto.
-T..-Tu…- balbuciei, tocando nos meus lábios.
-Não era isso que querias?- Ren corava ainda mais.
-Mas eu nunca pensei que tu… Tu não tinhas que te forçar a fazer isto…- acariciei a sua cara.
Ren fechou os olhos e sorriu.
-Quem te disse que me forcei a alguma coisa, pabo?- e lá estava o Ren que eu conhecia.
-Não?- perguntei, confuso.
-Não… E… quando eu estiver melhor, é bom que me beijes muito mais.- Ren afirmou, quase se como uma ordem.
-O-Okay…- limitei-me a concordar.
-Aigo… Acho que o analgésico está a fazer efeito… Acho que vou dormir mais um pouco…- Ren bocejou e fechou os olhos, voltando a adormecer.
Ri-me baixinho, mordendo o meu próprio lábio gentilmente. Aquele beijo… Nunca pensei que um beijo pudesse ser tão bom. Definitivamente, aquele não iria ser o nosso último beijo.
JR POV off
Minhyun POV on
Duas semanas… Duas semanas desde que tínhamos discutido e nem um telefonema, uma mensagem, nada! Nem sei que ainda namoramos, se não. Aquele imbecil! Quando é que ele pensa pedir desculpas? Mas isto acaba hoje, estou farto de estar à espera. Se ele não vem ter comigo, vou eu ter com ele. Se ele quer acabar comigo que o faça cara a cara!
Tentei ligar-lhe novamente mas o telemóvel dele estava desligado, para variar. Bem, parece que tinha mesmo que ir a casa do Ren. Será que ainda sabia o caminho? A verdade é que podia pedir ao Ren que me levasse lá mas não queria envolvê-lo nisto. Nem a ele, nem a ninguém. Isto é algo só entre mim e o Aron. JR tinha razão, não posso adiar mais isto.
Voltei para o café onde JinYoung se tinha juntado a Baekho e a JR.
-Desculpem mas, será que podia ir embora mais cedo? É que… é que tenho umas… coisas para tratar. -não queria dizer-lhes que ia ter com Aron.
-Sim, claro. Vai lá. - respondeu Baekho.
-Obrigado. Até amanhã, pessoal!
Corri o mais rápido que consegui para o vestiário, pegando nas minhas coisas. Ia a sair quando me lembrei que Baekho devia ter a morada do Aron no escritório. Dirigi-me para lá e procurei algo que me dissesse onde Aron morava. Finalmente, encontrei o que procurava e saí, chamando um taxi.
Quando paramos em frente à mansão de Ren o taxista olhou para mim e de volta para a mansão, desconfiado.
-Tem a certeza que é aqui?- perguntou.
-Sim!- dei-lhe uma nota.- Aqui tem, guarde o troco!
Saí do carro a correr, sentindo o olhar confuso do motorista nas minhas costas.
Toquei na campaínha, ouvindo uma voz masculina austera.
-Mansão Choi, boa tarde. Em que o posso ajudar?
-B-Boa tarde. - balbuciei. - Eu estou à procura do Aron.
-Desculpe, mas qual o seu nome?
-Hwang Minhyun. -respondi.
-Espere só um momento, por favor.
Fez-se silêncio por uns momentos e voltei a ouvir a mesma voz, talvez do mordomo da mansão.
-Senhor Hwang, o senhor Kwak não se encontra aqui, neste momento. Por favor, deixe recado e nós avisá-lo-emos.
-O quê…?- quase gritei.- Esse sacana…!
O mordomo pareceu atrapalhado.
-D-Desculpe…
-Não tem mal, eu entendo.
Ouvi a comunicação ser encerrada.
-Isto não fica assim, Aron…- balbuciei.
Reuni todas as minhas forças e trepei o portão, saltando para o outro lado. Andei meia dúzia de passos quando ouvi vozes.
-Temos um intruso!- ouvi alguém gritar ao longe.
Claro! Uma casa assim tinha que ter câmaras de segurança. Aish! As coisas que eu faço por ti, Aron!
Corri o mais rápido que consegui, escondendo-me na vegetação sempre que ouvia algum barulho. Só espero não me perder. Depois de quase meia hora, lá consegui dar com o anexo que Ren partilhava com Aron.
Recuperei o folgo e bati à porta.
-Já vou!- ouvi a voz de Aron do outro lado, abrindo a porta poucos segundos depois.
Olhou para mim surpreendido.
-Minhyun? Mas como…? Eu tinha dito ao…
De repente ouvimos as vozes dos meus perseguidores ao fundo.
-Por aqui!
Aron olhou para mim, incrédulo.
-Tu não fizeste isto...-
-E se tiver feito?- ripostei.- Vais-me deixar entrar ou não?
-Eu…
-Vá lá, Aron, deixa-o entrar!- ouvi uma voz feminina ao fundo.
Senti como se me tivessem esbofeteado.
-Desculpa, eu não sabia que estavas com companhia…
Dei meia volta, sentindo-me patético.
-Aish… a sério…- Aron resmungou e correu atrás de mim, agarrando-me.
-Larga-me!- gritei, sentindo as lágrimas escorrerem.
-Shhh! Não faças barulho…- ordenou Aron.
-Larga-me ou eu grito…- ameacei-o.
Aron olhou-me nos olhos e pegou-me no rosto, beijando-me.
Senti as minhas pernas perderem a força e toda a razão abandonar-me. Por um momento, esqueci tudo. A nosa briga, as duas semanas sem notícias, a rapariga na casa dele. A rapariga na casa dele…
Quebrei o beijo, afastando-o.
-Aron tu… tu já seguiste em frente… Aquela rapariga em tua casa…
-Shhh…- sorriu.- Não é o que estás a pensar. Anda comigo e eu explico-te tudo.
Olhei para ele desconfiado.
-Vá lá… Se não acreditares em mim podes ir embora a qualquer momento.
Suspirei e rendi-me, seguindo Aron.
-Finalmente! Pensei que tinham sido apanhados!- a rapariga estava à nossa espera na sala.
-Minhyun, apresento-te a Lizzy, a ex-noiva do Ren e uma chata de primeira.
Ri-me, olhando para a rapariga que fazia beicinho, cruzando os braços.
-Isso são maneiras de apresentar uma das tuas melhores amigas?
-Prazer, sou o Minhyun.- estendi-lhe a mão.
Lizzy apertou-me a mão, olhando para mim de alto a baixo.
-Prazer, já ouvi bastante falar de ti. Hum… Não me tinhas dito que o teu namorado era tão fofo.
Aron olhou para ela com cara de poucos amigos.
-Lizzy, nem te atrevas a pôr as tuas garras nele.
-Calma!- Lizzy levantou as mãos em sinal de rendição. - Estava só a constatar um facto.
-Sim, sim.- Aron despachou-a.- Não estavas já de saída?
-Aish… A sério, Aron? Estás mesmo a mandar-me embora?
Aron, não respondeu, limitando-se a olhar para Lizzy ameaçadoramente.
-Okay, okay, já percebi! ~ -Lizzy pegou na sua carteira que estava em cima do sofá.- Já estou a ir.
Aproximou-se de mim e abraçou-me, sussurrando ao meu ouvido.
-Não te preocupes, ele ama-te.
Senti a minha cara enrubescer, tentando esconder o meu embaraço.
-O que lhe disseste, Lizzy?- inquiriu Aron.
-Nada, nada~!- Lizzy riu-se e acenou.- Goodbye ~!
Ouvi a porta fechar-se. Aron suspirou e relaxou.
-Queres alguma coisa?
-Não, obrigado.- respondi.
Aron guiou-me até ao seu quarto, fechando a porta.
-Então, que estás aqui a fazer? -inquiriu Aron, sentando-se na cama
-Temos que falar.
Aron olhou para as mãos e eu fiz o mesmo. Agora que estávamos frente a frente, não sabia o que dizer. Se calhar, devia ter pensado nisso antes de cá vir mas, agora é tarde de mais.
-Desculpa.- Aron interrompeu os meus pensamentos.
Olhei para ele, surpreendido.
-Eu..- tentei falar mas Aron voltou a interromper-me.
-Não, por favor, deixa-me terminar.-fez uma pausa, olhando-me nos olhos.- Pelo imensa desculpa, fui um completo imbecil. Eu sei que não estavas a fazer nada de mal mas… desculpa, eu sou bastante inseguro.
-Inseguro? Porquê?-não conseguia entender.
-Sim, inseguro. Porque ainda agora não consigo perceber como me escolheste a mim, como aceitaste namorar comigo.
Suspirei e sentei-me ao seu lado.
-Pabo… -ri-me- Na verdade nem mesmo eu sei. Mas a vida é assim, cheia de coisas inexplicáveis e que não fazem lógica. Mas eu escolhi-te, Aron. Por isso, não tens que te sentir inseguro.- olhei para as minhas mãos.- Mesmo assim… podias ter voltado, ter respondido às minhas mensagens ou devolvido as minhas chamadas. Com esta atitude penso que queres é acabar comigo. É isso? Se assim é acaba comigo pessoalmente.
Aron fez-me olhar para ele.
-Ei! Que estás para aí a falar? Espera…- fez uma pausa.- Foi por isso que vieste aqui? Para acabar comigo?
-Não!- quase gritei.- Quer dizer…foi mais para tu acabares comigo.
-E porque iria eu fazer isso?- Aron continuava sem perceber.
-Porque.. porque.. eu não sei!- sem que desse por ela, as lágrimas escorriam pela minha cara e eu soluçava.
Aron agarrou-me, puxando-me para o seu colo.
-Shhh…- sussurrou.- Pabo… Nunca na vida eu iria acabar contigo. Tu és o que de melhor me aconteceu na vida.
Acalmei-me e fungei, olhando para Aron.
-A sério?
-Sim, a sério. -sorriu e beijou-me lentamente.
Sorri e deixei-me levar pelo seu beijo.
-Continuo chateado contigo por não teres dito nada por duas semanas.
Aron riu-se.
-Não te preocupes, eu vou fazer de tudo para que me perdoes.
Guinchei quando Aron inverteu as nossas posições, o seu corpo pressionado contra o meu enquanto me beijava apaixonadamente. Os nossos corpos moldavam-se um ao outro e as nossas línguas batalhavam por dominância. As mãos de Aron foram parar às minhas coxas, acariciando-nas. Sem que conseguisse controlar, um gemido escapou pelos meus lábios. Senti a minha cara corar.
Aron quebrou o beijo, a sua respiração ofegante.
-Se calhar, é melhor pararmos. Se continuarmos, não sei se tirei forças para parar mais tarde.
-Não!- exclamei, sem sequer pensar.
-Não? - Aron inquiriu.
-Não.. Não… não pares…-sussurrei. Não acredito que disse mesmo isto.
Aron beijou-me gentilmente antes de me olhar novamente nos olhos.
-Tens a certeza?
Acenei e agarrei-o, beijando-o mais uma vez. Senti Aron sorrir enquanto me beijava e não consegui não sorrir também.
Sim, tinha a certeza. Aron é a pessoa que eu amo e é a ele que quero entregar o meu corpo.
Minhyun POV off
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